O nosso provincianismo convenceu-o de que o senhor era um construtor quando não passa de um destruidor
MEU CARO BORGES, o senhor é um pistoleiro ao serviço do dinheiro. E como tal, um de nós está a mais neste país, ou você ou nós, povo português. Sabe o que acontece aos pistoleiros fora da lei no final do filme e antes do tiroteio? Aparece-lhes pela frente um xerife bera Há um filme interessante que desde já recomendo a Vexa,chamado "Gunfight at the O.K. Corral", que em português teve o horrível título de "Duelo de Fogo" (porque os portugueses são todos uns ignorantes, como Vexa sabe). Diz o xerife Wyatt Earp para o cowboy fora da lei Billy Clanton antes de o matar:
"Pensas que és muito duro, não pensas, filho? Pois eu nunca conheci um pistoleiro tão duro que vivesse para
celebrar o seu 35º aniversário. Aprendi uma regra sobre pistoleiros. Há sempre um homem que saca mais rápido do que tu, e quanto mais usares a arma mais depressa aparece esse homem".
O senhor acha-se muito esperto, inventor de ideias brilhantes como a TSU, congeminada por neurónios que estiveram ao serviço de entidades de mérito internacional dedicadas ao bem-estar de uns poucos em detrimento de todos. Entidades como a Goldman Sachs, onde o senhor era um entre muitos diretores mas com a inegável vantagem de vir de um pequeno, pobre (e "ignorante") país onde os paisanos ficam impressionados com títulos como diretor da Goldman Sachs, ou vice-presidente do que quer que seja. Com o seu título de Finanças e os seus pergaminhos académicos, a sua Universidade de Stanford, o seu INSEAD, o seu Banco de Portugal, o seu Citibank, o seu BNP Paribas, a sua Petrogal, a sua Sonae, a sua Jerónimo Martins, a sua Cimpor e a sua Vista Alegre, as suas consultadorias americanas (que a sua biografia oficial não esclarece), o seu breve FMI (uns mesitos até ser corrido), a sua Universidade Nova, a sua Universidade Católica, o seu Instituto Europeu de Corporate Governance, a sua Comissão Política Nacional do PSD e a sua Assembleia Municipal de Alter do Chão (passa-me aí o alter do chão), mais a sua autoridade moral em matéria de hedge funds, de que os portugueses sabem nada, o senhor é um homem requestado. Nunca produziu um livro que se visse, um pensamento, uma teoria geral.
O senhor é um alto empregado do sistema capitalista internacional e nunca teve de se esforçar muito para compreender o mundo das pessoas que não têm a sua fortuna. Na verdade, só quem não tem de trabalhar duro para viver pode, decentemente, operosamente, genialmente, desempenhar tantos cargos de topo em tantos lugares ao mesmo tempo. O senhor faz parte do reduzido grupo dos que não têm nada para aprender porque ensinam os outros. O senhor é um pedagogo, um homem para toda a obra desde que a obra consista em defender a regra da multiplicação do capital à custa do trabalho. É um ramo de atividade que remunera muito. E, conhecendo Portugal, depois de um título na carteira todos os títulos vêm parar às mãos. O nosso provincianismo convenceu-o de que o senhor era um construtor quando não passa de um destruidor. Como se dizia dantes, o senhor ganha bem e sai cedo. E, caramba, até da Fundação Champalimaud o senhor é administrador. Na verdade, nunca ninguém lhe deve ter dito que o senhor não passa de um pistoleiro contratado. E que nenhum primeiro-ministro com o juízo todo num país em austeridade contrata pistoleiros para defenderem o interesse do Estado português face aos interesses privados. Porque o senhor abomina o Estado português, todos os Estados, e, suspeito, despreza os portugueses que não são tão importantes como o senhor. Não se dá a chave da casa ao banco. O senhor é o do banco, será sempre o do banco. E deram-lhe a chave da nossa casa.
