Se o Governo tem tido dificuldades em controlar as metas do défice orçamental – seja através de medidas extraordinárias ou mais tempo – a dívida pública está a ter uma evolução que dá sinais de descontrolo e que ‘abre portas’ a um eventual perdão dos credores, como foi efectuado à Grécia no início deste ano.
A intervenção externa da troika acelerou esta tendência e a austeridade imposta fez o resto. Apesar de continuarem a sublinhar que a dívida portuguesa é sustentável, os credores externos (compostos pelo Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) continuam a ver a dívida do Estado a subir sem parar e a um ritmo que nem o Governo, nem os credores esperavam.
A cada revisão trimestral, a troika tem sido obrigada a rever em alta a evolução da dívida. Em cinco visitas, foram cinco revisões em alta. Os credores continuam a referir que a dívida permanece num nível sustentável, mas o tom parece estar a mudar. No relatório sobre a quinta avaliação, feito pelo FMI e divulgado ontem, a troika alertou que a margem de manobra para controlar a evolução da dívida portuguesa é, cada vez, «mais estreita». Em reacção, o Governo informou que irá alargar o programa de privatizações – originalmente orçado em 5 mil milhões de euros – para tentar baixar a dívida pública.
Quando desenharam o programa de assistência a Portugal – corria o mês de Junho de 2011 –, os credores externos acreditavam que a dívida pública iria atingir um pico de 198 mil milhões de euros apenas nos quatro anos seguintes, ou seja, em 2015. Mas essa marca foi ultrapassada em Junho passado – exactamente um ano depois –, segundo dados revelados, esta semana, pelo Eurostat.
Portugal lidera subidas
O gabinete de estatística da CE revelou outros valores: a dívida lusa foi a segunda que mais subiu em toda a União Europeia – atrás do Chipre – entre o primeiro trimestre de 2011 e o final de Junho deste ano (um salto de 10,6 pontos percentuais até 117,5% do PIB, o que corresponde a um aumento de 10,3%). E a dívida do Estado português está também a crescer a um ritmo três vezes superior à média da Zona Euro (3%). O facto de Portugal estar a endividar-se três vezes mais do que os seus parceiros do euro é apenas um dos sinais de como a dívida pública está a entrar num patamar insustentável.
Apesar de, em percentagem do PIB atingir um máximo no próximo ano, a dívida em valor absoluto vai continuar a crescer, pelo menos, até 2016 – atingindo 214 mil milhões de euros, um valor eventualmente pesado para uma economia que não vai crescer até 2014 e em que as exportações contam apenas para 30% do PIB.
O ‘fardo’ do endividamento irá continuar a pesar nos encargos com juros nas contas públicas até 2016 – um preço médio de 5% do PIB ou 8 mil milhões de euros todos os anos – dificultando as metas do défice orçamental, as condições de financiamento do país e das empresas, e impossibilitando a eventual subida dos ratings. Portugal está a gastar mais em juros do que em despesas na Educação, por exemplo.
A renegociação da dívida é uma hipótese cada vez mais discutida entre economistas, governantes e analistas, e vista por muitos como um evento inevitável. Só esta semana, essa solução foi sugerida pela Economist Intelligence Unit, as três agências de rating (segundo o DN) e Miguel Cadilhe, ex-ministro das Finanças.
A solução de um perdão de dívida – por exemplo, o não pagamento de metade colocaria a dívida nos 60% do PIB, nível exigido por Bruxelas e valor equivalente ao de Portugal nos anos anteriores à crise – é uma das hipótese mais comentadas. É violenta, mas os impactos na resolução do endividamento poderiam marcar um novo início. Recorde-se que em 2007, a dívida pública portuguesa estava ao nível da alemã e ligeiramente abaixo da média europeia, rondando os 70% do PIB.
Apesar de ser, fortemente, penalizador para a imagem de um país – nomeadamente, afastando investidores estrangeiros – o facto é que um perdão de dívida poderá não ter os efeitos catastróficos e de contágio que muitos preconizam. Veja-se o caso grego. Atenas avançou para uma reestruturação da dívida dos credores privados em Março de 2012. E após o resgate e as acções de Bruxelas, a pressão sobre os juros desceu de forma significativa em toda a periferia, desde a Irlanda, à Grécia ou Portugal. No nosso caso, por exemplo, os juros a dois anos recuaram de um máximo de mais de 20% em Fevereiro de 2012 para níveis de 5%, abaixo do cobrado antes do resgate.
