sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ana Aeroporto em Alcochete e TGV

             


ANA, grávida da nova Lisboa

Ah, sim, o discurso de Cavaco. Talvez, talvez, depende, "eu avisei". Sempre tarde. Adiante. Falemos de coisas concretas e consumadas: o casamento da ANA, uma historieta que tem tudo para sair muito cara.

Passo a explicar: a ANA geria os aeroportos com lucros fabulosos para o seu pai, Estado, que, entretanto falido, leiloou a filha ao melhor pretendente. Um francês de apelido Vinci, especialista em autoestradas 
e mais recentemente em aeroportos, pediu a nossa ANA em casamento. E o Estado entregou-a pela melhor maquia (três mil milhões de euros), tornando lícita a exploração deste monopólio a partir de uma base fabulosa: 47% de margem de exploração (EBITDA).
O Governo rejubilou com o encaixe... Mas vejamos a coisa mais em pormenor.

O grupo francês Vinci tem 37% da Lusoponte, uma PPP (parceria público-privada) constituída com a Mota-Engil e assente numa especialidade nacional: o monopólio (mais um) das travessias sobre o Tejo. Ora é por aqui que percebo por que consegue a Vinci pagar muito mais do que os concorrentes à ANA. As estimativas indicam que a mudança do aeroporto da Portela para Alcochete venha a gerar um tráfego de 50 mil veículos e camiões diários entre Lisboa e a nova cidade aeroportuária. É fazer as contas, como diria o outro...
Mas isto só será lucro quando houver um novo aeroporto. Sabemos que a construção de Alcochete depende da saturação da Portela. Para o fazer, a Vinci tem a faca e o queijo na mão. Para começar pode, por exemplo, abrir as portas à Ryanair. No dia em que isso acontecer, a low-cost irlandesa deixa de fazer do Porto a principal porta de entrada, gerando um desequilíbrio turístico ainda mais acentuado a favor da capital. A Ryanair não vai manter 37 destinos em direção ao Porto se puder aterrar também em Lisboa.
Portanto, num primeiro momento os franceses podem apostar em baixar as taxas para as low-cost e os incautos aplaudirão. Todavia, a prazo, gerarão a necessidade de um novo aeroporto através do aumento de passageiros. Quando isso acontecer, a Vinci (certamente com os seus amigos da Mota-Engil) monta um apetecível sindicato de construção (a sua especialidade) e financiamento (com bancos parceiros). A obra do século em Portugal. Bingo! O Estado português será certamente chamado a dar avais e a negociar com a União Europeia fundos estruturais para a nova cidade aeroportuária de Alcochete. Bingo! A Portela ficará livre para os interesses imobiliários ligados ao Bloco Central que sempre existiram para o local. Bingo!
Mas isto não fica por aqui porque não se pode mudar um aeroporto para 50 quilómetros de distância da capital sem se levar o comboio até lá. Portanto, é preciso fazer-se uma ponte ferroviária para ligar Alcochete ao centro de Lisboa. E já agora, com tanto trânsito, outra para carros (ou em alternativa uma ponte apenas, rodoferroviária).

Surge portanto e finalmente a prevista ponte Chelas-Barreiro (por onde, já agora, pode passar também o futuro TGV Lisboa-Madrid). Bingo! E, já agora: quem detém o monopólio e know-how das travessias do Tejo? Exatamente, a Lusoponte (Mota-Engil e Vinci). Que concorrerá à nova obra. Mas, mesmo que não ganhe, diz o contrato com o Estado, terá de ser indemnizada pela perda de receitas na Vasco da Gama e 25 de Abril por força da existência de uma nova ponte.

Bingo!

