VERGONHA,VERGONHA,para que serviu se pagar €25000,00/mês ao SÉRGIO MONTEIRO, sec. estado de PPC e que nos custou pelo que nada fez, o total de € 375.000,00 mais os ordenados de Carlos Costa?
& Filhos da puta by As Minhas Leituras A vida é filha da puta, A puta é filha da vida... Nunca vi tanto filho da puta Na puta da minha vida. (atribuído a Bocage) Eu sei que nesta quadra deveríamos ser bondosos e evitar chamar alguém por filhos da puta e muito menos a ministros da Opus Dei, banqueiros com capelas o privativas […] Ler mais deste artigo ;
Reportagem da SIC Banco de Portugal BES.
O "Império do Mal" e a sua obra, tolerada conscientemente de deliberadamente permitida pelo BdP e Carlos Costa , bem como pelo Governo dos #Pafiosos Passos, Portas, Gaspar e MariluSwapps !!!
"Assalto ao Castelo - a série completa de reportagens ..."
"Está registado nas contas nacionais." Limpinho, limpinho... votem no PuF, votem, votem!
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Se alguém porventura ainda tinha dúvidas de que a justiça portuguesa não passava de uma farsa fascista ao serviço da classe dos grandes capitalistas, pois então esta noite deve ter perdido definitivamente as suas ilusões, quando viu Ricardo Espírito Santo Silva Salgado, o chefe da quadrilha de gatunos da família Espírito Santo, autor de múltiplos […]
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Afinal tudo não passava de uma fraude em relação à solidez. Nunca existiu dinheiro mas dividas e prejuízos que se foram acumulando até ao juízo final.
http://www.tvi24.iol.pt/.../constanca-cunha-e-sa-comecam...
Mais depressa se encontra um mentiroso que um coxo.
Devedores do BES (os maiores caloteiros)
Dividas ao BES
O Novo Banco perdeu 9300 milhões em depósitos em 2014 e a Caixa Geral de Depósitos foi quem mais ganhou. Por volta de 2008, ainda Passos Coelho estava longe de chegar ao poder e já tinha duas ideias. O que, para um gajo com três neurónios, rondava perigosamente o limiar do esgotamento cerebral. Uma dessas ideias era a […]
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Vice-presidente da Associação Transparência e Integridade tinha-se disponibilizado para enviar à comissão de inquérito a lista dos beneficiários de empréstimos do BES Angola. Deputados ficaram surpreendidos ao receber um dossiê que incluía artigos de opinião do próprio Paulo Morais. "Se quiserem usem a lista. Se não quiserem, para a próxima não peçam." O comentário final […]
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Indignante...!!! Está preso???? Não!!! Diverte-se na cara dos portugueses.....
AFINAL COMO É??????????????????
TÊM BENS OU NÃO TÊM BENS ????????????
A SER VERDADE ISTO É NOSSO
TÊM BENS OU NÃO TÊM BENS ????????????
A SER VERDADE ISTO É NOSSO
Pacheco Pereira, sábado no Público *
O processo dos submarinos pode não permitir a criminalização dos responsáveis, mas não pode deixar de exigir que pelo menos se puna quem permitiu os desmandos que estão patentes na frase dos Espírito Santo.
A frase foi dita por Ricardo Salgado numa reunião “familiar” para distribuir os despojos do negócio dos submarinos. A audição das gravações dessa reunião (1), que a TVI tornou possível, apesar da ameaça de processos, permitiu-nos ouvir os representantes dos
Só queriam explicações sobre por que é que não era mais, sabendo que outros tinham ficado pelo caminho, nos intermediários de baixo e no “alguém” que não é nomeado. A voz da ganância perguntava: “como é que aqueles três tipos receberam 15 milhões” e eles só cinco? Quando as perguntas começaram a querer ir mais longe, Salgado manda que não "[remexessem] mais no assunto”.
E saindo dali, da sala sumptuosa de madeiras vagamente cheirando a fragâncias naturais, o que é da natureza das boas madeiras, do couro nobre das cadeiras, dos cristais dos copos de água e dos quadros naturalistas nas paredes, dedicaram-se à esforçada tarefa de manter o seu milhão bem longe dos impostos fora de Portugal, e só o “importaram” quando o Governo permitiu o chamado "Regime Excepcional de Regularização Tributária" (RERT). O dinheiro, algum dinheiro, voltou, e foi um segundo excelente negócio, visto que pela fuga ao fisco pagaram menos impostos do que todos nós pagamos. Menos? Muito menos. Este regime do RERT foi um excepcional presente governamental para os Espírito Santo e para todos os que estiveram envolvidos nestes negócios.
De onde veio o dinheiro? Do bolso dos portugueses, os tais que estavam a “viver acima das suas posses” e que o pagaram quando compraram os submarinos mais caros devido ao rastro de corrupção que eles deixaram atrás. Sabem quando estas frases foram ditas? Há um ano, em Novembro de 2013, estavam os portugueses no seu quinto ano de empobrecimento.
A frase, pausada e grave de Ricardo Salgado merece ser ouvida na sua integralidade, visto que ela representa para todos nós uma vergonha colectiva pela impunidade dos nomeados – o autor da frase, os recebedores dos milhões, os “tipos” que ficaram com os 15 milhões, e o “alguém” – nesta semana em que o processo dos submarinos foi arquivado:
“E vocês têm todo o direito de perguntar: mas como é que aqueles três tipos receberam 15 milhões? A informação que temos é que há uma parte que não é para eles. Não sei se é ou não é. Como hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta... Os tipos garantem que há uma parte que teve de ser entregue a alguém em determinado dia.”
Sim, os distintos membros do conselho superior do GES, tinham todo o “direito de perguntar” como é que “aqueles três tipos” receberam o que receberam, como nós temos todo o direito de perguntar como é que, com o arquivamento da investigação judicial, todos ficaram impunes dos seus crimes, porque estes “prescreveram”. Mas, mesmo que não seja possível perseguir na Justiça esses crimes, que estão escritos a néon nos céus de Portugal na frase de Ricardo Salgado, será que não é possível outro tipo de sanções?
Aliás, se há matéria que, se os portugueses conhecessem em detalhe, ainda endureceriam muito mais a sua crítica aos desmandos do poder, é a longa saga das compras de material militar e das chamadas “contrapartidas”, um dos negócios mais fraudulentos das últimas décadas. Juntem-no, se fazem favor, às PPP, porque são da mesma natureza: contratos leoninos, com cláusulas ficcionais, que estavam lá para aumentar o preço a pagar pelo Estado por aquilo que comprava e que ninguém contava vir a cumprir.
A coisa era tão escandalosa e o terreno tão pantanoso que mesmo os distintos membros do conselho superior do GES são aconselhados por Ricardo Salgado a não se meterem nestes negócios, “porque eles estavam-se a preparar para fazer o mesmo com carros blindados”. E na sala ouviu-se “e em metralhadoras e fragatas”. Quem conheça as encomendas previstas de material militar da última década, sabe muito bem do que eles estavam a falar.
* http://www.publico.pt/…/so-vejo-aldraboes-a-nossa-volta-167…
(1) OBS: este vídeo refere-se a essa reunião com a gravação da conversa onde os membros da família Espírito Santo discutem a forma como foram distribuídas entre eles e outros as comissões pagas pela aquisição do governo português de dois submarinos em 2004: http://www.youtube.com/watch?v=80ZPdhcnu30
Queiroz Pereira: "Sócrates só mostrou interesse no desenvolvimento do país".
Os contactos do empresário com José Sócrates resultaram num investimento de 600 milhões de euros na nova fábrica de papel de Setúbal, criada em 2009.
O dono da Portucel deixou elogios a José Sócrates na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
- Foram identificados 25 governantes que, nos últimos 40 anos, estiveram no BES e no Governo, ou que transitaram deste para o universo Espírito Santo. Desde que o banco foi privatizado em 1991
- Mário Soares
Mário Soares conta no programa "Linha da Frente" como ajudou o seu amigo Ricardo Salgado a reerguer a família Espírito Santo.
Salgado financiou a campanha de Mário Soares para concorrer contra Cavaco em 2006.
Ver video (minuto 5:20): http://www.rtp.pt/play/p1516/e165592/linha-da-frente
Ricardo Salgado acabou a sua intervenção inicial na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES com referências ao papel que "estadistas" como Mário Soares e Cavaco Silva tiveram no regresso do Grupo Espírito Santo (GES) a Portugal, nos anos 80, no pós-25 de Abril. "Foram essenciais", disse o ex-presidente do BES
- Aníbal Cavaco Silva
Cavaco Silva e Ricardo Salgado tiveram um encontro em 1989, quando o então primeiro-ministro se estreou no Fórum Mundial de Davos. O bar de um pequeno hotel suíço chegou a ser encerrado para Ricardo Salgado e Manuel Ricardo Espírito Santo falarem com Cavaco. Manifestaram vontade de o grupo regressar a Portugal para assumir a seguradora Tranquilidade e o banco da família, que tinha sido nacionalizado em 1975. O que aconteceria em 1991.
Banqueiros e administradores do BES e GES foram dos principais doadores da campanha de Cavaco Silva em 2011
- Marcelo Rebelo de Sousa; Durão Barroso
Marcelo Rebelo de Sousa foi uma das pessoas que ajudou a promover encontros entre os dois. Resultado: depois de derrotado, em 1996, para a liderança do PSD (por Fernando Nogueira) José Manuel Durão Barroso tornou-se consultor do BES, com gabinete num palacete perto do Jardim da Estrela, em Lisboa, carro e motorista.
Em Janeiro de 2004, Ricardo Salgado convidou para jantar em sua casa, no Estoril, três casais: Durão Barroso (então primeiro-ministro) e Margarida Sousa Uva, Aníbal e Maria Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, com Rita Amaral Cabral, que viria a ser administradora não executiva do BES. “O encontro serviu para pressionar Cavaco a candidatar-se às próximas eleições presidenciais”, escreveria o ‘Expresso’ na primeira página
- Proença de Carvalho e Luís Montez
Luís Montez, genro de Cavaco Silva, empresário de comunicação e na área dos espectáculos, também acaba por ter uma ligação ao BES. Foi o BESI que montou a operação de financiamento para a compra do Pavilhão Atlântico. Montez também se tornou accionista da Controlinveste quando Proença de Carvalho, um dos melhores amigos de Salgado (e seu advogado) se tornou presidente da empresa que edita o DN, JN ou TSF.
- Paulo Portas
Papel do BES na intermediação para a compra dos submarinos: 800 milhões para a Ferrostaal e 200 milhões para o intermediário financeiro. É um caso entre muitos outros.
Nos negócios da Defesa, os Espírito Santo entravam em duas componentes: no financiamento da compra do armamento; e nas contrapartidas, através da Escom, uma empresa com interesses no Congo, Angola e na exploração de diamantes. A comissão de 30 milhões de euros pagos à Escom pela Ferrostaal no negócio dos submarinos continua a ser investigada pelo Ministério Público, que suspeita do pagamento de luvas a políticos ou partidos. Três administradores da empresa foram constituídos arguidos em Julho de 2013, por corrupção, tráfico de influências e branqueamento de capitais.
- Manuel Pinho
Manuel Pinho era administrador do BES e estava a visitar um museu em Nova Iorque quando recebeu o telefonema de José Sócrates a convidá-lo para ser ministro da Economia do primeiro Governo socialista com maioria absoluta. Segundo o livro ‘O Último Banqueiro’, Pinho telefonou a Ricardo Salgado, que lhe disse: “Não nos queremos meter em política. Nem pense!” Uma hora depois, ligaria de volta: “Estive a pensar melhor. Faça lá isso. Mas tente não dar muito nas vistas. E não me embarace.”
- José Sócrates
Salgado irá lucrar com a opção usar a golden share do Estado para vetar a venda da operadora móvel brasileira Vivo à espanhola Telefónica., com a concretização posterior do negócio entre a PT e a Oi.
Na reunião que o ministro Teixeira dos Santos teve com os presidentes dos cinco maiores bancos, dois dias antes do pedido de resgate, Salgado estava “perturbado”. O olhar do presidente do BES revelava a gravidade da situação. “É imperioso pedir ajuda. Estamos numa situação limite”, terá dito. No dia 6 de Abril, foi o único banqueiro que Sócrates consultou antes do pedido de ajuda externa.
- Passos Coelho Ricardo Salgado falou com Pedro Passos Coelho, quando este liderava a oposição, para viabilizar os orçamentos de Sócrates e respectivos PEC. Mandava-lhe cartões, um hábito antigo, como fez em 1996 com António de Sousa Franco, ministro das Finanças de Guterres.
Via: http://tinyurl.com/o3xd9nuhttp://tinyurl.com/kr2pvtw
"A chamada crise das dívidas soberanas, como recordou Paul de Grauwe na Gulbenkian, nunca foi uma crise de finanças públicas, foi sempre uma crise que se deve a uma arquitectura monetária disfuncional e que foi agravada pela obsessão em reduzir os défices públicos através da austeridade."
Afinal o despesismo dos Estados nem existiu e mesmo o aumento da despesa foi a mando de Bruxelas e Alemanha para travar a crise.
ANTÓNIO ALEIXO
É fácil a qualquer cão
tirar cordeiros da relva.
Tirar a presa ao leão
é
difícil nesta selva.
18/02/1899 – 16/11/1949
Presidente do BCE lembra que ainda não é responsável pela supervisão dos bancos em Portugal mas diz que BCE contribuiu para que o Banco de Portugal tivesse "melhores padrões". Foi devido à disponibilização pelo Banco Central Europeu (BCE) dos melhores padrões de supervisão que o Banco de Portugal conseguiu identificar a existência de problemas no […]
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SAQUE NO BESAO banco não sabe a quem emprestou 5,7 mil milhões de dólares. Administração atual acredita que 745 milhões foram parar às mãos de Álvaro Sobrinho, presidente do banco até 2012. Dinheiro serviu para negócios da sua família e parte chegou a Portugal para financiar o jornal "Sol" Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-artigo-do-expresso-que-ricardo-salgado-passou-a-manha-a-citar=f901815#ixzz3LQITcvR |
Afinal, não foi preciso haver revoluções "comunistas e extremistas de
esquerda" para acabar com os bancos...
Afinal, as grandes ameaças para destruir os bancos veem dos próprios banqueiros...
Afinal, já lá vão o BPN, o BPP, e agora o BES...
Afinal, o Banif e o BCP também estiveram prestes a ir, não fosse o contributo e confisco imposto aos portugueses....
Afinal, foi a banca a destruir a "Bolsa" que, lentamente, estava a recuperar depois de Paulo Portas "mandar tudo abaixo" com a questão da "irrevogabilidade" e que o levou a ser promovido a vice-primeiro ministro...
Afinal, tal como com todos os outros processos de corrupção, de fraude e fuga ao fisco, os portugueses não acreditam que os culpados e responsáveis serão penalizados...
Afinal, ao contrário do que Passos Coelho, Victor Bento, Ricardo Salgado e outros, sempre declararam, o nosso problema não é o investimento na educação, na saúde, na cultura e na segurança social, mas a forma como os governos vão transformado a dívida privada em dívida pública...(os vários milhões de euros que o governo decidiu facultar ao"Fundo de Resolução" que é o único accionista do "Novo Banco", é dinheiro público e, como tal, contabilizado em dívida pública)
Afinal, são os pirómanos banqueiros que fazem explodir a banca e, por arrasto, o País...
Depois do Outono de 2007 e da crise aberta pelo capitalismo financeiro, primeiramente na América e depois propagada à Europa quer como consequência dos activos tóxicos adquiridos na banca americana ou cá fabricados quer como consequência da já famosa “arquitectura político-monetária do euro”, falsamente denominada “crise da dívida soberana”, a América e depois a Europa […]
O financiamento do BES ao GES através do Panamá terá afinal existido desde 2012, revela o "Financial Times", que questiona o papel do Banco de Portugal. Na primeira página, o diário económico mais lido da Europa põe uma imagem do antigo presidente do BES com máscara de vilão. Expresso 11/09/2014.
