quinta-feira, 1 de março de 2012

Eça de Queiroz



Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzinaporque é uma nódoa' - Eça de Queirós

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"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão" - Eça de Queiroz.

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1872      Portugal  e  a  Grécia       2011
!!! … 139  anos  depois … !!!

Eça  de  Queirós  escreveu  em  1872
"Nós estamos num estado comparável apenas à 
Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade 
política, a mesma trapalhada económica, a                          
mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência 
de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas 
quando se fala num país caótico e que pela sua 
decadência progressiva, poderá vir a ser riscado 
do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a 
Grécia e Portugal"
(in As Farpas)
1872 … !!!   Verdadeiramente  impressionante   !!! …2011

1/5Eça  de  Queirós  sempre  actual
Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar
Eça  de  Queirós  sempre  actual


“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição”
“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de 
organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e  o 
engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos 
que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma 
rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela 
inveja, pela intriga, pela  vaidade, pela frivolidade e pelo 
interesse.
A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas 
vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali 
luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há 
a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; 
ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de 
nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em 
volta daquela arena enxameiam os aventureiros 
inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; 
há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o 
privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, bradase, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, 
todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali 
com dor e com raiva.
À  escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, 
ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos 
dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de 
dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.”
Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora” (1867)

2/5Política de acaso, política de compadrio, pPortugal   e   a   crise 
“Que fazer? Que esperar? Portugal tem 
atravessado crises igualmente más:  - mas 
nelas nunca nos faltaram nem homens de 
valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. 
Hoje crédito não temos, dinheiro também 
não  - pelo menos o Estado não tem:  - e 
homens não os há, ou os raros que há são 
postos na sombra pela política. De sorte que 
esta crise me parece a pior - e sem cura.”
Eça de Queirós, in “Correspondência” (1891)


“ … somos  um  povo  sem  poderes  iniciadores,  
bons  para  ser  tutelados … “ 
“Diz-se geralmente  que, em Portugal, o público 
tem ideia de que o Governo deve fazer tudo, 
pensar em tudo, iniciar tudo: tira-se daqui a 
conclusão que somos um povo sem poderes 
iniciadores, bons para ser tutelados, indignos de 
uma larga liberdade, e inaptos para a 
independência. A nossa pobreza relativa é 
atribuída a este hábito político e social de 
depender para tudo do Governo, e de volver 
constantemente as mãos e os olhos para ele 
como para uma Providência sempre presente.”
In “Citações e Pensamentos” de Eça de Queirós».











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