Muito se fala hoje em dia sobre os juros da dívida pública. Toda a gente sabe que foram esses ditos juros que levaram a Grécia, a Irlanda e Portugal a pedir ajuda financeira. E agora toda a gente sabe que o problema são os ditos juros da Espanha e Itália.
Mas outra coisa também é certa, até 2008 nunca se tinha ouvido falar destes juros, e, se calhar, aí é que temos um grave problema. Ora para quem não sabe ou não se lembra, abaixo está um gráfico com a evolução das taxas de juro das obrigações da dívida pública a 10 anos desde 1993 para os PIIGS e a Alemanha.
A primeira coisa que se calhar para alguns é novidade são os primeiros anos do gráfico. Reparem como os juros na década de 90 eram tão ou mais elevados do que são actualmente. A título de exemplo, os juros da dívida Alemã chegaram a atingir os 7,5% em 1995 - um valor que hoje é considerado insustentável e que está acima dos valores que obrigaram a Grécia, a Irlanda e Portugal a pedir ajuda financeira, e também acima dos actuais juros de Espanha e Itália.
Bom, mas o que é que aconteceu no fim do milénio passado que levou os investidores a reverem brutalmente em baixa os juros de países como Portugal e até a equiparar o risco desses países com o da Alemanha?
Toda a gente sabe, foi criado o euro. E apesar do euro só ter entrado em circulação em 2002, não nos podemos esquecer que foi um processo que começou em 92 com a assinatura do Tratado de Maastricht.
O problema é que a criação do euro não justificava esta convergência total ao nível do risco país. Se com a criação do euro países como Portugal eliminaram da sua dívida o risco cambial, simultaneamente ganharam outro risco - o risco de falência. Mas esse risco de falência foi ignorado durante mais de 10 anos, e países como Portugal viram as suas dívidas externas aumentar drasticamente, como era de esperar. E o pior é que quando os investidores se aperceberam da situação que eles próprios criaram, estávamos a meio da crise mais severa desde a Grande Depressão, e as consequências estão à vista de todos.
O gráfico abaixo ajuda a tornar mais evidente evolução do risco da dívida pública Portuguesa. As duas linhas mostram a diferença entre as taxas de juros das obrigações a 10 anos entre Portugal e os EUA e entre Portugal e a Alemanha. Note-se que entre 98 e 2007 os juros de Portugal foram, em média, apenas 0.2 pontos percentuais superiores aos da Alemanha (4,5% contra 4,3%) - agora, como toda a gente sabe, a diferença são mais de 10 pp. E perante os EUA, entre 98 e 2000 e entre 2004 e 2007, a dívida Portuguesa pagou mesmo um juro mais baixo do que a dívida da maior economia mundial - e sim, não me enganei, mesmo no recente ano de 2007, os juros das obrigações a dez anos foram em média de 4,4% em Portugal e de 4,6% nos EUA.
http://boom-or-doom.blogs.
Ourtros Relacionados:
Comentário feito há 15 anos ...
Carlos Carvalhas, há 15 anos, disse:
«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997
«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997
Parece que afinal o homem é um visionário
Caro Viriato,
ResponderEliminarNunca são os juros que levam um devedor à falência. É a dívida. Porque quem não tem dívidas não tem de pagar juros. OK?
Por outro lado, quem tem bens ou rendimentos futuros suficientes para pagar dívidas, também não vai à falência. Vai à falência garantidamente quem começa a pagar dívidas e juros com mais dívidas. Isso é esquema Ponzi ou, para nós, D. Branca. OK?
Os juros da dívida alemã eram altos nos princípios dos anos 90 ( crise de 92/93) também em virtude dos custos com a integração da Alemanha de Leste. Por volta dos anos 2004/2005, o Chanceler Schroeder procedeu às reformas económicas e sociais que permitiram ao país recuperar o equilíbrio das contas públicas e a ele, perder as eleições.
Também não concordo com a sua afirmação de que Portugal eliminou o risco cambial, ao adoptar o Euro. Mudou a natureza do risco cambial. Se antes havia o risco de desvalorização do Esc, depois passámos a viver com o risco de termos uma moeda demasiado cara para a nossa economia. Esse risco devia ter-nos obrigado a limitar o endividamento e não a aumentá-lo. A economia tem destes efeitos perversos: pensar-se que juros e preços baixos que nos permitem importar e consumir mais
hoje significam uma vida melhor garantida. Os políticos que conduziram o país para esta situação foram, no mínimo, incompetentes e, sempre, criminosos. Não se brinca com o produto do trabalho de anos de milhões de pessoas.
Concordo que a crise de 2007/2008 veio precipitar a situação. Mas só precipitar. Ela ocorreria de qualquer modo tal como acabou por ocorrer nos EU. Muito embora estes criem a sua própria moeda - que até é a moeda mais usada internacionalmente - não conseguiram evitar que o seu défice excessivo se viesse a reflectir na situação financeira de todo o país. E económica, por arrasto. E, nos anos anteriores à crise, os EU tinham das melhores taxas de crescimento e de emprego do Ocidente.