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MP arquivou o caso dos submarinos. Bom trabalho!https://www.youtube.com/watch?v=OXaNKyYQIMA&feature=youtu.be
Uma imagem da gente "séria" que enriqueceu com "muito trabalho" e vai à Judite dar-nos lições de moral, afirmando que nós "andámos a viver acima das possibilidades do país"
O Diário Económico adianta que, três dias antes da garantia dada a 25 de julho pelo Banco de Portugal de que a ‘almofada’ do BES era suficiente, o supervisor fora avisado de que havia novo ‘buraco’ financeiro, estimado em 1,2 mil milhões de euros.
São estes o grandes opinadores das nossas Televisões.
• João Quadros, O fio da navalha: «(…) José Gomes Ferreira, o homem com um programa de governo, veio sossegar os espíritos e afirmou, na SIC Notícias, que o BES estava sólido e que se ele tivesse dinheiro investia tudo em acções do BES (estavam a 0,45 nesse dia). Foi pena não o ter feito e é pena que ainda tenha emprego. O meu quentinho é pensar que a malta que compra o livro do José Gomes Ferreira é bem capaz de ter seguido o conselho e ter gasto tudo em acções do BES. Aquele casal que foi à FNAC, de propósito, para pedir um autógrafo ao Zé Gomes, anda agora a ver se o encontra para lhe dar uma tareia porque seguiu o conselho do mestre e investiu as poupanças da filha em acções do BES. (…)»
Para os devidos efeitos, e para pôr termo às mistificações sobre o Sr. José Gomes Ferreira, jornalista na SIC-N, esclarece-se que o mesmo não é licenciado em Economia, mas em Comunicação Social, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa. Pelo que toda a sua excitação "económica" não passa disso mesmo. Muitas pessoas desconhecem o facto, e daí não vem mal ao mundo, mas a verdade é só esta.
Por: António Ribeiro.
José Gomes Ferreira,o "economista", que nunca o foi.
Durante os últimos anos desempenhou tantos e tantos papéis que nos deixou desorientados. Foi "analista económico", "fazedor de opinião", "jornalista" e moderador, no entanto, a certa altura passou a assumir, também, o papel de porta voz. Oficioso, talvez.
Deve ser economista, pensava eu.
Afinal, José Gomes Ferreira não é economista. Não é economista mas tem muitas, imensas, receitas, muito simples, para a economia. E até escreve livros sobre o assunto. Agora, vem propor a recuperação da economia através de uma "revolução de cidadania". Uma quê?!... Uma revolução?!...
Afinal, José Gomes Ferreira é um radical! por Fátima Pinho
Durante os últimos anos desempenhou tantos e tantos papéis que nos deixou desorientados. Foi "analista económico", "fazedor de opinião", "jornalista" e moderador, no entanto, a certa altura passou a assumir, também, o papel de porta voz. Oficioso, talvez.
Deve ser economista, pensava eu.
Afinal, José Gomes Ferreira não é economista. Não é economista mas tem muitas, imensas, receitas, muito simples, para a economia. E até escreve livros sobre o assunto. Agora, vem propor a recuperação da economia através de uma "revolução de cidadania". Uma quê?!... Uma revolução?!...
Afinal, José Gomes Ferreira é um radical! por Fátima Pinho
Será que vão convidá-lo?
Da mesma forma, o amigo dele Camilo
Lourenço é um jurista.(Carlos Paz)
Foi este senhor que na televisão disse que era
uma vergonha as ações do BCP estarem a valer 1
euro. Logo a seguir passaram a lixo.
Alguns foram na conversa e ficaram entalados.
Lourenço é um jurista.(Carlos Paz)
Foi este senhor que na televisão disse que era
uma vergonha as ações do BCP estarem a valer 1
euro. Logo a seguir passaram a lixo.
Alguns foram na conversa e ficaram entalados.
Medina Carreira: Frequentou o Instituto Militar dos Pupilos do Exército, onde obteve o bacharelato em Engenharia Mecânica, iniciando a sua vida profissional como técnico fabril de fundição de aço. Posteriormente, ingressou na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Direito, em 1962. Chegou também a fazer estudos de Economia, no Instituto Superior de Economia e Gestão, que não terminou. Origem: Wikipédia.
Uma burla
O senhor Aníbal, merceeiro na minha rua, tem umas ações do BES. Nunca "jogou" na bolsa mas, numa determinada altura, o gerente do balcão convenceu-o a comprar algumas como rendimento e reserva para uma emergência. O gerente garantiu que era um bom investimento, muito seguro.
Quando começaram as notícias sobre os problemas do Banco e do Grupo, coisa que ele não sabia distinguir, ficou ligeiramente preocupado. Mas na mercearia, onde também serve cafés, bolos, sandes e tem a televisão sempre ligada, viu muita gente dizer que não havia razão para alarme, o Banco era seguro, tinha dinheiro mais do que suficiente para fazer face às contrariedades. Não eram só jornalistas e comentadores que o afirmavam, mas o primeiro-ministro, o governador do Banco de Portugal e até o inefável António José Seguro que, no meio do Terreiro do Paço, achou por bem dizer que estava tranquilo e tinha garantias de que não havia qualquer problema.
É certo que o valor das ações ia descendo, mas isso é normal neste mercado. Por isso, não fez nada. Depois, um dia, decidiu vender com medo que ainda descessem mais. Foi ao Banco. Disseram-lhe que não era possível pois estavam congeladas, mas era temporário. Esperou pela segunda-feira seguinte. Domingo, com a mercearia fechada, foi à praia. Quando abriu a porta às 7 da manhã soube que as suas ações estavam fora de mercado e agora valiam zero. Tinham aliás, num passe de mágica, ido parar a um tal banco mau sem que ele desse qualquer ordem nesse sentido.
Cerca de 40% das ações do BES estavam nas mãos de gente como o senhor Aníbal.
Esta história, que tem mais de verídico do que de literário, descreve um incrível golpe. Mais do que uma nacionalização trata-se de uma usurpação. Num ápice, literalmente da noite para o dia, o Estado apoderou-se de um Banco, manipulou o tal mercado que tanto glorifica, destruiu as poupanças de milhares de pequenos aforradores. Mas fez mais. Matou a concorrência, já que o brilhante esquema que o gabinete de Passos Coelho desenhou em poucos dias, obriga os outros bancos a pagar pelas tropelias do BES. Põe as outras empresas do setor a pagar pelos prejuízos de um concorrente. Já para não falar dos contribuintes que, como sempre, vão pagar de muitas maneiras. Em dívida, em empobrecimento, em desconfiança nos mercados. Quem, de perfeito juízo, vai agora comprar ações de qualquer empresa? Quando a normal compra e venda pode, a qualquer momento, ser anulada administrativamente e o valor declarado nulo?
Nem Jerónimo de Sousa seria capaz de imaginar um tal golpe contra o capitalismo, o mercado e a livre concorrência. A operação BES vai muito mais longe do que uma nacionalização, já que esta obrigaria a alguma forma de indemnização. Estamos perante uma espoliação.
A forma como se "resolveu" a gestão o BES, uma empresa privada, é igualmente no mínimo inaudita. Os legítimos proprietários foram afastados à força, o Estado nomeou discricionariamente umas tantas pessoas, fechou-se um banco dito mau e abriu-se um novo dito bom, injetando-se neste uma pipa de massa, minando irremediavelmente a lei da concorrência. Quem nos diz que Ricardo Salgado, com tempo, não seria capaz de resolver o problema? E se não fosse porque não deixar naturalmente falir como sucede
com tanta empresa mal gerida? A administração cometeu ilegalidades? Então que seja a justiça a tratar do assunto. Já agora, onde é que o esquema do Governo é diferente dos esquemas de Ricardo Salgado?
O caso BES demonstra à evidência algumas coisas. O mercado é uma falácia. A concorrência não existe porque o Estado sistematicamente favorece uns em detrimento de outros. O sistema financeiro é dominado por esquemas fraudulentos.
O liberalismo económico, essa cartilha que afirma que o privado é muito mais eficiente do que o público, que é preciso deixar o mercado funcionar, que a concorrência beneficia o consumidor, é uma balela.
A lei portuguesa diz que "o crime de burla é uma forma evoluída de captação do alheio em que o agente se serve do erro e do engano para que incauteladamente a vítima se deixe espoliar". Aconselhei o senhor Aníbal a colocar um processo contra Passos Coelho, Carlos Costa e António José Seguro. Por burla. Leonel Moura in Jornal de Negócios, 07 Agosto 2014
A entrevista que Jardim Gonçalves acaba de dar à RTPinf. é um inesperado e violento libelo acusatório à acção dos ARREBENTAS que através dos últimos
grupos governativos assaltaram a Nação.
Vale a pena reter algumas das considerações feitas,( não ipsis verbis claro) :
1. A acção de confiscar o valor accionista do BES com a criação duma entidade estranha é ILEGAL;
2. A resolução é em si um embuste e poderá ter para os bancos restantes as mesmas consequências sistémicas que o pior que poderia ter acontecido ao BES , isto é a falência;
3. A alienação de activos estratégicos como a REN e a retirada das posições do Estado da sua esfera accionista é um crime de lesa-pátria:
4. O Estado deveria manter uma posição mínima mas operacional e persuasiva em tudo que constituísse uma empresa estratégica;
5.A supervisão do Banco de Portugal não existiu no caso BES/GES e o governador não soube exercer o poder que efectivamente tem;
6.É absolutamente certo que na hora em que o Banco de Portugal toma conhecimento de uma questão grave, imediatamente o Primeiro Ministro e o Presidente da República são informados,...donde não é possível entender a descoordenação exibida nesta crise.
E por aqui me fico, mas a entrevista foi muito mais substancial.
OUTRA VEZ ISTO TUDO
• Daniel Oliveira, OUTRA VEZ ISTO TUDO [ontem no Expresso]:
«(…) Há um processo que envolve pessoas com poder. Então, tudo segue o guião conhecido. Detenção dispensável de quem já tenha caído em desgraça, para o Ministério Público fazer boa figura. Devidamente ilustrada pelo "Correio da Manhã", órgão central do corpo de investigação. Uma semana depois, José Sócrates, o "suspeito disto tudo", mas nunca arguido de coisa alguma, é associado, por via de um primo, de um amigo, da mãe, do pai, do cão ou do periquito, ao processo. A PGR desmente mas o povo, que acompanha as gordas nas bancas, já sabe o que a casa gasta. Estou certo que haverá escutas, que em Portugal é a única forma conhecida de investigar. E que hão de ser transcritas em jornais, que em Portugal é das formas mais populares de jornalismo. Os nomes de famosos mais ou menos suspeitos saltarão como pipocas, garantido um novelo confuso onde já nada se percebe e todas as alianças possíveis podem finalmente fazer-se para destruir um processo. A culpa é de toda a gente e por isso não é de gente alguma. É deles, dos poderosos. (…)» Por: Telmo Vaz Pereira
Foi sobretudo a ganância do sistema financeiro, e não o despesismo dos Estados, que conduziu a Europa ao atual beco sem saída. A mesma ganância conduziu à Grande Depressão de 1929.
Bancos consumiram 18 mil milhões de euros em cinco anos
Os principais bancos a operar em Portugal - CGD, BCP, BES, BPI, Banif e Montepio - receberam desde 2008 uma injeção de capital de €18,1 mil milhões, entre aumentos de capital e ajudas de Estado, o equivalente a 10,9% do PIB.
O que ofende a inteligência é perceber que, apesar de os países da UE terem arriscado dez vezes mais recursos para salvar a banca do que a soma de todos os resgates a países, se continue a chamar à atual agonia europeia "crise das dívidas soberanas", em vez de ser designada como "crise da desmesura do sistema financeiro europeu" .
Tudo começou em 2007 com a bolha imobiliária, "Suprime" nos EUA e em 2008 com a falência do Lehman Brothers. (Há ainda quem opine que a causa remota foi o atentado às torres gémeas)
A Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas.
http://corporacoes.blogspot.pt/2014/07/nao-ha-nada-como-ter-uma-imprensa-catita.html
José Maria Castro Caldas. Dinheiro da troika não foi "para pagar salários e pensões", mas aos crédores
Expresso revela arquivo de documentos confidenciais do caso Espírito Santo
A afirmação é manifestamente exagerada, provavelmente incorreta em termos históricos e injusta para a nossa democracia. É, sobretudo, muito influenciada pelo ambiente atual em que existe a perceção de que o poder económico se globalizou e se sobrepôs de maneira clara ao poder político.
O que não ignoramos é a profunda ligação dos nossos grupos económicos ao poder político. O que pouco mudou da ditadura para a democracia é a forma como uma parte importante dos poucos grupos económicos dependem do Estado e de como o Estado depende deles ou, pelo menos, os deixa influenciar o processo político. Num país pobre, com um mercado pequeno, com empresas pouco capitalizadas, com pouca gente qualificada, que acaba quase inevitavelmente por ter de circular entre o Estado e as grandes empresas, talvez essa relação umbilical seja inevitável. O bem
comum tem sido, digamos assim, prejudicado face aos grandes grupos. E não só na perspetiva de mais benefícios diretos para a comunidade, mas também no bloqueio ao crescimento de outros grupos, outras empresas. Os grandes grupos, com a bênção direta ou indireta do Estado, abusam, por assim dizer, da posição dominante e não deixam crescer nada ao seu redor.
Há coisas aparentemente pequenas que dizem muito. Sabemos que um líder de um partido está com grandes possibilidades de chegar a primeiro-ministro quando se sabe que vai almoçar com o presidente do banco X ou Y e é certo e sabido que o primeiro telefonema que um recém-primeiro-ministro recebe é de um presidente de um grande grupo económico.
Vem esta conversa toda a propósito, e a algum despropósito, da novela Espírito Santo, que vai tendo a cada dia que passa um episódio mais degradante.
Se há grupo económico que representa de forma exemplar a profunda
interligação entre o poder político e o económico na sociedade portuguesa é o Espírito Santo. E, claro está, não é de agora. Tornou-se comum ouvir que em Portugal manda o Governo e no Governo mandam os Espírito Santo. Um grupo com uma rede sem fim de empresas, com ligações a tudo o que é negócio, a tudo o que é interesse declarado ou escondido, a tudo o que envolva o Estado ou em que a decisão estatal seja vital. Também não havia trapalhada que não envolvesse uma empresa Espírito Santo ou aparentada: sobreiros e submarinos são apenas dois exemplos. Habituámo-nos a conviver com as notícias de umas ligações esquisitas, de uns negócios mal explicados, de umas empresas com problemas com a justiça, de uns primos que se zangavam, de uns tios que faziam as pazes, de uns amigos da família que ganhavam sempre concursos públicos, de um presidente que se esquecia de declarar uns milhõezitos. Umas malandrices portuguesas típicas, uma imagem sofisticada dos nossos endémicos defeitos. Uma quase família real à portuguesa.
Ficamos definitivamente a saber que a parte do grupo não financeiro está a implodir e que a parte financeira - sólida e com um controlo rígido do regulador - mudará de proprietários e de gestão. É uma espécie de regime que acaba. Um regime, como ficou evidente, que vivia claramente muito acima das suas possibilidades. Um grupo que, mesmo que vendesse tudo o que tem, estaria muito longe de pagar todas as suas dívidas - quem quer apostar que para eles existirá um perdão de muitas dívidas? Pelo meio fica a pouca vergonha, o desprezo pela comunidade e alguma falta de consciência ou perceção de impunidade. Um presidente do grupo que culpa o contabilista, que não percebeu - com décadas de atividade empresarial - que alguém se tinha esquecido de contabilizar 1,200 milhões de euros de dívidas,
que não realizou que as suas empresas estavam completamente falidas e que liderava um grupo não financeiro que o Wall Street Journal afirma funcionar num esquema Ponzi, como quem diz do género Dona Branca.
