João Ferreira do Amaral considerou esta sxeta-feira que as medidas anunciadas pelo Governo vão provocar «uma quebra adicional muito drástica da procura interna» e, consequentemente, «impedir o Estado de cumprir os objetivos orçamentais do próximo ano».
«Este Orçamento, que ainda não conhecemos, pelo que foi anunciado vai significar uma quebra adicional muito drástica da procura interna, isso vai impedir o Estado de cumprir os seus objetivos orçamentais para o próximo ano, vai impor nova austeridade, o desemprego vai aumentar para muito mais dos 16,4 por cento que o Governo anuncia e a recessão vai ser muito mais profunda», afirmou o professor catedrático do ISEG.
Ferreira do Amaral falava, citado pela Lusa, durante o primeiro painel temático do Congresso das Alternativas, «Desafios da denúncia do memorando da troika».
«O próximo ano vai ser um ano de ruturas importantes a nível económico e social», resumiu.
O economista considerou ainda que Portugal segue «um caminho sem futuro do ponto de vista económico, social, e de retrocesso que pode ter consequências ainda mais graves» e insistiu na sua posição de que «não é possível denunciar o acordo da troika numa situação de manutenção no euro».
Esta saída do euro, defendeu, deve «ser feita de forma adequada» e «em negociação com as instituições europeias», onde Portugal pode encontrar alguns «bons apoios» para esta solução, afirmou João Ferreira do Amaral.
Para o economista, o problema fundamental vem desde 1992, quando no Tratado de Maastricht, o Estado se colocou «ele próprio nas mãos dos mercados financeiros», ao permitir que o Banco Central Europeu deixasse «de poder financiar os estados-membros».
«A meu ver este foi um retrocesso civilizacional tremendo», disse.
Fonte: Agência Financeira
Outros links relacionados:
Comentário feito há 15 anos ...
Carlos Carvalhas, há 15 anos, disse:
«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997
Parece que afinal o homem é um visionário
O poder em Portugal é exercido por "grupos de interesses"
O antigo ministro das Finanças afirmou esta tarde que "não são os eleitores quem escolhe" e que falta "responsabilização" à classe política.
"A gente pensa que são os eleitores que escolhe, mas não são, são grupos de interesses. É assim em toda a parte, e em Portugal mais que noutros países", disse Silva Lopes numa homenagem ao economista João Ferreira de Amaral, perante uma audiência que incluía o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e o governador do banco de Portugal (BdP), Carlos Costa.
"A nossa organização política não é muito encorajadora", afirmou Silva Lopes, de 80 anos, que já foi também governador do Banco de Portugal. "Há o problema da justiça, dos grupos de interesses. Há um problema de falta de transparência do Estado. De falta de transparência e de responsabilização."
Silva Lopes exemplificou afirmando que "há dias, o Estado deu milhões a câmaras [municipais] que excederam os orçamentos, e não tivemos a lista de câmaras que o fizeram".
O economista escandaliza-se por "alguns presidentes dessas câmaras são agora candidatos de câmaras ao lado!".
Para Silva Lopes, "neste país não há responsabilização de quem não sabe gerir orçamentos".
por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca/DN
João Ferreira do Amaral considerou esta sxeta-feira que as medidas anunciadas pelo Governo vão provocar «uma quebra adicional muito drástica da procura interna» e, consequentemente, «impedir o Estado de cumprir os objetivos orçamentais do próximo ano».
«Este Orçamento, que ainda não conhecemos, pelo que foi anunciado vai significar uma quebra adicional muito drástica da procura interna, isso vai impedir o Estado de cumprir os seus objetivos orçamentais para o próximo ano, vai impor nova austeridade, o desemprego vai aumentar para muito mais dos 16,4 por cento que o Governo anuncia e a recessão vai ser muito mais profunda», afirmou o professor catedrático do ISEG.
Ferreira do Amaral falava, citado pela Lusa, durante o primeiro painel temático do Congresso das Alternativas, «Desafios da denúncia do memorando da troika».
«O próximo ano vai ser um ano de ruturas importantes a nível económico e social», resumiu.
O economista considerou ainda que Portugal segue «um caminho sem futuro do ponto de vista económico, social, e de retrocesso que pode ter consequências ainda mais graves» e insistiu na sua posição de que «não é possível denunciar o acordo da troika numa situação de manutenção no euro».
Esta saída do euro, defendeu, deve «ser feita de forma adequada» e «em negociação com as instituições europeias», onde Portugal pode encontrar alguns «bons apoios» para esta solução, afirmou João Ferreira do Amaral.
Para o economista, o problema fundamental vem desde 1992, quando no Tratado de Maastricht, o Estado se colocou «ele próprio nas mãos dos mercados financeiros», ao permitir que o Banco Central Europeu deixasse «de poder financiar os estados-membros».
«A meu ver este foi um retrocesso civilizacional tremendo», disse.
Fonte: Agência Financeira
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Comentário feito há 15 anos ...
Carlos Carvalhas, há 15 anos, disse:
«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997
«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.
A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997
Parece que afinal o homem é um visionário
O poder em Portugal é exercido por "grupos de interesses"
O antigo ministro das Finanças afirmou esta tarde que "não são os eleitores quem escolhe" e que falta "responsabilização" à classe política.
"A gente pensa que são os eleitores que escolhe, mas não são, são grupos de interesses. É assim em toda a parte, e em Portugal mais que noutros países", disse Silva Lopes numa homenagem ao economista João Ferreira de Amaral, perante uma audiência que incluía o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e o governador do banco de Portugal (BdP), Carlos Costa.
"A nossa organização política não é muito encorajadora", afirmou Silva Lopes, de 80 anos, que já foi também governador do Banco de Portugal. "Há o problema da justiça, dos grupos de interesses. Há um problema de falta de transparência do Estado. De falta de transparência e de responsabilização."
Silva Lopes exemplificou afirmando que "há dias, o Estado deu milhões a câmaras [municipais] que excederam os orçamentos, e não tivemos a lista de câmaras que o fizeram".
O economista escandaliza-se por "alguns presidentes dessas câmaras são agora candidatos de câmaras ao lado!".
Para Silva Lopes, "neste país não há responsabilização de quem não sabe gerir orçamentos".
por Lusa, texto publicado por Sofia Fonseca/DN
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