segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O Governo Rebentou com tudo

           



A indigitação de Carlos Moedas para a pasta da Investigação e Ciência é elogiada por Pedro Santana Lopes e António Vitorino. A distribuição de pastas e funções...
RR.SAPO.PT






NADA FICARÁ COMO DANTES
Miguel Sousa Tavares: "Duas adolescentes de uma escola do interior (Arouca), inventaram um método para avaliar a toxidade, a partir do estudo dos caracóis - e com isso ganharam um prémio internacional para jovens cientistas, em Varsóvia, um dos vários que jovens cientistas portugueses vêm obtendo recentemente. São diversas e evidentes as lições que daqui se podem tirar. Mas a mais evidente de todas é a constatação de que o desinvestimento deste Governo na investigação a partir das escolas e universidades é um acto de profunda imbecilidade, que nenhuma razão orçamental ou outra consegue justificar. Ou será mais uma vingança contra as políticas de José Sócrates?"
27 de setembro de 2014



ENTREVISTA

“Este Governo fez uma espécie de destruição criativa: rebentou com tudo”   22/11/2013 - P

Manuel Sobrinho Simões é um dos cientistas mais conhecidos do país. Há quase 25 anos que o instituto que dirige, e fundou, é uma referência na investigação do cancro em Portugal.
Sobrinho Simões dirige o Ipatimup, onde trabalham 130 cientistas FERNANDO VELUDO/NFACTOS

O prestígio do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) não o deixou incólume aos cortes no financiamento público e é dessa experiência e dos desafios que se colocam à ciência em tempos de crise que falará nesta sexta-feira à tarde, na conferência Ciência, Economia e Crise, tal como o físico Carlos Fiolhais, o economista Daniel Bessa ou o ensaísta Onésimo Teotónio Almeida, que a Fundação Francisco Manuel dos Santos organiza na reitoria da Universidade do Porto.
Aos 66 anos, Sobrinho Simões não se imagina a deixar de trabalhar. “É tudo o que sei fazer.” E não disfarça o entusiasmo quando fala do próximo grande projecto em que está envolvido, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), que junta o Ipatimup aos institutos de Biologia Molecular e Celular (IBMC), de Engenharia Biomédica (INEB) e agora também a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, para integrar um consórcio de investigação na área da saúde, sobretudo de doenças neurodegenerativas e infecciosas, cancro e medicina regenerativa.
Nos últimos 15 anos, Portugal conseguiu fazer um caminho com o aumento do investimento em ciência, quer público quer privado, e obteve bons resultados. De quem foi o mérito?
O primeiro é um demérito, já que partimos muito de baixo. O segundo foi a capacidade de projectar o futuro do [ex-ministro da Ciência e Ensino Superior] Mariano Gago, que foi instrumental para desencadear e consolidar esta aposta. O terceiro mérito foi dos ministros do PSD que tiveram a pasta da Ciência. Nunca perturbaram esta estratégia, o que é uma coisa raríssima em Portugal.
A FCT [Fundação para a Ciência e a Tecnologia] está de uma incompetência como eu nunca vi. Está a mudar permanentemente as regras e os prazos. Não há coisa mais difícil do que alguém planear a sua vida sem um mínimo de estabilidade.
O que falhou?
Não conseguimos que as universidades e politécnicos contratassem tantos doutorados e pós-doutorados nos seus quadros como gostaríamos. E isto tem uma consequência, sobretudo numa fase de crise, porque eles não estão a encontrar emprego.
Há lugar para esses diplomados nas empresas? 
As nossas empresas não estão treinadas para fazerem investigação internamente. Temos um tecido empresarial fraco e que gosta muito de comprar “chave na mão”.
Os anteriores governos do PSD seguiram a linha inaugurada por Mariano Gago. Este não fez o mesmo?
Este Governo fez uma ruptura, o que não aconteceu só na ciência. Mas na ciência foi mais grave, porque é um tecido relativamente novo. Fez uma espécie de destruição criativa: rebentou com tudo, esperando que, das cinzas, nasça algo de novo. Na ciência, não nasce.
O que perdemos já com a austeridade?
Perdemos muita gente. E perdemos esperança. Na ciência, apesar de tudo, os nossos jovens têm capacidade para serem contratados, no estrangeiro, mas vão muito feridos de asa e dificilmente voltarão.
Isto é responsabilidade de quem?
De uma política cega em relação ao ensino superior. O Governo não percebeu que não pode rebentar com o tecido universitário.
Como vê a proposta do Orçamento do Estado para o sector? 
É péssima, porque corta de uma forma cega. Não reforça as instituições que merecem e deviam ser premiadas. Ao mesmo tempo, deveria reformular as instituições que não merecem. Além disso, do lado da ciência, há uma ideia de que um investigador muito bom pode juntar dois amigos e vai ali para o pátio do Hospital de S. João [no Porto] fazer um projecto de investigação.
É a cartilha do empreendedorismo aplicada à ciência?
A ciência, antes de mais nada, precisa de um tecido de suporte. O empreendedorismo é criminoso, porque tem estimulado perversões. O cientista que é muito empreendedor deve ser um empresário. Os estímulos deste tipo podem acabar por ser um convite ao chico-espertismo.
Como vê as alterações que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) introduziu ao financiamento da ciência?
A FCT está de uma incompetência como eu nunca vi. Está a mudar permanentemente as regras e os prazos. Não há coisa mais difícil do que alguém planear a sua vida sem um mínimo de estabilidade.
E concorda com os critérios de avaliação, baseados na produtividade científica e na obtenção de patentes, por exemplo?
São terríveis. Primeiro, porque coloca os investigadores das ciências sociais e humanas numa situação de dificuldade. E a sociedade portuguesa precisa, como de pão para a boca, de ciências sociais. Depois, parece-me que é mais importante a repercussão da nossa actividade no mundo científico e na sociedade do que o facto de se publicar numa revista com muito impacto. A FCT não pensa o mesmo.
O próximo quadro de financiamento europeu pode ser uma saída para estas dificuldades?
Será muito importante e vamos responder bem. Mas os estímulos europeus têm perigos. Como estamos numa crise filha da mãe, vamos ter de responder a todas a solicitações. Há um efeito perverso se começarmos a concorrer a coisas que não costumamos fazer. A Europa tem de ser a cereja em cima do bolo, não pode servir para suportar custos fixos. Temos sempre de ter um tecido institucional, que tem que ser suportado pelo Estado.
Defende que se inverta a política de cortes?
Quem ganhasse um projecto europeu tinha como prémio não um corte, mas dinheiro a mais. Mas a Europa também está a falar muito de aplicação e inovação quando o assunto é ciência. Quando se desvia para essa área, coloca-se Portugal numa situação difícil, por causa da fragilidade do tecido empresarial.
A relação com o mercado pode ser uma solução para os centros de investigação? 
A grande questão na ciência é quem faz primeiro uma [determinada] pergunta. Não quero que seja feita pela empresa X ou Y e eu só tenha de dar a resposta. Depois, a ciência precisa de tempo. E a indústria, a inovação e a Europa querem resolver coisas no menor intervalo de tempo possível. Uma pessoa não tem tempo para pensar e fazer boas perguntas. Então o que faz? Faz perguntas óbvias de que já sabe a resposta.
Desse modo, dificilmente haverá movimentos disruptivos na ciência.
Sobretudo em países pobres. Neste momento, só há dois movimentos disruptivos: ou há um investigador genial com uma excelente pergunta, ou se está num sítio tão rico que pode comprar sempre a última versão do equipamento pesado. Neste aspecto, toda a Europa também está em dificuldades. Por exemplo, o Beijing Genomic Institut (China) sozinho tem mais capacidade de sequenciação que toda a Europa junta.
Qual a saída para o momento actual que vivemos no ensino superior e na ciência?
Não sei. Mas tenho a certeza de que não é com esta gente. O meu medo é que não seja fácil pensar com quem há-de ser. Não há tanta diferença assim entre os partidos do centro.
Então o que defende?
A Europa tem de constituir de facto um tecido de ensino superior e investigação que ultrapasse as fronteiras nacionais. E temos de colaborar mais ao nível das regiões europeias – por exemplo, o Norte do país tem de trabalhar com Espanha.
Quanto tempo mais aguenta o país o desinvestimento na ciência sem pôr em causa o que foi feito?
Não sei, e tenho muito medo de que aguentemos menos do que aquilo que as pessoas pensam. O Ipatimup aguenta mais dois ou três anos, depois acaba.
Porquê?
Tivemos uma redução do nosso financiamento de base do Estado de 45% em quatro anos. Antes, representava 1/3 e, nesta altura, é 1/7, correspondendo a cerca de 900 mil euros.
Como foi possível manter o instituto em funcionamento?
Aumentámos a prestação de serviços e a investigação contratada com as farmacêuticas, criando uma unidade de translação e outra de inovação, que tem trabalhado junto da indústria. Ainda não conseguimos começar a ganhar projectos europeus em quantidade suficiente, ao passo que os concursos da FCT estão cada vez mais difíceis, com menos dinheiro e maior competição.
Quantas cientistas trabalham no Ipatimup?
Somos 130, dos quais 70 são doutorados. Cada vez tem sido mais difícil contratar. Ou os jovens conseguem bolsas de pós-doutoramento, ou têm conseguido articular-se parcialmente com as faculdades para darem aulas ao mesmo tempo que são investigadores aqui.
O I3S é o grande projecto para os próximos tempos?
No fundo, será o I4S. Porque agora também temos a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto associada ao projecto. É um crescimento brutal para nós. As obras estão a andar bem e, em Janeiro de 2015, vamos começar a fazer a mudança. É uma aposta séria, numas instalações que têm 18 mil metros quadrados e poderão acolher 600 investigadores.
Vai reorientar a actividade científica em função dessa nova realidade?
Fizemos sempre investigação em cancro e em genética populacional e iremos manter essas duas linhas. Como é muito mais fácil estudar as alterações genéticas do que a influência do tabaco ou dos raios solares, temos continuado a estudar sobretudo as alterações genéticas e metabólicas que justificam os cancros. Mas agora temos consórcios com o Hospital de S. João e o Instituto Português de Oncologia para procurar resolver a nossa ligação à prevenção e ao tratamento.

