Fico um bocadinho abanada com venda aos chineses»
Manuela Ferreira Leite diz que quer uma explicação do governo sobre a privatização da Caixa Seguros
Manuela Ferreira Leite diz que quer uma explicação do governo sobre a privatização da Caixa Seguros. Na TVI24, a comentadora diz-se «abanada» com a venda aos chineses que são classificados como lixo.
«Foi vendido um terço do sistema segurador nacional. Espero que haja uma explicação ao país, primeiro do motivo porque foi vendido e em segundo em que condições foi vendido», disse, admitindo ficar «um bocadinho abanada» com o facto de ter sido vendida a chineses.
Manuela Ferreira Leite reafirmou também que o governo continua a tratar os reformados como despesa pública. A comentadora da TVI critica fortemente os cortes aos pensionistas, e ainda a forma como Paulo Portas reclamou o facto de ter sido ele a evitar cortes nas pensões inferiores a 100 euros.
Manuela Ferreira Leite disse ainda que não fica surpreendida com a recandidatura de Passos Coelho a primeiro-ministro. Na TVI24, a antiga presidente do PSD diz que é natural.
«Evidentemente que não seria de esperar que o primeiro-ministro não se candidatasse», disse.
Em entrevista recente à CNN, o ministro das Finanças irlandês respondeu ao jornalista curioso que não vendia as empresas do Estado em carteira enquanto não aparecesse um bom comprador, apesar do programa de resgate financeiro e da troika. E rematava: — Não somos ideológicos em relação a esse tema. O Governo português, ao contrário, está a vender tudo e muito mais do que seria objectivamente necessário. Todas as vendas são polémicas mas umas são-no mais do que outras. A venda da participação da EDP já o foi, assim como a dos CTT, entre outas. Mas a venda dos seguros da Caixa Geral de Depósitos a uma companhia de capitais chineses ultrapassa muitas marcas. A companhia em questão, a Fosun, segundo uma agência de notação financeira, tem actualmente a classificação de Ba3 e B1, ou seja, contém “elementos especulativos e risco significativo ou elevado”. É a esta empresa que o Governo de Pedro Passos Coelho está a vender 30% do mercado segurador nacional. Nada o justifica. Trata-se de vender um activo público a um fundo de investimento de elevado risco financeiro. O que se ganha com isso? A Caixa precisará de vender os seguros por razões de estabilização do seu negócio bancário, mas a venda não é urgente a este ponto. Noonan, o ministro irlandês, falou de ideologia, mas é também preciso falar de razões de ordem financeira privada. Na verdade, neste mandato governamental, pela primeira vez, Portugal vende as empresas públicas exclusivamente por meio de agentes privados, contratados directamente pelo Governo, e que ganham, naturalmente, com as vendas. Há um enviesamento a favor da realização da transacção dos activos financeiros públicos, em benefício dos agentes envolvidos. Trata-se de um problema real. Um dia teremos um Governo que não dê tanto de tantos a tão poucos. Um Governo europeu que proteja os interesses dos cidadãos, com ganhos para todos. Todos, incluindo os interesses financeiros legítimos e amigos da economia. Assim, como Passos Coelho e Albuquerque estão a fazer, não. Definitivamente, não. Ou então estamos todos muito enganados. Por : PEDRO LAINS Historiador e professor de Economia do ICS-Universidade de Lisboa
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É uma ESTUPIDEZ privatizar a CAIXA!
Os Economistas repetem até à exaustão que um Estado sem moeda própria não tem possibilidade de influenciar a política monetária (liquidez, taxas de juro, etc…) e que, como tal, não tem instrumentos para influenciar a competitividade da sua Economia (e das suas exportações). Do ponto de vista teórico esta afirmação é verdadeira. Do ponto de vista real, é falsa. Há uma maneira do Estado influenciar a política económica: através do controlo da Banca Comercial. A Alemanha percebeu isto muito cedo. Desde o início da era EURO. O Estado Alemão domina, directa e/ou indirectamente 87% do produto bancário Alemão (de facto só fica de fora o DB, todos os outros são propriedade do Estado – central ou local). Assim, o Estado Alemão, apesar de incluído na Zona EURO, tem instrumentos de influência da liquidez da economia e do preço do dinheiro, garantindo o financiamento e incrementando a competitividade das suas empresas (especialmente as exportadoras).
O Estado Português também tem um instrumento desses: chama-se Caixa Geral de Depósitos. A CGD por ser pública e por ter uma posição dominante no sector bancário em Portugal poderia (e deveria) ser utilizada como instrumento de influência sobre a política monetária: captando (com juros elevados) quando a Economia está em crescimento, cedendo (a juros baixos) quando a Economia está em queda. Não sendo um instrumento tão directo como o da “desvalorização da moeda”, é um instrumento quase tão eficaz como este.
Esta é a razão pela qual os “estrangeiros” exigem a privatização da CGD. E é a razão pela qual semelhante operação é uma ESTUPIDEZ!
Outro tema é se a CGD tem cumprido este papel. De facto não tem. Mas aí, a culpa não é da CGD, mas sim de quem a comanda (Governos, vários e Administrações, várias). Não é a CGD que deve ser privatizada – é a respectiva Administração (e tutela) que tem de ser demitida!!
Este é o resultado da privatização.
A família politica a que pertence cada uma das figuras em causa, vai identificada por cores diferentes, a que correspondem as cores partidárias.
Há aqui uma cor que se destaca pelo seu grande número de ilustres figuras que aparecem quase em todas as empresas.
Quem disse que não há o dom da ubiquidade!...
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Têm sido limadas arestas para que o poder angolano não se irrite com as elites portuguesas. A ideia foi defendida pelo jornalista Nicolau Santos na apresentação do livro Os Donos Angolanos de Portugal.
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