quarta-feira, 1 de maio de 2013

Educação Há Professores a Mais

                                      

                       

Docentes em vias de extinção
Em 2015 poderá haver menos 40 mil professores nos quadros do que em 2006 – o ano do último concurso em que entrou um número significativo de docentes para a carreira. O país passará assim de cerca de 130 mil professores para 90 mil.
As contas fazem-se somando os cerca de 27 mil que já saíram por aposentação desde 2006 às cerca de 12 mil vagas que as escolas indicaram ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) como correspondendo a docentes que não precisam de ser substituídos quando saírem.
«É uma descida de 35% nos professores, quando o Ministério fala em 14% de redução do número de alunos», aponta Paulo Guinote, autor do blogue A Educação do Meu Umbigo, que acha que a quebra da natalidade só conta uma parte da história da diminuição das necessidades de docentes. Medidas como a fusão de escolas em mega-agrupamentos e a reorganização curricular que tirou tempos a algumas disciplinas ajudam a perceber os motivos que estão a fazer com que sejam precisos menos professores.
Uma ronda por alguns dos agrupamentos com mais ‘vagas negativas’ – aquelas que não terão de ser substituídas depois da saída dos professores – revela isso mesmo.
«Fecharam escolas: de quatro, passámos a um centro escolar», explica ao SOL a subdirectora do Agrupamento de Amarante, com 14 vagas negativas no 1.º ciclo, o grupo de recrutamento onde se verifica uma maior descida nas necessidades de docentes.

Os centros escolares, construídos para juntar alunos de pequenas escolas dispersas que fecharam por ter pouca procura, ajudam a perceber também as 13 vagas negativas no 1.º ciclo no Agrupamento Gonçalo Nunes, em Barcelos. «Agora, conseguimos fazer turmas com 25 alunos», explica o director, Cassiano Silva, que admite não ter sido fácil a tarefa dos directores que tiveram de apontar vagas negativas e positivas para o concurso de professores iniciado esta terça-feira. «Temos de fazer previsões a quatro anos, pois só nessa altura haverá novo concurso. Com a natalidade a cair, essas previsões são um bocado a medo», reconhece.
O fim do regime duplo, que permitia às escolas do 1.º ciclo ter turmas só de manhã e turmas só de tarde, também é responsável pela descida das necessidades de docentes. «Há cinco anos, tínhamos sete escolas. Uma fechou e as outras estão a funcionar em regime normal. Por isso, precisamos de metade dos professores», diz Jorge Amado, director da Francisco Sanches, um agrupamento de Braga com 37 vagas negativas no 1.º ciclo. Assegura que não serão todos dispensados: «Alguns já se aposentaram. Não precisamos é que sejam substituídos».
Numa zona populosa como Sintra, o agrupamento D. Domingos Jardo indicou ao MEC que não irá precisar de substituir 29 docentes do 1.º ciclo. «Duas das nossas escolas do 1.º ciclo passaram para outro agrupamento, mas não foi feita a transferência do quadro de docentes», justifica o director, Hélder Pais, admitindo ainda assim uma redução do número de alunos. «Temos sete escolas que há 10 anos funcionavam com aulas de manhã ou de tarde. Agora, funcionam a tempo inteiro e temos metade das turmas». O resultado é que «quase de certeza não haverá serviço lectivo para todos os 29», antevê Hélder Pais, que pediu aos colegas «que façam uma análise da sua situação para se prepararem para o que têm pela frente, que pode passar pela mobilidade». Por outras palavras, os docentes do quadro devem ponderar usar este concurso para encontrar lugar noutra escola e, assim, escaparem aos horários-zero que poderão ser o caminho para a anunciada mobilidade especial.
Só 15 vagas para contratados
António Sousa, director do Agrupamento D. Manuel de Faria e Sousa, em Felgueiras, acha que os docentes têm de repensar a carreira. Neste concurso, indicou 12 vagas negativas no grupo Português/Francês. «Como os alunos não escolhem o Francês, prefiro ter cá professores com habilitações para Português/Inglês», diz, aconselhando os colegas a fazer formações para grupos com mais procura «como Espanhol».
Já as alterações curriculares e de organização das áreas técnicas levaram a Secundária Marquês de Pombal, em Lisboa, a indicar 16 vagas negativas em Educação Tecnológica. «Apesar de se falar na aposta no ensino profissional e de termos todos os alunos colocados em estágios em empresas, a verdade é que como escola técnica, temos pouca procura», explica o director Jaime Carlos.
Outro dos problemas indicados por alguns dos directores ouvidos pelo SOL, tem que ver com ‘vagas positivas’ que pediram e não aparecem no concurso. Numa análise às 618 que estão a concurso, percebe-se que são quase completamente coincidentes com as vagas que foram preenchidas no concurso extraordinário que vinculou 603 contratados. «Sobram 15 vagas para contratados que possam entrar», conclui Paulo Guinote.
Mas não será só o número de docentes do quadro a cair. Os contratados também terão menos lugares. «Com o alargamento dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP) a áreas geográficas maiores, o MEC cria uma espécie de bolsa de professores do quadro que podem suprir necessidades que estavam a ser preenchidas por contratados», explica Arlindo Ferreira, autor do Blog de Arlindo.
Mário Nogueira vai, aliás, usar o despacho que definiu os novos QZP para impugnar estes concursos nos tribunais. «Era matéria de negociação obrigatória, o que não aconteceu», resume o líder da Fenprof.
O sindicalista está preocupado com o que vai acontecer aos horários-zero. «O FMI disse que há 14 mil professores a mais e agora aparecem 12 mil vagas negativas. Não há coincidências», afirma, defendendo que é cedo para atirar números. «Falta saber o que vai ser considerado actividade lectiva no despacho de organização curricular, por exemplo». Mas há já sinais preocupantes: «O MEC deu instruções para que os 13.300 docentes com menos de seis horas lectivas regressem às escolas de origem, onde estão em horário zero. É o primeiro passo para a mobilidade especial».