Talvez esta história pouco edificante do grupo Espírito Santo pudesse ser vista como um caso isolado. Não é, basta lembrar, por exemplo, os problemas com o BCP e pensando apenas nos grandes. Ficamos com a sensação de profunda fragilidade das nossas instituições - esqueçamos, por agora, as possíveis ilegalidades e demais prejuízos. Sim, não são só as democráticas, como os tribunais, o Parlamento e tantas outras, o mal é mais comum do que se pensa e está largamente disseminado na comunidade. Nada, como nunca, nos dá segurança. Nada, como nunca, parece sólido. Nem a aparente renovação de um grande grupo mal gerido, com demasiado poder, demasiados vícios e demasiada falta de vergonha serve para sentirmos que algo está a mudar para melhor.
Vivemos tempos terríveis. por PEDRO MARQUES LOPES / DN
Segundo a eurodeputada socialista, o “banco foi e é instrumento da atividade criminosa do grupo”. “Se o BES é demasiado grande para falir, ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso”, sublinha.
Após mais de duas décadas a liderar o BES, nas quais acumulou um imenso poder de influência na sociedade portuguesa, Ricardo Salgado chegou ao fim do seu consulado. E quem, por estes dias, ouviu muitos dos comentadores
que analisaram o significado da sua saída ou leu a sua carta de despedida até poderá ter-se convencido que Salgado se afasta por limite de idade ou como prémio de carreira a distinguir uma gestão brilhante e imaculada.
Mas não. Não foi por nada disso. O até há pouco todo-poderoso líder do BES sai por razões mais singelas e inconvenientes. Ricardo Salgado foi afastado compulsivamente da gestão do BES após uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal ter descoberto, há cerca de seis meses, a ocultação de um ‘buraco’ de 1,3 mil milhões de euros, entres 2008 e 2013, na holding do grupo, a Espírito Santo International (ESI).
A esse facto pode juntar-se um ‘buraco’ de 5,7 mil milhões no BES Angola (BESA), banco na dependência directa e maioritária de Salgado. Ou os prejuízos de 518 milhões que o BES apresentou em 2013. Ou os 1,4 mil milhões em imparidades de crédito concedido. Ou as provisões extraordinárias de 700 milhões a que se viu obrigado. Ou os aumentos de capital em desespero de causa dos últimos meses. Ou os problemas com ‘actividades ilícitas’ do banco na Florida, em Espanha ou no Luxemburgo.
Sem esquecer os honorários pessoais de 8,5 milhões de euros que Salgado recebeu através de uma offshore, descobertos no processo Monte Branco, ou as três rectificações do seu IRS em 2013. E não é tudo. Apesar de já não ser pouco.
Prejuízos, ‘buracos’ ocultos, dívidas, irregularidades, contabilistas duvidosos, imparidades, atrasos fiscais, etc. Não há idoneidade de banqueiro que resista a esta sucessão de tropelias financeiras. E o que é preocupante para a sociedade portuguesa no seu todo é que os banqueiros mais poderosos das últimas décadas, Jardim Gonçalves e Ricardo Salgado, saíram dos seus cargos com processos e irregularidades de cortar a respiração. Que se somam aos escândalos do BPN de Oliveira Costa ou do BPP de João Rendeiro.
Salgado bem pode aplicar a si próprio a frase que, em 2009, dirigiu a Filipe Pinhal do BCP: «A lamentável comédia no seu banco pôs em causa a credibilidade do sector e do país». Comprova-se: os banqueiros portugueses são pouco recomendáveis.Por: José António Lima / O1/07/2014.
Desafiando com gravidade as leis
Depois começaram as quedas dos anjos. Tudo começou com Jardim Gonçalves, esse " grande revolucionador da banca portuguesa " (palavras de Eduardo Catroga, esse inclassificável classificador!). E assim estourou o BCP. E mais tarde aconteceu o caso BPN, e também o BPP, e mais recentemente o Banif. E, entre gigantes e pigmeus caídos na selva da finança portuguesa, eis que mais se ergueu o BES enquanto o mais influente banco privado de negócios em Portugal (como Pedro Santos Guerreiro descreveu muito bem aqui ). Ler mais: http://expresso.sapo.pt/desbesificar-o-pais=f881591#ixzz37jcpJmWU
a qualquer um.
Por isso, ele e a família ES utilizavam o banco como uma teta de vaca para alimentar de leite de euros o seu grupo que continha dezenas de empresas, tendo-se mesmo falado em participações em 400 empresas.
Não podemos culpar governos, políticos ou BP dos empréstimos feito pelo BCE. Este banco é que tinha a obrigação de saber o que estava a fazer como faz qualquer banco que empresta quantias a qualquer cliente
O BCE não pode exigir dos contribuintes portugueses que paguem empréstimos concedidos de qualquer maneira ao BES.
A Alemanha quis um Banco Central Europeu independente que só emprestasse dinheiro a bancos privados. Ora, a Merkel e todos os alemães e europeus têm de compreender que independência bancária e empresarial é também responsabilidade pelos seus atos. Por isso, não podem os contribuintes nem os pequenos acionistas e obrigacionistas do BES pagarem pelos erros dramáticos do Banco Central Europeu.
E ainda bem que o país desistiu de o perseguir, e que o grande Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, (ao contrário do malandro do Constâncio) está a fazer tudo para que a família continue imune à infâmia que por aí é publicada nos jornais (como alguém já disse, não há qualquer problema no BES, é tudo uma questão de comunicação).
No que me diz respeito, não me importo de pagar ainda mais impostos se me garantirem que grandes homens como Oliveira e Costa, Dias Loureiro, João Rendeiro, Jardim Gonçalves, não voltarão a ser incomodados. Com Salgado, esta nova via de progresso parece estar a ser seguida. Deve ser a isto que se refere o nosso primeiro-ministro quando fala do novo país que está a nascer.
Ricardo Salgado foi detido no âmbito do processo. Veja quem é quem entre os clientes de Canas. Por: | Expresso / 24 de julho de 2014
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/saiba-quem-sao-os-intervenientes-do-caso-monte-branco=f882876#ixzz38O4OkbZU
Ferreira Leite diz caso BES mostra que programa da Troika foi mal concebido. (Afinal o que andou lá a fazer Catroga e Frasquilho)
O "Ganda Nóia" na SIC já fala num buraco de 7000 milhões de Euros... E a informação só está nas ruas há uma semana...
O BPN começou em 600 Milhões de Euros nos primeiros dias... Hoje já lá vai em
mais de 9000 Milhões de Euros !!!
Esperem pelo total do buraco... O BES é muito maior que o BPN !!!
"Em Janeiro de 2004, Ricardo Salgado convidou para jantar em sua casa, no Estoril, três casais: Durão Barroso (então primeiro-ministro) e Margarida Sousa Uva, Aníbal e Maria Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, com Rita Amaral Cabral, que viria a ser administradora não executiva do BES. “O encontro serviu para pressionar Cavaco a candidatar-se às próximas eleições presidenciais”, escreveria o ‘Expresso’ na primeira página. Salgado teria argumentado que, com a difícil situação económico-financeira do País, era benéfico o papel estabilizador de Cavaco em Belém."
DUAS OU TRÊS COISAS SOBRE O CASO SALGADO
• Nicolau Santos, 'Duas ou três coisas sobre o caso Salgado'
[na última edição do Expresso]:
«(…) Por seu turno, o Banco de Portugal, agora tão elogiado, ainda há ano e meio fazia comunicados a colocar o dr. Salgado acima de qualquer suspeita quando ele corrigiu por três vezes a sua declaração fiscal por causa do tal presente de 14 milhões de euros que recebeu do construtor José Guilherme. Mas o BdP nada faria
se não estivesse apertado pela troika e pelo BCE, que exigiram saber quem eram os maiores devedores de cada banco, e pelos documentos que lhe foram entregues por
Pedro Queiroz Pereira, demonstrando o colapso em que se encontravam as holdings do grupo. Sobre o BES, o governador já disse tudo e o seu contrário: que estava muito bem capitalizado, que os clientes podiam estar tranquilos, que os problemas do grupo não contagiariam o banco, passando depois Carlos Costa a admitir a eventual necessidade de o banco proceder a um novo aumento de capital, de anunciar até que havia investidores privados interessados, depois a conceder que uma parte da exposição do BES ao GES vai ter perdas, mas a acrescentar que os depósitos estão garantidos, para depois aceitar existirem "algumas incertezas" no caso da exposição a Angola (uma incerteza de mais de 5,7 mil milhões de euros...), etc, etc. Em resumo, por parte do Banco de Portugal estamos garantidos e descansados.
Por sua vez, o Ministério Público fez um comunicado na altura em que o ex-presidente do BES foi ouvido no âmbito do processo 'Monte Branco' a esclarecer que "face aos factos até agora apurados nos presentes autos, não existem fundamentos para que o agora requerente, dr. Ricardo Salgado, seja considerado suspeito, razão pela qual foi ouvido como testemunha". Agora faz um comunicado a dizer que "no âmbito do processo 'Monte Branco', o Ministério Público (DCIAP) tem vindo a realizar várias diligências que culminaram com a detenção de Ricardo Salgado no dia de hoje". O dr. Ricardo Salgado, testemunha há ano e meio, passou a Ricardo Salgado, arguido, agora, sempre no âmbito do mesmo processo. E o Ministério Público recusou que Salgado fosse às suas instalações para prestar declarações, optando por o ir buscar a casa. Que justiça é esta, que mensagens transmite e que tipo de resultados espera obter com estas atitudes? (…)»
Nessa altura o diretor-geral Carlos Costa deu cobertura a dois crimes: a transferência para offshores de avultadas verbas; empréstimos a clientes para essas transferências e com esse dinheiros comprar ações do BCP.
Os clientes foram enganados quanto à situação real do banco e foram feitas emissões de ações em excesso, pelo que perderam rapidamente o seu valor em bolsa, tendo chegado aos 4 cêntimos depois de terem valido vários euros. Berardo perdeu uma parte importante da sua fortuna neste logro preparado por Jardim Gonçalves e Carlos Costa.
Em princípio eu nada teria contra Carlos Costa, mas saliento a vingança do destino, dado ele ter sido tão violento com o PS e, em particular com o seu antecessor Vitor Constâncio, sabendo que tinha muitos telhados de vidro.
Quando foi nomeado governador do Banco de Portugal meteu uma série de economistas e criou praticamente um gabinete de supervisão para cada um dos bancos portugueses e até convenceu a Universidade Nova a fazer um curso de supervisão bancário.
Com tanto aparato que custou alguns milhões de euros, nem o Carlos Costa nem o seu vice-presidente não detetaram nada do que se passava no BES e foi só um enorme dossier de denúncia elaborado por uma equipe de advogados contratados por Pedro Queiroz Pereira que se defendia da tentativa de Ricardo Salgado de assumir o controle a Semapa/Portucel aliado às irmãs do ex-corredor de ralies PQP. Salgado queria ter no seu banco os importantíssimos movimentos de caixa da maior exportadora portuguesa com a possibilidade de desviar para os seus bancos na Suíça, Luxemburg e outros países parte das receitas e não pagar as dívidas à CGD, já que sabia que o governo nunca iria deixar cair a empresa que mais exporta um produto genuinamente nacional, o papel obtido a partir da pasta de eucaliptos nacionais e inteiramente fabrica no País.
A ganância pelo poder e controle de empresas levou o Grupo Espírito Santo à ruina pois conta com mais de 400 empresas, admitindo-se que no seu todo tenham dívidas ao BES em mais de 15 mil milhões de euros, ou quase 10% do Pib nacional. Saliente-se que antes de rebentar a crise, os depósitos no BES somavam mais de 57 mil milhões de euros, ou seja, 35% do Pib nacional. Agora tem sido retirado muito dinheiro e há quem julgue que já saíram uns 5 a 7 mil milhões de euros. As pessoas têm medo e quando se lê o Expresso de hoje, calcula-se que a maior parte dos buracos não são conhecidos e que a teia constituída por mais de 400 empresas é de difícil supervisão.
Carlos Costa andou sempre a mentir quando dizia que o BES e as empresas do Grupo estão perfeitamente separadas e a exposição (dívida das empresas da família) ao BES é de pouco mais de mil milhões de euros. Multiplique isso por sete ou, talvez, até por 10 para conhecer o número exato. Ainda ontem morreu um trabalhador numa obra de reconstrução de um prédio a cargo da "Espírito Santo Proprety", empresa com obviamente sede no estrangeiro a admitir pelo seu nome inglês como a a maior parte. Foi esse o grande erro de Carlos Costa, o não ter examinado a solvabilidade e origem dos papéis comerciais e de aplicações vendidos nos balcões do BES. Por: Dieter Dellinger - 2/8/2014.
2. A resolução é em si um embuste e poderá ter para os bancos restantes as mesmas consequências sistémicas que o pior que poderia ter acontecido ao BES , isto é a falência;
3. A alienação de activos estratégicos como a REN e a retirada das posições do Estado da sua esfera accionista é um crime de lesa-pátria:
4. O Estado deveria manter uma posição mínima mas operacional e persuasiva em tudo que constituísse uma empresa estratégica;
5.A supervisão do Banco de Portugal não existiu no caso BES/GES e o governador não soube exercer o poder que efectivamente tem;
6.É absolutamente certo que na hora em que o Banco de Portugal toma conhecimento de uma questão grave, imediatamente o Primeiro Ministro e o Presidente da República são informados,...donde não é possível entender a descoordenação exibida nesta crise.
E por aqui me fico, mas a entrevista foi muito mais substancial.
Por: Rodrigo Sousa Castro
OUTRA VEZ ISTO TUDO
• Daniel Oliveira, OUTRA VEZ ISTO TUDO [ontem no Expresso]:
«(…) Há um processo que envolve pessoas com poder. Então, tudo segue o guião conhecido. Detenção dispensável de quem já tenha caído em desgraça, para o Ministério Público fazer boa figura. Devidamente ilustrada pelo "Correio da Manhã", órgão central do corpo de investigação. Uma semana depois, José Sócrates, o "suspeito disto tudo", mas nunca arguido de coisa alguma, é associado, por via de um primo, de um amigo, da mãe, do pai, do cão ou do periquito, ao processo. A PGR desmente mas o povo, que acompanha as gordas nas bancas, já sabe o que a casa gasta. Estou certo que haverá escutas, que em Portugal é a única forma conhecida de investigar. E que hão de ser transcritas em jornais, que em Portugal é das formas mais populares de jornalismo. Os nomes de famosos mais ou menos suspeitos saltarão como pipocas, garantido um novelo confuso onde já nada se percebe e todas as alianças possíveis podem finalmente fazer-se para destruir um processo. A culpa é de toda a gente e por isso não é de gente alguma. É deles, dos poderosos. (…)» Por: Telmo Vaz Pereira
Garantias de que contribuintes estão ‘livres do BES’ são “falsas”
4 de agosto de 2014 por
Foi sobretudo a ganância do sistema financeiro, e não o despesismo dos Estados, que conduziu a Europa ao atual beco sem saída. A mesma ganância conduziu à Grande Depressão de 1929.
Bancos consumiram 18 mil milhões de euros em cinco anos
Os principais bancos a operar em Portugal - CGD, BCP, BES, BPI, Banif e Montepio - receberam desde 2008 uma injeção de capital de €18,1 mil milhões, entre aumentos de capital e ajudas de Estado, o equivalente a 10,9% do PIB.
