domingo, 18 de agosto de 2013

Passos Coelho e o discurso do Pontal

                               

         

Há em Passos Coelho uma vertigem demencial que não pode ser apenas atribuída à falta de cultura democrática e ao défice de preparação. Há de haver o
ódio ao 25 de Abril e o ressentimento de retornado na obstinada deriva em que faz a síntese de Mohamed Said Al-Sahaf, o ministro da propaganda de Saddam, e do major Silva Pais, último diretor da PIDE/DGS, para quem as leis ou serviam ao regime ou não serviam para coisa alguma.

A chantagem sobre o Tribunal Constitucional é igual à conduta de Mohamed Morsi que, eleito também democraticamente, cedo ignorou o limite dos poderes que a Constituição lhe conferia e logo coartou os direitos dos cidadãos.

O fracassado cantor lírico entregou-se primeiro nas mãos de Vítor Gaspar a quem tinha como salvador da Pátria. Depois, perante o fracasso reconhecido pelo próprio, na carta de demissão, e na acusação à falta de liderança do Governo, que o mesmo é reconhecer a incompetência de quem nominalmente exerce as funções, preferiu transferir para mãos do CDS a liderança, para um ministro que irrevogavelmente se demitiu, a demitir-se ele.

Apenas se gabou de duas coisas, no discurso onde faltou aos indefetíveis o entusiasmo que esperava: da manutenção do rumo, sem se dar conta de que o abismo é a meta, e dos sinais da retoma, magro consolo, de duvidosa duração, num Governo onde o PIB nunca tinha deixado de cair.
Por: Ana Beatriz Simões/Facebook




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Portugal descansado

O dr. Pedro Passos Coelho foi ao Pontal, lugar sagrado da sua seita, onde se aliviou de um emaranhado de frases sem ordem, sem clareza e sem gramática. Parece que o nosso querido primeiro-ministro confia nas suas qualidades de improvisador e não se dá ao trabalho de escrever os discursos com que pretende informar os portugueses. Os portugueses ficam na mesma; e os comentadores de jornal ou de televisão tentam depois (e nem sempre conseguem) extrair algum sentido do que o cavalheiro disse. Anteontem, pareciam bruxas à volta de um endemoninhado. Nem o próprio público jantante o percebeu. Quase que não se ouviram palmas naquela audiência tratada a arroz de pato e muito bem sentada em cadeiras de um hotel qualquer. Se aquilo é um partido político (e eles juram que sim), não sei o que sucedeu à política. Por:P/ 18 Agosto 2013,





MARCELO REBELO DE SOUSA
Passos “quis entalar o Tribunal Constitucional”
Em causa o discurso de Passos Coelho em Quarteira em que deixou recados ao tribunal sobre as novas medidas que o Governo está a preparar.

Marcelo Rebelo de Sousa criticou as pressões que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho fez ao Tribunal Constitucional durante o discurso na rentrée do PSD no Algarve.
No seu habitual comentário na TVI, o professor considera que Passos Coelho, ao falar dos riscos de chumbo do Constitucional, está a admitir que as suas novas propostas podem mesmo violar a Constituição.

Marcelo disse que o primeiro-ministro “quis entalar o Tribunal Constitucional”.

O comentador deixou a pergunta: “Vê algum primeiro-ministro europeu a falar assim de um Tribunal Constitucional?” Acrescentando que as decisões do Tribunal Constitucional “nunca são um risco”.
De recordar que em Quarteira, na sexta-feira, Pedro Passos Coelho diz que o Governo está a preparar “novas medidas” para baixar a despesa pública, mas deixou um recado ao Tribunal Constitucional: qualquer chumbo pode pôr em causa os sacrifícios dos portugueses.

Noutro âmbito, Marcelo considera que o Presidente da República fez bem ao pedir a fiscalização preventiva da constitucionalidade do diploma do Governo sobre a requalificação dos funcionários públicos.
"Mesmo que no fundo as suas dúvidas sejam dúvidas que não são muito fortes, [Cavaco Silva] faz bem em colocar a questão ao Tribunal Constitucional para que não haja depois perturbações na elaboração do Orçamento e no percurso que é preciso fazer com o Orçamento no ano que vem", refere. Por: RR/18-08-2013 22:11

               



