A AUSTERIDADE ESTÁ EMPURRAR A EUROPA PARA O SUICÍDIO - ALERTA JOSEPH STIGLITZ
O prémio Nobel da Ecomia Joseph Stiglitz (69 anos) afirmou esta semana, em Viena, que a Europa está numa situação bastante complicada devido às medidas de austeridade que estão a empurrar o continente «para o suicídio».
«Nunca houve um programa de austeridade bem sucedido num país desenvolvido», salientou o economista perante os jornalistas, no dia 25, em Viena, citado pela Bloomberg. «A abordagem europeia não é, sem dúvida alguma, nada prometedora. Penso que a Europa caminha para o suicídio», acrescentou.
Os governos dos 27 estados-membros da União Europeia estão a aplicar medidas de austeridade que atingem os 450 mil milhões de euros, numa altura em que se vive uma crise da dívida soberana. A dívida da zona euro disparou, no final de 2012, para valores recorde desde que foi criada a moeda única, à medida que os governos aumentavam os empréstimos para travar os défices orçamentais e financiar resgates aos países com mais dificuldades.
«Se a Grécia fosse o único país europeu a aplicar medidas de austeridade, os responsáveis europeus poderiam ignorá-lo», disse Stiglitz, «mas com o Reino Unido, a França e outros países europeus a sofrer as consequências da austeridade, é como se fosse uma austeridade global e as consequências económicas vão ser muito duras».
Embora os líderes da zona euro «tenham percebido que a austeridade por si só não funciona e que é preciso crescimento», não houve acções concretas nesse sentido «e aquilo que acordaram fazer, em Dezembro passada, é uma receita para garantir que o doente vai morrer» afirmou Stiglitz referindo-se ao euro. E acrescentou: «A austeridade combinada como os constrangimentos do euro é uma combinação fatal».
O economista admite uma zona euro com «dois ou três países», constituída pela Alemanha e possivelmente a Holanda e a Finlândia, como «o cenário mais provável se a Europa insistir em abordar a crise com políticas de austeridade», o que conduzirá a níveis de desemprego muito elevados, como o de Espanha, que já atinge 50 por cento dos jovens desde a crise de 2008, «sem esperança de melhorias nos próximos tempos». «O que estão a fazer é a destruir o capital humano, a criar jovens alienados», alertou.
Para impulsionar o crescimento, os líderes europeus terão de redireccionar as despesas públicas para «utilizar ao máximo» instituições como o Banco Europeu de Investimento e introduzir impostos que melhorem o desempenho económico, sublinhou Stiglitz
de Alfredo Barroso (Notas) - Segunda-feira, 29 de Abril de 2013 às 0:55
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