O que ofende a inteligência é perceber que, apesar de os países da UE terem arriscado dez vezes mais recursos para salvar a banca do que a soma de todos os resgates a países, se continue a chamar à atual agonia europeia "crise das dívidas soberanas", em vez de ser designada como "crise da desmesura do sistema financeiro europeu" .
Tudo começou em 2007 com a bolha imobiliária, "Suprime" nos EUA e em 2008 com a falência do Lehman Brothers. (Há ainda quem opine que a causa remota foi o atentado às torres gémeas)
A Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas.
Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, considerou que Durão Barroso entrou em profunda negação ao considerar que o euro não teve nada a ver com a crise que tudo resultou de políticas falhadas ao nível nacional e à falta de uma vontade política.
Para Paul Krugman o que aconteceu foi o seguinte: primeiro a criação do euro encorajou fluxos de capital para o sul da Europa, depois o dinheiro secou -- e a ausência de moedas nacionais significou que os países endividados tiveram de se submeter a um processo de deflação extremamente doloroso", afirma o economista, que tem sido muito crítico das políticas de austeridade na Europa.
http://corporacoes.blogspot.pt/2014/07/nao-ha-nada-como-ter-uma-imprensa-catita.html
Recentemente o jornalista Paulo Pena publicou um livro que é uma autêntica viagem aos infernos, Jogos de Poder (Lisboa, A Esfera dos Livros). É uma reportagem minuciosa sobre a enorme responsabilidade de alguns bancos e banqueiros portugueses na crise existencial em que Portugal mergulhou. Como convém a um trabalho sério, os nomes das pessoas e instituições que contribuíram para a gigantesca dívida externa (privada e pública) em que o País agoniza estão apoiados em documentação robusta e inequívoca.
A Dívida Privada é muito superior à dívida Pública. Porque ninguém fala disso. O que se passa então para a dívida subir em flecha? Foi porque o Estado passou a gastar muito mais na saúde, no ensino, na investigação? Não! A subida em flecha da dívida pública deu-se devido à quebra de receitas provocadas pela crise, porque no essencial o Estado tomou nas suas mãos o desendividamento e a capitalização da banca. Carlos Carvalhas
José Maria Castro Caldas. Dinheiro da troika não foi "para pagar salários e pensões", mas aos crédores
História da Família Espírito Santo, um Financeira Única Dinastia em Portugal
Tudo começou há Século XIX com UMA casa de cambio. Como Origens do Banco Espírito Santo remontam AO COMERCIO DE lotarias, cambios e Títulos Opaco José Maria do Espírito Santo Silva (Lisboa, 1850-1915) exerceu Entre 1869 e 1884. Datam de 1869 como Primeiras REFERÊNCIAS AO Comércio Que este "patriarca da Única Dinastia de banqueiros portugueses "exercia, Por Conta Própria, de Compra e Venda de lotarias, a par da transacção de Títulos de Crédito Nacionais e Internacionais, na SUA" Caza de Cambio ", situada na Calçada do Combro, em Lisboa. pt.wikipedia. org / wiki / Banco_Esp% C3% ADrito_SantoExpresso revela arquivo de documentos confidenciais do caso Espírito Santo
O Expresso disponibiliza aos leitores documentos confidenciais que serviram de base a grande parte da investigação jornalística do jornal ao caso Espírito Santo, ao longo de meses. A iniciativa editorial abre a arca de fontes documentais para partilhar informação essencial com a comunidade, visando contribuir para o esclarecimento de um dos maiores escândalos financeiros de sempre. São os Ficheiros BES.
Para ler os Ficheiros BES, clique nas notícias em baixo.
Não devo ter sido o único a ouvir que a grande diferença na relação entre o poder político e o económico em Portugal, da ditadura para a democracia, seria que antigamente era o ditador a definir quem eram os ricos e que agora eram os ricos a decidir quem tinha o poder político.A afirmação é manifestamente exagerada, provavelmente incorreta em termos históricos e injusta para a nossa democracia. É, sobretudo, muito influenciada pelo ambiente atual em que existe a perceção de que o poder económico se globalizou e se sobrepôs de maneira clara ao poder político.
O que não ignoramos é a profunda ligação dos nossos grupos económicos ao poder político. O que pouco mudou da ditadura para a democracia é a forma como uma parte importante dos poucos grupos económicos dependem do Estado e de como o Estado depende deles ou, pelo menos, os deixa influenciar o processo político. Num país pobre, com um mercado pequeno, com empresas pouco capitalizadas, com pouca gente qualificada, que acaba quase inevitavelmente por ter de circular entre o Estado e as grandes empresas, talvez essa relação umbilical seja inevitável. O bem
comum tem sido, digamos assim, prejudicado face aos grandes grupos. E não só na perspetiva de mais benefícios diretos para a comunidade, mas também no bloqueio ao crescimento de outros grupos, outras empresas. Os grandes grupos, com a bênção direta ou indireta do Estado, abusam, por assim dizer, da posição dominante e não deixam crescer nada ao seu redor.
Há coisas aparentemente pequenas que dizem muito. Sabemos que um líder de um partido está com grandes possibilidades de chegar a primeiro-ministro quando se sabe que vai almoçar com o presidente do banco X ou Y e é certo e sabido que o primeiro telefonema que um recém-primeiro-ministro recebe é de um presidente de um grande grupo económico.
Vem esta conversa toda a propósito, e a algum despropósito, da novela Espírito Santo, que vai tendo a cada dia que passa um episódio mais degradante.
Se há grupo económico que representa de forma exemplar a profunda
interligação entre o poder político e o económico na sociedade portuguesa é o Espírito Santo. E, claro está, não é de agora. Tornou-se comum ouvir que em Portugal manda o Governo e no Governo mandam os Espírito Santo. Um grupo com uma rede sem fim de empresas, com ligações a tudo o que é negócio, a tudo o que é interesse declarado ou escondido, a tudo o que envolva o Estado ou em que a decisão estatal seja vital. Também não havia trapalhada que não envolvesse uma empresa Espírito Santo ou aparentada: sobreiros e submarinos são apenas dois exemplos. Habituámo-nos a conviver com as notícias de umas ligações esquisitas, de uns negócios mal explicados, de umas empresas com problemas com a justiça, de uns primos que se zangavam, de uns tios que faziam as pazes, de uns amigos da família que ganhavam sempre concursos públicos, de um presidente que se esquecia de declarar uns milhõezitos. Umas malandrices portuguesas típicas, uma imagem sofisticada dos nossos endémicos defeitos. Uma quase família real à portuguesa.
Ficamos definitivamente a saber que a parte do grupo não financeiro está a implodir e que a parte financeira - sólida e com um controlo rígido do regulador - mudará de proprietários e de gestão. É uma espécie de regime que acaba. Um regime, como ficou evidente, que vivia claramente muito acima das suas possibilidades. Um grupo que, mesmo que vendesse tudo o que tem, estaria muito longe de pagar todas as suas dívidas - quem quer apostar que para eles existirá um perdão de muitas dívidas? Pelo meio fica a pouca vergonha, o desprezo pela comunidade e alguma falta de consciência ou perceção de impunidade. Um presidente do grupo que culpa o contabilista, que não percebeu - com décadas de atividade empresarial - que alguém se tinha esquecido de contabilizar 1,200 milhões de euros de dívidas,
que não realizou que as suas empresas estavam completamente falidas e que liderava um grupo não financeiro que o Wall Street Journal afirma funcionar num esquema Ponzi, como quem diz do género Dona Branca.
Talvez esta história pouco edificante do grupo Espírito Santo pudesse ser vista como um caso isolado. Não é, basta lembrar, por exemplo, os problemas com o BCP e pensando apenas nos grandes. Ficamos com a sensação de profunda fragilidade das nossas instituições - esqueçamos, por agora, as possíveis ilegalidades e demais prejuízos. Sim, não são só as democráticas, como os tribunais, o Parlamento e tantas outras, o mal é mais comum do que se pensa e está largamente disseminado na comunidade. Nada, como nunca, nos dá segurança. Nada, como nunca, parece sólido. Nem a aparente renovação de um grande grupo mal gerido, com demasiado poder, demasiados vícios e demasiada falta de vergonha serve para sentirmos que algo está a mudar para melhor.
Vivemos tempos terríveis. por PEDRO MARQUES LOPES / DN
O que Pedro Marques Lopes diz é que há muita gente e com muitas responsabilidades que sabia, ou tinha a obrigação de saber, das enormes vigarices que se passavam no Espírito Santo e que nada fizeram para as evitar, para as denunciar, que nada fizeram para se afastarem delas. Que foram cúmplices do enormíssimo e longuíssimo processo de delapidação de fundos, bens, confiança, etc, etc, etc de que vamos tendo notícia. om lugares nos partidos, na comunicação social, nas empresas públicas, escritórios de advogados com comentadores sempre nas TVs, agências de informação e comunicação, tanta gente de missa diária e que nos recomenda modéstia no gastar, que nos apontou a origem do mal, benzendo-se e persignando-se sempre que falava de Sócrates!
Antigos e futuros ministros, secretários e tachistas avulso c
Pois, agora convinha saber porque sabemos através daquela intensa campanha feroz de quanto custou a casa da mãe de Sócrates e até o nome do edifício onde a senhora vive, quanto gastou Sócrates em Paris, porque vestia jeans quando tinha calças Boss, quanto recebeu por meia duzia de projectos de engenharia civil de mamarrachos na Guarda, qual era o nome do gato e do papagaio, sabemos as compras do tio manhoso de Sócrates, as aventuras do primo do Sócrates na China, do outro primo em
Benguela, sabemos das cadeiras de inglês que fez ao domingo, dos restaurantes em que ia jantar e com quem, tudo graças ao Correio da Manhã, da TVI, do Expresso, à Presidência da República.
Benguela, sabemos das cadeiras de inglês que fez ao domingo, dos restaurantes em que ia jantar e com quem, tudo graças ao Correio da Manhã, da TVI, do Expresso, à Presidência da República.
Mas não trataram de nos informar do que verdadeiramente era importante e do que se passava no banco de cor verde e não sabemos nada da família Espirito Santo! Somos informados por anjinhos? Tomam-nos a todos por parvos? Isto é, para falar a sério: a corrupção das redações dos jornais e TVs é igual à do Espirito Santo? Os jornalistas só não são Espirito Santo porque não podem?
ESTAMOS MUITO DOENTES. por: Telmo Vaz Pereira.
Ler tudo aqui : http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4023835&page=-1
Ler tudo aqui : http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4023835&page=-1
«E hoje dissipou-se um pouco do mistério dos milhões que há um par de semanas apareceram nas notícias como evaporados por artes mágicas no BES Angola. Entre o final de 2009 e Julho de 2011, o Banco Espírito Santo Angola (BESA) fez 12 transferências para duas contas no Crédit Suisse, num total de 27,3 milhões de dólares (perto de 20 milhões de euros), em que terão sido beneficiados o presidente demissionário do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, e pelo menos o administrador-executivo por ele apontado para lhe suceder no cargo, Amílcar Pires, avança hoje o Expresso.»
Marcelo, Miguel, o BES e nós
É destes pequenos segredos que vive o regime que nos trouxe até aqui.
Pergunta do milhão de euros: como é possível que um caso com a dimensão do BES só se conheça agora? Como é possível que nós, gente dos jornais e da
comunicação social, tenhamos tido ao longo dos anos notícia de tantas pontas soltas – basta ver o número de casos em que o banco esteve envolvido –, mas ninguém tenha sido capaz de unir as várias pontas e perceber aquilo que realmente se estava a passar?
A resposta é óbvia: porque a família Espírito Santo é demasiado grande e o país demasiado pequeno. Enquanto a família esteve unida, formou um bloco inexpugnável, pela simples razão de que o seu longo braço chegava a todo o lado, incluindo partidos (alguém já ouviu António José Seguro, sempre tão lesto a dar palpites sobre tudo, comentar o caso BES?), comunicação social (quem não se recorda do corte de relações com o grupo Impresa em 2005, na sequência de notícias sobre o envolvimento do BES no caso Mensalão?) e até aos próprios comentadores, por via das relações pessoais que Ricardo Salgado mantém com gente tão influente quanto Marcelo Rebelo de Sousa ou Miguel Sousa Tavares.
Ora, ninguém à face da terra possui uma independência inexpugnável. Isso não significa que todos tenhamos um preço – significa apenas que somos condicionados por relações de amizade ou de sangue e que nesse campo uma família de 300 membros, que há décadas se move na alta sociedade portuguesa como peixe na água, acaba por chegar a quase toda a gente que interessa. O próprio Sousa Tavares referiu essas ligações há um ano, numa entrevista à Sábado: “O Ricardo Salgado é sogro da minha filha e avô de netos meus. Além disso, somos amigos há muitos anos, porque eu fui casado com uma prima direita dele. Nunca o critiquei e nunca o elogiei, porque acho que não se fala da família em público.” Pode apontar-se a Miguel Sousa Tavares muita coisa – eu já o fiz –, mas não falta de independência ou coragem. Simplesmente, quando o caso BES atinge esta dimensão, o silêncio de alguém com a sua importância torna-se efectivamente um favor a Salgado. Não há como fugir a isso.
Mas se Sousa Tavares não fala sobre o tema e já justificou porquê, o mais influente comentador português – Marcelo Rebelo de Sousa – necessita urgentemente de aproveitar algum do seu tempo dominical para fazer a sua declaração de interesses em relação aos Espírito Santo. E essa declaração é tanto mais premente quanto nas últimas semanas tem vindo a defender a solução Morais Pires, considerando até que a impressionante queda das acções do BES na passada semana era coisa “inevitável”, visto estarmos perante “um novo ciclo”. Que essa queda tenha acontecido exactamente por não estarmos perante um novo ciclo parece não ter passado pela sua cabeça, habitualmente tão veloz e atenta.
Não admira, pois, que Nicolau Santos tenha chamado a atenção no Expresso para o facto de Marcelo e Ricardo Salgado já terem passado juntos “várias vezes férias no Mediterrâneo”. E já agora – acrescento eu – que Rita Amaral Cabral, há longuíssimos anos companheira de Marcelo, como é público, seja actualmente administradora não executiva do BES, e, entre 2008 e 2012, um dos três membros da comissão de vencimentos do banco. Marcelo, como todos sabemos, nunca teve quaisquer problemas em criticar aqueles que lhe são próximos. Mas há factos que devem ser verbalizados – porque é precisamente destes pequenos segredos que vive o regime que nos trouxe até aqui. Por: João Miguel Tavares / I / 01/07/2014
Ricardo Salgado do outro lado do espelho
Prejuízos, ‘buracos’ ocultos, dívidas, irregularidades, contabilistas duvidosos, imparidades, atrasos fiscais, etc. Não há idoneidade de banqueiro que resista a esta sucessão de tropelias financeiras. E o que é preocupante para a sociedade portuguesa no seu todo é que os banqueiros mais poderosos das últimas décadas, Jardim Gonçalves e Ricardo Salgado, saíram dos seus cargos com processos e irregularidades de cortar a respiração. Que se somam aos escândalos do BPN de Oliveira Costa ou do BPP de João Rendeiro.
Salgado bem pode aplicar a si próprio a frase que, em 2009, dirigiu a Filipe Pinhal do BCP: «A lamentável comédia no seu banco pôs em causa a credibilidade do sector e do país». Comprova-se: os banqueiros portugueses são pouco recomendáveis. jal@sol.pt.
Ana Gomes: "Ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso".
compreender “o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN”.Segundo a eurodeputada socialista, o “banco foi e é instrumento da atividade criminosa do grupo”. “Se o BES é demasiado grande para falir, ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso”, sublinha.
