sábado, 28 de junho de 2014

Crise Portugal e a Europa João Pinto e Castro

                                     
                   
Harald Schumann, jornalista alemão que está a realizar um documentário sobre a troika, explica ao PÚBLICO por que acusou o Governo português de "censura".Há uma semana, na conferência de imprensa de rotina do...
COMUNIDADE-ALEMANHA.DE

           
                        

Robert Mundell e Paul Krugman e, entre nós, para João Ferreira do Amaral. Sustentavam eles, já então, que as disparidades entre os diversos países componentes da zona euro ameaçavam criar mais e não menos instabilidade monetária e financeira.
Rareando a poupança interna, os bancos foram buscá la ao exterior, daí resultando o rápido crescimento do endividamento externo. Tudo muito simples e fácil de entender.
                        

Lara Ferraz "...foram os bancos portugueses estiveram no epicentro da crise que abalou o país e levou ao pedido de ajuda externa." Paulo Penahttp://videos.sapo.pt/vaVQA0lRZfNiB1IBPdNz



A CGD não dá lucros desde 2010. Em cinco anos, o banco do Estado acumulou perdas de quase dois mil milhões, mais do que o Tesouro arrecadou numa década.
JORNALDENEGOCIOS.PT

Lara Ferraz O que ofende a inteligência é... [que] se continue a chamar à atual agonia europeia "crise das dívidas soberanas", em vez de ser designada como "crise da desmesura do sistema financeiro europeu".http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=...

Mas afinal em que é que ficamos??? Agora que todo o mundo já estava convencido que a culpa era do Socrates, vêm estes dizer que a culpa é do Barroso??? 
http://www.noticiasaominuto.com/economia/73961/merkel-e-sch%C3%A4uble-culpam-bruxelas-e-dur%C3%A3o-pela-austeridade
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o seu ministro das Finanças, Wolfgang...
NOTICIASAOMINUTO.COM

Após seis anos de crise, a zona euro está pior. O seu mau desempenho não era inevitável e poderia ter sido melhor. Se não foi, tal decorre duma política económica desadequada. Um ensaio de Vitor Bento
OBSERVADOR.PT

2016 é o ano do “crash” nas bolsas, avisa o “Dr. Doom” Nouriel Roubini

by As Minhas Leituras
Nouriel Roubini, o mediático economista que previu a crise financeira global, diz que os mercados estão a formar uma "bolha" que irá rebentar não em 2015 mas no ano seguinte, em 2016. É o "Dr. Doom". As bolsas europeias estão perto dos níveis mais elevados dos últimos sete anos e, nos EUA, Wall Street passou quase todo […]


As reformas "estruturais" e os grandes projetos deverão permitir à economia global evitar um período medíocre, estimam os participantes das reuniões de outono do...
IONLINE.PT


O excedente da estagnação da Europa

by As Minhas Leituras
Enquanto o resto do mundo recupera da Grande Recessão de 2008-2009, a Europa está a estagnar. As previsões de crescimento na Zona Euro apontam para um crescimento de 1,7% no próximo ano. O que é que pode ser feito em relação a isto? Uma solução é enfraquecer o euro. No início de Julho, o director […]
Sem renegociação da dívida, não há margem para redução do nível de fiscalidade (impostos e contribuições sociais no PIB) até 2018.
PUBLICO.PT



PIIGS versus FUKD: dilemas do pensamento económico provinciano
 
Joao Pinto e Castro, economista e colaborador da edição portuguesa do “Le Monde diplomatique”, morreu dia 14 de Junho de 2013. Com a sua voz lúcida e
o seu pensamento crítico, deu um contributo fundamental para o debate público. Em sua homenagem, e pela actualidade da sua reflexão, disponibilizamos aqui, na íntegra, um artigo que escreveu na edição de Março de 2010 e que incluímos no livro “Portugal e a Europa em Crise” (José Reis e João Rodrigues, orgs., Actual/Le Monde diplomatique – ed. pt., 2011). Sentidas condolências à sua família e amigos.

