terça-feira, 12 de março de 2013

Versos O Banqueiro Ulrich Isabel e o Presidente


Banco repôs salários e devolveu o que a administração não recebeu nos dois anos que durou a ajuda do Estado. Ulrich chegará ao fim do ano com mais 165,5% de...
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O banqueiro, a sua Isabel e o senhor Presidente


Sabem quem é uma das «consultoras» do senhor Presidente da República? Não sabem? Então comecem pelas quadras. Se não acreditarem, vejam, mais abaixo, o Despacho do Aníbal.
 
Era uma vez um banqueiro
a Dona Isabel ligado.
Vive do nosso dinheiro,
mas nunca está saciado.

Vai daí, foi a Belém
E pediu ao presidente
que à sua Isabel também
desse um job consistente.


E o bom do senhor Cavaco
admitiu a senhora,
arranjando-lhe um buraco
e o cargo de consultora.

O banqueiro é o Fernando,
conhecido por Ulrich,
e que diz, de vez em quando,
«Quero que o povo se lixe!».

E o povo aguenta a fome?
«Ai aguenta, aguenta!».
E o que o povo não come
enriquece-lhe a ementa.

E ela, Dona Isabel,
com Cavaco por amigo.
não sabe da vida o fel
nem o que é ser sem-abrigo.

Cunhas, tachos, amanhanços,
regabofe à descarada.
É fartar, que nós, os tansos,
somos malta bem mandada.

Mas cuidado, andam no ar
murmúrios de madrugada.
E quando o povo acordar
um banqueiro não é nada.

É só um monte de sebo,
bolorento gabiru.
Fora do banco é um gebo,                                             
um rei que passeia nu.

Cavaco, Fernando Ulrich,
Bancos, Troikas, Capital.
Mas que aliança tão fixe
a destruir Portugal!

Nos termos dos artigos 3.º, n.º 2, e 16.º, n.os 1 e 2, do Decreto-Lei n.º 28-A/96, de 4 de Abril, nomeio consultora da Casa Civil Isabel Diana Bettencourt Melo de Castro Ulrich, funcionária do Partido Social Democrata, com efeitos a partir desta data e em regime de requisição, fixando-lhe os abonos previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 20.º do referido diploma em 50 % dos abonos de idêntica natureza estabelecidos para os adjuntos.
9 de Março de 2011. — O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
204517584

DITOSA  PÁTRIA... QUE TAIS FILHOS TEM!

Claro, com o "AGUENTA... AGUENTA...", este "SEM-ABRIGO"
vê-se obrigado a recorrer ao "Padrinho" para "abrigar" a esposa!

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Ai aguenta, aguenta
Fomos amestrados para acreditar que, quando os especialistas nos dizem que algo é inevitável, devemos acreditar nisso cegamente, mesmo que (ou sobretudo quando) tenhamos as maiores dúvidas.
"Ninguém gosta de tomar decisões que provocam sofrimento noutras pessoas". Há evidentemente pessoas (talvez poucas) que gostam de provocar sofrimento noutras: logo, a análise lógica desta declaração conclui pela sua evidente falsidade.

No entanto, ela parece-nos psicologicamente verdadeira, porque verosímil: todos nós causámos já conscientemente dor a outrem no intuito de evitar um mal maior, por exemplo, castigando um filho para o ajudar a enfrentar os perigos da vida.

Falta porém explicar porque é que, em certas circunstâncias, tanta gente aparentemente normal se presta de boa mente a colaborar em processos que infligem sofrimento extremo a milhões de seres humanos sem sequer tentar resistir a algo que contraria frontalmente os valores que aparentemente professa.

Impressionado com a tese da "banalidade do mal", formulada por Hannah Arendt após assistir ao julgamento de Adolf Eichmann, o oficial SS que superintendeu toda a organização e implementação da chamada Solução Final, Stanley Milgram, à data Professor de Psicologia Social em Yale, decidiu investigar o assunto.

A experiência concebida em 1961 por Milgram consistia aparentemente num teste de memorização. Nela participavam um Experimentador, um Professor e um Aluno. O Professor recebia uma lista de pares de palavras que deveria ensinar ao Aluno. Depois de recitar a lista completa, o Professor leria ao Aluno a primeira palavra de cada par e pedia-lhe para escolher a segunda dentre quatro possíveis. Se a resposta fosse incorrecta, o Professor carregaria num botão que aplicaria ao Aluno um choque eléctrico, que aumentaria 15 volts por cada erro. Se fosse correcta, passaria à questão seguinte.

Embora o Professor - o verdadeiro sujeito da experiência - o ignorasse, o Aluno era na verdade um actor que, fechado numa sala ao lado, simulava sofrer os alegados choques eléctricos. Os gritos de dor do Aluno aumentavam de intensidade à medida que a voltagem "aumentava". A partir de certa altura, o Aluno queixava-se de problemas cardíacos e deixava de reagir. Atingidos os 135 volts, muitas pessoas questionavam a experiência e declaravam a sua intenção de abandoná-la, mas a maioria continuava depois de lhe ser assegurado que os choques não provocariam danos irreversíveis no Aluno. Quando o Professor insistia em abandonar, o Experimentador procurava dissuadi-lo, dizendo-lhe, por esta ordem:

1. Por favor, continue.

2. A experiência exige que continue.

3. É absolutamente essencial que continue.

