quinta-feira, 23 de junho de 2016

Reino Unido (RU) e a União Europeia (EU)



Qual a surpresa? Blair e Bush, Aznar e Barroso fizeram a sementeira. Por: MFP.

O título original deste interessantíssimo artigo, publicado no site do seu autor - John Pilger, um jornalista independente - é Terror in Britain: What did the Prime…
JORNALTORNADO.PT


Talvez porque saiba a resposta a algumas das perguntas que o governo russo colocou às autoridades do Reino Unido e que aguardam resposta. Eis as perguntas:
AVENTAR.EU


Reino Unido (RU) e a União Europeia (EU) Eurexit e Brexit


O Reino Unido, cada vez mais separado, sempre foi um caso exótico. Soube apressar o futuro e conservar o anacronismo, da monarquia à circulação pela esquerda, do horror ao sistema decimal à aversão pela partilha da soberania, paradoxo de quem está sempre na vanguarda da defesa da liberdade e é capaz de arriscar a própria desintegração.

Foi o primeiro império a ceder aos movimentos independentistas, o mais tenaz a opor-se ao nazismo e o mais persistente na democracia. Desde os tempos de João Sem-Terra e da Magna Carta, que no dealbar do século XIII pôs termo ao absolutismo, foi a ilha que moldou a Europa, sem nunca se integrar, permanecendo santuário das liberdades.

O RU irrita-nos e exalta-nos. A saída da União Europeia é má para si e pior para esta. E, ainda pior do que a saída, é o espírito vingativo de pigmeus como Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo e inventor do mestrado para benefício do currículo académico, e Wolfgang Schäuble, incapaz de ver para lá do seu credo monetarista.

O secularismo é uma palavra nascida na filosofia inglesa e foi a Inglaterra a inspiradora da separação de poderes teorizada por Montesquieu. O Iluminismo, o melhor legado da nossa civilização, viajou nos dois sentidos do Canal da Mancha.
A saída da segunda economia e da primeira potência militar, deixa a Europa entregue a figuras junto das quais até Passos Coelho parecia um estadista e Cavaco um homem de cultura. Após a saída do RU, o mais numeroso exército da Europa e o mais poderoso, é o da Turquia, …na Ásia (!), controlado por um Irmão Muçulmano.

Enquanto essa figura grotesca do presidente do Eurogrupo e o indesejável ministro das Finanças alemão segregam bílis contra o RU, esperemos que Portugal, Espanha, Grécia e Itália ajudem a senhora Merkel a manter-se como estadista e a impedir retaliações que transformem o Canal da Mancha de abertura em obstáculo e os países do Sul de aliados em inimigos, abandonando os seus emigrantes no RU, muitos deles portugueses.

Mesmo no espaço anglo-americano, o Reino Unido sobrevive mal sem a UE, mas esta não sobreviverá contra o RU que, antes do referendo, já está fora, ausente da moeda única e do espaço Schengen.

O espírito de Dunquerque, em 1940, parece ter renascido do outro lado da Mancha, para tornar inexorável o Brexit e inevitável a desintegração europeia. Por: Carlos Esperança.



É absurda a ideia de que com a saída do Reino Unido da União Europeia não haverá imediatamente um acordo de livre comércio como os que a UE tem com vários países.
O Reino Unido importa mais de 600 mil milhões de euros de mercadorias e é a
sétima maior economia do Mundo com um PIB de 2,847 triliões de dólares e 63 milhões de habitantes.
O RU importa da Alemanha quase 90 mil milhões de euros em mercadorias diversas, pelo que o Schaeuble pode dizer o que quiser, mas terá de se curvar à vontade democrática dos britânicos e aos interesses da economia alemã.
Claro que há mais gente que quer referendos sobre a permanência dos seus países na União, pois esta pôs-se a jeito como disse hoje a Manuela Ferreira Leite e eu diria que a Merkel e o Schaeuble é que se puseram a jeito e têm de reformar a União de alto a baixo, principalmente a zona euro, pois até o Partido das Cinco Estrelas do ex-comediante Pepe Grilo italiano ganhou agora as eleições em várias municipalidades, incluindo Roma onde colocou uma jovem senhora de 37 anos como presidente e defende um referendo e a saída da Itália da União onde diz que não está a fazer nada porque só os alemães mandam..
Em França, já não é só a Marine Le Pen que defende um referendo, mas também muita gente de outras forças políticas tal como em Espanha.
A Europa desfaz-se graças à absurda teimosia de Schaeuble e companhia que querem uma crise sádica e eterna para uma parte da Europa, julgando que vão ficar incólumes sem nada pagarem.
A austeridade e as economias têm de ser governadas e governar não é vender tudo a estrangeiros.
MFL criticou que uns burocratas de Bruxelas mandem em governos eleitos e eu diria sem um esforço para resolver os problemas de todos, mas com desejos de vingança política contra as esquerdas. Por: Dieter Dellinger.