É a situação financeira portuguesa comparável à da Grécia? Mais do que responder-lhe directamente – não é –, importa compreender que ambas, e também as da Espanha, da Irlanda e da Itália, têm causas comuns. Nesse sentido, tendo em conta o peso conjunto dos países envolvidos, não estamos perante um problema português, estamos perante um problema europeu.

Nas origens da presente situação encontra se o desenho do sistema monetário europeu, cujas deficiências são hoje quase universalmente reconhecidas. Mas, se o consenso crítico é novo, não o são as objecções, expressas a tempo e horas por muitos e reputados economistas, com destaque para os norte americanos Robert Mundell e Paul Krugman e, entre nós, para João Ferreira do Amaral. Sustentavam eles, já então, que as disparidades entre os diversos países componentes da zona euro ameaçavam criar mais e não menos instabilidade monetária e financeira.

A essas críticas responderam na altura os políticos do velho continente e a Comissão Europeia com uma mão cheia de estudos argumentando que o euro traria substanciais ganhos de crescimento, comércio externo e emprego.

As dificuldades desde muito cedo experimentadas por Portugal deveriam ter funcionado como sinal de alerta. Em vez disso, recorreu se a justificações ad hoc  de carácter predominantemente moralista, tendentes a culpar o comportamento supostamente irresponsável dos consumidores e do Estado.

Ora, o que se passou em Portugal era perfeitamente previsível à luz da mais elementar teoria económica: baixando rapidamente os juros, aumentou como consequência directa e imediata o endividamento dos particulares, das empresas e do Estado, ao mesmo tempo que baixava a poupança interna. Rareando a poupança interna, os bancos foram buscá la ao exterior, daí resultando o rápido crescimento do endividamento externo. Tudo muito simples e fácil de entender.

Como se isso não bastasse, um outro choque externo de grandes proporções afectou quase em simultâneo a economia portuguesa: a entrada em força das exportações chinesas na Europa, complementada pelo livre acesso ao mesmo mercado dos países do Leste. Sabe se que essa circunstância afectou de modo desigual os países da União Europeia – menos os mais desenvolvidos, mais os da periferia económica e geográfica.

Mercê de uma estrutura económica frágil e pouco qualificada, a indústria portuguesa viu se quase de um dia para o outro a competir com concorrentes chineses com custos laborais muito mais baixos e soçobrou. A Grécia sofreu menos de imediato, dado o grande peso que na sua economia têm os serviços ligados aos transportes marítimos e ao turismo e a sua fraca integração comercial na União Europeia. A Espanha, pelo seu lado, beneficiou transitoriamente de um brusco afluxo de capitais do Norte da Europa dirigidos ao imobiliário de vocação turística. Mas o problema de base estava lá, à espera de revelar se.

O caso português é também sintomático na medida em que confirmou a impossibilidade em que os países europeus vítimas de choques assimétricos se encontravam de reagirem adequadamente. A fraca competitividade nacional não tem uma solução simples, muito menos rápida. Trata se de qualificar as empresas e os trabalhadores de molde a habilitá los a competirem em condições muito vantajosas, um esforço que só em finais da primeira década do século começou a produzir resultados visíveis, mas insuficientes. Entretanto, o défice externo conduziu ao aumento da dívida do país ao estrangeiro.

Ora, a integração na zona euro privou Portugal de instrumentos de política económica que o ajudassem a reagir às suas dificuldades. Não dispomos de política monetária própria, visto que não controlamos nem a quantidade de moeda em circulação nem a taxa de juro, nem a taxa de câmbio, e a própria política orçamental encontra se fortemente condicionada pelo impropriamente chamado Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Tem se falado muito do ganho de competitividade que Portugal poderia obter desvalorizando a sua moeda (se acaso ainda tivesse uma), mas a verdade é que isso apenas lhe permitiria ganhar algum tempo enquanto completa o processo de modernização da sua estrutura económica. Mas parece evidente que a taxa de juro deveria ser mais alta para podermos estimular a poupança e dissuadir o consumo excessivo. Nestas circunstâncias, alguns economistas trocam a discussão racional da política económica por sermões moralistas, antecipadamente votados ao fracasso, a favor da moderação e dos bons costumes.