4. Não há alternativa, tem de continuar.

Se o Professor assentisse, a experiência continuaria até ao choque máximo de 450 volts. Antes de iniciar as suas experiências, Milgram perguntou a um painel de especialistas que percentagem de Professores iria até ao enfim. A previsão apontava para 1,2%. Porém, 65% dos sujeitos aplicaram na primeira experiência o hipotético castigo de 450 volts, apesar de quase todos revelarem sinais de perturbação e tensão extremas, incluindo riso nervoso, suores e tremores. A experiência de Milgram foi desde então repetida inúmeras vezes ao longo de décadas, sem alteração notável dos resultados. Uma meta-análise publicada em 2002 por Thomas Blass, da Universidade de Maryland, concluiu que a proporção de participantes preparados para infligir a punição extrema se situa usualmente entre 61 e 66%, independentemente do tempo e do lugar.

Milgram resumiu assim as conclusões da experiência: "Pessoas normais, que se limitam a fazer o seu trabalho, podem tornar-se agentes de um processo terrivelmente destrutivo apesar de não serem movidas por qualquer hostilidade particular. Mesmo quando os efeitos destrutivos da sua acção se tornam evidentes e lhes é pedido que levem a cabo algo incompatível com padrões éticos fundamentais, pouca gente tem energia para resistir à autoridade."

O mais perturbador é que ninguém o faz por mal. Muita gente parece achar legítimo cometer as piores barbaridades na condição de que elas sejam legitimadas por uma autoridade estribada num suposto bem comum, numa linha de rumo que não se sabe bem quem traçou, de preferência sustentada pelo conhecimento científico ou, pelo menos, pela força objectiva das coisas. A diluição da responsabilidade individual desempenha aqui um papel fundamental, dado que a violência não parece resultar da vontade individual dos agentes do castigo, mas da inevitabilidade da situação ("a experiência exige que continue", "não há alternativa").

Fomos amestrados para acreditar que, quando os especialistas nos dizem que algo é inevitável, devemos acreditar nisso cegamente, mesmo que (ou sobretudo quando) tenhamos as maiores dúvidas. O Aluno existe para ser castigado pelo Professor sob a superior orientação do Experimentador. Mais claro que isto, é impossível.  17 Dezembro 2012, 23:30 por João Pinto e Castro / Infelizmente já falecido com 63 anos. 
P.S.: O leitor interessado em aprofundar o assunto poderá visionar no YouTube o programa em três partes "Milgram's Obedience to Authority Experiment", produzido pela BBC em 2009. Complementarmente, recomendo a conferência TED de Philip Zimbardo "The Psychology of Evil", de 2008.


SOMOS TODOS IGUAIS MAS ALGUNS SÃO MAIS IGUAIS QUE OUTROS !


A ISABELINHA E O ANÍBAL"

Despacho nº.5776/2011
Nos termos artigos 3º. nº 2 e 16º. nos 1 e 2 do Decreto-Lei nº. 28-A/96, de 4 de Abril, nomeio consultora da Casa Civil Isabel Diana Bettencourt Melo de Castro Ulrich, funcionária do Partido Social Democrata, com efeito a partir desta data e em regime de requisição, fixando-lhe os abonos previstos nos nos. 1 e 2 do artigo 20º. do referido diploma em 50% dos abonos de idêntica natureza estabelecidos para os adjuntos.
9 de Março de 2011. - O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
http://dre.pt/pdf2sdip/2011/04/066000000/1551315514.pdf

É mesmo uma querida.
Fica bem em Belém.
______________________________________________
O banqueiro, a sua Isabelinha e o senhor Presidente

Era uma vez um banqueiro
À D. Isabel ligado.
Vive do nosso dinheiro,
Mas nunca está saciado.

Vai daí, foi a Belém
E pediu ao presidente
Que à sua Isabel, também,
Desse um job consistente.

E o burro do Dom Cavaco
Admitiu a senhora,
Arranjando-lhe um buraco
E o cargo de consultora.

O banqueiro é o Fernando,
Conhecido por Ulrich,
E que diz, de vez em quando,
«Quero que o povo se lixe!».

E o povo aguenta a fome?
«Ai aguenta, aguenta!».
E o que o povo não come
Enriquece-lhe a ementa.

E ela, D. Isabel,
Com Cavaco por amigo.
Não sabe da vida o fel
Nem o que é ser sem-abrigo.

Cunhas, tachos, amanhanços,
Regabofe à descarada.
É fartar, que nós, os tansos,
Somos malta bem mandada.

Mas cuidado, andam no ar
Murmúrios, de madrugada.
E quando o povo acordar
Um banqueiro não é nada.

É só um monte de sebo,
Bolorento gabiru.
Fora do banco é um gebo,
Um rei que passeia nu.

Cavaco, Fernando Ulrich,
Bancos, Troikas, Capital.
Mas que aliança tão fixe
A destruir Portugal!
António Reis, foto de Carlos Garcia

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