"Nunca disse que os pobres têm de se habituar à pobreza"Vi-me envolvida numa enorme polémica, na sequência de um programa de televisão onde manifestei a minha convicção de que algo tinha de mudar na forma
como vivemos.Farei um resumo do que defendi e lamento se porventura magoei algumas pessoas que não me compreenderam quando disse que tínhamos de mudar o modo como vivemos. Gostaria de começar por esclarecer, se necessário for, que não estava a falar para os mais pobres, ou a dizer que são os pobres que têm de se habituar à pobreza. Como gostaria que dela pudessem sair, certa que para isso é imprescindível crescimento económico. Não tenho medidas políticas para erradicar a pobreza do mundo; se tivesse, era política; e não sou. Só faço o que posso numa área específica e com uma forma concreta. Sou presidente da Federação Portuguesa dos BA e da FEBA, que congrega Bancos Alimentares, que com o mesmo modelo ajudam 330 mil pessoas em Portugal e 5 milhões em 21 países da Europa, pessoas em situações de pobreza e que necessitam de auxílio alimentar. Não quero ver em Portugal o que vi na Grécia, onde estou a preparar BA e onde há tanta miséria que nem se encontram medicamentos para os doentes crónicos, onde falta o gás e a luz, onde escasseia a comida nos supermercados. O Estado Social foi concebido a seguir à grande Depressão, em 1929, para acudir a situações de emergência social, numa altura em que a esperança de vida era de 60 anos pelo que o peso das reformas era pequeno. Ganhou maior dimensão a seguir à 2ª Grande Guerra, numa época de grandes necessidades, onde até era justificada a criação de emprego pelo Estado, nomeadamente em obras públicas, empresas, etc. Com o tempo e a prosperidade económica o peso do Estado Social foi aumentando, e felizmente passaram a ser garantidos direitos essenciais como a Educação, os cuidados de Saude, etc. Só que nos últimos anos a situação tem vindo a alterar-se muito com a alteração na pirâmide demográfica e o peso que as reformas têm hoje (até porque aumentou imenso a esperança de vida e muitas pessoas têm longos anos de pensionistas) e porque o peso da Europa no mundo alterou-se radicalmente: competimos com países muito mais prósperos do que nós e onde não vigoram direitos sociais idênticos. É pois precisamente para manter o Estado Social e defender quem mais precisa que temos portanto de repensar o seu modelo e assegurar a sua sustentabilidade. Volto a realçar: para ajudar quem mais precisa. Para que não precise. Porque a pobreza estrutural infelizmente mantém-se. Vivemos nos últimos anos muitas vezes acima das nossas reais possibilidades: tanto no que se refere às despesas públicas (autoestradas, estádios de futebol, rotundas) como as despesas individuais de uma camada significativa da população. Adoptamos hábitos que não podemos manter: daí o facto dos países e de muitas famílias estarem endividados, que tenham assumido créditos que hoje dificilmente podem suportar. O pior é que se tinha uma expectativa de vida que não pode ser realizada exactamente porque a conjuntura e o mundo mudaram. E vemos que os nossos filhos vão viver pior do que nós vivemos. Se nada for feito, ou nada fizermos por eles. Penso que muitas das criticas que me foram feitas, sobretudo nas redes sociais, foram por pessoas que nem ouviram o programa de televisão nem tudo o que eu disse mas que interpretaram parcialmente o que foi sendo comentado, descontextualizando totalmente o que expressei. Tenho pena desta polémica que não é boa para ninguém. É triste ver a incapacidade de encarar com realismo que, se não mudarmos nada a situação, não é mesmo sustentável. Aqui, nos BAs, continuaremos a fazer o mesmo trabalho sem perder de vista quem efectivamente precisa." Isabel Jonet"RR.
Outros relacionados:
Qual é a diferença entre a Hollande e a Jonet?
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx...
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx...
Em *Inglaterra*, a cadeia de supermercados Waitrose, oferece uma moeda
(uma chapa) a cada cliente que faz compras acima dum determinado valor. O
cliente, à saída, tem, normalmente, três caixas, cada uma em nome duma
instituição social sediada no município, para receber as referidas moedas,
de acordo com a opção do cliente. Periodicamente, são contadas as moedas de
cada caixa e a empresa entrega em dinheiro, à respectiva instituição, o
valor correspondente, donativo esse que, diminui os seus lucros mas,
também, tem o devido tratamento em termos de fiscalidade.
Em *Portugal*, as campanhas de solidariedade custam ao doador uma parte
para a instituição, outra parte para o Estado e mais uma boa parte para a
empresa que está a “operacionalizar” (?!...) a acção. Um país de
espertos... até na ajuda aos mais necessitados. Mas nós ficamos quietos e
calados, ou então, estupidificamos porque queremos...
Muito triste, muito triste, mas é bom saber...
Leiam s.f.f. e repassem.
Programa de luta contra a fome.
Nada é o que parece.
Ora veja:
Decorreu num deste fins de semana mais uma ação, louvável, do programa da
luta contra a fome mas,....façam o vosso juízo!
A recolha em hipermercados, segundo os telejornais, foi cerca de 2.644
toneladas! Ou seja 2.644.000 Kilos.
Se cada pessoa adquiriu no hipermercado 1 produto para doar e se esse
produto custou, digamos, 0.50 € (cinquenta cêntimos), repare que:
2.644.000 kg x 0,50 € dá 1.322.000,00 € (1 milhão, trezentos e vinte e dois
mil euros), total pago nas caixas dos hipermercados.