Carlos Fiolhais acusa Governo de liquidar a ciência em Portugal

Carlos FiolhaisFísico critica duramente o ministro Nuno Crato e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia após a divulgação das classificações dos laboratórios de investigação.
cientista Carlos Fiolhais considerou esta segunda-feira que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e o Ministério da Educação e Ciência “estão a liquidar” a ciência em Portugal, criticando as classificações das unidades de investigação e os cortes de financiamento resultantes dessas classificações, anunciados na última sexta-feira.
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Mais um suicidio no meu bairro "que eu tenha conhecimento 6"uma comerciante com 50 anos devido á impossibelidade de cumprir com os seus pagamentos atirou-se do seu apartamento.Até quando vamos continuar a assistir a tudo isto enquanto o governo clama sucessos atrás de sucessos!

Os alunos portugueses, após completarem os seus estudos têm 3 saídas:
- Por mar - Por terra - Por ar





O que está acontecer com Portugal, deve-se aos ordinários… conselhos que foram dados, por António Borges no FMI, Carlos Moedas na Comissão Europeia e FMI e a Victor Gaspar no BCE, ainda muito antes de Portugal ter pedido o resgate à troika. Estes 3 senhores são os principais responsáveis pelos desastrosos resultados e pela atual situação que o nosso país se encontra. Sempre defenderam despedimentos em massa, baixa de salários e excesso de austeridade, estes mesmos senhores todos eles com grandes mordomias e pagos principescamente, foram autênticos traidores da pátria. Portugal e os portugueses sofrem as consequências de erros premeditados de indivíduos que deviam ser julgados em tribunal militar. Em Noticias Ao Minuto/Rui Ribeiro


Os dias de hoje não aguentam novas descolonizações
Importa que todos trabalhem para evitar o que seria uma enorme calamidade
Nunca foi fácil ser português. O posicionamento geográfico condicionou- -nos. Somos a cauda do Norte e o topo do Sul. Somos uma placa giratória que distribui filhos para muitos destinos.
E isso dá-nos força. Dá-nos exposição. Dá-nos características únicas, mas também traz problemas e situações que podem gerar dramas repentinos e anular o que pareciam soluções.
Simplificando: partem os melhores, os mais arrojados, os mais preparados ou necessitados. Sempre assim foi e sempre assim será. Mas hoje é preciso ter noção de que há um efeito boomerang potencialmente rápido em função da instabilidade que se verificar nos pontos de migração.
Se houver convulsões em certos destinos de emigração actual, Portugal não terá qualquer hipótese de albergar de volta os milhares de nacionais que têm saído do país, alguns dos quais munidos de habilitações como nunca ninguém teve por cá. São filhos de um sistema de educação único, que resultou de esforços públicos e privados que o Estado enquadrou e que lhes ofereceu um escape para a pobreza.
No entanto, é um facto que há hoje o risco de regressos em massa e Portugal no seu todo deve contribuir para minorar essa calamidade.
Mais do que para países tranquilos de Gaiolas Douradas, como a França, a Bélgica, a Suíça, a Alemanha, a Grã-Bretanha e os estados da Escandinávia, os portugueses de hoje partem sobretudo para sítios mais complicados e improváveis.
Angola é o mais apetecível e mais estável dentro de um quadro de mútuo conhecimento ancestral e linguístico, mas o problema que a justiça arranjou por incúria é uma ameaça. Moçambique enfrenta problemas graves que resultam exactamente do seu surto de de- senvolvimento e da criação de grandes desigualdades. A África do Sul é um barril de pólvora. A Guinéidem, mas temos lá poucos nacionais. Timor não é propriamente uma meia ilha de paz adquirida. A Líbia da reconstrução-relâmpago é o que se sabe. Os emirados estão bem e em desenvolvimento, mas têm especificidades complexas susceptíveis de rebentar. A Venezuela é um problema sempre latente. Destinos como a Colômbia e o Peru ameaçam gerar dificuldades. O Brasil é uma incógnita permanente, enquanto a China vive uma falsa calma. Por Eduardo Oliveira Silva
publicado em 9 Nov 2013/I

'Perdemos 150 portugueses por dia'
Joaquim Azevedo, convidado pelo Governo para estudar medidas de apoio à natalidade, foi às jornadas parlamentares do PSD em Viseu sublinhar a urgência de superar o défice demográfico. "Seremos uma espécie em vias de extinção", avisou, deixando um apelo dramático. Se nada for feito, "o país não será sustentável".
"Perdemos hoje 150 portugueses por dia. Antes do fim do século seremos sete milhões", afirmou Joaquim Azevedo, frisando a ideia de que a situação está a tornar o país insustentável.