ÚLTIMA HORA: BYE BYE INGLATERRA
O Reino Unido votou maioritariamente pela saída da UE (51,9 por cento a favor do Brexit), desmentindo uma vez mais as sondagens que sugeriam um resultado inverso. A continuação do RU na UE apenas ganhou na Escócia e na Irlanda do Norte, o que terá como provável efeito a sua independência e o fim do Reino Unido tal como o conhecemos. Começou assim o processo de desmantelamento político do projecto europeu. Em França, uma exultante líder da extrema-direita, Marine Le Pen, já veio exigir um referendo do mesmo tipo do Inglês. E na Suécia, Holanda, Polónia e Finlândia há muitos que desejam o mesmo. Como vêem, os contabilistas da estirpe dos Schäuble, Dijsselbloem, Passos e Maria Luís conseguiram destruir em apenas uma década todo o esforço político de 50 anos de integração. Bem podem limpar as mãos à parede. Por: Antonio Ribeiro.




No painel do Expresso da Meia Noite, nenhuma das sumidades falantes tinha conhecimento de um só número. Nem o economista Louçã, nem o advogado Vitorino ou os jurista Bagão e Santana.
Parece que o Bagão disse que a saída do RU da UE não devia trazer benefícios ao RU, mas o homem esquece que o RU importa mais de 600 mil milhões de euros em mercadorias da Europa e outros países e só da Alemanha importa 89 mil milhões. Sem tratado de livre comércio seria a União Europeia a perder muito mais.
Mesmo Portugal exporta 3,5 mil milhões e importa 1,7 mil milhões. A saída vai ser negociada aos moldes que o RU vai querer. Por: Dieter Dellinger.


O Viriato Soromenho Marques disse na RTP que a desagregação da Europa começou em 2009 quando não quis ajudar a resolver a crise financeira grega e chamou o FMI.

Eu acrescento que fez o mesmo com Portugal e o FMI veio aqui como se viesse ajudar o Zimbabwe e a Europa fosse apenas a União dos Estados Africanos. Digo isto não por considerar os africanos inferiores aos europeus, mas muitíssimo mais pobres e desprovidos de recursos industriais e outros.

Schaeuble e Merkel não deixaram o BCE emitir moeda e acabam agora por dar razão ao Nobel da economia Paul Krugmann que afirmou logo no início que em pouco mais de dez anos, ou desparece o Euro ou a União Europeia.

Krugmann como Stieglitz, também Nobel, referiam-se a uma moeda, cujo banco central não emite para promover o emprego e o crescimento económico, mantendo-se a Europa nos últimos sete anos num estado de recessão larvar com mais de 30 milhões de desempregados.  Por: Dieter Dellinger.




A saída do Reino Unido pode ser muito positiva para a União Europeia, que, já se viu, se não muda “a bem” só pode mudar “a mal”.
PUBLICO.PT


O Brexit já está a criar uma crise de emprego no Reino Unido e a precipitar uma fuga de cérebros. Mais de um milhão de trabalhadores estrangeiros, prepara-se…
JORNALECONOMICO.SAPO.PT


A EUROPA DAS SANÇÕES CONTRA OS FRACOS NÃO TEM FUTURO
por Carlos Fino
Comandada hoje por um homem - Juncker - que fez todos os favores fiscais às multinacionais com sede no Luxemburgo e teve outro à sua frente - Barroso - que agora vai para o pior que existe na finança mundial, revelando assim ao serviço de quem se encontra, esta Europa que isenta sempre os mais fortes, não hesita em punir os mais fracos.

A França, quando descumpre, não é punida. A Alemanha, idem. Mas Grécia, Portugal, Espanha... podem ser castigados. Ainda por cima por um órgão - o Ecofin - que nem sequer tem existência legal consagrada nos Tratados e cujas figuras não eleitas se tornaram odiosas desde a chantagem exercida sobre Atenas.

Com a agravante suplementar de haver implícito no processo de sanções aberto hoje e no nosso caso, uma clara nota de intolerância política.