Esta experiência de impotência nacional causada pelo modo como o sistema monetário europeu foi concebido e implementado, que nós temos vivido ao longo da última década, é agora partilhada pelo conjunto dos países europeus depreciativamente designados por PIIGS, em inglês (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia, Espanha). Mas é indispensável entender se que a crise mundial apenas agravou o problema, não o criou.

Vivemos desde a última metade do ano passado a segunda fase da crise económica mundial revelada no fatídico mês de Agosto de 2007. O pior parece ter sido evitado a partir do momento em que intervenções maciças dos governos permitiram deitar mão a sistemas bancários à beira do colapso e estimular a procura intervindo em sectores e empresas e lançando investimentos públicos de emergência.

Um a um, os países começam a sair da recessão técnica, mas o crescimento permanece anémico e o desemprego não interrompeu a sua marcha ascendente. Em resumo, a situação permanece crítica e o paciente não está em condições de sair dos cuidados intensivos.

Eis, porém, que por todo o mundo se ergue um coro de protestos contra o rápido crescimento do endividamento dos Estados e uma exigência de medidas urgentes para controlar a situação. Em resposta, Obama anunciou um programa de drástica redução da despesa pública nos Estados Unidos até ao final do seu mandato, ao mesmo tempo que a Comissão Europeia impôs aos membros da zona euro uma rápida contracção dos défices registados em 2009.

O centro das atenções deslocou se, assim, para o problema das dívidas de países (também chamadas dívidas soberanas). As primeiras vítimas foram pequenos países euro¬peus exteriores à zona euro, a começar pela Islândia, vítima de um verdadeiro acto de pirataria moderna. Seguiram se lhe a Lituânia e a Hungria, onde a União Europeia e o Banco Central Europeu orquestraram intervenções discretas e rápidas a instâncias dos bancos credores.

Com a Grécia, porém, o drama deslocou se para o interior da zona euro. Ignora se ao certo qual foi o défice das contas públicas gregas em 2009 e nos anos anteriores, mas ninguém duvida que foi enorme e que está descontrolado. A União Europeia quer a todo o custo que desça para os 3 por cento no prazo de quatro anos, uma tarefa decerto impossível. Declarações de políticos europeus irresponsáveis e de especuladores interessados na subida do juro da dívida grega lançaram de novo o pânico nos mercados financeiros internacionais, com reflexos imediatos nas bolsas de todo o mundo.

Se a Grécia tivesse uma moeda própria, recorreria sem dúvida à política cambial e ao ajustamento da taxa de juro directora para começar a corrigir a situação. Como está amarrada ao euro, exige se lhe que ponha ordem na casa ao mesmo tempo que se lhe proíbe que o faça. Acresce não estarem previstas nem no Tratado de Maastricht nem nos estatutos do Banco Central Europeu (BCE) eventuais medidas de socorro a países-membros em situações excepcionais.

Surge uma nova versão da teoria do dominó. A eventual bancarrota da Grécia aumentará a pressão sobre Espanha, Portugal e Itália e, em seguida, sobre outros países a braços com grandes desequilíbrios, tais como o Reino Unido e os Estados Unidos. Renascerão as dúvidas sobre a solvabilidade de grandes bancos, a começar pelos principais credores dos países em dificuldades.

A solução, pretendem os políticos conservadores de mão dada com os economistas ortodoxos, é inverter rapidamente a deterioração das contas públicas e regressar aos sãos princípios do equilíbrio orçamental. Quanto ao resto, argumentam, a retoma deverá basear se na expansão do sector privado, não no investimento público.

Há aqui um perigoso paralelo com o que sucedeu na Grande Depressão dos anos 30, quando, aos primeiros sinais de estabilização, a retirada prematura dos apoios públicos à actividade económica provocou um novo e prolongado agravamento da situação. Travar bruscamente as ajudas governamentais quando tudo indica não estarem reunidas as condições para a retoma do consumo e do investimento privados é correr o risco de provocar o caos económico e político à escala mundial.