Sabe, com o equilíbrio financeiro não se brinca. As finanças são como explosivos: não podem ir parar às mãos nem de inexperientes nem de incompetentes. Digo eu, claro.
Boa tarde Senhor e Senhora,
EliminarEsta mensagem dirige-se aos particulares, os pobres, ou todos os que estão na necessidade de um empréstimo específico para reconstruir a sua vida. está à investigação de empréstimo para quer relançar as vossas atividades quer para a realização de um projeto, quer para comprar-vos um apartamento mas são proibidos bancários ou o vosso processo à verão rejeitado ao banco. Sou um particuliere mim concedo empréstimos que vão de 2.000€ à 950.000€ todas as à pessoas capaz de respeitar as condições. Não sou um Banco e não exijo muitos documentos para fazer-vos confiança, mas deve ser uma pessoa Justa, Honesta, Sábia e Fiável. Concedo empréstimos às pessoas vivas na Europa e o Mundo Inteiro (França, Bélgica, Canadá, Suíça, Roménia, Itália, Espanha, Portugal…). A minha taxa de interesse é de 2% a 5% o ano. Se tiver necessidade de dinheiro por outras razões, não hesitam a contactar-me para mais informações. Estou disponível a satisfazer os meus clientes numa duração máxima de 2 Dias de acordo com a recepção do vosso formulário de pedido. Se for interessada, quer contactar-me para mais amplas informações.
Correio eletrónico: antonio.louro_manuel.fereire@hotmail.com
Tocou com o dedo na ferida
ResponderEliminarVamos lá a ver... "DÍVIDA".. é o negócio das financeiras em geral e dos Bancos em particular. Sem dívida esses parasitas imundos não teriam lucros além duma simples loja comercial, cobrando pelos seus serviços e câmbios, e isto se o soubessem gerir bem, coise que excluí maior parte, porque o fausto parasitico á muito os tornou lentos e incompetentes. Então o que a "finança" tem de fazer é colocar tudo e todos em dívida... só assim podem reinar, só assim podem ter "lucros"..
Um estado "SOBERANO" não tem dívida... vive de acordo com os seus meios, isto é, inexoravelmente de acordo com lógica, o estado tem de viver abaixo da média das populações, porque é o prestador de serviços pela negativa, regulação e defesa/polícia.
Um estado "empresário & negociante" é a antitese de qualquer sentido de initiativa privada, porque inexoravelmente e por instinto de sobrevivência legisla e age no sentido de se proteger a si proprio, e de alargar os seus lucros e "mercado" e "influencia" (tal como qualquer empresa) em detrimento de todos mais, muito agravado pelo facto que um Estado não tem competidor nem regulador, regula-se a si próprio e compete para eliminar tudo e qualquer no seu caminho.. e tudo descamba invariavelmente em "ditadura".. quer em comunismo ou em fascismo que é na práctica exactamente a mesma coisa mas com bandeiras/slogans diferentes...
Esta é a doença que cria estas corjas de tachistas corruptos, gananciosos, TRIAÇOEIROS, violentos, sem moral, sem vergonha, diabolicos mesmos... e por fim completamnete INSANOS... não é "só" poder que corrompe e poder absoluto que corrompe absolutamente... é a idea de viver á custa de milhares de outros que desencadeia a doença... e é INSANO porque "poder" invariavelmente tende a preservar-se a si próprio á custa de tudo e todos, descambando invariávelmente na sua própria destruição e de tudo e todos à volta, porque quando o parasita destroi o hospedeiro, o parasita também morre ( INSANO!)
É esta INSANIDADE que cria a possibilidade de USURA, de instituições despesistas, de IMPOSTOS irracionais (a própria idea de imposto é irracional, não devia ser imposto devia ser voluntário lol), de GUERRA, de Lideres que não fazem a ponta dum c***, mas ganham 50x mais do quem se esforça...
O que estamos a assitir não é uma crise... a doença tem milhares de anos de existência, desde longínqua antiguiadade... o que estamos a assistir é o Fim de Portugal como nação... JÁ CLARO COMO ÁGUA... o governo de Portugal não é de Portugal, quem "manda" é quem manda na "troika", o que cá temos são só capatazes nas linhas definidas acima.
Se a revolução Frnacea ensinou alguma coisa á população em geral, que por detrás dos slogans inocuos, significou em realidade o passar do rei absoluto, ou um só homen um só rei, para cada homen cada rei.. pode ser que a próxima revolução (para breve), e isto se o mundo não se destruir numa 3ª Guerra Mundial Thermonuclear, a passar a ser ***cada homem cada banco*** (FIM DA USURA)...
http://www.kentennant.com/rm/
No faz a mínima idea realmente, não importa os muitos diplomas e pretensões... o que é dinheiro na REALIDADE, se não ler a obra de E.C.Riegel
http://www.kentennant.com/rm/riegel.php
.. a ignorância, estupefação e lavagem cerebral das populações (FUTEBOL E TELENOVELAS) é o que tem impedido esta realização... mas é inevitável, se fai haver alguma coisa remotamente parecida com progresso para as gerações vindouras...
Boa tarde Senhor e Senhora,
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