A caixa que a deusa Pandora recebeu de Zeus, seu pai, não tinha só castigos para a humanidade que
ousara apoderar-se do fogo divino. Ela encerrava também qualidades e outros "activos". Todos escaparam quando Pandora abriu a caixa. Todos, menos a Esperança. Que desde então se diz ser a última a morrer.
ousara apoderar-se do fogo divino. Ela encerrava também qualidades e outros "activos". Todos escaparam quando Pandora abriu a caixa. Todos, menos a Esperança. Que desde então se diz ser a última a morrer.
Para muitos a Grécia parece uma verdadeira caixa de Pandora. Mas há pelo menos um sector em que se detectam sinais de esperança – o da pesquisa de petróleo e gás natural.
De acordo com a respeitada BP "Statistical Review of World Energy" a Grécia importou diariamente, em 2011, uma média de 243 000 barris de petróleo. A preços correntes, isso significa mais de 10 mil milhões de euros anuais. Trata-se de um dos mais significativos itens no conjunto das importações do país, contribuindo de maneira significativa para o défice da sua balança comercial. Mas esta situação pode mudar num horizonte de apenas uma década. Nos últimos meses têm-se avolumado os sinais de que a Grécia tem condições para se tornar auto-suficiente em petróleo, podendo até vir a ser um dos maiores produtores europeus.
Presentemente o país tem uma produção de apenas 5000 barris por dia, resultantes das descobertas, nos últimos 3 anos, dos campos "Prinos Norte e Épsilon", no Golfo de Kavala, situado no sul do Mar Egeu. A operadora grega "Energean Oil and Gás" estima que a produção desta jazida de 50 milhões de barris poderá atingir cerca de 20 000 barris diários em 2015.
De acordo com um especialista do "Canadian Geologic Survey", o sul do Mar Egeu e o Mar de Creta podem conter jazidas com um total de 2 mil milhões de barris de petróleo. David Hynes, especialista da Universidade de Tulane, afirmou recentemente em Atenas que a Grécia pode resolver o problema da sua dívida pública a partir apenas das receitas resultantes das descobertas mais recentes. Segundo Hynes, tais descobertas poderão trazer ao país mais de 300 mil milhões de dólares nos próximos 25 anos.
Mas o Mar Egeu é apenas parte desta narrativa. A área mais promissora situa-se no Mar Jónico, na costa Oeste. Estudos preliminares conduzidos pelo governo grego indicam que esta zona poderá conter 22 mil milhões de barris de petróleo. Isto é, o equivalente a 10 vezes a presente dívida externa grega. Trata-se obviamente de reservas possíveis, que o mesmo é dizer com 10% de possibilidade de se virem a materializar. Ainda assim, são valores de tal modo expressivos que a concretização de apenas uma parte delas alterará por completo a situação das finanças gregas. E possivelmente alterará também alguns equilíbrios geopolíticos nessa parte do mundo mediterrânico.
O FMI e a União Europeia exigem que a Grécia privatize as suas empresas públicas, designadamente as duas companhias petrolíferas controladas pelo Estado. Mau grado a hesitação dos governantes gregos, parecem não faltar interessados nessas empresas e no potencial energético do país. Especialmente depois de a empresa americana Noble Energy ter anunciado uma descoberta de gás de "classe mundial" no "offshore" de Chipre. A descoberta na Zona Económica Exclusiva de Chipre segue-se aliás a outras feitas nos últimos três anos ao largo da costa israelita. Embora pouco divulgados, os campos israelitas de "Leviatã" e "Tamar", situados junto à disputada fronteira marítima com o Líbano, constituíram as duas maiores descobertas de gás natural feitas na primeira década deste século.
Perante isto, não é de estranhar o interesse recentemente revelado pela Administração norte-americana no potencial petrolífero da Grécia. Em Julho de 2011, a Secretária de Estado Hillary Clinton esteve em Atenas acompanhada do seu "czar" para a energia na região Euro-asiática, Richard Morningstar. O teor das discussões não foi publicamente divulgado. Mas apenas 3 dias depois de a Senhora Clinton ter deixado o país, o governo grego anunciou a criação de um novo departamento com a missão de negociar e adjudicar contratos para a pesquisa e exploração de petróleo e gás natural no país.
Contrariamente ao entendimento generalizado, a caixa que a deusa Pandora recebeu de Zeus, seu pai, não tinha só castigos para a humanidade que ousara apoderar-se do fogo divino. Ela encerrava também qualidades e outros "activos". Todos escaparam quando Pandora abriu a caixa. Todos, menos a Esperança. Que desde então se diz ser a última a morrer. Por: 08 Julho 2012 | Agostinho Pereira de Miranda
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Grécia: O dilema fatal da Europa
Uma parte da dívida vai ter de ser ‘apagada’. A ‘Europa’ (a Alemanha, melhor dizendo) ainda resiste um pouco à ideia (que o FMI defende…). A razão é simples: quando na primavera passada foi ‘apagada’ uma parte da dívida da Grécia foram os credores privados que tiveram de abrir mão de parte dos seus créditos, mas agora terão de ser os Estados (quer dizer os contribuintes) e Merkel apresenta-se a eleições em 2013… É, portanto, o tempo político alemão que impera sobre a questão da dívida grega e de toda a crise da Europa. Mas está já bem claro que para evitar a falência da Grécia (e as consequentes perdas pelos credores) é preciso abdicar de parte dessa dívida e criar uma situação sustentável aos gregos para que possam ir pagando o que restar da dívida. Empurrada para uma situação de pauperização extrema, a Grécia coloca agora aos seus credores um dilema fatal: se quiserem salvar os dedos, têm de deixar ir os anéis. No quarto trimestre de 2013, Merkel anuirá… Até lá, os gregos têm de tentar manter-se vivos. Isto, claro, se o actual quadro geo-económico se mantiver, porque os gregos começam a dar pequenos sinais de poderem adoptar face à ‘Europa’ uma estratégia de afrontamento do fraco ao forte que, no caso, passará necessariamente por ‘jogadas’ de alto risco (para a ‘Europa’…) no tabuleiro geopolítico. A Rússia, por exemplo, já fez saber que não está indiferente à sorte dos seus “irmãos ortodoxos”… Recorde-se que Estaline tentou tornar a Grécia um satélite, na segunda metade dos anos quarenta do século, e que só uma muita decidida intervenção inglesa o evitou à justa, mas com uma guerra civil que durou cinco anos e fez 150 mil mortos oficialmente. É irónico (mas a história é assim) que, uns 60 anos depois de os ingleses terem fechado as portas da Grécia aos russos, sejam agora os alemães a abrir-lhas.
Pourquoi la dette grecque devra encore être effacée
Par Sébastien Julian - publié le 26/11/2012.
Tudo na Grecia está relacionado com buracos..... o Buraco das contas publicas ( cratera é mais apropriado!) e agora os buracos por onde vai jorrar o petróleo.....Será que os políticos Gregos
ResponderEliminarsão capazes de gerir tanto buraco ao mesmo tempo ?
.......
Lá vem a maldição do petróleo...Coitados dos gregos...
ResponderEliminarEstamos safos!!! Os Gregos com o petrólio e Portugal com o ouro Alentejano!!!
ResponderEliminarA Alemanha ainda nos vai pedir emprestrado...
Os sonhos dos tolos, são o lucro dos sem escrupulo!