A dívida não é tudo

É necessário começar por afirmar com toda a clareza que, embora importante, a dívida não é tudo. Em primeiro lugar, o aumento do endividamento não é a causa dos problemas, mas um mero sintoma. Em segundo lugar, se o que conta é o nível da dívida em proporção do produto, uma quebra acentuada do produto pode contribuir para agravar ainda mais a situação ao contrair os recursos que permitiriam pagá la. Em terceiro lugar, se às persistentes quebras do consumo e do investimento privado sem fim à vista somarmos a da despesa pública, o mundo pode entrar em colapso.

Todavia, não se pode negar que o endividamento, embora necessário de imediato, hipoteca as hipóteses de crescimento a longo prazo. Segundo Ken Rogoff, o crescimento de um país é seriamente afectado quando a sua dívida pública ultrapassa o patamar dos 90 por cento do produto. Mais endividamento agora implica necessariamente mais impostos no futuro, a menos que ela não seja paga ou que a inflação a desvalorize.

Não podemos sobreviver sem crescimento da dívida a curto prazo, mas tampouco pode¬mos ter esperança num futuro risonho sem a diminuir a médio prazo. Navegando entre Cila e Caríbdis, temos que negociar habilmente a saída dos trabalhos em que nos encontramos metidos.

Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Hungria, entre outros – tal como, de resto, os Estados Unidos e o Reino Unido apostam tudo no crescimento das suas exportações para saírem da crise. Fazem bem, porque as baixas taxas de poupança e os desequilíbrios comerciais que os afligem não lhes deixam outra via para escapar à estagnação. O problema é que os principais países que exibem superavites persistentes e excessivos, como a China, o Japão e a Alemanha, também pensam salvar se exportando cada vez mais. Estamos perante uma impossibilidade lógica: se alguém exporta é porque alguém importa; ao nível global é, portanto, impossível todos crescerem por essa via.

Renasce a ilusão que em 1931 alimentou o proteccionismo: desvalorizar a moeda, fechar os mercados na medida do possível à concorrência estrangeira, congelar ou baixar salários, facilitar despedimentos, reduzir a todo o custo a despesa pública, baixar impostos são outras tantas políticas que ameaçam contrair o comércio internacional e fazer a economia mundial mergulhar de novo no abismo da recessão. Se todos seguirem a receita, não haverá forma de o evitar.

Há poucas semanas, quando a crise grega atingiu o seu paroxismo e os mercados financeiros abanaram, os observadores mais ingénuos ou cegos redescobriram uma das leis fundamentais da economia, cujas origens remontam a Quesnay: a cada receita corresponde uma despesa, a cada dívida um empréstimo. Não é possível imaginar se que a desgraça da Grécia possa deixar de afectar os seus parceiros económicos. Se a Grécia tem problemas para pagar, quem lhe emprestou terá problemas para receber. Se o poder de compra dos gregos se esboroar, isso prejudicará as empresas e os países que satisfaziam a sua procura.

Os problemas dos PIIGS têm como reverso da medalha as aflições dos FUKD (em inglês; França, o Reino Unido, Alemanha). É de crer que, mais dia menos dia, até Angela Merkel compreenda que não é possível exportar Mercedes se não houver importadores de Mercedes. No fim, todos seremos em maior ou menor grau FUKD, seja qual for o país onde vivemos.

Repito: não há uma crise portuguesa, nem irlandesa, nem espanhola, nem grega, tampouco americana ou inglesa – mas uma crise europeia dentro de uma crise mundial. Acreditar no contrário pode servir para alimentar a politiquice interna, mas nada mais. Como Martin Wolf há semanas escreveu: «Enquanto o BCE tolerar uma procura fraca na eurozona no seu todo e enquanto os países nucleares, antes de mais a Alemanha, continuarem a manter vastos excedentes comerciais, será impossível que os membros mais fracos escapem à armadilha da insolvência. O problema deles não pode resolver se pela mera austeridade fiscal. Precisam de uma acentuada melhoria na procura externa do seu produto.»