Para o académico, há porem uma falta de atenção ao tema da quebra demográfica. "Parece que não é questão", lamentou, defendendo que para inverter a tendência será preciso trabalhar durante 20 anos.

"Estamos numa espécie de alerta super vermelho", comentou, lembrando que 2014 pode ser o ano em que Portugal ficará abaixo dos 80 mil nascimentos por ano.

O professor nomeado por Passos para liderar um grupo de trabalho sobre a natalidade, apontou as medidas de apoio ao emprego como as mais importantes para resolver o problema da queda de nascimentos.

"As mulheres são fortemente penalizadas pelas empresas", atacou, lembrando que ainda são muitas as empresas que não só não promovem políticas amigas da família como prejudicam as trabalhadoras que querem ser mães.

A rede de creches para crianças entre os 0 e os 3 anos é outra das medidas indicadas por Joaquim Azevedo. "Temos de colocar as crianças primeiro", disse, identificando as autarquias como entidades que podem estar na primeira linha destas políticas de incentivo às famílias.

Para Joaquim Azevedo é ainda importante investir em políticas fiscais que apoiem as famílias mais numerosas.

"Há bastante a fazer. É preciso é fazer mesmo", frisou, argumentando que o problema não se resolve apenas com imigração ou com o retorno da emigração.
25 de Março, 2014por Margarida Davim
margarida.davim@sol.pt



Alerta Para IRS do Emigrante.
Um ALERTA aos Emigrantes e aos Portugueses em geral. PARA ASSINAR E DIVULGAR

O FISCO está a cobrar ILEGALMANTE IRS sobre o salário dos Emigrantes

SE TENS AS FINANÇAS ATRÁS DE TI, assinar esta PETIÇÃO é a forma mais rápida de seres ouvido e o custo é zero.

SE ÉS SOLIDÁRIO com os demais Emigrantes, no seu esforço para serem ouvidos, ASSINA também essa PETIÇÃO;
SE ÉS UM CIDADÃO CONSCIENTE DE QUE O ESTADO NÃO PODE ESTAR ACIMA DA LEI, SOB PENA DE SE EXTNGUIR A PRÓPRIO ESTADO DE DIREITO, assina essa PETIÇÃO, sejas Emigrante ou não, sejas lesado ou não.
Para mais informação consulta o site: wwwemigrantealerta.sitepx.com

Emigrante Alerta - Cobrança ilegal de IRS. Denunciar violação da Constituição e reclamar valores...
peticaopublica.com
Ao agirmos juntos teremos mais força e maior facilidade em sermos ouvidos. Junte-se a nós e apoie a causa. O seu apoio é muito importante.

Emigrante Alerta - Cobrança ilegal de IRS. Denunciar violação da Constituição e reclamar valores...
peticaopublica.com
Ao agirmos juntos teremos mais força e maior facilidade em sermos ouvidos. Junte-se a nós e apoie a causa. O seu apoio é muito importante.



Neoliberalismo é um conjunto de ideias políticas e económicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia, onde deve haver total liberdade de comércio, para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
O neoliberalismo defende a pouca intervenção do governo no mercado de trabalho, a política de privatização de empresas estatais, a livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização, a abertura da economia para a entrada de multinacionais, a adoção de medidas contra o protecionismo econômico, a diminuição dos impostos e tributos excessivos etc.
O neoliberalismo é bastante criticado pois muitos acreditam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências económicas e as empresas multinacionais, que países pobres ou em processo de desenvolvimento acabam sofrendo com os resultados de uma política neoliberal, causando o desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.


"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão". Natália Correia



"Este Governo PSD/CDS, despede os Pais, nega emprego aos filhos, assalta os avós e rouba o futuro aos netos."
É assim que este Governo fora-da-lei pode continuar a roubar aos milhares de milhões os portugueses, roubando-lhes os bolsos, os empregos, as pensões, os ordenados, os subsídios, os serviços públicos que eles pagam, o património que construíram, as empresas públicas que são de todos, destruindo o progresso que se alcançou nas últimas décadas apenas para poder enriquecer ainda mais os muito ricos e para poder aniquilar os resquícios de soberania que possam teimar em existir, espalhando a miséria e reduzindo os portugueses à inanição e à subserviência. 

O que temos é um Governo não de salvação mas de traição nacional. De traição às suas promessas eleitorais, às suas juras de tomada de posse, às instituições democráticas e aos compromissos da civilização que todos abraçámos, de traição ao povo, espremido e vendido barato para enriquecer os credores. 

E, no entanto, os portugueses não se movem. Ou quase não se movem. As acções do bando de malfeitores que se apoderou do Governo com falsas promessas parece tão inconcebível que parece impossível que alguém as leve a cabo sem que haja fortíssimas razões de interesse público, ainda secretas. Imagina-se que deve haver aí alguma racionalidade. Talvez o que o Governo diz da austeridade seja verdade. Talvez seja justo matar os pobres à fome para pagar aos bancos... 
José Vitor Malheiros – “Público” 03 setembro 2013 


viriatoapedrada.blogspot.pt/2013/10/orcamento-do-estado-para-2014.html 





"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. .Natália Correia




Evolução Recente da Dívida Pública Portuguesa (Estatística do IGCP)

31-12-2012: 194.466 milhões de euros
31-10-2013: 204.062 milhões de euros
30 -11-2013: 209.803 milhões de euros

Apesar de roubarem nas pensões e salários e nos tratamentos de doentes, a dívida pública subiu num só mês quase cinco mil milhões de euros. Feito Notável!!!

Em 2010, o PIB português era de 172,8 mil milhões de euros !!!
Em 2013, deverá rondar os 164 mil milhões de euros !!!
Ou seja, a austeridade anulou-nos mais de 8 mil milhões de euros de riqueza produzida em Portugal!!!

Em 2010, a taxa de desemprego portuguesa foi de 10,8 !!!
Em 2013, a taxa de desemprego portuguesa deverá ficar pelos 15,8, um aumento de quase 50% !!!
Quatro anos de austeridade criaram mais 300 mil desempregados do que havia antes!!!

Em 2010, a dívida pública portuguesa rondava os 160 mil milhões de euros, já incluindo aqui muita coisa que na altura não estava contabilizado !!!
Em 2013, quatro anos depois, a dívida pública portuguesa está em cerca de 209 mil milhões de euros, 
um aumento de quase 50 mil milhões de euros !!!
É este o resultado de quatro anos de austeridade, Portugal tem mais 50 mil milhões de dívida do que tinha! Por:   
Dieter Dellinger/Facebook

domingo, 29 de dezembro de 2013

Culinária Como fazer Caril

                    


Arroz de Caril

Ingredientes:
  • 1 cebola média
  • 1 colher de sopa cheia de manteiga
  • 1 dl de vinho branco
  • 1 colher de sobremesa de caril em pó picante
  • 1 chávena de chá de arroz arbóreo
  • 2 chávenas e 1/2 de chá de caldo de peixe (ver)
  • pimenta branca de moinho q.b.
  • sal q.b.
Confecção:
Faz-se um refogado com a manteiga e a cebola picada.
Quando a cebola estiver loura, junta-se-lhe o vinho, o caril e o caldo de peixe.
Estando a ferver, deita-se o arroz e, recomeçando novamente a fervura, mete-se no forno, durante 15 minutos, para cozer.
Por:Felicia Sampaio

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A Dívida É Ilegítima Daniel Bessa

             
                       
                       
                              
                       

Existem duas razões principais:...Ver mais

O seu apoio é muito importante. Apoie esta causa....
PETICAOPUBLICA.COM


                        

   "Dos 78 mil milhões , 30 mil milhões são juros e comissões,35 mil milhões para manter os banqueiros anafados o que sobra para abater na tão famigerada "divida".   

