segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Segundo Resgate António Costa

                              
        

Bruxelas Vem aí um segundo resgate

A Comissão Europeia está a preparar uma segunda ronda de ajuda a Portugal, prevendo a dificuldade de Lisboa regressar com sucesso aos mercados em meados de 2014, quando expirar o actual programa de resgate, informou o El País.
Duas fontes da União Europeia citadas pelo jornal espanhol, que tinha esta noite em destaque no seu portal a notícia de uma segunda ajuda a Portugal, garantem que estão em curso conversações com o Governo português para que esteja disponível a tempo “uma linha de crédito de precaução” do fundo de resgate europeu (Mecanismo Europeu de Estabilidade - MEDE).

A mesma possibilidade poderá ser explorada com a Irlanda, segundo o diário.

Essa linha de crédito, explica o El País, será um “resgate suave” com o objectivo de evitar que a saída do programa, em maio de 2014, “seja um calvário” para Portugal.

Para o jornal espanhol, esta segunda ajuda a Portugal pode ter duas leituras, uma positiva e outra realista. Se pode ser um sinal de que “Bruxelas não vai deixar cair Lisboa, que fez tudo o que a ‘troika’ pediu e mais ainda”, e que a Comissão Europeia vai ajudar o Governo português a tentar acalmar as preocupações dos parceiros europeus e dos mercados, também pode indicar que o “programa português não funciona e que é necessário dar um novo impulso a Portugal”.

Quanto às possibilidades das linhas de crédito que poderão ser concedidas a Portugal, o El País indica que o “MEDE poderá dar um novo empréstimo a Lisboa, optar por comprar dívida no mercado primário (a solução mais provável) ou no secundário”.

“Em todos os casos haverá condições associadas, apesar de menos exigentes, com exames menos completos e mais espaçados no tempo”, escreve o jornal ao salientar que essa linha de precaução permitirá sobretudo activar o programa de compra de dívida que o Banco Central Europeu acordou em Setembro, mas que ainda está dependente do veredicto do Tribunal Constitucional alemão.


Segundo o El País, esta fórmula de “resgate suave” será decidida nos próximos meses.

Hoje, o Eurogrupo vai debater a situação de Portugal, da Grécia e Espanha.

Fontes financeiras citadas pelo El País salientam que o Fundo Monetário Internacional procurará “algum tipo de reestruturação” da dívida portuguesa, tal como na Grécia, situação a que “União Europeia se irá opor radicalmente”.
08 de Julho de 2013 | Por Lusa/Notícias Ao Minuto



Entrevista a João Cravinho

O socialista João Cravinho foi deputado, eurodeputado, ministro da Indústria, ministro do Planeamento e do Equipamento, e administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento.

João Cravinho considera que Portugal nunca terá um segundo resgate, porque isso significaria assumir o falhanço do primeiro. “Quando esta gente se afadiga se chegamos ao cautelar ou não, eles já sabem que esse problema está resolvido”, argumenta.

Nesta entrevista conduzida pela jornalista Maria Flor Pedroso, João Cravinho afirma que Portugal não terá condições nos próximos dez anos para se livrar da influência alemã.
ttp://www.rtp.pt/antena1/?t=Entrevista-a-Joao-Cravinho.rtp&article=7216&visual=11&tm=16&headline=13


Nicolau Santos, 'As certezas incertas de 2014' 
[hoje no Expresso/Economia]:
‘O fim do ajustamento é, salvo alguma nova crise política ou algum acontecimento internacional que faça deflagrar as taxas de juro, um dado adquirido. A troika está desejosa de provar ao mundo que a sua receita não resulta apenas em países anglo-saxónicos, como a Irlanda, mas que também obtém resultados em países latinos, tradicionalmente indisciplinados em matéria de finanças públicas. Além de mais, todo o processo de ajustamento foi manchado ou por pressupostos que se revelaram falsos ou incorretos (austeridade expansionista que não funcionou, multiplicadores orçamentais subvalorizados, dívida acima de 90% que reduzia drasticamente o crescimento e não se confirmou), ou por resultados que não eram os previstos (explosão do desemprego, afundamento muito superior da procura interna, recessão mais profunda e mais longa do que o esperado), ou pela demissão do seu maior defensor e garante, o ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que deixou como testamento político uma carta de demissão onde reconhecia que o programa tinha falhado os seus objetivos essenciais (cumprimento das metas para o défice e para a dívida) e existiam efeitos "muito graves" ao nível do desemprego e do desemprego jovem.

A troika quer fazer esquecer todos os erros e portanto tudo fará para que no final de junho de 2014 termine o programa de ajustamento para poder anunciar como uma vitória aquilo que manifestamente se tratou de um processo de experimentalismo económico e social que não correu nada bem.
Contudo, há mais um falhanço inscrito no horizonte. Com efeito, ninguém nos disse que após o programa de ajustamento teríamos de embarcar noutro navio, agora designado programa cautelar, sob risco de não conseguirmos flutuar em matéria de financiamento internacional pelos nossos próprios meios quando nos libertarmos do triunvirato troikista.
Incumprimentos da Dívida, só na Europa: 

Alemanha (1932, 1939, 1948)
    Hesse (1814)
    Prussia (1807, 1813)
    Schleswig-Holstein (1850)
    Westphalia (1812)
Áustria-Hungria (1796, 1802, 1805, 1811, 1816, 1868)
Áustria (1938, 1940, 1945)
Bulgária (1932, 1990)
Croácia (1993–1996)
Dinamarca (1813)
Espanha (1557, 1560, 1575, 1596, 1809, 1820, 1831, 1834, 1851, 1867, 1872, 1882, 1936-1939)
França (1812)
Grécia (1826-1842, 1843-1859, 1860-1878, 1894-1897, 1932-1964, 2010)
Hungria (1932, 1941)
Países Baixos (1814)
Polónia (1936, 1940, 1981)
Portugal (1828, 1837, 1841, 1845, 1852, 1890)
Reino Unido (1822, 1834, 1888–89, 1932)
Roménia (1933)
Rússia (1839, 1885, 1918, 1947,1957, 1991, 1998)
Suécia (1812)

Plano Marshall: em 1960, SÓ TINHAM SIDO REEMBOLSADOS cerca de 20% do total de 13.325,8 MILHÕES DE DÓLARES DA ÉPOCA emprestados em 1948, e os 80% RESTANTES FORAM CONSIDERADOS DÁDIVA DO POVO AMERICANO!!!

França: o Franco desvalorizou 60% (!!!) em 26 Dezembro 1945 por causa do acordo de Bretton Woods, em 1948 desvalorizou mais 44,4%, em 1949 mais 22,27%, e em 1958, De Gaule desvaloriza mais 17,5% e cria o "Nouveau Franc". 
Por: Olisipone 

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