Um destes dias acordaremos, portanto, perante o facto consumado: o imperativo da construção do novo grande aeroporto de Lisboa, em Alcochete, a indispensável terceira travessia sobre o Tejo, e a concentração de fundos europeus e financiamento neste colossal investimento na capital. O resto do país nada tem a ver com isto porque a decisão não é política, é privada, é o mercado... E far-se-á. Sem marcha-atrás porque o contrato agora assinado já o previa e todos gostamos muito de receber três mil milhões pela ANA, certo? O casamento resultará nisto: se correr bem, os franceses e grupos envolvidos ganham. Correndo mal, pagamos nós. Se ainda estivermos em Portugal, claro.
Nota: Desconheço o autor



Será que a Vinci quer mesmo Montijo?
Quem vai fazer o estudo de impacto ambiental é a própria Vinci (ANA) que já fez um que foi chumbado.
Um amigo que é administrador da ANA disse-me que a Vinci está preocupada em ressarcir-se dos 3 mil milhões de euros investidos no monopólio das concessões aeroportuárias em Portugal, até porque tem um "cashflow" muito baixo da ordem dos 200 milhões de euros e está a investir muito no aeroporto Sá Carneiro, cuja capacidade atual é equivalente à que iria ter o aeroporto de Montijo. Além disso, as ações da Vinci SA caíram 15,87% no ano passado.
António Costa disse que se o estudo de impacto ambiental for chumbado não haverá aeroporto complementar em Montijo nem Plano B. Na verdade, o PSD amarrou a Pátria à Vinci por 50 anos, pelo que ninguém de fora pode assumir o compromisso de investir num aeroporto novo.
A meu ver, a Vinci quer apenas alargar o Aeroporto Humberto Delgado para chegar dos atuais 29 milhões de passageiros aos quase 40 milhões com utilização durante a madrugada que é algo que a CML não quer.
A Vinci não quer investir mais de mil milhões de euros em Montijo e o Estado não está para isso.
Contudo, um aeroporto em Montijo aumentará os lucros do grupo Vinci que é proprietário de 40% do monopólio Lusoponte das duas travessias do Tejo, principalmente da Ponte Vasco da Gama que foi construída para mais de 130 mil carros por dia e ronda atualmente metade desse número.
O PSD fez contratos inimagináveis com a Vinci e a Ascendi francesa das autoestradas que detém 41% da Lusoponte. Assim, a Lusoponte só é responsável pelo piso dos tabuleiros e não pelas infraestruturas, mas mete ao bolso todo o valor das portagens. Sérgio Monteiro do PSD até contratualizou com as duas francesas da Lusoponte que o Estado se encarregaria de cobrir qualquer alteração dos impostos a pagar pela Lusoponte como o IRC e IVA.
É curioso como o Anibal deu a construção da Ponte Vasco da Gama a uma empresa inglesa de vão de escada pertença da sua amiga Tatcher e do marido e que foi acusada pelos tablóides de ser um escritório de comissões corruptas a receber, encaixar e pagar aos clientes de material de guerra inglês e de grandes contratos.
Logo que ganhou o concurso, essa empresa fechou as portas depois de passar a construção a um consórcio em que a Vinci Highways SAS detinha a direção da obra e escolha dos construtores especializados e acabou por ser a segunda maior acionista das duas pontes sobre o Tejo.
A Vinci gostaria que o segundo aeroporto fosse feito como a Ponte Vasco da Gama que custou o equivalente a 897 milhões de euros, dos quais 319 milhões vieram do Fundo de Coesão da União Europeia, 299 milhões de um empréstimo do Banco Europeu de Investimentos e 50 milhões deveriam ter origem nas receitas da Ponte 25 de Abril que há muitos anos passou dos 40 milhões por ano sem encargos.
Enfim, a generosidade do Anibal Silva não tinha limites.
Foto: Aeroporto Humberto Delgado como quer a Vinci.






Carlos Paz Isto é o que dá PRIVATIZAR sem regras, sem regulação e só pensando nas COMISSÕES para os amigos! ...http://economico.sapo.pt/.../vinci-preve-aumentar-taxas...
O grupo francês, responsável pela concessão dos...
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La comisaria europea urge a Rajoy y a Costa a completar los tramos transfronterizos Bulc advierte que los fondos europeos se reservarán para proyectos de interés común
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Qi News

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Portugal está impedido de exportar as suas mercadorias de comboio directamente para a Europa, e o porto de Sines, que poderia ser uma porta marítima de acesso directo à rede ferroviária do continente, está isolado do resto da União Europeia.
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A União Europeia favorece cada vez mais a ferrovia como meio para transporte de mercadorias por toda a Europa, sobretudo através da construção de nove…
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Afinal o Sócrates tinha razão.