                              

                     

                               

Ontem a dívida mudou mais uma vez;aumentou em 5,5 mil milhões de euros. Já deve estar nos 213 mil milhões de euros. Mais 60 mil milhões que a dívida deixada por Sócrates. Por: Dieter Dellinger.

                  


Entrevista a Eric Toussaint, cuja leitura recomendo
Económico TV - 29 de Outubro
Programa: "Assembleia Geral", com Eduarda Carvalho
Tema: "Atitude das Finanças para com os mais fracos"
http://videos.sapo.pt/p0a90gCzIF6szY7FnmJB

FMI diz que afinal teria sido melhor reestruturar a dívida de Portugal


Christine Lagarde lidera o Fundo Monetário Internacional
D.R.
27/06/2014 | 11:01 |  Dinheiro Vivo

O Fundo Monetário Internacional está a rever a excepção que permitiu emprestar dinheiro a Portugal, Grécia e Irlanda sem uma reestruturação da sua dívida. No início dos resgates houve dúvidas relativamente à sustentabilidade da dívida destes países, mas foi possível evitar a reestruturação. Agora, essa possibilidade pode acabar.


"Toda a dívida contraída através do Memorando é ilegítima".

A única forma de sairmos desta espiral de dividas ruinosas, seria criar uma Comissão de Auditoria à Dívida. Mas tal como aconteceu na Grécia, os donos do poder, nem querem colocar a hipótese na mesa, pois sabem que isso significaria descobrir as carecas dos que arruinaram Portugal. Expor, à vista de todos os portugueses, quem e como se endividou Portugal. Torna-se mais claro ainda de que tudo isto só pode ser uma estratégia nociva e premeditada, quando já conhecemos os resultados em outros países e as alternativas.
Por  isso não se trata de incompetência ou burrice do governo, trata-se sim de traição e conluio, com interesses estrangeiros. 
Já antes tinha divulgado uma entrevista a Eric Toussaint., que esteve em Portgual, e falou sobre este tema. Mas recentemente um Grego, decidiu pedir ajuda a Eric Toussaint, e estas foram algumas das questões:
COMO OUTROS PAÍSES SE VIRAM LIVRES DO FMI?
QUAIS AS VANTAGENS E DESVANTAGENS?
PORQUE É QUE PORTUGAL E GRÉCIA NÃO O FAZEM?
BASTARIA PEDIR UMA AUDITORIA À DIVIDA? (etc)
"O vosso país é um laboratório onde uma nova terapia de choque está a ser aplicada".
Entrevista com Despina Papageorgiou
O Equador elegeu um novo Presidente, em Novembro de 2006, que, por decreto presidencial, criou uma Comissão de Auditoria à Dívida, em Julho de 2007, para analisar a dívida no período entre 1976 e 2006. Seleccionou dezoito especialistas, doze do Equador e seis do exterior. O politólogo e historiador belga Eric Toussaint era um deles. Eric Toussaint fala hoje à revista "Crash" e descreve como o mito de David e Golias se materializou, mais uma vez, no Equador, apesar das dificuldades encontradas. Após 14 meses de trabalho árduo, o Comité de Auditoria à Dívida produziu os primeiros resultados, declarando que uma grande parte da dívida era ilegítima. Na sequência, o governo cancelou essa parte, pagando aos credores apenas 35 cêntimos por cada dólar. Washington teve um ataque...

Uma década antes, o Equador era caracterizado como uma "democracia banana". Agora, segundo o jornal britânico "Guardian", é "o lugar mais radical e entusiasmante para se viver". Há mais benefícios sociais, os pobres recebem subsídios e os cuidados de saúde são totalmente gratuito. Os gastos públicos também aumentaram. A percentagem de pessoas que vive abaixo do limiar de pobreza caiu de 37,6% (2006) para 28,6% (2011).

Eric Toussaint (..), fundador e presidente do Comité para a Abolição da Dívida do Terceiro Mundo (...)Possui conhecimento e experiência para assegurar que há um caminho alternativo. Desde que haja vontade política.
Eric Toussaint afirma categoricamente que(...) a dívida criada pelo Memorandum é definitivamente ilegítima e/ou odiosa. Declara também publicamente, à nossa revista, que a sua organização e ele próprio apoiarão todos os esforços da Comissão de Auditoria à Dívida na Grécia. "É mais fácil vocês analisarem a vossa dívida do que foi no Equador”, afirma. "Então façam isso!".
(...) ex-primeiro-ministro grego pediu conselhos a Rafael Correa – (...) "Olhe", disse Correa, "há algo que não deve fazer e algo que, em definitivo, deve fazer, para não pagar.
Não deve pedir ajuda ao FMI. E deve criar um Comité de Auditoria à Dívida. "Depois Papandreou fez exactamente o contrário"...

A minha conversa com Eric Toussaint começou com a questão das eleições gregas. Comentei que a proposta para a constituição de uma Comissão de Auditoria à Dívida grega voltou a surgir durante o período eleitoral. "É sintomático, apesar de", disse eu, "a proposta ter sido rejeitada pelos dois partidos que governaram a Grécia durante décadas. Porque razão acha que eles não querem analisar a dívida e porque razão eles minam os esforços para o cancelamento da dívida?
«É claro que o PASOK e a Nova Democracia não estão interessados ​​em apoiar uma auditoria,
porque uma auditoria irá mostrar a responsabilidade deles na dívida do país. Eles têm uma enorme parcela de responsabilidade pela dívida contraída entre 1990 e 2000 e pela nova dívida que surgiu com o Memorando. Para mim, essa é uma dívida ilegítima».
Convém mencionar que a dívida ilegítima é uma dívida 
- a) que foi decidida sem o consentimento da nação, 
- b) o dinheiro gasto vai contra os interesses da nação e 
- c) o credor tinha conhecimento desses factos . 
(...)"Como explica que a dívida seja ilegítima?" Perguntei a Eric Toussaint.
- (...) As regras estabelecidas pela Troika são uma violação dos direitos económicos e sociais dos cidadãos gregos, como é ilustrado pela redução de salários, diminuição de pensões, violação dos direitos económicos e sociais do povo grego. (...)A Troika diz que se deve aceitar. Se não se aceitam as regras, não se recebe ajuda. Tudo isso em total desrespeito pelos princípios democráticos do país. Em meu entender, a nova dívida, em 2013, representará grande parte da dívida externa pública da Grécia. Esta nova dívida é ilegítima e deve ser cancelada.