A condescendência que usa quando fala da estupidez e ignorância dos outros, todos os outros, sentado ao lado de inteligências como o Relvas, homem de muito estudo e procura do conhecimento, leva-me a concluir que como todos os pistoleiros, o senhor nunca critica a mão que lhe dá de comer e que não tem escrúpulo académico.
Percebo que se trata da nobre missão de vender o país. Que é o que o senhor, com empenho, acolitado pelo Relvas, vem fazendo. Da água que bebemos à energia com que nos aquecemos, o senhor privatiza e depois põe o povo português a pagar as rendas, tarifas e taxas dos monopólios e negócios que o senhor assinou em nosso nome. É verdade, o senhor trabalha para nós e ninguém se lembrou de lhe explicar isso. É o nosso empregado. Saia enquanto pode.
Autor: Clara Ferreira Alves
Fonte: Expresso /Revista
Demissão dos Secretários de Estado.
Entre os bancos que concederam empréstimos especulativos às empresas públicas está a Goldman Sachs, o banco de que António Borges foi vice-presidente para a Europa durante oito anos(de 2000 a 2008). Segundo apurou o CM junto de fontes governamentais, dos vários “swaps tóxicos” concedidos pelo banco americano ao longo dos últimos anos, pelo menos 100 milhões de euros são considerados perdas efetivas.
Entre os clientes do banco americano, contam-se, por exemplo, o Metro do Porto, que em 2008 fez um contrato de swap no valor de 126 milhões de euros. Na administração da empresa pública estava Juvenal Silva Peneda, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, que entretanto foi afastado do cargo. [CM Jornal]
Outros:
Rui Ribeiro · Comentador principal
O que está acontecer com Portugal, deve-se aos ordinários… conselhos que foram dados, por António Borges no FMI, Carlos Moedas na Comissão Europeia e FMI e a Victor Gaspar no BCE, ainda muito antes de Portugal ter pedido o resgate à troika. Estes 3 senhores são os principais responsáveis pelos desastrosos resultados e pela atual situação que o nosso país se encontra. Sempre defenderam despedimentos em massa, baixa de salários e excesso de austeridade, estes mesmos senhores todos eles com grandes mordomias e pagos principescamente, foram autênticos traidores da pátria. Portugal e os portugueses sofrem as consequências de erros premeditados de indivíduos que deviam ser julgados em tribunal militar. Em: Noticias Ao Minuto
eis o resultado da inépcia do Otelo no campo pequeno em Lisboa
ResponderEliminarO Sr. António Borges é um daqueles "expoentes" internacionais do capitalismo neo-liberal actual, ostensivamente directo, insensível e radical que, hoje em dia, grassa, por todo o lado, dizimando e empobrecendo, sucessivamente, países, entre os quais o nosso!
ResponderEliminarÉ um daqueles cidadãos portugueses que, detendo, creio que legitimamente, significativo património, em Portugal, gerador de riqueza, não tem contribuído, antes pelo contrário, para a redução de desigualdades e injustiças históricas recorrentes que assolam milhões de concidadãos e suas famílias, bloqueando todos os caminhos sérios de um crescimento e desenvolvimento económico saudável, indutor de um alargamento e uma redistribuição de rendimentos que não limite obscenamente direitos essenciais adquiridos e não bloqueie aquela liberdade que assiste a todos aqueles cidadãos que, pela educação, experiência de vida, sentido de responsabilidade acrescido e maior consciencialização sócio-política a eles fazem jus.
António Borges, pau-de-cabeleira de um governo de gestores. técnicos e "contabilistas de ocasião" está, simplesmente a "ajudar" a baixar as expectativas de milhões de famílias, trabalhadores e consumidores portugueses estribado nos ditames "obrigatórios" de uma União Europeia, exclusivamente, ao serviço dos seus países mais ricos, em especial a Alemanha, e de uma Troika gestora e executora do "jugo financeiro" mais obsceno e intolerável que, desde há quase dois anos, nos consome, desestabiliza e divide.