Dos amores do Redentor
Não reza a História Sagrada
Mas diz uma lenda encantada
Que o Bom Jesus sofreu de amor.
| - o poema inicia-se com uma translação à Bíblia: Jesus sofreu de desejo (é assim que tem que ser interpretado o "sofrer de amor" escrito cerca de 1910 face aos versos que constituem o refrão, como veremos). |
Sofreu consigo e calou
Sua paixão divinal,
Assim como qualquer mortal
Que um dia de amor palpitou.
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Samaritana,
Plebeia de Sicar,
Alguém espreitando
Te viu Jesus beijar
De tarde quando
Foste encontrá-Lo só,
Morto de sede
Junto à fonte de Jacob.
| - "morto de sede junto à fonte de Jacob" é a chave do poema. Segundo a Bíblia, Jesus estava sentado junto ao poço de Jacob e como o poço é fundo não podia tirar água e pediu a uma mulher que lhe desse de beber. No poema o poço, que segundo a tradição foi escavado por Jacob e ainda existe perto de Shechem (a antiga Sicar), é transformado em fonte. Cristo podia, portanto, beber se a sua sede fosse desejo de água... mas a sede é desejo físico e por isso ele está "morto de sede" junto à fonte. |
E tu, risonha, acolheste
O beijo que te encantou,
Serena, empalideceste
E Jesus Cristo corou.
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Corou por ver quanta luz
Irradiava da tua fronte,
Quando disseste: - Ó Meu Jesus,
Que bem eu fiz, Senhor, em vir à fonte.
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terça-feira, 18 de setembro de 2012
Fado de Coimbra Samaritana Luís Goes
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