“Nem os empregados do BES, nem as Donas Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos, continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira, e não só, à solta no Grupo Espírito Santo”, alerta.
Ouvida pelo jornalista Luís Soares, Ana Gomes recorda como começaram a ser investigadas as contas do grupo e afirma que o líder do BES, Ricardo Salgado, dizia não querer financiamento do resgate “para não ter que abrir as contas do grupo à supervisão do Estado, esse Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado”.
Para além de acusar Ricardo Salgado de tentar “paralisar as tentativas de investigação judicial” em vários casos – como o dos submarinos, Furacão ou Monte Branco –, Ana Gomes argumenta que a mudança das regras da supervisão bancária a nível europeu “obrigou o Banco de Portugal a analisar as contas do GES/BES a contragosto e com muito jeitinho”.
A eurodeputada socialista critica a escolha da consultora PMG – “uma empresa farta de ser condenada e multada nos Estados Unidos, no Reino Unido e noutros países por violação dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros” e que “foi contratada pelo BES desde 2004, pelo menos, para lhe fazer auditoria” –, só que “a borrasca era tão grossa que nem a PMG se podia dar ao luxo de a encobrir”.
Um banco ao serviço de atividades criminosas, nas mãos de uma respeitável família de gananciosos. Mas não estão sós...,
DEPOIS DO BPN, O PSD TEM UM NOVO BANCO
Desta vez, era mesmo para o levar a sério: «o Presidente da República está a acompanhar os acontecimentos no BES» (1). Com efeito, pode-se anunciar que o governo de iniciativa
presidencial já nomeou a nova administração do banco verde:
• O chairman é Paulo Mota Pinto, deputado e ex-vice-presidente do PSD no consulado de Ferreira Leite e membro da comissão política da candidatura de Cavaco Silva à presidência da República, que nunca exerceu quaisquer funções na banca;
• O presidente executivo (CEO) é Vítor Bento, nomeado por Cavaco Silva para o Conselho de Estado para substituir Dias Loureiro, que, ainda há cerca de dois anos, confessava não dominar o negócio da banca [«A área onde estou é marginal à banca. É mais uma actividade de tecnologias de informação que trabalha para a banca do que bancária.»] (2);
• O administrador financeiro (CFO) é João Moreira Rato, vindo também do PSD (para além de registar no cadastro passagens pelo Lehman Brothers, pelo Goldman Sachs e pelo Morgan Stanley), que, no IGCP, vendia dívida pública ao BES e, agora, salta para outro lado do balcão.
Depois de uma maioria, um Governo e um Presidente, o PSD pode agora apregoar ter um (novo) banco, um presidente (da Associação Portuguesa de Bancos) e um governador. Por: Telmo Vaz Pereira.
Ricardo Salgado do outro lado do espelho
que analisaram o significado da sua saída ou leu a sua carta de despedida até poderá ter-se convencido que Salgado se afasta por limite de idade ou como prémio de carreira a distinguir uma gestão brilhante e imaculada.
Mas não. Não foi por nada disso. O até há pouco todo-poderoso líder do BES sai por razões mais singelas e inconvenientes. Ricardo Salgado foi afastado compulsivamente da gestão do BES após uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal ter descoberto, há cerca de seis meses, a ocultação de um ‘buraco’ de 1,3 mil milhões de euros, entres 2008 e 2013, na holding do grupo, a Espírito Santo International (ESI).
A esse facto pode juntar-se um ‘buraco’ de 5,7 mil milhões no BES Angola (BESA), banco na dependência directa e maioritária de Salgado. Ou os prejuízos de 518 milhões que o BES apresentou em 2013. Ou os 1,4 mil milhões em imparidades de crédito concedido. Ou as provisões extraordinárias de 700 milhões a que se viu obrigado. Ou os aumentos de capital em desespero de causa dos últimos meses. Ou os problemas com ‘actividades ilícitas’ do banco na Florida, em Espanha ou no Luxemburgo.
Sem esquecer os honorários pessoais de 8,5 milhões de euros que Salgado recebeu através de uma offshore, descobertos no processo Monte Branco, ou as três rectificações do seu IRS em 2013. E não é tudo. Apesar de já não ser pouco.
Prejuízos, ‘buracos’ ocultos, dívidas, irregularidades, contabilistas duvidosos, imparidades, atrasos fiscais, etc. Não há idoneidade de banqueiro que resista a esta sucessão de tropelias financeiras. E o que é preocupante para a sociedade portuguesa no seu todo é que os banqueiros mais poderosos das últimas décadas, Jardim Gonçalves e Ricardo Salgado, saíram dos seus cargos com processos e irregularidades de cortar a respiração. Que se somam aos escândalos do BPN de Oliveira Costa ou do BPP de João Rendeiro.
Salgado bem pode aplicar a si próprio a frase que, em 2009, dirigiu a Filipe Pinhal do BCP: «A lamentável comédia no seu banco pôs em causa a credibilidade do sector e do país». Comprova-se: os banqueiros portugueses são pouco recomendáveis.Por: José António Lima / O1/07/2014.
jal@sol.pt
Tenho depósitos a prazo no BES, estão em perigo?
Os bancos a operar em Portugal com sociedades de direito português, como é o caso do BES, têm montado um sistema de segurança aos depósitos a prazo. Logo, a resposta à pergunta “Tenho depósitos a prazo no BES, estão em perigo?” passa, em última análise, por conhecer como funciona esse sistema de segurança.
Dizemos em última análise porque antes de um banco entrar em incumprimento ou falência há vários outros mecanismo de apoio disponíveis para o evitar, desde logo financiamento público como aconteceu recentemente com quase todos os bancos apoiados por empréstimos/capital do Estado (via troika).
Mas imaginando que a falência não é evitada, como funciona o sistema de garantia?
Muito singelamente, este artigo resume a última fronteira de proteção:
“1 – O Fundo garante o reembolso, por instituição de crédito, do valor global dos saldos em dinheiro de cada titular de depósito, até ao limite de € 100 000.”
Este excerto do “Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras” indica que em cada banco, cada pessoa, tem garantido que, em caso de falência, até aos €100.000 há um compromisso dos restantes bancos que integram o sistema de garantia – o Fundo de Garantia de Depósitos – juntamente com o Estado para que lhe seja devolvido o capital. Se o valor depositado em nome desse titular for igual ou inferior, recebe a totalidade, se for superior, receberá apenas €100.000. Se na mesma conta existir mais do que um titular, cada titular terá um capital garantido de €100.000 (por banco).
Assim, se por exemplo, um casal tiver €250.000 depositado numa conta conjunta, em caso de falência , o Fundo de Garantia de Depósitos devolver-lhe-á €200.000.
Dito isto, até um valor global de €100.000 por titular em cada banco, o risco associado de depositar num banco qualquer em Portugal (inscrito no Fundo de Garantia de Depósitos – consulte a lista) é exatamente igual. Não há razões objetivas para que, pelo menos até esse valor, não considere de forma igual qualquer um dos depósitos e bancos com sede me PT que indicamos na nossa base de dados com os melhores depósitos a prazo do momento.
Leia mais: http://economiafinancas.com/2014/tenho-depositos-prazo-bes-estao-em-perigo/#ixzz37GdHeC8E
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Bancos participantes do Fundo de Garantia de Depósitos:
Banco ActivoBank, S.A.
Banco BAI Europa, S.A.
Banco Banif Mais, S.A.
Banco BIC Português, S.A.
Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (Portugal), S.A.
Banco BNP Paribas Personal Finance, S.A.
Banco BPI, S.A.
Banco Comercial Português, S.A.
Banco Credibom, S.A.
Banco de Investimento Global, S.A.
Banco de Investimento Imobiliário, S.A.
Banco Efisa, S.A.
Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.
Banco Espírito Santo dos Açores, S.A.
Banco Espírito Santo, S.A.
Banco Finantia, S.A.
Banco Invest, S.A.
Banco L. J. Carregosa, S.A.
Banco Madesant – Sociedade Unipessoal, S.A.
Banco Popular Portugal, S.A.
Banco Português de Gestão, S.A.
Banco Português de Investimento, S.A.
Banco Primus, S.A.
Banco Privado Atlântico – Europa, S.A.
Banco Rural Europa, S.A.
Banco Santander Consumer Portugal, S.A.
Banco Santander Totta, S.A.
Banif – Banco de Investimento, S.A.
Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A.
Banque Privée Espírito Santo, S.A. (sucursal)
Best – Banco Electrónico de Serviço Total, S.A.
BNI – Banco de Negócios Internacional (Europa) S.A.
Caixa – Banco de Investimento, S.A.
Caixa Geral de Depósitos, S.A.
Montepio Investimento, S.A.
Novo Banco, S.A.
St. Galler Kantonalbank AG – Sucursal em Portugal
Caixas Económicas participantes do Fundo de Garantia de Depósitos:
Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo
Caixa Económica do Porto
Caixa Económica Montepio Geral
Caixa Económica e Social
Caixas de Crédito Agrícola Mútuo participantes do Fundo de Garantia de Depósitos(1):
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Chamusca, C.R.L.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria, C.R.L.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Mafra, C.R.L.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras, C.R.L.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Bombarral, C.R.L.
Comissões da Conta Base: qual o melhor banco?
O Banco de Portugal passou a divulgar informação que permite responder facilmente à seguinte pergunta: Comissões da Conta Base: qual o melhor banco?
Quem tenha ou pense vir a ter uam conta-base (ver “Conta-base ou conta de serviços mínimos bancários?” e “Qual a conta base mais barata janeiro de 2015“) vai poder acompanhar através do Banco de Portugal (e do Economia e Finanças) a evolução da oferta existente. Se em janeiro de 2015 havia quatro bancos com esta oferta, em fevereiro há já oito com as comissões a tornarem-se mais competitivas em todos eles.
Segundo a reinterpretação mais recente do Banco de Portugal (e, na prática, a que faz fé no mercado) a conta-base tem os seguintes serviços garantidos em todos os bancos que a disponibilizem:
- Abertura e manutenção de uma conta de depósito à ordem;
- Disponibilização de um cartão de débito para movimentação da conta;
- Acesso à movimentação da conta através de caixas automáticos, do serviço de homebanking e dos balcões da instituição de crédito (podendo as instituições limitar a três o número de levantamentos realizados aos balcões no mesmo mês);
- Realização de depósitos, levantamentos, pagamentos de bens e serviços, débitos diretos e transferências intrabancárias nacionais.
Quanto aos custos, a análise comparativa de custos nos oito bancos foi disponibilizada a 5 de fevereiro após consulta aos preçários dos bancos e é a seguinte:
Instituição de crédito | Conta Base | |||
---|---|---|---|---|
Comissão (valor anual) | Acresce imposto | Montante mínimo de abertura | Ficha de Informação Normalizada | |
Banco BIC Português | 24 € | Imp. selo (4%) | 250 € | FIN |
Banco Bilbao Vizcaya Argentaria | 72 € | Imp. selo (4%) | 500 € | FIN |
Banco BPI | 75 € | Imp. selo (4%) | 100 € | FIN |
Banco Comercial Português | 72 € | Imp. selo (4%) | 0 € | FIN |
Banco Santander Totta | 63,6 € | Imp. selo (4%) | 150 € | FIN |
Caixa Económica Montepio Geral | 66 € | Imp. selo (4%) | 100 € | FIN |
Caixa Geral de Depósitos | 60 € | Imp. selo (4%) | 100 € | FIN FIN |
Crédito Agrícola | 71,4 € | Imp. selo (4%) | 0 € | FIN |
Depois começaram as quedas dos anjos. Tudo começou com Jardim Gonçalves, esse " grande revolucionador da banca portuguesa " (palavras de Eduardo Catroga, esse inclassificável classificador!). E assim estourou o BCP. E mais tarde aconteceu o caso BPN, e também o BPP, e mais recentemente o Banif. E, entre gigantes e pigmeus caídos na selva da finança portuguesa, eis que mais se ergueu o BES enquanto o mais influente banco privado de negócios em Portugal (como Pedro Santos Guerreiro descreveu muito bem aqui ). Ler mais: http://expresso.sapo.pt/desbesificar-o-pais=f881591#ixzz37jcpJmWU
BES-GES, GOVERNADOR DO BdP E GOVERNO
Pedro Adão e Silva e Maria João Gago, co-autora de 'O Último Banqueiro: Ascensão e Queda de Ricardo Salgado', comentam na SIC Notícias o caso BES, em particular o papel do governador do Banco de Portugal na sua qualidade de supervisor bancário.
«NÃO SE PERCEBE O QUE O BANCO DE PORTUGAL
ANDOU A FAZER ESTE TEMPO TODO»
ANDOU A FAZER ESTE TEMPO TODO»
Ontem, na TVI 24, Constança Cunha e Sá criticou a atuação tardia do Banco de Portugal em relação à crise no Banco Espírito Santo (BES), afirmando que o governador não pode ser visto como um «herói», uma vez que, há pelo menos «um ano», que algo deveria ter sido feito.
«Há um coro elogioso à volta da atuação do Banco de Portugal, e eu não vejo razão para esse coro. O BdP, na minha opinião, atuou muito tarde em relação a um problema que toda a gente percebe que era visível em 2012, afiançou e deu a cara pelo banco em maio de 2013, e se nós percebermos, quando houve o aumento de capitais do BES, já era visível que havia um problema na ESI, não se percebe o que o Banco de Portugal andou a fazer este tempo todo»
O Grupo Espírito Santo é o regime - a sua crise é a crise do regime
Existe uma espécie de omertá entre os poderosos do país - que, todos juntos, não enchem uma casa da Quinta da Marinha -, que permitiu que o escândalo BES fosse abafado quase até ao momento do estertor final. Foi a mesma omertá que fez com que o BPN se aguentasse tanto tempo de pé, com o patrocínio de muitos poderosos do país, e muito depois de as irregularidades no banco de Dias Loureiro terem vindo a público.
As elites portuguesas não primam pela "ética republicana" e habituaram-se a conviver com uma fórmula que o Exército dos Estados Unidos usava para lidar com os homossexuais: "Don't ask, don't tell." Irregularidades? Negócios suspeitos? Favorecimento de amigos? Tráfico de influências? Não perguntem, não contem. Esta maneira de viver tem consolado todos os comensais e permitido a cada um recolher, à vez, as respectivas fatias do bolo disponível - irmãmente, como se dizia dantes.
Foi este regime apodrecido que permitiu que o devotamente chamado "único banqueiro" do país - e hoje tratado como cão pelos que o incensavam - chegasse onde chegou, com o risco enorme de arrastar meio país consigo. O BPN não era um banco sistémico, o BES, pertença do Grupo Espírito Santo, é um banco sistémico. Dito de outra maneira: é como se fosse o nosso Lehman Brothers. E neste momento não se sabe o fim da história.
A ideia de que o Banco de Portugal teve um comportamento exemplar - ao contrário do que se tinha passado com o anterior governador, Vítor Constâncio, relativamente ao BPN - é uma teoria que resiste tão bem aos testes de stresse como resistiu o BES durante estes anos de avaliações europeias. Em Fevereiro de 2013 - há quase ano e meio -, depois de o inoticiar o esquecimento de 8,5 milhões na declaração de impostos de Ricardo Salgado, o Banco de Portugal trata de produzir um raro comunicado em que declara toda a sua confiança em Ricardo Salgado. Sim, o Banco de Portugal tinha pedido "explicações", mas depois disso ficou muito satisfeito. Naquela peça não tão antiga assim, o governador afiança que "as informações recolhidas pelo banco não fundamentam as suspeitas lançadas pela comunicação social". Enquanto o poder de Ricardo Salgado parecia imutável, o Banco de Portugal preferiu lançar as culpas para o mensageiro. Não foi o único: este é o modo de actuar da elite portuguesa, que só se distancia dos seus quando estão mortos. O BES é o regime, a crise do BES é a crise do regime. Por: Por Ana Sá Lopes / I / 17 Jul 2014
Acerca do caso BES, a realidade era esta.