De facto, os bancos foram socorridos pelo BCE a juros de 1%...
O BCE concedeu empréstimos (em Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012) num montante de 1 bilião de euros (1 000 000 000 000 €), a juros de 1%, a três anos, para ajudar os bancos europeus. Os grandes bancos da Alemanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Áustria, e também os bancos gregos e italianos tiveram acesso a esse dinheiro.
E agora os países pedem emprestado aos bancos a juros elevados... «Eles recebem dinheiro a taxas de juro de 1% e depois emprestam esse dinheiro aos países periféricos a juros de 4, 5, 6 ou 7%.
Em termos de direito comercial, quando se concede esse tipo de empréstimos, que tiveram por base crédito concedido a taxas de 1%, viola-se os direitos comerciais. Esses credores enriquecem de forma abusiva».

Então, a dívida é apenas uma ferramenta usada pela elite financeira e política para financiar e controlar a população e impor determinadas políticas?
«É claro que a Troika usa a dívida grega para impor uma política que viola os direitos humanos do povo grego. A Grécia está a ser usada como um exemplo para chantagear outros países, como Portugal, Irlanda, Itália, Espanha - e impor o mesmo tipo de políticas noutros países. A Grécia não é uma excepção. A Grécia é um laboratório onde uma nova terapia de choque está a ser aplicada».
Isso leva-me à próxima pergunta. Num dos seus artigos recentes, escreveu que "a Europa recebe terapia de choque como a América Latina recebeu nos anos oitenta e noventa". Acha que a Europa entrou também já numa "longa noite neoliberal"?

A receita clássica do FMI...
«Exactamente. O que eles estão a fazer na Grécia foi implementado há vinte ou trinta anos na América Latina, nos países asiáticos e africanos e nos países do ex-bloco soviético».
E os resultados são óbvios...
«Falhou porque não gerou crescimento nem emprego.
Mas a verdadeira motivação não é o crescimento da economia, a verdadeira motivação do FMI e dos outros elementos da Troika, o BCE e a Comissão Europeia, é NÃO estimular o crescimento.
Eles sabem perfeitamente que, com este tipo de políticas, a Grécia não vai recuperar a nível económico. 
Eles não são estúpidos. Eles são espertos.
Eles estão a usar a crise de forma estratégica para reduzir os salários e o padrão de vida da população, porque querem um país e um mundo que proporcione lucros crescentes aos grandes grupos financeiros. Esse é realmente o motivo. Eles querem ajudar e fortalecer os grandes gupos financeiros como a Goldman Sachs, o Deutsche Bank, a JP Morgan e todos os grandes bancos privados na Europa e nos Estados Unidos.

Joseph Stiglitz, que não é um economista de esquerda, que ganhou o Prémio Nobel, em 2001, escreveu no seu livro "A Globalização e os seus Malefícios" que, analisando superficialmente as políticas do FMI, poderia parecer que são absurdas e orientadas para o fracasso, mas considerando que o FMI ajuda e serve os interesses do capital financeiro, percebe-se que as suas políticas são realmente coerentes e inteligentes».
E estão a persuadir a Grécia de que este é o único caminho a percorrer, mas, como sabe muito bem, há exemplos de países que cancelaram as partes ilegítimas da dívida. Um exemplo é, naturalmente, o Equador, onde participou na Comissão de Auditoria à Dívida. Poderia contar-nos brevemente como evoluiu esse esforço, como é que deu frutos?

«Primeiro, convém dizer que foi 100% bem sucedido. E sem retaliações.
O que fez o Equador?
Elegeu um novo Presidente, em Novembro de 2006, que, por decreto presidencial, criou uma Comissão de Auditoria à Dívida, em Julho de 2007, para analisar a dívida no período entre 1976 e 2006. Seleccionou dezoito especialistas, doze do Equador e seis do exterior. Eu era um dos seis estrangeiros. Também pediu para os órgãos de Estado fazerem parte da Comissão, a Comissão Anti-Corrupção, a Controladoria-Geral do Estado, o Ministério da Justiça e o Ministério das Finanças».

Então, o governo apoiou completamente a iniciativa.
Trabalhamos durante catorze meses e, no final dos catorze meses, em Setembro de 2008, entregámos as nossas conclusões e recomendações ao governo. Após dois meses de discussões, decidiram suspender o pagamento da dívida sob a forma de títulos.
É formidável, o processo demorou apenas desasseis meses, catorze para fazer o trabalho e mais dois para o governo actuar...

(...)Mas penso que enfrentaram dificuldades. Quer dizer, enfrentaram os credores internacionais, os bancos e o sistema. Foi noticiado que tinham desaparecido dos vossos quartos caixas com documentos do Ministério da Economia.
«É evidente que enquanto nós trabalhávamos, quem estava no poder, antes da eleição do novo Presidente, e que tinha subornado, ou assinado contratos ilegais que contribuíram para o endividamento do país, não queria fornecer-nos a documentação que precisávamos para o nosso trabalho. De certa forma, foi difícil, mas no final obtivemos toda a documentação que precisávamos.

No caso da Grécia, acho que em determinados aspectos, é mais fácil porque há mais informação disponível. Sabemos, por exemplo, quais são as condições impostas pela Troika, essas condições não são segredo. Podemos analisar exactamente o que a Troika fez com a Grécia nos últimos dois anos. Portanto, não é necessário ter acesso a segredos de Estado ».
A dívida do Equador tinha subido de 1,174 mil milhões de dólares em 1970 para 14,25 mil milhões de dólares em 2006. No entanto, era menor do que a dívida grega. Perguntei, então, a Eric Toussaint:
Dado que a Grécia está na zona euro e a sua dívida é superior à do Equador, acha que poderá ser mais difícil para a Grécia apagar a parte ilegal da dívida?

«Eu creio que é mais fácil analisar a dívida grega do que a dívida do Equador, que era mais complicada e dizia respeito a muito mais contratos do que no caso da Grécia. No caso do Equador, tivemos de analisar, um por um, os contratos do país com o Banco Mundial, o FMI, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, os 20 países do Clube de Paris, mas também a dívida (títulos) com os mercados.
No caso da Grécia, a maior parte da dívida está sob a forma de títulos ou de empréstimos da Troika. Por essa razão, acho que é mais fácil. No caso do Equador, a dívida seria relativamente menor, mas havia mais de cem contratos. Por isso, era mais difícil de analisar.

Lembro-me do que o governo de Correa declarou, através do então ministro das Finanças, Ricardo Patiño, - e foram respeitados por essa declaração: "Nós não aceitamos o que outros governos aceitam. Ou seja, que a nossa política económica seja ditada pelo FMI. Consideramos que isso é inaceitável. "Será que os gregos se atrevem a fazer o mesmo? Perguntei a Eric Toussaint:

O povo grego teme que, se analisar e, em seguida, cancelar a dívida ilegítima, poderá sofrer retaliações por parte dos mercados e poderá passar fome. No caso do Equador, não houve retaliações. Existe possibilidade de retaliação no caso da Grécia?

«Temos de ser claros. Eu disse que não houve retaliação, mas convém lembrar que o Equador não teve de ir mais aos mercados para financiar as suas políticas. Portanto, não houve retaliação, mas é claro que se deixar de pagar a dívida aos bancos privados, levará alguns anos até que os bancos aceitem financiar outra vez.

