O grande homem é aquele que não perdeu a candura da sua infância…
Pertenço a uma geração que teve de se desenrascar.
Nasci ao som do rufar dos tambores da 2ª Guerra Mundial. Os clarins e as sirenes faziam o toque de à rasca, anunciando mais um bombardeamento.
A Santa da minha Mãe, pariu-me de cócoras. Quando se sentiu à rasca,
muniu-se da tesoura e do baraço e fez tudo sozinha. Chegou por casualidade uma vizinha e ajudou aos últimos preparativos, talvez um caldo de galinha velha, que era o prémio de qualquer parturiente. Hoje, as que se rotulam de à rasca têm seis meses de licença de parto. Essa vizinha, que durou cento e tal anos, passou a vida a contar-me isto, vezes sem conta.
Aos miúdos, faziam uns calções com uma abertura na retaguarda, e, quando estivessem à rasca, baixavam-se, o calção abria e fazia-se em escape livre e, andava sempre arejado.
Aos dezoito anos, ainda o comboio passava em Mirandela e tive o azar de fazer cargas e descargas dos vagões para os camiões. Os adubos vinham em sacos de 100 kg, as pernas tremiam mas tinha que me desenrascar. Os mais velhos sabem do que falo, o trabalho era duro incluindo as cegadas, mas…. fazia-se tudo a cantar.
A mesma geração, fez as três frentes da guerra colonial, morreram nove mil e quinze mil ficaram mutilados e a cair aos bocados, chamam-lhes Heróis, mas dizem desenrasquem-se. O 25 de Abril foi feito por essa mesma geração, bons líderes, povo unido e desenrascaram-se muito bem. Por fim, a debandada da emigração para toda a Europa, atravessando montes e vales íamos chegando a todo o lado. Vivíamos em contentores e barracas, o tacho onde se lavavam as batatas era o mesmo para se lavar o nariz, mas não nos desenrascamos nada mal.
Depois veio a geração rasca. Drogas, rendimentos mínimos e vergonha de trabalhar. Agora, dizem ser a geração à rasca, querem ser todos Doutores, arrastam-se anos à volta dos cursos, os parques universitários estão cheios de carros de luxo, ficam por casa dos Pais até aos trintas e “quem aos vinte não é, aos trinta não tem, aos quarenta já não é ninguém”. São uns enrascadinhos, não querem assumir a responsabilidade de uma família, vagueiam de noite, dormem de manhã e a Mãe chama-os para almoçar. O Pai vai recheando a conta, porque um Pai é um banco proporcionado pela natureza. Eu não quero medir tudo pela mesma rasa e acredito muito na juventude, aconselho-os a que se caírem sete vezes se levantem oito, porque o Governo está à rasca, a oposição está enrascada e a juventude não se desenrasca.
Os que cantam, Homens da Luta, é uma luta sem comandantes e o povo vencido jamais será unido.
Façam pela vida… E, não estejam à espera que o mar arda, para comer peixe grelhado!...
Autor: Desconhecido
ESTA É QUE É A VERDADEIRA GERAÇÃO À RASCA (MUITO BEM VISTO)
*Da autoria dum jovem de 62 anos:*
«Geração à rasca foi a minha. Foi uma geração que viveu num país vazio de
gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser
diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à
segurança social.
Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos
direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de
crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.
Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio
proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra.
Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de
facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães
solteiras porque sim, pais biológicos, etc.
A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o
chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país
e que podia, sem permissão, ler-lhe a correspondência.
Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos
caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter
melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em
"Zombies" desfocados.
Hoje, existem plasmas, LCD ou Tv com LEDs, que custam uma pipa de massa.
Na rádio ouviam-se apenas 3 estações, a oficial Emissora Nacional, a
católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos
os Gato Fedorento, só ouvíamos Os Parodiantes de Lisboa, os humoristas da
época.
Havia serões para trabalhadores todos os sábados, na Emissora Nacional,
agora há o Toni Carreira e o filho que enchem pavilhões quase todos os
meses. A Lady Gaga vem cantar a Portugal e o Pavilhão Atlântico fica a
abarrotar. Os U2, deram um concerto em Coimbra em 2010, e UM ANO antes os
bilhetes esgotaram.
As Docas eram para estivadores, e o Cais do Sodré para marujos. Hoje são
para o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebidas, e não
só...
O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a
geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama
duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de
Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti.
As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude
enviávam lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou
amigos que estavam por cá.
Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e E-Mails
cheios de "k" e vazios de conteúdo.
As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas em Fiat 600, ou então nas
viagens para as antigas colónias para combater o "inimigo".
Quem não se lembra dos celebres Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre
outros, tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma
certeza... ...a viagem de ida.
Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos
cruzeiros.
Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam
doentes.
Coca-Cola e Pepsi, eram proibidas, o "Botas", como era conhecido o Salazar,
não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e
pirolito.
Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, era a preto e
branco.
A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça
de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma
lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas.
Na escola, quando terminei o 7ºano do Liceu, recebi um beijo dos meus pais,
o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão
comemorar os fins dos cursos, para fora do país, em grupos organizados,
para comemorar, tudo pago pelos paizinhos..
Têm brutos carros, Ipad's, Iphones, PC's, .... E tudo em quantidade. Pago
pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!!
Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima.
Afinal qual é a geração à rasca...??? Américo Reis.
geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama
duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de
Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti.
As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude
enviávam lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou
amigos que estavam por cá.
Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e E-Mails
cheios de "k" e vazios de conteúdo.
As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas em Fiat 600, ou então nas
viagens para as antigas colónias para combater o "inimigo".
Quem não se lembra dos celebres Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre
outros, tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma
certeza... ...a viagem de ida.
Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos
cruzeiros.
Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam
doentes.
Coca-Cola e Pepsi, eram proibidas, o "Botas", como era conhecido o Salazar,
não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e
pirolito.
Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, era a preto e
branco.
A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça
de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma
lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas.
Na escola, quando terminei o 7ºano do Liceu, recebi um beijo dos meus pais,
o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão
comemorar os fins dos cursos, para fora do país, em grupos organizados,
para comemorar, tudo pago pelos paizinhos..
Têm brutos carros, Ipad's, Iphones, PC's, .... E tudo em quantidade. Pago
pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!!
Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima.
Afinal qual é a geração à rasca...??? Américo Reis.
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