segunda-feira, 5 de março de 2012

Portugal num Cavaco

“Quer emagrecer 25 quilos? Corte uma perna.” Este é o tipo de solução que o governo nos propõe para a economia. Consegue-se a perda de peso, não consta é que o paciente corra muito. Os partidos da troika e os economistas do regime, que nos levaram ao estado actual, explicam-nos candidamente que, embora a gente esteja a tomar as medidas da Grécia, o resultado vai ser, naturalmente, a Suécia. É obviamente impossível reduzir quase 6% o défice público num só ano, aumentar brutalmente os impostos, secar o crédito bancário às empresas, cortar mais de 30% dos salários, subir drasticamente o preço dos transportes, saúde e educação e pretender ficar com uma economia saudável.
A receita é tão estapafúrdia que é preciso considerar o que de facto pretendem os governantes, para além do manto da propaganda. Estão a borrifar- -se para o país. Há muito tempo que PSD e CDS assumiram o objectivo de conseguir impor o modelo económico da ditadura chilena, usando as imposições da Alemanha como tanques. No final desta crise, o executivo de Passos Coelho terá dado aos grupos económicos sectores estratégicos da economia, como a energia e as águas, que gerações de contribuintes pagaram. Terá acabado com a educação e a saúde públicas, de modo a que haja um serviço pago, de qualidade, para os ricos e uma espécie de sopa dos pobres para todos os outros. E, finalmente, terá garantido uma mão-de-obra submissa e a metade do preço. Não lhes interessa que os portugueses vivam melhor, basta-lhes que alguns tenham lucros milionários.

Editor-executivo
Escreve à sexta-feira
Autor: Nuno Ramos de Almeida

 publicado em 21 Out 2011


mentiras_contadas_aos_portugueses




Aqui poderás ver 7 mitos e mentiras contadas sobre os portugueses, que te irão deixar impressionado com a realidade! Dizem uma coisa sobre nós portugueses, mas afinal a verdade é outra!

1. Os portugueses trabalham pouco. Os alemães trabalham muito. Mentira. A jornada de trabalho em Portugal é uma das maiores da Europa desenvolvida. Comparados com os alemães, os portugueses trabalham mais 324 horas todos os anos, mas levam para casa menos 7484 euros.

2. Os portugueses andaram a viver da mama da Europa, paga pelos alemães. Mentira. Com a entrada na UE, Portugal ganhou apenas 0,4% do PIB (fim da lista). Já a Alemanha encabeça o ranking com um aumento de 2,3%.

3. Os portugueses têm demasiados feriados. Mentira. Em Portugal há 10 feridos (antes havia 14). A Finlândia tem 15, a Espanha 14, a Eslováquia 13, a Áustria 12, enquanto a Suécia, a Itália, a França e a Dinamarca têm 11. Na Alemanha há entre 10 a 13 feriados, conforme os estados (länders).

4. Há demasiados portugueses que são funcionários públicos. Mentira. Temos, 575 mil e têm vindo a diminuir. Em 2008 (quando eram mais do que agora), eram 12,1% da população ativa. A média dos 32 países da OCDE é de 15%. A Dinamarca e a Noruega têm cerca 30%. O peso dos vencimentos dos funcionários públicos, em Portugal, em relação ao PIB, é inferior à média da UE e da zona euro: 10,5% em Portugal, 10,6% na zona euro, 10,8% na UE, mais de 18% em países como a Dinamarca ou a Noruega.

5. Os portugueses não produzem o suficiente para ter saúde, educação e segurança social públicas e de qualidade. Mentira. Os trabalhadores portugueses entregam mais ao Estado (em contribuições e impostos diretos e indiretos) do que recebem em serviços públicos, sendo que na maioria dos anos até há excedente (os trabalhadores deram mais do que receberam do Estado).

6. Os portugueses viveram acima das suas possibilidades e andaram a fazer crédito para carrões e férias na República Dominicana que não podiam pagar. Mentira. Em 2009, o crédito habitação era quase 80% do volume global de empréstimos contraídos por particulares. Uma decisão absolutamente racional, considerando que alugar casa era muito mais caro, logo, isso sim, seria viver acima das possibilidades.

7. Os portugueses são um povo de brandos costumes. Mentira. Só nos séculos XIX e XX, contam-se milhares de mortos em guerras civis e revoluções. Foi o Estado Novo que inventou o chavão, numa operação de manipulação da nossa identidade. Para andarmos caladinhos e quietinhos.


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