A questão é que a Grécia, nas actuais condições, deveria encontrar métodos alternativos para financiar as suas políticas e o seu desenvolvimento. A Grécia deve conciliar a suspensão dos pagamentos da dívida com a análise da dívida e reformar a sua política fiscal. Deve desenvolver uma política fiscal que funcione respeitando o princípio da igualdade. Eu deveria mencionar, por exemplo, que, na Grécia, a Igreja bem como o sector da defesa e o sector dos transportes marítimos estão isentos de impostos. As várias instituições e sectores do país devem contribuir para os impostos.
Tem de se elaborar um orçamento com base não só no dinheiro que vem do exterior, mas também com base no dinheiro gerado dentro do país. E, claro, eu não estou a dizer que se deve subir o IVA, sobrecarregando os pobres. Estou apenas a dizer que os sectores que não contribuem para o orçamento devem contribuir».
Entretanto, o povo grego será capaz de sobreviver?
A resposta deixou-me sem palavras:
«Se deixar de pagar, terá dinheiro! Se não utilizar o dinheiro para pagar aos bancos, poderá usar esse dinheiro para pagar salários, aumentar as pensões, pagar aos funcionários públicos, criar empregos, estimular a economia.
Foi exactamente o que a Argentina fez depois de deixar de pagar a dívida em 2001. Desde 2001, deixaram de solicitar financiamentos aos bancos privados e mercados. E a Argentina está a evoluir muito bem. O que a Argentina e o Equador fizeram foi aplicar impostos mais elevados aos grandes grupos. Insisto: isso não significa que a Grécia deve exigir à maioria das pessoas, aos pobres, para pagarem mais impostos. Eu defendo que os grandes grupos privados deveriam contribuir mais».

É sintomático que, sendo o Equador exportador de petróleo, recebesse apenas pequenas receitas provenientes das exportações, já que as multinacionais petrolíferas ficavam com a maior parte dos lucros. A situação mudou quando, em Julho de 2010, devido a uma lei aprovada pelo governo de Correa, a participação do Estado, nas exportações de petróleo, passou de 13% para 87% das receitas de crude. Sete das dezasseis empresas petrolíferas fugiram do país e foram substituídas por empresas estatais. As restantes ficaram. O aumento das receitas petrolíferas do Estado foi de 870 milhões de dólares em 2010.
Além disso, os impostos directos, aplicados principalmente às empresas, passaram de 35% em 2006 para mais de 40% em 2011. O projecto exigiu uma forte vontade política para confrontar interesses instalados. Também foi preciso enfrentar a elite nacional. O assunto conduz-me à questão seguinte:

Nós também teríamos de analisar as contas bancárias das pessoas que movimentaram a dívida? Fizeram o mesmo no Equador?
«Se queremos descobrir os casos de suborno, etc, é evidente que a lei deve prever o procedimento e o Ministério das Finanças deve chamar as pessoas indicadas para responderem a perguntas concretas sobre a sua riqueza, como é que enriqueceram, de onde veio o dinheiro que receberam e a fortuna que acumularam. Uma Comissão de Auditoria deve contar com a ajuda daqueles que controlam as finanças e do Ministério da Justiça».
Falou de subornos. Então, está convencido que há subornos?
«Em alguns casos, sim. Isso pode não ser o problema principal, mas é claro que havia contratos financiados por empréstimos, contratos para comprar equipamento da Siemens, etc. O Ministério da Justiça grego mostrou já que, no caso da Siemens HELLAS, havia uma quantidade enorme de subornos a políticos para se conseguir aprovar o contrato com a Siemens. Portanto, não é segredo. É bem conhecido».

No Equador, também descobriram subornos oferecidos por multinacionais e bancos. Poderia dar alguns exemplos, para além da Siemens?
«Houve pessoas no governo, nos anos noventa e até 2000, que receberam dinheiro para assinarem contratos com os bancos, para aceitarem condições favoráveis ​​aos banqueiros».
Quer dizer que os subornos foram oferecidos para que os funcionários aceitassem condições favoráveis às empresas e não aos cidadãos do país?
«Exactamente».
Lembra-se de algum caso?
«O Citigroup, mas a JP Morgan também estava envolvida. A JP Morgan é agora bem conhecida porque perdeu 2 mil milhões de dólares, há dez dias, em CDS.
E houve ainda a participação de advogados, em Nova York, que se especializaram no aconselhamento de bancos e governos e que receberam os seus honorários sob a forma de corrupção».

É claro que Correa significa - pelo menos até certo ponto – a "Revolução Cidadã", que prometeu quando chegou ao poder. O Presidente do Equador “meteu um golo na própria baliza” ocidental: apesar de ter sido educado nas universidades europeias e americanas - algumas delas consideradas fortalezas da Escola de Chicago -, quando chegou ao poder, pôs em prática o oposto daquilo que tinha aprendido. No entanto, hoje, é criticado pela própria esquerda que o acusa de não ter percorrido o caminho todo.
"Tem recebido notícias actualizadas do Presidente Correa sobre a abolição da dívida ilegítima?" Perguntei a Eric Tousssaint.
No caso do Equador, houve 100% de sucesso. Eu encontrei o presidente do Equador em Janeiro de 2011, dois anos após o trabalho da Comissão de Auditoria. Disse-me que foi um sucesso de 100% porque não havia retaliações contra o Equador. E que estava a pensar suspender outras partes do pagamento da dívida externa. Vamos ver o que faz. »

Há críticos que dizem que o Equador não percorreu o caminho todo, que não continuou com a auditoria à dívida tendo em conta os resultados mais recentes da Comissão...
«No momento em que estavam isolados, é natural. Mas eles poderiam ter feito mais e eles sabem disso. Por essa razão, estão ainda a pensar noutras partes do pagamento da dívida».
No entanto, o Equador pede, entretanto, emprestado à China a taxas de juros elevadas.
«Existem acordos entre o Equador e a China, para exploração de gasolina e de petróleo, e foi pedido emprestado algum dinheiro a empresas chinesas".
Eric Toussaint diz que não é representante da Presidência do Equador e que aprova simplesmente as iniciativas políticas positivas e critica as negativas.

A China tem sido o principal credor do Equador, após o incumprimento em 2008. O Estado aprovou um empréstimo de dois mil milhões de dólares, em 2011, ao“China Development Bank”. No entanto, as condições do empréstimo não parecem ter reduzido os gastos sociais: o Equador tem a percentagem mais elevada - em relação ao PIB – de despesas sociais (10%) de toda a América Latina e Caraíbas.

Em que condições a Grécia pode seguir o exemplo do Equador?
«Há dois cenários.
Se, após as eleições, um governo conservador adoptar a política da Troika, é impossível imaginar um governo desses a apoiar uma auditoria honesta. Esse é o primeiro cenário.
O outro cenário é se das próximas eleições resultar um governo (...)que denuncie o acordo com a Troika, deveria, de seguida, dar início a uma auditoria à dívida. Então, sim, nesse caso, será muito positivo. Esse governo saberá como revelar o que realmente aconteceu com a dívida grega. No primeiro cenário, com um governo que respeite o acordo da Troika, deve ser realizada uma Auditoria Cidadã totalmente independente do governo.
Gostaria de expressar publicamente que, em ambos os casos, se as pessoas quiserem levar a cabo uma verdadeira auditoria cidadã à dívida, nós apoiaremos essa escolha. Será possível no primeiro cenário. No segundo cenário, com um governo progressista que suspenda o acordo da Troika e que queira auditar a dívida, apoiaremos essa iniciativa com entusiasmo».

