terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Balada da Neve Augusto Gil


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia

na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,

porque não podia erguê-los!…                     
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
Augusto Gil


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A cidade mais alta do país é também a dos cinco F: forte, farta, fria, fiel e formosa. Foi aqui que nasceu Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em...
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João Villaret

João Villaret foi um grande actor e um inigualável declamador, que enchia salas de espectáculos, declamando poesia e falando de poetas sem nunca olhar para um papel.
Morreu no dia 21 de Janeiro, há 50 anos.


Alguém se lembrou de criar um site dedicado a ele.

http://jvillaret.com.sapo.pt/

- Adivinha
- Balada da neve
- Fado falado
- Liberdade
- O menino de sua mãe
... e o incontornável...
- Cântico negro


Consta que após a leitura deste último poema, no Teatro de São Luís, recebeu uma ovação ininterrupta de perto de 30 minutos, que constitui ainda hoje um record nacional em qualquer tipo de espectáculo.






As liberdades da fanfarronice da primeira República.



Hoje é dia das mulheres, de todas as mulheres.
MULHER
Mulher é Terra
é vaso, é semente.
É paz, é guerra,
lágrima, sorriso.`
É força, é luta
é grito.
É regaço e alimento,
Oásis no deserto.
É o amor por dentro.
Mulher é laço
Túnica, sari
Burka ou véu.
É o mundo num abraço,
um bocadinho de céu.
É calor e é desejo.
O infinito num beijo!
Helena Guimarães
( para verem as mulheres portuguesas clicar no link)




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