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Quando se transforma o Ensino num negócio, o principal objectivo dessa actividade passa a ser a maximização do lucro, e não o fornecimento de um serviço escolar de qualidade.

Há pouco mais de meio ano atrás, a TVI fez uma reportagem especial que abordou a questão do financiamento de escolas privadas através de dinheiro público. A reportagem é verdadeiramente arrasadora, denunciando situações de promiscuidade escandalosamente evidentes, envolvendo ex-deputados e ex-secretários de Estado que favoreceram grupos privados da área do Ensino, em detrimento da Escola Pública.
A reportagem inclui testemunhos de professores, que relatam como foram explorados por colégios privados, sendo obrigados a trabalhar por ordenados muito abaixo da média. Estes professores foram ainda sujeitos a condições de trabalho deploráveis, que iam desde à falta de materiais e condições nas salas de aula, até à pressão exercida pelos directores dos colégios, no sentido de promoverem o seu negócio, maximizarem o seu lucro – fundamentalmente negligenciando a responsabilidade do serviço de Educação.
A reportagem identifica, ainda, os responsáveis por esta escandalosa situação, nomeando, um a um, os governantes e ex-governantes envolvidos nesta mercantilização do Ensino.
Actualmente, este Governo reduziu quase para metade a verba do Orçamento de Estado designada para a Educação – de 7% para 3,8%. Ainda assim, este Governo quer pôr de lado uma parte dessa parca quantia para entregar a colégios privados, empobrecendo a Escola Pública e enriquecendo grupos de Ensino privados.
Foi o próprio Nuno Crato que referiu que o financiamento do ensino privado visa introduzir competitividade na área do Ensino.
Esta reportagem ilustra bem o que significa essa competitividade. Quando um Governo torna o Ensino num negócio, o princípio fundamental dessa actividade passa a ser o lucro, e não o Ensino. E é isso que estes tipos se preparam para fazer, com a introdução dos cheques ensino para financiar colégios privados.
Estão a assaltar a Escola Pública para entregar dinheiro a grupos privados.
Para quem ainda não sabe para onde caminhamos com os cheques escola que o Governo quer introduzir, veja a reportagem, com atenção, e tire as suas próprias conclusões.

Uma Página Numa Rede Social
Duração: 18:32


OCDE
Passos diz que Portugal precisa "de menos professores"
por Luís Reis Ribeiro

A escola pública assim como outros sectores do Estado continuam sobredimensionados, na opinião do Governo PSD/CDS. Pedro Passos Coelho disse hoje que "precisamos de ter menos professores porque temos menos crianças e menos turmas".

Na conferência de imprensa de apresentação do relatório encomendado pelo Governo à OCDE "Portugal: reformar o Estado para promover o crescimento", Passos Coelho foi muito claro sobre qual a direção a seguir, apesar de defender "que nada está fechado" e que "é preciso um consenso alargado com os sindicatos da função pública e os parceiros sociais".
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A PROMOÇÃO DA IGNORÂNCIA Depois de ter defendido a extinção do salário mínimo nacional, os jotinhas do CDS / Juventude Popular — com o apoio de cinco membros do actual governo — apresenta uma moção ao congresso do CDS-PP, na qual é defendida a redução da escolaridade obrigatória (12.º ano), com o regresso à formulação anterior (9.º ano) em nome da “liberdade das pessoas”. A par de uma economia assente em baixos salários, Paulo Portas manda a sua jumentude (não me enganei a escrever...) dar o passo o seguinte: a promoção da ignorância.





Jô Soares define o que é ser "Professor"
O material escolar mais barato que existe na praça é o professor.
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta à escola, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve pouco, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é parvo.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".
É! O professor está sempre errado, mas se conseguiu ler até aqui, agradeça-lhe a ele.





                               

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