Suponha que a Grécia cancela uma parte da dívida ilegítima. Essa situação poderia desencadear uma "revolução" europeia contra a dívida?
«Se a Grécia fizer isso, haverá muita gente em Portugal e em Espanha, e espero que na Irlanda e na Itália, que apoiará essa decisão. E ela será também apoiada em países como a França, a Alemanha, a Bélgica, o Reino Unido. Nós estamos activos nesses países e temos uma campanha de solidariedade com a Grécia. A nossa campanha tem um apoio significativo. Eu não diria, de facto, não seria realista dizer, que as pessoas, em todos esses países, já entenderam o que está realmente a acontecer. Mas há uma parcela significativa da opinião pública que percebe que as condições impostas à população grega são totalmente inaceitáveis e há muitas outras pessoas, de vários países europeus, que esperam ver o povo grego emergir como um exemplo de país que recuperou a sua soberania, inspirando, assim, o surgimento de uma força alternativa na Europa».

Com esta visão de uma outra Europa democrática podemos concluir a nossa conversa com Eric Toussaint. As suas últimas frases ficaram a ecoar durante muito tempo na minha mente: a Grécia poderia liderar o caminho de saída da Europa da "longa noite neoliberal".
"Farei uma oferta que não pode recusar" foi a frase memorável do "Padrinho" Marlon Brando no conhecido filme. De um modo semelhante, a Grécia parece estar a ser chantageada a respeitar o protocolo. Mas a chave para entender a postura da elite internacional em relação ao país encontra-se nas palavras do juiz para com os membros da máfia no mesmo filme: "A maçã podre pode estragar o barril" …

... De acordo com o exemplo “da maçã podre” (que Noam Chomsky usa com frequência), a razão pela qual os EUA queriam punir Cuba não era porque Fidel Castro representasse uma ameaça real. O maior medo era que a "maçã podre" - o líder cubano - inspirasse outras pessoas e criasse um efeito dominó que apodrecesse o barril todo. De facto, quando a América Latina calvagou a "onda de líderes vermelhos" que rompeu com o "Consenso de Washington", Washington experimentou o seu maior pesadelo.
No caso da Grécia, se as "cobaias ocuparem o laboratório" - como diz Costas Douzinas -, se a Grécia esvaziar a política da Troika e provar que as democracias não têm becos sem saída, nem soluções únicas, a Europa rumará em direcção à democracia . Nesse caso, é óbvio, as "maçãs" não vão apodrecer. Vão amadurecer..."
ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2013/03/toda-divida-contraida-atraves-do.html#ixzz2oc9B68Xq

Dívida portuguesa pode ser a segunda maior da UE

























A Irlanda teve em 2011 um crescimento do PIB de 2.2 % e em 2012, 0.2 % . Portugal em 2011 um crescimento do PIB de - 1.3 % e em 2012 , -3.2 %
A Irlanda tinha do 3º Quadrimestre de 2013 um rácio de Divida Publica de 124.8 % . Portugal tinha 128.7 %.
A Irlanda teve deficits orçamentais em 2011 - 13.1 % e em 2012 , - 8.2 % . Portugal teve - 4.3 % em 2011 e 6.4 % em 2012.

Em resumo a Irlanda cresceu ....... Portugal destruiu riqueza. 
A Irlanda não se preocupou tanto com o deficit orçamental que foi muito superior ao de Portugal o que significa que amenizou os sacrifícios ...... Portugal foi além da Troika. 
A Dívida Publica Irlandesa era de 91.3 em 2010 e é de 124.8 % em 2013 ......... Portugal tinha uma Divida Publica de 93% do PIB em 2010 e agora é de 128.7 % em 2013.

Tirem as conclusões das diferenças ........

Com este panorama , a Irlanda sai do Programa de Ajustamento , recusa um Programa Cautelar e obtêm taxas de juro nos mercados ( e elevada procura ) nas recentes emissões de 3.2% .
Portugal ainda dentro do Programa de Ajustamento ou seja com garantia adicional fornecida pela Troika aos mercados e tem taxas no mercado de 5.112 %. Por: Ahaefe Atsoke / Facebook


O que está acontecer com Portugal, deve-se aos ordinários… conselhos que foram dados, por António Borges no FMI, Carlos Moedas na Comissão Europeia e FMI e a Victor Gaspar no BCE, ainda muito antes de Portugal ter pedido o resgate à troika. Estes 3 senhores são os principais responsáveis pelos desastrosos resultados e pela atual situação que o nosso país se encontra. Sempre defenderam despedimentos em massa, baixa de salários e excesso de austeridade, estes mesmos senhores todos eles com grandes mordomias e pagos principescamente, foram autênticos traidores da pátria. Portugal e os portugueses sofrem as consequências de erros premeditados de indivíduos que deviam ser julgados em tribunal militar. Em Noticias Ao Minuto/Rui Ribeiro




Outros Relacionados:
Recessão Austeridade não vai Salvar Portugal         O Dinheiro como Dívida Parte 1 de 5    


Entrevista a João Cravinho


O socialista João Cravinho foi deputado, eurodeputado, ministro da Indústria, ministro do Planeamento e do Equipamento, e administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento.

João Cravinho considera que Portugal nunca terá um segundo resgate, porque isso significaria assumir o falhanço do primeiro. “Quando esta gente se afadiga se chegamos ao cautelar ou não, eles já sabem que esse problema está resolvido”, argumenta.

Nesta entrevista conduzida pela jornalista Maria Flor Pedroso, João Cravinho afirma que Portugal não terá condições nos próximos dez anos para se livrar da influência alemã.

Pensaram sempre em atacar salários, pensões, reformas, rendimentos individuais e das famílias, serviços públicos para os mais necessitados e nunca em rendas estatais, contratos leoninos, interesses da banca, abusos a cartéis das grandes empresas. Pode-se dizer que fizeram uma escolha entre duas opções, mas a verdade é que nunca houve opção: vieram para fazer o que fizeram, vieram para fazer o que estão a fazer. "Isto já não é um Governo, é um amontoado de gente tratando da sua vidinha-Pacheco Pereira

Dívida de países que aplicaram a austeridade foi a que mais cresceu
“Bons alunos” e “maus alunos”, todos os países que seguiram os “diktats” do governo alemão e da troika e aplicaram políticas de austeridade supostamente para reduzir a dívida, obtiveram o resultado oposto: Irlanda, Itália, Espanha, Grécia e Portugal.

Evolução Recente da Dívida Pública Portuguesa (Estatística do IGCP)

31-12-2012: 194.466 milhões de euros
31-10-2013: 204.062 milhões de euros
30 -11-2013: 209.803 milhões de euros

Apesar de roubarem nas pensões e salários e nos tratamentos de doentes, a dívida pública subiu num só mês quase cinco mil milhões de euros. Feito Notável!!!

Em 2010, o PIB português era de 172,8 mil milhões de euros !!!
Em 2013, deverá rondar os 164 mil milhões de euros !!!
Ou seja, a austeridade anulou-nos mais de 8 mil milhões de euros de riqueza produzida em Portugal!!!

Em 2010, a taxa de desemprego portuguesa foi de 10,8 !!!
Em 2013, a taxa de desemprego portuguesa deverá ficar pelos 15,8, um aumento de quase 50% !!!
Quatro anos de austeridade criaram mais 300 mil desempregados do que havia antes!!!

