As alterações à taxa social única (TSU) que o Governo quer aplicar em 2013 podem, afinal, ter efeitos totalmente contrários àquele que o Governo pretende, que era criar emprego.
Um estudo da Universidade do Minho, que conta com a colaboração de um académico da Universidade de Coimbra, cujas conclusões foram conhecidas esta segunda-feira, aponta para que a redução da TSU em 5,75 pontos percentuais para as empresas e o aumento de 7 pontos para os trabalhadores pode destruir 68 mil empregos.
«De acordo com o modelo empírico estimado, as alterações dos descontos para a Segurança Social levam a que se perca cerca de 33 mil empregos. Considerando um intervalo de confiança de 95%, os nossos resultados sugerem que a perda de empregos pode ser na ordem dos 68 mil», aponta o estudo.
O cenário mais favorável, que mesmo assim contraria os argumentos do Governo, é que o impacto sobre a criação de emprego deverá ser «praticamente nulo». As contas destes académicos apontam para que esta medida «apenas criaria 1.000 empregos».
«Os principais resultados a que chegámos apontam para uma quebra no emprego e um aumento do desemprego de longa duração decorrentes de um aumento dos descontos dos trabalhadores. Este efeito negativo no mercado de trabalho não é compensado por qualquer efeito positivo da redução dos descontos das empresas», conclui o estudo. «Os resultados do modelo que estimámos não corroboram os impactos no emprego esperados pelo governo em resultado das políticas anunciadas para a TSU», concluem os académicos.
Este estudo, realizado por Luis Aguiar-Conraria, Fernando Alexandre, Joao Cerejeira e Miguel Portela, da Universidade do Minho, e por Pedro Bação, da Universidade de Coimbra, antecipa, igualmente, um maior peso do desemprego de longa duração no desemprego total.
O Governo, ao contrário destes académicos, acredita que a medida pode ajudar a gerar 50 mil empregos em dois anos, ou seja, criar um aumento de 1% no emprego.
Texto: Agência Financeira
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) ameaça aumentar salários no setor de forma a anular o efeito das mexidas anunciadas pelo Governo na Taxa Social Única (TSU).
Após uma reunião com o primeiro-ministro, o presidente da confederação, João Machado, disse aos jornalistas que, se as alterações avançarem, a CAP vai anulá-la na negociação coletiva. A CAP é a única confederação que negoceia diretamente acordos coletivos.
AG
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) ameaça aumentar salários no setor de forma a anular o efeito das mexidas anunciadas pelo Governo na Taxa Social Única (TSU).
Após uma reunião com o primeiro-ministro, o presidente da confederação, João Machado, disse aos jornalistas que, se as alterações avançarem, a CAP vai anulá-la na negociação coletiva. A CAP é a única confederação que negoceia diretamente acordos coletivos.
AG
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Caro Viriato um dos grandes problemas do nosso tempo é sermos confrontados com excesso de informação que não conseguimos digerir ou apreender na totalidade.
ResponderEliminarPeguei no 1ºprcoedimento dos deficits excessivos
( publicado pelo INE ) prevê para este ano um PIB de 168.3 mil milhões de Euros ( como sabemos o PIB estagnou com todas as consequências inerentes ). O deficit previsto para 2012 esta em 6% (segundo V Gaspar) mas queremos 5 % logo este ano ainda podemos esperar uma pancada de 1,68 mil milhões de euros, não será assim ?
Se em 2014 queremos 2,5 % do PIB a redução entre despesas e impostos a esperar, será de 5,88 mil milhões de euros (uma pancada em 2 anos)
Ou seja para chegar ao objetivo o Estado/Governo vai ter que obter face ao atual nível de 2012 já sem subsídios de ferias e de Natal 5,88 mil milhões de euros. Mesmo com essa redução a Divida Publica total vai crescer cerca de 2,5% por ano ou mais 25 % do PIB em 10 anos.
Não esquecer que os acréscimos e reduções de despesas tem efeitos multiplicativos. Temos aqui um problema bem serio e julgo que apenas uma pequena minoria de pessoas consegue perceber a verdadeira amplitude deste Tsunami económico ;isto não vai ser apenas apertar o cinto, vai ter que ser lutar pela sobrevivência
numa base diária.
Esta alteração da TSU pode ser a primeira tentativa descarada de "orientalizaçao" da sociedade europeia. Não sei até que ponto os imperialistas chineses podem estar também interessados em fomentar este tipo de medidas de forma a desmembrar as sociedades europeias para evitar reivindicações e pressões internas.
Desde muito cedo que tenho andado por aí a fazer o que posso e não me tenho cansado de alertar que estamos a gastar mais do que produzimos. Um dia o merceeiro deixava de fiar e vinha cobrar. Na verdade temos de reduzir a despesa, mas também não deixa de ser menos verdade que só resolveremos o problema se conseguirmos crescer. A austeridade leva a recessão e como diz o povo é preso por ter cão e por não ter.
EliminarFantasias orçamentais Jornal de Negócios
http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/08/fantasias-orcamentais-jornal-de-negocios.html
O regresso da pobreza à Europa
http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/08/o-regresso-da-pobreza-europa.html