TGV Teria dado certo.
Mas o que se disse relativamente às iniciativas que tomou, não é exacto. O TGV, por exemplo, foi uma iniciativa arrojada e arriscada. Curiosamente, teria dado certo. A UE suportava parte importante dos custos e o Euro caiu entretanto 30% significando isto que a obra se teria concretizado por uma parcela quase desprezível do seu valor. Dificilmente teria sido concebível melhor negócio. Em alternativa, perderam-se os financiamentos, perderam-se os investimentos iniciais (se bem percebi) e pagaram-se indemnizações vultuosíssimas. Por: Joseph Praetorius.
https://viriatoapedrada.blogspot.pt/2013/02/ana-aeroporto-em-alcochete-e-tgv.html Estupidez Coletiva

"Duas decisões estratégicas fundamentais teriam sido a construção do aeroporto fora da cidade de Lisboa, um hub à altura do tráfego futuro com a Europa, África, Ásia e América do Sul, e a construção de uma rede de alta velocidade ligada à Europa. Estas decisões deveriam ter sido tomadas e executadas antes de Sócrates, mas os interesses em disputa e a ganância dos operadores, respaldados nos habituais escritórios de grandes advogados e numa banca ávida de lucro fácil fez com que nunca os agentes políticos conseguissem chegar a uma decisão. Os agentes políticos são o que são. Privilegiaram o transporte individual e a construção de autoestradas (hoje vazias) e deixaram que os transportes ferroviários e os transportes urbanos se degradassem ou perdessem dinheiro até se tornarem insustentáveis". (Clara Ferreira Alves/Maio 2015).



Franceses da ANA não querem novo aeroporto

by As Minhas Leituras
Os franceses da Vinci/ANA não querem respeitar o contrato firmado com o Estado Português de que se comprometisam a iniciar a construção de um novo aeroporto logo que o número de passageiros de Portela se aproximasse dos 22 milhões. Apesar de se estar nessa situação não querem novo aeroporto e nem sequer aproveitar as pistas […]



Outros:

                     





Mas o que se disse relativamente às iniciativas que tomou, não é exacto. O TGV, por exemplo, foi uma iniciativa arrojada e arriscada. Curiosamente, teria dado certo. A UE suportava parte importante dos custos e o Euro caiu entretanto 30% significando isto que a obra se teria concretizado por uma parcela quase desprezível do seu valor. Dificilmente teria sido concebível melhor negócio. Em alternativa, perderam-se os financiamentos, perderam-se os investimentos iniciais (se bem percebi) e pagaram-se indemnizações vultuosíssimas. Por: Joseph Praetorius.



TGV Lisboa-Madrid afinal avança
A ligação de alta velocidade entre as capitais portuguesa e espanhola vai mesmo avançar, depois de o Governo ter chegado a acordo com Bruxelas sobre o financiamento da obra, que deverá avançar entre 2014 e 2020, avança a TVI.

Em declarações à estação televisiva, Vítor Gaspar disse que «a reformulação do anterior projecto Lisboa-Madrid (...) foi negociada com Bruxelas, tendo merecido a concordância por parte da Comissão Europeia».
Recorde-se que o projecto do Governo de Sócrates que foi chumbado pelo Tribunal de Contas tinha190 milhões de euros de fundos comunitários, comparticipação esta que, segundo o Ministro das Finanças à TVI, deverá ser mais alta. Vítor Gaspar garante que essa comparticipação vai subir: «O Governo (…) conseguiu aumentar de forma significativa as taxas efectivas de comparticipação comunitária para os 85%, face aos atuais 25%».
Como explica a TVI, o adiamento do projecto levou entretanto ao desvio de 375 milhões de euros de fundos para outros sectores.
Sobre o financiamento dentro de Portugal, a Parpública tomou a posição do consórcio Elos, liderado pela Brisa e Soares da Costa, assumindo assim um empréstimo de 600 milhões de euros junto de um sindicato bancário composto pelo Santander, BCP, BES e Caixa Geral de Depósitos.
5 de Fevereiro, 2013 SOL

Quinta-feira, Maio 30, 2013


Sim, vai haver TGV, mas mais caro

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