Em 2010, a dívida pública portuguesa rondava os 160 mil milhões de euros, já incluindo aqui muita coisa que na altura não estava contabilizado !!!
Em 2013, quatro anos depois, a dívida pública portuguesa está em cerca de 209 mil milhões de euros, 
um aumento de quase 50 mil milhões de euros !!!
É este o resultado de quatro anos de austeridade, Portugal tem mais 50 mil milhões de dívida do que tinha! Por: 
Dieter Dellinger/Facebook



Dívida total de Portugal cresceu 84,3 mil milhões de euros desde 2009

O endividamento total na economia portuguesa, excluindo bancos, não parou de crescer desde o final de 2009. Em quatro anos, agravou-se em 12,8%.

Comparando o total de dívida em Portugal (excluindo o sector financeiro que, em grande parte, também é credor) que existia no final de 2009 com o contabilizado em novembro, a partir dos últimos dados disponibilizados na semana passada pelo Banco de Portugal (BdP), verifica-se que, na realidade, a dívida até engordou 84,3 mil milhões de euros.
Em dezembro de 2009, eram 658,9 mil milhões de euros e agora são 743,3 mil milhões de euros. Em termos de peso no PIB, trata-se de um salto de 391% para 449,5% neste período de quatro anos. Por: João Silvestre / Expresso.


Até tu, Horta Osório? (2)

Alguns leitores escreveram-me a pedir que transcrevesse na íntegra a resposta que António Horta e Costa deu sobre a dívida pública na entrevista à Revista do Expresso (reproduzida parcialmente aqui). Eis então a pergunta e a resposta:
    - Portugal vai conseguir pagar a dívida?
    - O importante não é pagar a dívida, mas que a dívida se mantenha dentro de rácios razoáveis em relação à riqueza criada. Enquanto os privados devem pagar as dívidas ao longo do seu ciclo de vida, as empresas e os Estados, que não têm um ciclo de vida, não precisam de o fazer. Têm é de pagar o serviço de dívida.

"NÃO NOS PRAXEM, POR FAVOR"Francisco Seixas da Costa *, 'Praxe', hoje no Diário Económico: http://economico.sapo.pt/noticias/praxe_186386.html

É da praxe não falar na reestruturação da dívida, um eufemismo que se utiliza para referir o seu não pagamento parcial. Assumir que parte da dívida dos Estados nunca será paga afecta o mito de que ela é comparável ao endividamento dos particulares.

Há uns tempos, um antigo político (http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/joseacute_soacutecrates_quotpagar_a_diacutevida_eacute_ideia_de_crianccedilaquot.html) explicou que a generalidade dos Estados tem uma dívida recorrente, que procura "reciclar" através de novos empréstimos, a custos tão baixos quanto possível. Caiu-lhe logo "o Carmo e a Trindade" em cima, sendo "irresponsável" o mais doce qualificativo com que foi mimoseado. Há dias, um banqueiro na moda disse precisamente o mesmo. Um respeitoso silêncio dos cemitérios abateu-se sobre as suas declarações. A mesma verdade tem um valor relativo, proporcional às emoções e aos ódios com que é embrulhada.

O estado a que a nossa dívida pública chegou, nos últimos anos, não autoriza nenhuma vestal a ficar escandalizada se se afirmar que uma parte dessa dívida não tem condições objectivas para ser paga. A "reciclagem" que tem vindo a ser feita, nos altos e baixos do mercado, conduziu a que a taxa média dos nossos empréstimos se situe hoje não longe dos 4%.

Nestas condições, é por demais evidente que a cumulação de um processo de substancial amortização da nossa dívida com o respectivo serviço, em taxas próximas das actuais, é implausível, dado o crescimento e a inflação expectáveis. A menos que um perdão parcial venha a ser admitido, associado a uma renegociação de taxas e maturidades, Portugal ficará esmagado por um peso financeiro incomportável. E os primeiros a não beneficiarem dessa situação seriam os nossos credores externos, que não tirariam vantagens de uma economia asfixiada. Eles sabem isso bem. É, contudo, desejável que o assunto só surja à discussão num quadro europeu bastante mais sereno e estável. Mas deixemo-nos de ilusões: cedo ou tarde ele emergirá, dependendo o ‘timing' do modo como os mercados vierem a ler o grau de abertura do BCE para apoiar as economias europeias sujeitas a uma maior pressão.

É a Europa, com as flutuações dos seus humores financeiros, que todas as manhãs dita o destino dos nossos ‘spreads'. Por isso, constitui uma perfeita mistificação, que só frutifica numa opinião pública tão intoxicada como a portuguesa, a ideia que está a ser preparada de que resultará de uma nossa livre opção a escolha entre um programa cautelar ou uma saída "à irlandesa". É evidente que será apenas o modo como o mercado vier entretanto a comportar-se face às nossas necessidades de dívida (ou ao tratamento da mesma no mercado secundário) que ditará a solução a adoptar (como, aliás, aconteceu já no caso irlandês). Estar a criar a ilusão de que a alternativa releva da sabedoria de uma oportuna decisão nacional pode legitimar que se pergunte então a razão pela qual o "regresso aos mercados" não teve lugar na tão propalada data de 23 de Setembro de 2013(¹). Não nos praxem, por favor!

* Diplomata
________
(¹) Passos Coelho, em 11 de Março de 2012: “Já dissemos que vamos voltar aos mercados de dívida em Setembro de 2013 e é o que vai acontecer. Nessa altura, deixaremos de precisar de financiamento externo para a economia”:http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=2354724

Vítor Gaspar (ver vídeo: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=537213&layout=122&tm=9&visual=61), em 19 de Março de 2012: “A data crucial para o regresso aos mercados é 23 de Setembro de 2013 e certamente que esperamos ter crescimento positivo antes disso.”


Incumprimentos da Dívida, só na Europa: 

Alemanha (1932, 1939, 1948)
    Hesse (1814)
    Prussia (1807, 1813)
    Schleswig-Holstein (1850)
    Westphalia (1812)
Áustria-Hungria (1796, 1802, 1805, 1811, 1816, 1868)
Áustria (1938, 1940, 1945)
Bulgária (1932, 1990)
Croácia (1993–1996)
Dinamarca (1813)
Espanha (1557, 1560, 1575, 1596, 1809, 1820, 1831, 1834, 1851, 1867, 1872, 1882, 1936-1939)
França (1812)
Grécia (1826-1842, 1843-1859, 1860-1878, 1894-1897, 1932-1964, 2010)
Hungria (1932, 1941)
Países Baixos (1814)
Polónia (1936, 1940, 1981)
Portugal (1828, 1837, 1841, 1845, 1852, 1890)
Reino Unido (1822, 1834, 1888–89, 1932)
Roménia (1933)
Rússia (1839, 1885, 1918, 1947,1957, 1991, 1998)
Suécia (1812)

Plano Marshall: em 1960, SÓ TINHAM SIDO REEMBOLSADOS cerca de 20% do total de 13.325,8 MILHÕES DE DÓLARES DA ÉPOCA emprestados em 1948, e os 80% RESTANTES FORAM CONSIDERADOS DÁDIVA DO POVO AMERICANO!!!

França: o Franco desvalorizou 60% (!!!) em 26 Dezembro 1945 por causa do acordo de Bretton Woods, em 1948 desvalorizou mais 44,4%, em 1949 mais 22,27%, e em 1958, De Gaule desvaloriza mais 17,5% e cria o "Nouveau Franc". 
Por: Olisipone