Marcelo diz que Passos tem de reconhecer que falhou
Marcelo Rebelo de Sousa considera que a revisão em baixa das previsões económicas do Governo foi uma "bomba".
"Mas a solução imposta pela honestidade intelectual é só uma. Devem assumir o erro e mudar de discurso, explicando que precisamos de mais um ano para o défice", acrescentou.
Segundo o comentador político, o Executivo de Passos Coelho tem também que dizer que são precisos mais anos para os cortes de quatro mil milhões de euros, no âmbito da reforma do Estado. Governo tem que fazer segundo discurso Marcelo Rebelo de Sousa criticou ainda o ministro das Finanças, sublinhando que falhou no seu discurso, uma vez que não é possível controlar o défice sem crescer, nem se alcançará a consolidaçao orçamental sem crescimento, sendo necessárias medidas.
"O Governo tem que fazer esse segundo discurso, se não o faz é suicida", disse Marcelo, sublinhando que o "Governo sai fragilíssimo".
"O ministro das Finanças - que prima pelo rigor técnico - já sai fragilizado, mas o próprio primeiro-ministro tem que dizer que há uma razão para mudar o rumo", acrescentou, frisando que isso torna-se ainda mais importante com a chegada da troika a Portugal para mais uma avaliação. "Ganhar as eleições de 2015 é um milagre"Questionado sobre as próximas eleições legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa disse que será muito difícil o Governo ganhar.
"Ganhar as eleições de 2015 é um milagre e será então um milagre impossivel se não recuar, se continuar a negar evidências. É um problema de honestidade intelectual que tem que resolver, se não o Governo vai direitinho ao precipício, que pode começar já nas eleições autárquicas.
Sobre um cenário de rotura social, Marcelo Rebelo de Sousa diz não acreditar nessa possibilidade, mas defende que é preciso não deslaçar o tecido social, esquecendo, por exemplo, os mais velhos.
"A rutura social acho que não vai haver, os portugueses são um povo com história e sabedoria. Do que servia agora a violência? Só destruía a rqiueza. Nós nao somos os gregos", garantiu.
"Não podemos é deixar deslaçar o tecido social. Isso é outra coisa. Os portugueses mais velhos não se podem abandonar, os jovens ainda têm jogo de cintura para melhorar a sua situação", frisou Marcelo, lembrando que o subsídio de desemprego já penaliza os mais velhos, assim como as pensões.
E deixa ainda um aviso: se o Governo quer afastar um "país velho", nas próximas eleições essa fatia da população pode votar massivamente contra o Executivo, caso se sinta injustiçada. |
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