No domingo, dia 1 de Setembro, Passos Coelho "entusiasmou-se" perante a plateia de laranjinhas que o escutava, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, e saiu-se com esta pérola da mais rasteira demagogia:
"Já alguém se lembrou de perguntar aos 900 mil desempregados de que lhes serviu até hoje a Constituição?"
A jornalista Ana Sá Lopes respondeu-lhe deste modo desassombrado no jornal "i":
Pergunte-se aos desempregados
Por Ana Sá Lopes, jornal ?i?, 2 Set ?13
O primeiro-ministro comportou-se ontem [01 Set ?13] como um golpista de Estado
Já alguém se lembrou em Portugal de perguntar aos mais de 900 mil desempregados de que lhes valeu até hoje a Assembleia da República? De que lhes valeu Assunção Esteves? E o 25 de Abril? De que lhes valeu o deputado Luís Montenegro? Ou o deputado Luís Menezes? Ou o deputado xpto? Já alguém se lembrou de lhes perguntar de que lhes valeu o governo? E de que lhes valeu Pedro, Paulo, Maria Luís Albuquerque, os outros e respectivos assessores? De que lhes valeu a existência de todos os ministros e secretários de Estado? De que lhes vale, aos 900 mil, a existência de câmaras e de presidentes de câmara? E de juntas de freguesia? E dos embaixadores e secretários de embaixada?
Já alguém se lembrou, em Portugal, de perguntar aos 900 mil de que lhes valeu a democracia? A União Europeia? As viagens dos governantes a Bruxelas? As viagens dos membros do governo às organizações não sei o quê bilaterais? E de que lhes valeu o Tribunal de Contas? As eleições livres e justas? A tropa? A Cinemateca? O Teatro Nacional? O Palácio de São Bento? Os almoços de Estado? Os almoços que não são de Estado pagos pelo erário público?
Já alguém se lembrou de perguntar aos desempregados de que lhes valeu o Presidente da República, que jurou defender a Constituição? E a Câmara Municipal de Ponta Delgada? E as autonomias regionais? E o direito de voto a partir dos 18 anos? E o direito à não discriminação em função da raça e do sexo? E a separação de poderes?
Já alguém se lembrou de perguntar aos 900 mil desempregados de que lhes valeu ter eleito um taxista como primeiro-ministro, sem ofensa para os taxistas? De que lhes valeu a existência da JSD e das universidades de Verão, um excelente centro de recrutamento para um futuro emprego no palácio de São Bento sem grandes aborrecimentos?
O primeiro-ministro comportou-se ontem como um golpista de Estado, no mais demagógico ataque feito por algum titular de órgão de soberania contra a Constituição que está obrigado a cumprir - e contra o Presidente da República, que jurou cumpri-la, que desencadeou a avaliação preventiva da lei dos despedimentos da função pública.
É preciso lembrar ao primeiro-ministro que "o Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática" e que "a validade das leis e dos demais actos do Estado (...) depende da sua conformidade com a Constituição". O resto é uma fantasia de golpe de Estado típica de qualquer república das bananas.






Ainda a propósito das noticias em que a economia subiu 1,1% no 2º. trimestre.
Se eu dizimar um pinhal e depois plantar um eucalipto são boas notícias e pode-se falar em florestação. Se fecharem todas as lojas de uma rua e depois abrir uma ou duas, pode-se falar em crescimento económico. Se desemprego passa de 10% para 17% e depois recua para 16%, fala-se em aumento de emprego. A economia decresce mais de 3% num ano para depois 'crescer' 1,1% e fala-se em crescimento. É bom que se leiam as '10 estratégias de manipulação mediatica' de Noam Chomsky para compreender estes números. Estão aí disponíveis na internet e lêem-se em menos de 5 minutos. E já agora para mim os denominados 'empregadores' que pagam salários mínimos por 8 horas de trabalho diários deviam ser denominados por escravisadores. Estas 'notícias' de 'sinais de crescimento' são uma eficiente ferramenta!(...) por André ( comentador do Público) 
E, também, porque o estar na outra trincheira oposta à deste governo me livra de ingenuidades, espanta-me a acriticidade de jornalistas e comentadores, que “esquecem” quanto o crescimento proclamado pelo INE e anunciado com fanfarras por diversos ministros se deve em grande parte à nova unidade de refinação da Galp em Sines, cuja construção foi iniciada em dezembro de 2008 durante o Governo de José Sócrates e agora a funcionar em velocidade de cruzeiro para o mercado da exportação. Por: Jorge Manuel Trindade Rocha
                        

O governo está a embandeirar em arco com o crescimento de 1,1% no segundo trimestre relativamente ao primeiro deste ano, mas que, mesmo assim, revela uma queda de 2% em relação ao período homólogo do ano passado.                       

 Esperemos pois que o crescimento se mantenha e atinja valores mais nítidos e suscetíveis de minorarem o flagelo do desemprego.                                                                      

Mas, pergunta-se. O que fez o governo para que a economia cresça?
Promoveu investimentos públicos ou privados? Não.
Fez a tão falada reforma orgânica do Estado? Não.
Reduziu alguns impostos sobre bens fundamentais para a indústria e serviços como eletricidade, gás e água? Não. Pelo contrário, aumentou o respetivo IVA para 23%.
Reduziu o IRS sobre empresas estratégicas e essenciais para o crescimento? Não.
Reduziu IRS e IRC das pequenas e médias empresas? Não.
Promoveu a exportação para além daquilo que Sócrates tinha iniciado, incluindo a exportação do tão vilipendiado computador Magalhães que é hoje um êxito de exportação? Não.
Desbloqueou mil milhões de euros que estão em Bruxelas para apoiar as PME há quase dois anos? Não.
Promoveu a concessão de créditos às empresas exportadoras? Não.
Melhorou os seguros de crédito à exportação? Não.
Reduziu o défice das contas públicas? Não.
Reduziu a dívida pública do Estado? Não.
Aumentou o poder de compra das classes trabalhadoras e dos portugueses em geral? Não.   Por: Dieter Dellinger/Facebook


O discurso antes e depois das eleições

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