A família Espírito Santo detinha apenas cerca de 24% do banco e Ricardo tinha uma pequena parte disso, mas apresentava-se como um banqueiro sério e credível, sempre com os óculos de ler na ponta do nariz, e, como tal, capaz de sacar umas boas massas a qualquer um.
Por isso, ele e a família ES utilizavam o banco como uma teta de vaca para alimentar de leite de euros o seu grupo que continha dezenas de empresas, tendo-se mesmo falado em participações em 400 empresas.
Não podemos culpar governos, políticos ou BP dos empréstimos feito pelo BCE. Este banco é que tinha a obrigação de saber o que estava a fazer como faz qualquer banco que empresta quantias a qualquer cliente
O BCE não pode exigir dos contribuintes portugueses que paguem empréstimos concedidos de qualquer maneira ao BES.
A Alemanha quis um Banco Central Europeu independente que só emprestasse dinheiro a bancos privados. Ora, a Merkel e todos os alemães e europeus têm de compreender que independência bancária e empresarial é também responsabilidade pelos seus atos. Por isso, não podem os contribuintes nem os pequenos acionistas e obrigacionistas do BES pagarem pelos erros dramáticos do Banco Central Europeu.
Por: Dieter Dellinger
E ainda bem que o país desistiu de o perseguir, e que o grande Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, (ao contrário do malandro do Constâncio) está a fazer tudo para que a família continue imune à infâmia que por aí é publicada nos jornais (como alguém já disse, não há qualquer problema no BES, é tudo uma questão de comunicação).
No que me diz respeito, não me importo de pagar ainda mais impostos se me garantirem que grandes homens como Oliveira e Costa, Dias Loureiro, João Rendeiro, Jardim Gonçalves, não voltarão a ser incomodados. Com Salgado, esta nova via de progresso parece estar a ser seguida. Deve ser a isto que se refere o nosso primeiro-ministro quando fala do novo país que está a nascer.
A História do Banco do meu Avô
Vamos imaginar que o meu avô tinha criado um Banco num País retrógrado, a viver debaixo de um regime ditatorial.
Saiba quem são os intervenientes do caso Monte Branco
Ferreira Leite diz caso BES mostra que programa da Troika foi mal concebido. (Afinal o que andou lá a fazer Catroga e Frasquilho)
Para a ex-líder do PSD, o programa de ajustamento da Troika foi "mal concebido" por "não levar em conta a nossa realidade": "Achámos que o setor público era a origem de todos os males (..)O problema do setor público está quase resolvido e afinal o país não cresce, porque afinal o mal não está apenas no setor público, está também no setor privado, como prova este caso", afirmou esta quinta-feira à noite na TVI24.
"Afinal havia ali um grupo ao nosso lado, esse sim, vivia acima das suas possibilidades e ninguém deu por nada (...) O que é que cá esteve a fazer a Troika e as pessoas que forneceram elementos à Troika?", acrescentou.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/ferreira-leite-diz-caso-bes-mostra-que-programa-da-troika-foi-mal-concebido=f883038#ixzz38SLIzRQ8
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/ferreira-leite-diz-caso-bes-mostra-que-programa-da-troika-foi-mal-concebido=f883038#ixzz38SLIzRQ8
O BPN começou em 600 Milhões de Euros nos primeiros dias... Hoje já lá vai em
mais de 9000 Milhões de Euros !!!
Esperem pelo total do buraco... O BES é muito maior que o BPN !!!
"Em Janeiro de 2004, Ricardo Salgado convidou para jantar em sua casa, no Estoril, três casais: Durão Barroso (então primeiro-ministro) e Margarida Sousa Uva, Aníbal e Maria Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, com Rita Amaral Cabral, que viria a ser administradora não executiva do BES. “O encontro serviu para pressionar Cavaco a candidatar-se às próximas eleições presidenciais”, escreveria o ‘Expresso’ na primeira página. Salgado teria argumentado que, com a difícil situação económico-financeira do País, era benéfico o papel estabilizador de Cavaco em Belém."
Uma viagem ao extraordinário mundo dos negócios do Grupo Espírito Santo.
Está explicada a inércia da nossa justiça em relação a casos como o do BES, contar as galinhas a que correspondem mais de 7.000 milhões de euros leva tanto tempo que não há prazo de prescrição que resista. A esta hora o Ministério Público já conseguiu contar setenta e oito mil trezentas e oitenta e duas galinhas, fora as penas que se soltaram. O problema vai ser contar as galinhas que muito boa gente comeu, começando pelas que o Marcelo comeu durante as férias.
30 de Julho - Económico TV
Programa "Assembleia Geral", com Eduarda Carvalho
Tema: BES e Supervisão do Banco de Portugal
Tema: BES e Supervisão do Banco de Portugal
• Nicolau Santos, 'Duas ou três coisas sobre o caso Salgado'
[na última edição do Expresso]:
«(…) Por seu turno, o Banco de Portugal, agora tão elogiado, ainda há ano e meio fazia comunicados a colocar o dr. Salgado acima de qualquer suspeita quando ele corrigiu por três vezes a sua declaração fiscal por causa do tal presente de 14 milhões de euros que recebeu do construtor José Guilherme. Mas o BdP nada faria
Pedro Queiroz Pereira, demonstrando o colapso em que se encontravam as holdings do grupo. Sobre o BES, o governador já disse tudo e o seu contrário: que estava muito bem capitalizado, que os clientes podiam estar tranquilos, que os problemas do grupo não contagiariam o banco, passando depois Carlos Costa a admitir a eventual necessidade de o banco proceder a um novo aumento de capital, de anunciar até que havia investidores privados interessados, depois a conceder que uma parte da exposição do BES ao GES vai ter perdas, mas a acrescentar que os depósitos estão garantidos, para depois aceitar existirem "algumas incertezas" no caso da exposição a Angola (uma incerteza de mais de 5,7 mil milhões de euros...), etc, etc. Em resumo, por parte do Banco de Portugal estamos garantidos e descansados.
Por sua vez, o Ministério Público fez um comunicado na altura em que o ex-presidente do BES foi ouvido no âmbito do processo 'Monte Branco' a esclarecer que "face aos factos até agora apurados nos presentes autos, não existem fundamentos para que o agora requerente, dr. Ricardo Salgado, seja considerado suspeito, razão pela qual foi ouvido como testemunha". Agora faz um comunicado a dizer que "no âmbito do processo 'Monte Branco', o Ministério Público (DCIAP) tem vindo a realizar várias diligências que culminaram com a detenção de Ricardo Salgado no dia de hoje". O dr. Ricardo Salgado, testemunha há ano e meio, passou a Ricardo Salgado, arguido, agora, sempre no âmbito do mesmo processo. E o Ministério Público recusou que Salgado fosse às suas instalações para prestar declarações, optando por o ir buscar a casa. Que justiça é esta, que mensagens transmite e que tipo de resultados espera obter com estas atitudes? (…)»
imagem: Ricardo Salgado (BES), Carlos Costa (BdP) e Antonio de Sousa (APBancos)
O Destino Vingou Vitor Constâncio
O regulador Carlos Costa, governador do BP, deveria estar preso ou inibido de qualquer função bancária porque foi diretor-geral do BCP-Millenium entre 2000 e 2004, época em que, segundo o Expresso Revista de hoje, "foram feitos os polémicos aumentos de capital com recursos a offshores, ainda Jorge Jardim Gonçalves era líder do banco".Nessa altura o diretor-geral Carlos Costa deu cobertura a dois crimes: a transferência para offshores de avultadas verbas; empréstimos a clientes para essas transferências e com esse dinheiros comprar ações do BCP.
Os clientes foram enganados quanto à situação real do banco e foram feitas emissões de ações em excesso, pelo que perderam rapidamente o seu valor em bolsa, tendo chegado aos 4 cêntimos depois de terem valido vários euros. Berardo perdeu uma parte importante da sua fortuna neste logro preparado por Jardim Gonçalves e Carlos Costa.
Em princípio eu nada teria contra Carlos Costa, mas saliento a vingança do destino, dado ele ter sido tão violento com o PS e, em particular com o seu antecessor Vitor Constâncio, sabendo que tinha muitos telhados de vidro.
Quando foi nomeado governador do Banco de Portugal meteu uma série de economistas e criou praticamente um gabinete de supervisão para cada um dos bancos portugueses e até convenceu a Universidade Nova a fazer um curso de supervisão bancário.
Com tanto aparato que custou alguns milhões de euros, nem o Carlos Costa nem o seu vice-presidente não detetaram nada do que se passava no BES e foi só um enorme dossier de denúncia elaborado por uma equipe de advogados contratados por Pedro Queiroz Pereira que se defendia da tentativa de Ricardo Salgado de assumir o controle a Semapa/Portucel aliado às irmãs do ex-corredor de ralies PQP. Salgado queria ter no seu banco os importantíssimos movimentos de caixa da maior exportadora portuguesa com a possibilidade de desviar para os seus bancos na Suíça, Luxemburg e outros países parte das receitas e não pagar as dívidas à CGD, já que sabia que o governo nunca iria deixar cair a empresa que mais exporta um produto genuinamente nacional, o papel obtido a partir da pasta de eucaliptos nacionais e inteiramente fabrica no País.
A ganância pelo poder e controle de empresas levou o Grupo Espírito Santo à ruina pois conta com mais de 400 empresas, admitindo-se que no seu todo tenham dívidas ao BES em mais de 15 mil milhões de euros, ou quase 10% do Pib nacional. Saliente-se que antes de rebentar a crise, os depósitos no BES somavam mais de 57 mil milhões de euros, ou seja, 35% do Pib nacional. Agora tem sido retirado muito dinheiro e há quem julgue que já saíram uns 5 a 7 mil milhões de euros. As pessoas têm medo e quando se lê o Expresso de hoje, calcula-se que a maior parte dos buracos não são conhecidos e que a teia constituída por mais de 400 empresas é de difícil supervisão.
Carlos Costa andou sempre a mentir quando dizia que o BES e as empresas do Grupo estão perfeitamente separadas e a exposição (dívida das empresas da família) ao BES é de pouco mais de mil milhões de euros. Multiplique isso por sete ou, talvez, até por 10 para conhecer o número exato. Ainda ontem morreu um trabalhador numa obra de reconstrução de um prédio a cargo da "Espírito Santo Proprety", empresa com obviamente sede no estrangeiro a admitir pelo seu nome inglês como a a maior parte. Foi esse o grande erro de Carlos Costa, o não ter examinado a solvabilidade e origem dos papéis comerciais e de aplicações vendidos nos balcões do BES. Por: Dieter Dellinger - 2/8/2014.
A história de como o BdP liderado pelo formidável Carlos Costa, que tem feito uma excelente regulação e nos salvou do quase caos onde já estávamos, autorizou um empréstimo de 3,5 mil milhões de euros ao BES (1), com garantia do Estado (nãããão, o esquema do Novo Banco não tem risco para os contribuintes) apenas dois dias antes de o liquidar administrativamente, através de uma medida aprovada pelo Governo e promulgada pelo PR em tempo record. Alguém ouviu Carlos Costa falar deste empréstimo na Assembleia da República? (2) Quem tinha dinheiro no BES (quem tem muuuuito dinheiro não conta) (3) não ouviu, seguramente.
Dando um tremendo bigode a todos os jornalistas deste País, o advogado Miguel Reis de quem ontem falei mostrou que, quando se quer saber alguma coisa, se deve ir à procura dela em vez de ficar, no conforto dos gabinetes, à espera que a informação entre na caixa do correio.
Dando um tremendo bigode a todos os jornalistas deste País, o advogado Miguel Reis de quem ontem falei mostrou que, quando se quer saber alguma coisa, se deve ir à procura dela em vez de ficar, no conforto dos gabinetes, à espera que a informação entre na caixa do correio.
Ele foi à procura da informação na sua origem. E, assim, obteve as esclarecedoras (e algo preocupantes) actas do Banco de Portugal. Numa entrevista extraordinária na SIC Notícias com Ana Lourenço, disse ele que, tendo-se um código de acesso que custa 50 euros, se pode aceder a informação relevante e explicou onde. No seguimento disto, acrescentou que a última acta da administração do BES também é uma coisa jeitosa de se ver.
E interrogou-se sobre como é possível o Banco de Portugal, de repente, poder confiscar os bens às pessoas, sem uma explicação, sem indemnização, as pessoas tratadas abaixo de cão, as tuas coisas ficaram com o Lobo Mau [Um Jeito Manso].
Os processos contra o Estado e as providências cautelares já fazem soar milhões. Vá lá saber-se porquê mas já há quem diga que NB não são as iniciais de Novo Banco mas sim de Novo Buraco."
15/08/2014 por J. Manuel Cordeiro
http://aventar.eu/2014/08/15/mais-um-milagre-do-espirito-santo/
(1) "BdP emprestou 3,5 mil milhões ao BES.
Em situação “de grave insuficiência de liquidez”, BES recorreu à cedência de dinheiro em situação de emergência, cujo risco é assumido pelo Estado
BdP, liderado por Carlos Costa, emprestou dinheiro ao BES antes de anunciar resgate
Em “situação de grave insuficiência de liquidez”, ainda mais acentuada desde o final de Junho e até 31 de Julho, o BES recorreu à cedência de liquidez em situação de emergência dias antes de o resgate ao banco ter sido anunciado, a 3 de Agosto. Até 1 de Agosto, o Banco de Portugal já tinha emprestado 3,5 mil milhões de euros à instituição bancária através deste mecanismo (ELA – Emergency Liquidity Assistance), cujo risco é assumido pelo banco central, que tem como único accionista o Estado.
De acordo com as actas da reunião extraordinária do Banco de Portugal de 3 de Agosto, onde o regulador anunciou a separação da instituição bancária em dois e a criação do Novo Banco, o BES não conseguiu travar a perda de liquidez nem recorrer a um empréstimo junto do Banco Central Europeu (BCE). Perdeu o estatuto de “contraparte” de operações de política monetária do BCE e ficou obrigado a reembolsar na íntegra o crédito de dez mil milhões de euros que tinha no banco central. Esta situação “insustentável” “já o tinha obrigado a recorrer excepcionalmente, com especial incidência nos últimos dias, à cedência de liquidez em situação de emergência por parte do Banco de Portugal”, lê-se na acta da reunião.
O empréstimo de emergência, que é hoje notícia no Jornal de Negócios e no Diário Económico, difere de uma operação normal de financiamento do BCE, em que o risco de uma entidade não pagar é partilhado pelos bancos centrais da zona euro. No caso da ELA, o risco é assumido apenas pelo banco central em causa. Caso este empréstimo dê origem a prejuízos, a responsabilidade é assumida pelo Banco de Portugal, que tem como único accionista o Estado.
O risco sistémico da queda do BES levou o regulador a intervir e a nomear uma nova gestão. Cerca de 11,5% do total dos depósitos captados em Portugal estão neste banco, que tem uma quota de 14% do total de crédito concedido em Portugal (mais de 31% a financiar entidades financeiras e seguradoras)."
http://www.publico.pt/economia/noticia/banco-de-portugal-emprestou-35-mil-milhoes-ao-bes-antes-do-resgate-1666196
(2) "BES esteve “no fio da navalha” e o sector financeiro também !
O governador do Banco de Portugal reconheceu que o BES chegou a sexta-feira “no fio da navalha” e que o sector financeiro esteve “em cima do risco”. “Mas saímo-nos bem”.