Enquanto o governo português anterior, que aplicava à risca as receitas da troika (e queria mesmo ir além dela!), não foi sancionado, apesar de ter falhado todos os objectivos, Bruxelas pressiona agora Portugal pelo facto do novo executivo tentar aplicar um mix de medidas que sai um pouco fora da ortodoxia, não lhe conferindo qualquer benefício da dúvida.

Ou seja - tolerância máxima para os amigos do Partido Popular Europeu - onde se abrigam os fundamentalistas da direita dominante - e máximo rigor para os que ousam afastar-se, o mínimo que seja, do caminho austeritário traçado. Para a direita, tudo. Para a esquerda, nada. Ou melhor, para a esquerda - sanções!

"Sanções é tudo o que não precisamos; pensamos que ninguém deve ser punido" - dizia há dias o secretário-geral da OCDE, Angél Gurria, advertindo para os riscos de agravamento da situação económica.

Mas isso que importa para os burocratas de Bruxelas ao serviço de Berlim? O que importa, para eles, é dar um sinal de domínio, mesmo sabendo que dessa forma estão a atiçar os lobos da especulação financeira, sempre prontos a saltar sobre as suas vítimas ao mínimo sinal de sangue.

Mesmo que através de manobras de bastidores as sanções acabem por ser reduzidas a zero, a simples abertura do processo já é uma vergonha inadmissível que ofende o nosso mais elementar sentido de dignidade nacional!

A Europa devia ser solidária, promover a igualdade e a convergência, mas está afinal ao serviço dos poderosos contra os mais fracos.

Ao agir assim, trai-se a si própria - trai os ideais que inspiraram os seus fundadores e alimentaram durante décadas a esperança de um futuro de paz, desenvolvimento e unidade em todo o continente.

Esta Europa que a si mesma se trai não tem moral nem dignidade e por isso não tem futuro. Por: Carlos Fino




O Martim Schulz quer que o pedido de saída do Reino Unido seja entregue até à próxima terça-feira. o homem ficou todo aparvalhado e não sabe o seguinte:

1) O Referendo por si não era vinculativo
2) Carece de aprovação de uma maioria parlamentar
3) O pedido de saída só pode ser apresentado quando os britânicos quiserem que é dizer quando tiverem pensado e discutido entre eles o modo operativo da saída.
4) Nesse âmbito, os britânicos podem apresentar propostas diversas para discussão como um tratado de livre comércio, pois sendo grandes importadores de produtos alemães e europeus em geral, os países da União Europeia têm o direito de discutir isso e nunca será o presidente do PE a determinar seja o que for. Compete aos técnicos elaborarem propostas e responderem às que lhes são apresentadas.
5) Cameron disse que deixava ao seu sucessor as negociações para a a saída e só iria sair em Outubro. Até lá, o senhor Schulz que vá para férias e estude os problemas económicos da Europa.



O antigo PM extrai quatro lições do referendo britânico, defende que que o ressentimento é a pior das repostas ao voto de 17 milhões de eleitores, e propõe uma "urgente reforma democrática da União".
WWW.TSF.PT|DE GLOBAL MEDIA GROUP



Paul Thibaud, Michel Onfray, Éric Conan, Paul Jorion, Claude Revel, Jacques Sapir, Éric Delbecque e outros intelectuais franceses [1] manifestam-se pela…
WWW.JORNALTORNADO.PT

A cena repete-se ! Em vez do ‪#‎Brexit‬ a UE precisava era do ‪#‎Merkelexit‬ ,‪#‎Schaubleexit‬ ‪#‎Germanyexit‬ !


Praticamente o único país que tem beneficiado com o euro tem sido a Alemanha, assegura o economista e professor americano, Prémio Nobel, Joseph Stiglitz.
PORTUGALGLORIOSO.BLOGSPOT.COM



Martim Silva
POR MARTIM SILVA
Diretor-Executivo
24 de Junho de 2016
Brexit ganhou (ou o momento mais marcante na Europa desde a queda do Muro)
Bom dia,
Hoje é daqueles dias em que sabemos que acordámos e o mundo mudou. Ainda não sabemos quanto mudou, mas que mudou, mudou...

01.30 da manhã. Vou-me deitar e tudo aponta ainda para a vitória do Remain. As primeiras sondagens indicam uma vantagem que pode ser de 52-48 para a manutenção do país na União Europeia. As primeiras reacções vão todas nesse sentido e até o líder do UKIP, Nigel Farage, admite que o “Brexit” ia perder. O abalo tinha sido grande mas parecia que ia passar sem mossas maiores.