Quanto ganharam???:
- o Estado: 304.000,00 € (23% iva)
- o Hipermercado: 396.600,00 € (margem de lucro de cerca de 30%).
Nunca tinha reparado, tal como eu, quem mais engorda com estas campanhas...
Devo dizer que não deixo de louvar a ação da recolha e o meu respeito pelos
milhares de voluntários.
MAIS....,
É triste, mas é bom saber...
- Porque é que os madeirenses, receberam apenas 2 milhões de euros da
solidariedade nacional, quando o que foi doado eram 2 milhões e 880 mil?
Querem saber para onde foi esta "pequena" parcela de 880.000,00 € ?? !!!!!!
A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira, através de chamadas
telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à
mão-armada.
Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 € + IVA. São
0,72 € no total.
O que por má-fé não se diz, é que o donativo que deverá chegar (?!!) ao
beneficiário madeirense é de apenas 0,50 €.
Assim oferecemos 0,50 € a quem carece, mas, cobram-nos 0,72 €, mais 0,22 €
ou seja 30%.
Quem ficou com esta diferença?
1º - a PT com 0,10 € (17%), isto é, a diferença dos 50 para os 60.
2º - o Estado com 0,12 € (20%), referente ao IVA sobre 0,60 €.
Numa campanha de solidariedade, a aplicação deu uma margem de lucro pela PT
e da incidência do IVA pelo Estado, são o retrato da baixa moral a que tudo
isto chegou.
A RTP anunciou com imensa satisfação, que o montante doado, atingiu os
2.000.000,00 €.
Esqueceu-se de dizer, que os generosos pagaram mais 44%, ou seja, mais
880.000,00 €, divididos entre a PT (400.000,00 €, para a ajuda dos salários
dos administradores) e o Estado (480.000,00 €, para auxílio do
reequilíbrio(?) das contas públicas e aos *ineptos e trapaceiros* que tão
mal as gerem, ou seja, a escumalha de políticos que nos desgovernam tão
bem).
A PT, cobra comissão de quase 20%, num acto de solidariedade !!!
O Estado, faz incidir IVA, sobre um produto da mais pura generosidade!!!
ISTO É UMA TOTAL FALTA DE VERGONHA, SOB A CAPA DA SOLIDARIEDADE. É BOM QUE
O POVO SAIBA, QUE ATÉ NA CONFIANÇA SOMOS ROUBADOS.
ISTO É UM TRISTE ESBULHO, À BOLSA E AO ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE DO POVO
PORTUGUÊS!!!
Pelo menos. DENUNCIE!
*"O que nos deve preocupar não é arrogância dos maus. É a passividade dos
bons." (anónimo)*
A lucidez e a verdade incomoda muita gente ...
ResponderEliminarBem haja, pelo trabalho que desenvolve no BA.
Há anos que algumas pessoas andam a dizer o mesmo que disse Isabel Jonet, mas pelos vistos ninguém ouviu. Pessoalmente também o tenho afirmado por aí vezes sem conta e não é de agora. Medina Carreira não se cansa de o afirmar. Sem crescimento económico não pode haver bem estar nem estado Social. A geração vindoura vai viver pior que a actual. É claro que há sempre as excepções, mas que não confirmam a regra. Os corruptos têm culpa, mas a questão é que Portugal e a Europa ficou sem Industria e Portugal também sem Agricultura e Pescas. O que antigamente produzíamos e vendíamos hoje compramos. Não temos energia e consumimos imensa. Onde vamos arranjar dinheiro para isto tudo, quando os credores deixarem de emprestar. A Europa já não tem colónias e já está a empobrecer há muito tempo. Não vale a pena andar a meter a cabeça na areia e é o que vejo fazer. O melhor mesmo é procurar soluções.
Eliminarviriatoapedrada.blogspot.pt/2012/11/cronica-lobo-antunes-isabel-jonet.html
viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/08/o-regresso-da-pobreza-europa.html
A Drª Isabel Jonet até pode estar a ser sincera neste texto que escreveu (ou que lhe escreveram) no qual vem agora "emendar a mão" e felizmente bem, mas eu não me esqueço do que ela já há cerca de um mês tinha dito noutra entrevista "A Austeridade é um mal menor" - SIC - Então e qual é o mal maior, perguntei por mail ao Banco Alimentar? Como não obtive resposta porque a mailbox estava "entupida" com reparos como o meu, enviei a pergunta por correio registado, com AR. Até hoje ainda aguardo a resposta. A minha conclusão é que esta última entrevista talvez não tenha sido deslize. Fico na dúvida se não será antes uma convicção. Admitamos que não para bem dos que beneficiam das nossas parcas ajudas - Amílcar Vicente
ResponderEliminarkiria jonet!
ResponderEliminarnem tanto ao mar nem tanto à terra. Estou na Grécia, fico por cá 6 meses por ano e a miséria não é maior que em Portugal! Quando falta a electricidade, o gás e os serviços hospitalares não funcionam é na maior parte devido a greves! Dizer ao cidadão que se habitue à pobreza está tão errado com dizer-lhe, no passado, compre agora e pague depois. A senhora devia dizer às pseudo-estrelas da RTP,aos Juízes, aos deputados, aos estivadores, aos considerados "trabalhadores" de hora e meia diária,senhores olhem para a pobreza dos que buscam no Lixo não papel, como no tempo de Salazar, mas qualquer alimento. Olhe a quantidade de carros de média e alta gama que é usada pelos representantes. A eles "agapimeni Kiria" deve-se dirigir e dizer. -Abandonem a "lata" ajudem os pobres e andem de bicicleta.
Mé agapi!