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, afirmou esta quinta-feira que o sector financeiro português esteve no final da semana passada “em cima do risco sistémico”, o que acelerou o resgate do BES, que reabriu na segunda-feira dividido em dois: um banco tóxico, que mantém a designação BES (e onde ficaram os accionistas), e um banco limpo, que se chama agora Novo Banco, gerido pelo supervisor e detido pelo Fundo de Resolução, fundeado na restante banca.
“O BES esteve no fio da navalha [prestes a falir], mas saímo-nos bem. Na sexta-feira estivemos [o sector] em cima do risco sistémico”, revelou Carlos Costa na Assembleia da República, onde foi prestar esclarecimentos no quadro da Comissão de Orçamento, Finanças e Administrações Pública sobre a “solução” encontrada para salvar a parte sólida do BES, com uma injecção de 4900 milhões de euros (mil milhões pelo sector e a parcela sobrante por via de um empréstimo concedido pela Estado ao Fundo de Resolução).
A decisão de intervir no BES, quando o quadro “já era dramático”, foi tomada no final da semana, para possibilitar que o sistema financeiro se mantivesse a funcionar sem “dramas” na segunda-feira. A solução encontrada, entre BdP, Governo e troika (BCE/Comissão Europeia), dentro do sector financeiro, visou não prejudicar o contribuinte. “Não é em 48 horas ou em 72 horas que conseguimos ter tudo montado” e ainda há detalhes para articular com as várias partes envolvidas (incluindo o sector, o governo e a troika). Os representantes da União Europeia estiveram em Portugal no sábado e a gestão do BES foi avisada do resgate nesse dia à noite. E foi também nessa altura que o sector soube que ia ser envolvido no “salvamento” do seu concorrente.
O governador chamou a atenção dos deputados para o facto de o risco sistémico ocorrer "muito raramente", o que suscitou uma gargalhada por parte de deputados, nomeadamente os da oposição, que referiram logo o caso BPN e BPP. “O recurso ao Fundo de Resolução ocorre uma vez na vida”, explicou.
"Não há nenhum governador que gostasse de ter estado confrontado com a minha situação na sexta-feira", observou Carlos Costa, alertando para as notícias internacionais que elogiaram o caminho encontrado, pois salvaguardou o interesse público, a estabilidade do sistema financeiro e os depositantes. Carlos Costa evidenciou que foi muito elogiado pelos restantes governadores em Frankfurt (sede do BCE). Mario Draghi já veio destacar a acção “rápida e eficaz” das autoridades portuguesas em coordenação com a Comissão Europeia e o BCE: “O que poderia ter sido um incidente – e estou a usar o termo como um eufemismo – sistémico foi restringido a esse banco e aos seus donos.”
"Para o bem ou para o mal" a responsabilidade do que se passou no BES e da solução encontrada para evitar a falência "é do BdP", afirmou COsta. "Convivo bem com as críticas de Lisboa", pois o mais importante, assegurar a confiança dos depositantes, e garantir a continuidade do banco, pois “tem grande influência” na economia real, foi conseguido.
Os deputados estiveram divididos sobre a solução de resgate ao BES [com o PSD e o CDS a apoiarem], mas, com excepção dos sociais-democratas, houve reservas e dúvidas sobre a actuação do BdP, nomeadamente, sobre a falta de actuação quando surgiram, em 2013, os indícios de ilegalidades e de forte exposição ao GES.
Sobre a venda do Novo Banco, um banco de transição com um estatuto híbrido, e que deve ser colocado no mercado (através de ajuste directo) assim que possível, é preciso garantir uma via accionista estável. No entanto, admitiu que, com a perda de valor, será dificil vender o banco em bloco, o que abre espaço a que seja dividido em parcelas.
A solução Banco Novo, versus banco tóxico, em que os accionistas perderam tudo, resulta do novo quadro da União Bancária, que tem um fim: impedir o envolvimento público. "Custos para os accionistas? É claro que toda a lógica europeia assenta que os contribuintes devem ficar fora" dos resgates à banca.” “Foi o que aconteceu [no BES] e vai acontecer no futuro.”
Outro dos temas polémicos do dossier BES, por ter envolvido clientes de retalho, prende-se com o último aumento de capital de 1140 milhões, que decorreu entre Abril e Maio de 2014. Para Carlos Costa, o BdP apenas tem que se pronunciar sobre se a instituição que supervisionou precisa ou não de reforçar o capital e a dimensão das suas necessidades. E que cabe à CMVM pronunciar-se sobre as condições da operação e a quem se destina, e sobre "o conteúdo e elaboração do prospecto de emissão do aumento de capital".
http://www.publico.pt/economia/noticia/carlos-costa-na-sextafeira-estivemos-em-cima-do-risco-sistemico-1665777
(3) "PT retirou todos os depósitos do BES num mês.
Operadora tinha, a 30 de Junho, 128 milhões de euros em depósitos mas mantém participação de 2,1%, que passa para “banco mau”.
A Portugal Telecom (PT) retirou todos os depósitos bancários que tinha no Banco Espírito Santo (BES) no último mês. Em causa estão 128 milhões de euros que três empresas do grupo PT tinham depositados no banco agora intervencionado pelo Estado a 30 de Junho e que a operadora perderia se os mantivesse no banco. Isto porque detém mais de 2% do banco, o que, segundo a solução do Banco de Portugal, levaria a que essas aplicações fossem responsabilidade do banco mau e não do Novo Banco.
"Nesta data [30 de Junho] a PT International Finance e a PT Portugal mantêm depósitos bancários junto do BES num total de 22 milhões de euros e a Portugal Telecom SGPS, depósitos bancários de 106 milhões de euros", segundo o comunicado que especificava a exposição da PT ao GES/BES, enviado à CMVM. Pouco mais de um mês depois a operadora retirou todo o dinheiro do BES. Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da PT SGPS "confirma que não temos qualquer depósito no BES a esta data". Ao que o Económico apurou a PT Portugal e a PT International Finance também já não têm qualquer depósito.
A solução encontrada para o BES pelo Banco de Portugal (BdP) passa por dividir a entidade em dois bancos: um banco bom, com a denominação provisória de Novo Banco, que absorve a rede de retalho e os depósitos. Este será controlado em 100% pelo Fundo de Resolução a troco de uma injecção de 4,9 mil milhões de euros. O actual BES fica apenas como ‘bad bank', contendo os activos considerados tóxicos. Aqui as perdas são para os detentores de obrigações subordinadas, de accionistas e depósitos ou aplicações feitos por titulares de mais de 2% do BES ou antigos gestores do banco.
Bradesco assume perdas e PT tem impacto acima de 100 milhões
Apesar de ter retirado os depósitos do BES, a Portugal Telecom deverá registar novos dissabores com investimentos. Depois do incumprimento da Rioforte no valor de quase 900 milhões de euros, a operadora deverá ter um impacto negativo de 116 milhões de euros com a posição no BES, detida através do Fundo de Pensões e Cuidados de Saúde em Portugal.
No entanto, apesar do eclipse no valor das acções detidas esse prejuízo poderá não ser assumido nos resultados da operadora, já que aquele fundo tem um horizonte de investimento de 30 anos, pelo que a perda poderá vir a ser recuperada com ganhos noutros activos.
A evidência da dificuldade em recuperar o valor das acções do BES, que os analistas avaliam em praticamente zero, foi bem expressa pelo Bradesco. O banco brasileiro, que detinha 3,9% do BES, informou ontem o mercado que o seu resultado será negativamente afectado em 336 milhões de reais (117 milhões de euros à cotação de ontem do real).
Já em relação aos restantes accionistas predomina o silêncio. Ricardo Salgado, o antigo líder do BES e presidente-executivo do Espírito Santo Financial Group, que detinha 20,1% do BES, referiu ontem que apenas romperia o silêncio após a conclusão da auditoria forense pedida pelo Banco de Portugal. Também o aliado de longa data da família Espírito Santo, o francês Crédit Agricole, está fechado em copas. Mas esta entidade, que detinha 14,6% do BES, deverá abordar hoje o assunto na apresentação de resultados. Já gestoras de activos como a BlackRock, a Silchester e a Baupost optaram, para já, por não fazer comentários."
http://economico.sapo.pt/noticias/pt-retirou-todos-os-depositos-do-bes-num-mes_199104.html
(4) "Um jeito manso.
'Há palavras que nos beijam como se tivessem boca' [... outras nem por isso]
Miguel Reis, o advogado que divulgou as actas do Banco de Portugal, diz que um dia destes ainda vai ver se Cavaco Silva e Carlos Costa têm as casas em nome deles para pensar se vale a pena tentar proceder ao seu arresto (por terem prestado informações que induziram em erro os investidores). E diz que isto é pior do que as nacionalizações de Vasco Gonçalves. E que há um poder totalitário nas mãos de Carlos Costa. E disse mais, muito mais.
miguel Reis, o advogado que divulgou as Actas do Banco de Portugal, numa entrevista na SIC N com Ana Lourenço
Dando um tremendo bigode a todos os jornalistas deste País, o advogado Miguel Reis de quem ontem falei mostrou que, quando se quer saber alguma coisa, se deve ir à procura dela em vez de ficar, no conforto dos gabinetes, à espera que a informação entre na caixa do correio.
Ele foi à procura da informação na sua origem. E, assim, obteve as esclarecedoras (e algo preocupantes) actas do Banco de Portugal. Numa entrevista extraordinária na SIC Notícias com Ana Lourenço, disse ele que, tendo-se um código de acesso que custa 50 euros, se pode aceder a informação relevante e explicou onde. No seguimento disto, acrescentou que a última acta da administração do BES também é uma coisa jeitosa de se ver.
E interrogou-se sobre como é possível o Banco de Portugal, de repente, poder confiscar os bens às pessoas, sem uma explicação, sem indemnização, as pessoas tratadas abaixo de cão, as tuas coisas ficaram com o Lobo Mau.
Não se referia, claro, a Ricardo Salgado e família ou administradores ou demais coniventes com a gestão danosa - já que esses deverão cair na alçada da justiça - mas, sim, aos pequenos investidores, aqueles que acreditavam nos gestores das agências, que acreditaram na palavra do Governador do Banco de Portugal ou do Presidente da República que todos e até há poucos dias afiançavam que o BES estava sólido.
Pergunta-se Miguel Reis: e quem é Carlos Costa para ter sido escolhido para Governador do Banco de Portugal, vindo de onde veio (do BCP). E pergunta-se como foi o processo de nacionalização do Banco de Portugal. Houve indemnizações? Ou ainda estão a ser pagas de uma outra escusa maneira?
E sobre todo o processo de registo de sociedades, de nomeações não registadas, de confisco de contas, de decisões arbitrárias, diz Miguel Reis que acha que tudo estará eivado de inconstitucionalidade e que os colegas advogados deverão olhar para este assunto não como um negócio mas como um assunto a ser estudado cuidadosamente, no sentido de defender o interesse do Estado de Direito.
Aliás, referiu - tal como eu tantas vezes aqui tenho frisado - a legislação de que se tem falado para justificar esta trapalhada ainda não está em vigor, só deve entrar em vigor em Janeiro de 2015.
Perguntou-se: o que se poderá fazer para chamar a atenção para a arbitrariedade e injustiça implícita em todo este processo? Pedir o arresto da casa de Cavaco Silva ali à Estrela? Pedir o arresto da casa de Carlos Costa? - mas depois disse que ainda não tinha ido ver se eles as têm em seu nome mas que, um dia destes, ainda o iria fazer.
Muitas coisas ele disse. A Ana Lourenço estava admirada a ouvir uma voz que falava uma conversa muito diferente dos colegas-papagaios que lá costuma ter.
No fim cumprimentou-o Chapeau..., dado que de um advogado não mediático veio dar uma verdadeira lição de jornalismo.
De resto, Miguel Reis começou a entrevista dizendo que foi jornalista e creio que disse que ainda tem carteira junto do Sindicato dos Jornalistas. E contou que, em tempos, já teve casos que envolveram o João Rocha e que, por isso, algumas pessoas que o conheciam dessa altura o contactaram.
Da parte que me toca, também digo: Miguel Reis entrou como um vendaval na cena política e económica nacional, falando com um à vontade, uma frontalidade que me agradam sobremaneira. É do estilo que eu aprecio, pão, pão, queijo, queijo. E os bois chamados pelos nomes para não haver equívocos.
___
Já antes Octávio Teixeira tinha transmitido a ideia de que a forma absurda, trôpega, obnóxia como Carlos Costa está a gerir este processo está a destruir o que foi um bom banco, dizendo ainda que um banco desta dimensão não pode falir mas que é isso que Carlos Costa parece que se prepara para provocar.
Octávio Teixeira defendeu, claro, que devia ter havido uma tomada de posição clara por parte do Estado em vez de se terem metido num esquema nebuloso que ninguém percebe e que só gera desconfiança - quando o sistema bancário assenta justamente na confiança.
___
Um aparte
Nem falo do que por aí vai nesse outro mundo sujo, o do futebol. Fala-se nos jogadores serem propriedade de clubes ou terem sido dados como garantia, e as pessoas já são tratadas como se fossem coisas. Mangala era do BES (O jogador francês vendido pelo FC Porto ao Manchester City estava dado como garantia a um empréstimo de 30 milhões de euros do BES à SAD portista, que tinha de ser liquidado até Julho - leio).
Milhões e milhões, e tudo dívida. As pessoas já são um mero colateral. Que vergonha isto, que vergonha. Foi para aqui que caminhámos?!
E, como em todos os negócios em Portugal, sempre que se fala em muitos milhões, está a falar-se essencialmente de dívida.
Dinheiro, dinheiro, há o dinheiro fresco dos russos, dos angolanos, dos chineses, dinheiro cujo proveniência ninguém quer saber, o que se quer é atrair gente que venha com malas cheias de dinheiro. Que raio de país, que raio de mundo.
Finalmente: que é feito do Governo e do Presidente da República? Que inconsciência é esta? Com clientes, investidores, fundos, etc, toda a gente a mobilizar-se para impugnar ou processar os autores destas decisões arbitrárias e de legalidade duvidosa, o que pode vir a dar uma barraca de todo o tamanho, mantêm-se tranquilamente a banhos...? Como é isto possível, senhores...?"
http://umjeitomanso.blogspot.pt/2014/08/miguel-reis-o-advogado-que-divulgou-as.html
Os processos contra o Estado e as providências cautelares já fazem soar milhões. Vá lá saber-se porquê mas já há quem diga que NB não são as iniciais de Novo Banco mas sim de Novo Buraco."
15/08/2014 por J. Manuel Cordeiro
http://aventar.eu/2014/08/15/mais-um-milagre-do-espirito-santo/
(1) "BdP emprestou 3,5 mil milhões ao BES.
Em situação “de grave insuficiência de liquidez”, BES recorreu à cedência de dinheiro em situação de emergência, cujo risco é assumido pelo Estado
BdP, liderado por Carlos Costa, emprestou dinheiro ao BES antes de anunciar resgate
Em “situação de grave insuficiência de liquidez”, ainda mais acentuada desde o final de Junho e até 31 de Julho, o BES recorreu à cedência de liquidez em situação de emergência dias antes de o resgate ao banco ter sido anunciado, a 3 de Agosto. Até 1 de Agosto, o Banco de Portugal já tinha emprestado 3,5 mil milhões de euros à instituição bancária através deste mecanismo (ELA – Emergency Liquidity Assistance), cujo risco é assumido pelo banco central, que tem como único accionista o Estado.
De acordo com as actas da reunião extraordinária do Banco de Portugal de 3 de Agosto, onde o regulador anunciou a separação da instituição bancária em dois e a criação do Novo Banco, o BES não conseguiu travar a perda de liquidez nem recorrer a um empréstimo junto do Banco Central Europeu (BCE). Perdeu o estatuto de “contraparte” de operações de política monetária do BCE e ficou obrigado a reembolsar na íntegra o crédito de dez mil milhões de euros que tinha no banco central. Esta situação “insustentável” “já o tinha obrigado a recorrer excepcionalmente, com especial incidência nos últimos dias, à cedência de liquidez em situação de emergência por parte do Banco de Portugal”, lê-se na acta da reunião.