05.30 da manhã. Toca o despertador. As notícias no telemóvel não enganam: a reviravolta estava aí e o Reino Unido ia mesmo sair da União Europeia. O mesmo Farage já clamava ao mundo que 23 de junho ia ficar para a história como o “independence day”.

Pelas 06.15 começo a escrever este artigo. A borboleta tinha batido as asas. Só que neste caso trata-se de uma borboleta de 58 milhões de pessoas e que é tão só a quinta maior economia mundial (e a segunda da União Europeia, só suplantada pela Alemanha.

O Pedro Cordeiro, enviado do Expresso ao referendo, escreveu já esta manhã sobre o resultado do referendo. “A Europa não volta a ser o que era”, diz ele. Na consulta, o resultado oficial foi de 51,9% para o Brexit (17 410 742 votos) e 48,1% para a manutenção (16 141 241). 1,3 milhões de votos e o mundo mudou…

Que não haja engano. Podemos estar a assistir à mais extraordinária sucessão de eventos na Europa desde a queda do Muro de Berlim, em 1989.
As consequências, embora muitas delas imprevisíveis, são potencialmente devastadoras. E que ninguém pense que o Brexit é algo lá longe e que não nos afecta.

A primeira consequência é política e interna dentro do próprio Reino Unido. Cameron não se vai aguentar no poder (ele que iniciou todo o processo, prometendo uma consulta popular que estava convencido que jamais aconteceria). Às 08.18 o primeiro-ministro do Reino Unido falou, à porta do 10 de Downing Street. “O país precisa de uma nova liderança”, disse.

No referendo, Escócia e Irlanda do Norte votaram maioritariamente pela manutenção do país na União Europeia e poderá a prazo estar em causa a sua própria continuidade dentro do Reino Unido.
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, declarava já hojepelas 05.50 da manhã que a Escócia votou de forma clara pela manutenção na União Europeia. Recorde-se que um referendo na Escócia em 2014 teve como resultado a reafirmação da manutenção escocesa no Reino Unido, mas o assunto volta agora a tornar-se premente.

Finalmente, o que se pode passar na Europa? Ninguém sabe mas dificilmente as coisas ficarão na mesma. Nunca um país tinha abandonado o clube europeu. Numa das primeiras reacções, já vimos o líder nacionalista holandês (Geert Wilders) afirmar que deseja um referendo no seu país, precisamente com o mesmo conteúdo do que ontem aconteceu no Reino Unido.
E o Washington Post fala já num conjunto de países, que incluem França, Holanda, Dinamarca, Suécia e Hungria, que podem estar, de uma forma ou de outra, na lista para poderem ser os próximos a deixar a União.

Um dos primeiros e mais impactantes efeitos do resultado da consulta é económico e nos mercados. E deve ser daqueles que mais vamos ouvir falar nas próximas horas e nos próximos dias. Para já, os valores da libra estão em queda e atingiram mínimos de 31 anos. A queda da moeda começou por volta da meia noite, quando os resultados começaram a ser anunciados… E já há efeitos nas bolsas, com Tóquio a abrir em derrocada.

Como aconteceu o que aconteceu?
A ida às urnas foi mais alta nas regiões que mais votaram no Brexit, especialmente no norte e leste de Inglaterra. Em Londres, na Escócia e na Irlanda do Norte votou-se claramente a favor da manutenção na União Europeia, mas aí a abstenção foi mais elevada que no resto do país. E o tema “imigração” acabou por ser provavelmente um dos mais fortes nos pratos da balança a pesar a favor da saída.

Se ainda quiser ir revisitar tudo o que se passou ao longo desta incrível noite, deixo-lhe aqui os links dos especiais do Expresso, doGuardian e ainda do Financial Times.
E neste artigo da Sky pode relembrar tudo o que se passou nos últimos três anos (desde que a 23 de Janeiro de 2013 Cameron se lembrou de falar na ideia de um referendo) e que culminou nos acontecimentos desta noite.

O Financial Times chama ao Brexit o “divórcio mais complicado do mundo” e neste artigo explica os próximos passos que levarão à saída da União do país. Só para ter uma ideia, estima-se que as negociações para a saída do país podem levar algo como entre dois a… dez anos. Postado Expresso curto.