Estes valores evidenciam que, se apoiada com medidas ao nível europeu – como foi o reforço dos fundos de resgate ou as operações de liquidez do BCE – este tipo de operações poderá ter resultados benéficos e limitar o efeito de contágio, como aconteceu na Grécia.
A discussão sobre um eventual perdão da dívida deverá continuar como ponto central nos próximos meses. Se Portugal não conseguir regressar aos mercados em 2013, como acordado com a troika, e tiver de accionar um segundo resgate, Lisboa poderá seguir as pisadas de Atenas.
A área do euro, ela não pode sempre colocar dinheiro no poço sem fundo.
A dívida de Portugal de mais de 120% do PIB (contra 84% em 2009) ainda é sustentável ?
A capacidade de um país de pagar seus credores depende de vários fatores: primeiro crescimento que é capaz de gerar e, em seguida, o peso da dívida, a própria determinada pelo nível da dívida e as taxas de juros concedido à dívida !
taxas de juros podem subir de forma permanente com o início anunciou do aperto da política monetária do banco central dos EUA.
Mantendo seus pressupostos altamente optimistas;
um aumento de 4% da taxa de juro média de longo prazo de 3,5%, Lisboa pode efectivamente estabilizar a sua dívida, reduzindo o défice primário - 0,6%. Um alvo que parece socialmente aceitável se ele se refere ao passado, disse Eric Dor. De acordo com este especialista, Portugal tem, de facto conhecido um deficit primário de -. 1,15% do PIB em média em 1977-2012 Actualmente, Portugal é também em torno do saldo primário (contra um deficit final mais 5%, contando o peso da dívida!).
Mas há pouca chance para este cenário.
Quando Eric Dor mantém uma mais realista, com um crescimento de 2,5% a taxa de juros média de 4,5%, conclui-se que Lisboa deve ser capaz de identificar a longo prazo, um superavit primário de 3% do PIB, mais de 4 pontos percentuais a mais do que a média histórica ... Difícil de ser socialmente aceite. especialmente porque a taxa de desemprego explodiu a partir de cerca de 11% antes do pedido de assistência para mais
de17,5% de hoje. Por:Luis Teix
Dívida pública sobe e atinge 132,4% do PIB até março
A dívida pública portuguesa subiu para os 132,4% do Produto Interno Bruto no final do primeiro trimestre, acima dos 129% registados no final de 2013, segundo o Banco de Portugal.
De acordo com os dados preliminares do Boletim Estatístico, divulgado pelo Banco de Portugal, esta quinta-feira, a dívida pública na ótica de Maastricht alcançou os 220684 milhões de euros em março deste ano.
No final de 2013, a dívida pública portuguesa estava nos 129% do PIB, o equivalente a 213631 milhões de euros, o que significa que a trajetória da dívida continua em alta, segundo números do banco central.
O valor da dívida líquida de depósitos subiu ligeiramente no primeiro trimestre, alcançando os 197312 milhões de euros em março, o equivalente a 118,3% do PIB.
No Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018, o Governo prevê que a dívida continue a subir este ano face a 2013, para os 130,2% do PIB.
O Executivo antecipa que a trajetória da dinâmica da dívida se inverta em 2015, caindo para os 128,7% do PIB nesse ano e chegando aos 116,7% em 2018, o último ano da projeção.
Estas previsões indicam que a dívida pública vai continuar muito acima do limite de referência no Tratado Orçamental, de 60%, pelo menos até 2018. Por: JN
Dívida pública sobe e atinge os 134% do PIB até junho
Comentário feito há 15 anos ...
Carlos Carvalhas, há 15 anos, disse:
«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997
«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997
Parece que afinal o homem é um visionário
PREVINAM-SE... Está a formar-se em Portugal Continental uma tempestade violentíssima, de grau 7 na escala de IRS, chama-se GASPAR e tem o epicentro localizado em S. Bento, Lisboa. Ameaça atingir todo o Continente e Ilhas. Desloca-se a baixa velocidade, mas com uma intensidade destruidora, prevendo-se que deixe muita gente desalojada e completamente arrasada no seu bem-estar.
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