O empréstimo de emergência, que é hoje notícia no Jornal de Negócios e no Diário Económico, difere de uma operação normal de financiamento do BCE, em que o risco de uma entidade não pagar é partilhado pelos bancos centrais da zona euro. No caso da ELA, o risco é assumido apenas pelo banco central em causa. Caso este empréstimo dê origem a prejuízos, a responsabilidade é assumida pelo Banco de Portugal, que tem como único accionista o Estado.
O risco sistémico da queda do BES levou o regulador a intervir e a nomear uma nova gestão. Cerca de 11,5% do total dos depósitos captados em Portugal estão neste banco, que tem uma quota de 14% do total de crédito concedido em Portugal (mais de 31% a financiar entidades financeiras e seguradoras)."
http://www.publico.pt/economia/noticia/banco-de-portugal-emprestou-35-mil-milhoes-ao-bes-antes-do-resgate-1666196
(2) "BES esteve “no fio da navalha” e o sector financeiro também !
O governador do Banco de Portugal reconheceu que o BES chegou a sexta-feira “no fio da navalha” e que o sector financeiro esteve “em cima do risco”. “Mas saímo-nos bem”.
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, afirmou esta quinta-feira que o sector financeiro português esteve no final da semana passada “em cima do risco sistémico”, o que acelerou o resgate do BES, que reabriu na segunda-feira dividido em dois: um banco tóxico, que mantém a designação BES (e onde ficaram os accionistas), e um banco limpo, que se chama agora Novo Banco, gerido pelo supervisor e detido pelo Fundo de Resolução, fundeado na restante banca.
“O BES esteve no fio da navalha [prestes a falir], mas saímo-nos bem. Na sexta-feira estivemos [o sector] em cima do risco sistémico”, revelou Carlos Costa na Assembleia da República, onde foi prestar esclarecimentos no quadro da Comissão de Orçamento, Finanças e Administrações Pública sobre a “solução” encontrada para salvar a parte sólida do BES, com uma injecção de 4900 milhões de euros (mil milhões pelo sector e a parcela sobrante por via de um empréstimo concedido pela Estado ao Fundo de Resolução).
A decisão de intervir no BES, quando o quadro “já era dramático”, foi tomada no final da semana, para possibilitar que o sistema financeiro se mantivesse a funcionar sem “dramas” na segunda-feira. A solução encontrada, entre BdP, Governo e troika (BCE/Comissão Europeia), dentro do sector financeiro, visou não prejudicar o contribuinte. “Não é em 48 horas ou em 72 horas que conseguimos ter tudo montado” e ainda há detalhes para articular com as várias partes envolvidas (incluindo o sector, o governo e a troika). Os representantes da União Europeia estiveram em Portugal no sábado e a gestão do BES foi avisada do resgate nesse dia à noite. E foi também nessa altura que o sector soube que ia ser envolvido no “salvamento” do seu concorrente.
O governador chamou a atenção dos deputados para o facto de o risco sistémico ocorrer "muito raramente", o que suscitou uma gargalhada por parte de deputados, nomeadamente os da oposição, que referiram logo o caso BPN e BPP. “O recurso ao Fundo de Resolução ocorre uma vez na vida”, explicou.
"Não há nenhum governador que gostasse de ter estado confrontado com a minha situação na sexta-feira", observou Carlos Costa, alertando para as notícias internacionais que elogiaram o caminho encontrado, pois salvaguardou o interesse público, a estabilidade do sistema financeiro e os depositantes. Carlos Costa evidenciou que foi muito elogiado pelos restantes governadores em Frankfurt (sede do BCE). Mario Draghi já veio destacar a acção “rápida e eficaz” das autoridades portuguesas em coordenação com a Comissão Europeia e o BCE: “O que poderia ter sido um incidente – e estou a usar o termo como um eufemismo – sistémico foi restringido a esse banco e aos seus donos.”
"Para o bem ou para o mal" a responsabilidade do que se passou no BES e da solução encontrada para evitar a falência "é do BdP", afirmou COsta. "Convivo bem com as críticas de Lisboa", pois o mais importante, assegurar a confiança dos depositantes, e garantir a continuidade do banco, pois “tem grande influência” na economia real, foi conseguido.
Os deputados estiveram divididos sobre a solução de resgate ao BES [com o PSD e o CDS a apoiarem], mas, com excepção dos sociais-democratas, houve reservas e dúvidas sobre a actuação do BdP, nomeadamente, sobre a falta de actuação quando surgiram, em 2013, os indícios de ilegalidades e de forte exposição ao GES.
Sobre a venda do Novo Banco, um banco de transição com um estatuto híbrido, e que deve ser colocado no mercado (através de ajuste directo) assim que possível, é preciso garantir uma via accionista estável. No entanto, admitiu que, com a perda de valor, será dificil vender o banco em bloco, o que abre espaço a que seja dividido em parcelas.
A solução Banco Novo, versus banco tóxico, em que os accionistas perderam tudo, resulta do novo quadro da União Bancária, que tem um fim: impedir o envolvimento público. "Custos para os accionistas? É claro que toda a lógica europeia assenta que os contribuintes devem ficar fora" dos resgates à banca.” “Foi o que aconteceu [no BES] e vai acontecer no futuro.”
Outro dos temas polémicos do dossier BES, por ter envolvido clientes de retalho, prende-se com o último aumento de capital de 1140 milhões, que decorreu entre Abril e Maio de 2014. Para Carlos Costa, o BdP apenas tem que se pronunciar sobre se a instituição que supervisionou precisa ou não de reforçar o capital e a dimensão das suas necessidades. E que cabe à CMVM pronunciar-se sobre as condições da operação e a quem se destina, e sobre "o conteúdo e elaboração do prospecto de emissão do aumento de capital".
http://www.publico.pt/economia/noticia/carlos-costa-na-sextafeira-estivemos-em-cima-do-risco-sistemico-1665777
(3) "PT retirou todos os depósitos do BES num mês.
Operadora tinha, a 30 de Junho, 128 milhões de euros em depósitos mas mantém participação de 2,1%, que passa para “banco mau”.
A Portugal Telecom (PT) retirou todos os depósitos bancários que tinha no Banco Espírito Santo (BES) no último mês. Em causa estão 128 milhões de euros que três empresas do grupo PT tinham depositados no banco agora intervencionado pelo Estado a 30 de Junho e que a operadora perderia se os mantivesse no banco. Isto porque detém mais de 2% do banco, o que, segundo a solução do Banco de Portugal, levaria a que essas aplicações fossem responsabilidade do banco mau e não do Novo Banco.
"Nesta data [30 de Junho] a PT International Finance e a PT Portugal mantêm depósitos bancários junto do BES num total de 22 milhões de euros e a Portugal Telecom SGPS, depósitos bancários de 106 milhões de euros", segundo o comunicado que especificava a exposição da PT ao GES/BES, enviado à CMVM. Pouco mais de um mês depois a operadora retirou todo o dinheiro do BES. Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da PT SGPS "confirma que não temos qualquer depósito no BES a esta data". Ao que o Económico apurou a PT Portugal e a PT International Finance também já não têm qualquer depósito.
A solução encontrada para o BES pelo Banco de Portugal (BdP) passa por dividir a entidade em dois bancos: um banco bom, com a denominação provisória de Novo Banco, que absorve a rede de retalho e os depósitos. Este será controlado em 100% pelo Fundo de Resolução a troco de uma injecção de 4,9 mil milhões de euros. O actual BES fica apenas como ‘bad bank', contendo os activos considerados tóxicos. Aqui as perdas são para os detentores de obrigações subordinadas, de accionistas e depósitos ou aplicações feitos por titulares de mais de 2% do BES ou antigos gestores do banco.
Bradesco assume perdas e PT tem impacto acima de 100 milhões
Apesar de ter retirado os depósitos do BES, a Portugal Telecom deverá registar novos dissabores com investimentos. Depois do incumprimento da Rioforte no valor de quase 900 milhões de euros, a operadora deverá ter um impacto negativo de 116 milhões de euros com a posição no BES, detida através do Fundo de Pensões e Cuidados de Saúde em Portugal.
No entanto, apesar do eclipse no valor das acções detidas esse prejuízo poderá não ser assumido nos resultados da operadora, já que aquele fundo tem um horizonte de investimento de 30 anos, pelo que a perda poderá vir a ser recuperada com ganhos noutros activos.
A evidência da dificuldade em recuperar o valor das acções do BES, que os analistas avaliam em praticamente zero, foi bem expressa pelo Bradesco. O banco brasileiro, que detinha 3,9% do BES, informou ontem o mercado que o seu resultado será negativamente afectado em 336 milhões de reais (117 milhões de euros à cotação de ontem do real).
Já em relação aos restantes accionistas predomina o silêncio. Ricardo Salgado, o antigo líder do BES e presidente-executivo do Espírito Santo Financial Group, que detinha 20,1% do BES, referiu ontem que apenas romperia o silêncio após a conclusão da auditoria forense pedida pelo Banco de Portugal. Também o aliado de longa data da família Espírito Santo, o francês Crédit Agricole, está fechado em copas. Mas esta entidade, que detinha 14,6% do BES, deverá abordar hoje o assunto na apresentação de resultados. Já gestoras de activos como a BlackRock, a Silchester e a Baupost optaram, para já, por não fazer comentários."
http://economico.sapo.pt/noticias/pt-retirou-todos-os-depositos-do-bes-num-mes_199104.html
(4) "Um jeito manso.
'Há palavras que nos beijam como se tivessem boca' [... outras nem por isso]
Miguel Reis, o advogado que divulgou as actas do Banco de Portugal, diz que um dia destes ainda vai ver se Cavaco Silva e Carlos Costa têm as casas em nome deles para pensar se vale a pena tentar proceder ao seu arresto (por terem prestado informações que induziram em erro os investidores). E diz que isto é pior do que as nacionalizações de Vasco Gonçalves. E que há um poder totalitário nas mãos de Carlos Costa. E disse mais, muito mais.
miguel Reis, o advogado que divulgou as Actas do Banco de Portugal, numa entrevista na SIC N com Ana Lourenço
Dando um tremendo bigode a todos os jornalistas deste País, o advogado Miguel Reis de quem ontem falei mostrou que, quando se quer saber alguma coisa, se deve ir à procura dela em vez de ficar, no conforto dos gabinetes, à espera que a informação entre na caixa do correio.
Ele foi à procura da informação na sua origem. E, assim, obteve as esclarecedoras (e algo preocupantes) actas do Banco de Portugal. Numa entrevista extraordinária na SIC Notícias com Ana Lourenço, disse ele que, tendo-se um código de acesso que custa 50 euros, se pode aceder a informação relevante e explicou onde. No seguimento disto, acrescentou que a última acta da administração do BES também é uma coisa jeitosa de se ver.
E interrogou-se sobre como é possível o Banco de Portugal, de repente, poder confiscar os bens às pessoas, sem uma explicação, sem indemnização, as pessoas tratadas abaixo de cão, as tuas coisas ficaram com o Lobo Mau.
Não se referia, claro, a Ricardo Salgado e família ou administradores ou demais coniventes com a gestão danosa - já que esses deverão cair na alçada da justiça - mas, sim, aos pequenos investidores, aqueles que acreditavam nos gestores das agências, que acreditaram na palavra do Governador do Banco de Portugal ou do Presidente da República que todos e até há poucos dias afiançavam que o BES estava sólido.
Pergunta-se Miguel Reis: e quem é Carlos Costa para ter sido escolhido para Governador do Banco de Portugal, vindo de onde veio (do BCP). E pergunta-se como foi o processo de nacionalização do Banco de Portugal. Houve indemnizações? Ou ainda estão a ser pagas de uma outra escusa maneira?
E sobre todo o processo de registo de sociedades, de nomeações não registadas, de confisco de contas, de decisões arbitrárias, diz Miguel Reis que acha que tudo estará eivado de inconstitucionalidade e que os colegas advogados deverão olhar para este assunto não como um negócio mas como um assunto a ser estudado cuidadosamente, no sentido de defender o interesse do Estado de Direito.
Aliás, referiu - tal como eu tantas vezes aqui tenho frisado - a legislação de que se tem falado para justificar esta trapalhada ainda não está em vigor, só deve entrar em vigor em Janeiro de 2015.
Perguntou-se: o que se poderá fazer para chamar a atenção para a arbitrariedade e injustiça implícita em todo este processo? Pedir o arresto da casa de Cavaco Silva ali à Estrela? Pedir o arresto da casa de Carlos Costa? - mas depois disse que ainda não tinha ido ver se eles as têm em seu nome mas que, um dia destes, ainda o iria fazer.
Muitas coisas ele disse. A Ana Lourenço estava admirada a ouvir uma voz que falava uma conversa muito diferente dos colegas-papagaios que lá costuma ter.
No fim cumprimentou-o Chapeau..., dado que de um advogado não mediático veio dar uma verdadeira lição de jornalismo.
De resto, Miguel Reis começou a entrevista dizendo que foi jornalista e creio que disse que ainda tem carteira junto do Sindicato dos Jornalistas. E contou que, em tempos, já teve casos que envolveram o João Rocha e que, por isso, algumas pessoas que o conheciam dessa altura o contactaram.
Da parte que me toca, também digo: Miguel Reis entrou como um vendaval na cena política e económica nacional, falando com um à vontade, uma frontalidade que me agradam sobremaneira. É do estilo que eu aprecio, pão, pão, queijo, queijo. E os bois chamados pelos nomes para não haver equívocos.
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Já antes Octávio Teixeira tinha transmitido a ideia de que a forma absurda, trôpega, obnóxia como Carlos Costa está a gerir este processo está a destruir o que foi um bom banco, dizendo ainda que um banco desta dimensão não pode falir mas que é isso que Carlos Costa parece que se prepara para provocar.
Octávio Teixeira defendeu, claro, que devia ter havido uma tomada de posição clara por parte do Estado em vez de se terem metido num esquema nebuloso que ninguém percebe e que só gera desconfiança - quando o sistema bancário assenta justamente na confiança.
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Um aparte
Nem falo do que por aí vai nesse outro mundo sujo, o do futebol. Fala-se nos jogadores serem propriedade de clubes ou terem sido dados como garantia, e as pessoas já são tratadas como se fossem coisas. Mangala era do BES (O jogador francês vendido pelo FC Porto ao Manchester City estava dado como garantia a um empréstimo de 30 milhões de euros do BES à SAD portista, que tinha de ser liquidado até Julho - leio).
Milhões e milhões, e tudo dívida. As pessoas já são um mero colateral. Que vergonha isto, que vergonha. Foi para aqui que caminhámos?!
E, como em todos os negócios em Portugal, sempre que se fala em muitos milhões, está a falar-se essencialmente de dívida.
Dinheiro, dinheiro, há o dinheiro fresco dos russos, dos angolanos, dos chineses, dinheiro cujo proveniência ninguém quer saber, o que se quer é atrair gente que venha com malas cheias de dinheiro. Que raio de país, que raio de mundo.
Finalmente: que é feito do Governo e do Presidente da República? Que inconsciência é esta? Com clientes, investidores, fundos, etc, toda a gente a mobilizar-se para impugnar ou processar os autores destas decisões arbitrárias e de legalidade duvidosa, o que pode vir a dar uma barraca de todo o tamanho, mantêm-se tranquilamente a banhos...? Como é isto possível, senhores...?"
http://umjeitomanso.blogspot.pt/2014/08/miguel-reis-o-advogado-que-divulgou-as.html
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