O provincianismo, entendido como aquela peculiar forma de miopia que consiste em ignorar o carácter global da presente crise, é, por conseguinte, o principal problema com que nos defrontamos. Decerto, Portugal necessita de conter e reduzir o seu défice público, mas com prudência e sem precipitações. Nas actuais circunstâncias, o essencial é que não sejamos ou não pareçamos demasiado mal comportados.

Todavia, não só isso não basta como nem sequer toca no essencial. A necessidade de reformar o sistema monetário europeu deve ser decididamente assumida e colocada em cima da mesa. Isso implica, desde logo, questionar os objectivos do BCE, que agora escandalosamente secundarizam o crescimento e o emprego; exigir maior transparência no seu funcionamento; e impor lhe a obrigação de prestar contas. Em nenhum país importante possui o banco central um tal grau de independência em relação ao poder político e nenhum outro faz tão pouco caso de objectivos não especificamente monetários.

O euro não cumpriu boa parte das promessas que fez aos europeus. Não contribuiu para melhorar o crescimento económico em comparação com outros países, tal como não reduziu o desemprego. Mais surpreendentemente ainda, como faz notar Paul de Grouwe, a sua introdução não reforçou notoriamente a sincronização entre os ciclos económicos dos países membros.

Sabe se há muito tempo que as dificuldades que as assimetrias entre países ou regiões podem criar a uma união monetária podem ser superadas através do reforço da união política.

Não faz sentido submeter os países-membros a uma rígida disciplina financeira sem, em contrapartida, instituir mecanismos europeus de apoio àqueles que enfrentem dificuldades particulares. Mas é claro que a atribuição ao centro de uma tal função redistributiva implica que a União seja dotada de um orçamento capaz de fazer face a essas situações, muito acima dos parcos recursos que hoje lhe são atribuídos e eventualmente financiado pela emissão de euro obrigações.

Essa centralização orçamental deveria por sua vez ser acompanhada de um reforço dos poderes do Parlamento Europeu para assegurar o controlo democrático do processo político. O primado da economia será substituído pelo da política, como é de boa regra numa democracia bem formada.

As consequências destas reformas serão complexas, difíceis e profundas. Por isso mesmo, defrontar se ão com uma grande oposição, mas a resposta à presente crise da Europa não poderá vir senão da política europeia.
Por: As minhas Leituras. João Pinto e Castro /Economista e consultor de gestão




Outros Relacionados:

Irresponsabilidade ilimitada

Recentemente o jornalista Paulo Pena publicou um livro que é uma autêntica viagem aos infernos, Jogos de Poder (Lisboa, A Esfera dos Livros). É uma reportagem minuciosa sobre a enorme responsabilidade de alguns bancos e banqueiros portugueses na crise existencial em que Portugal mergulhou. Como convém a um trabalho sério, os nomes das pessoas e instituições que contribuíram para a gigantesca dívida externa (privada e pública) em que o País agoniza estão apoiados em documentação robusta e inequívoca. O autor termina escrevendo que vivemos "dias abafados que antecedem as grandes trovoadas". As revelações posteriores sobre os 1200 milhões de euros de dívida ocultados pela Espírito Santo Internacional (ESI), em 2012, e as próprias confissões de Ricardo Salgado mostram que Paulo Pena tem razão. É paradoxal, contudo, verificar que a banca portuguesa, apesar de todos os seus aventureiros, parece uma menina bem-comportada em comparação com a banca da Irlanda e de outros países (não é por acaso que os bancos regionais da Alemanha e da Espanha não entram no atual arremedo de "união bancária"...). O que ofende a inteligência é perceber que, apesar de os países da UE terem arriscado dez vezes mais recursos para salvar a banca do que a soma de todos os resgates a países, se continue a chamar à atual agonia europeia "crise das dívidas soberanas", em vez de ser designada como "crise da desmesura do sistema financeiro europeu". O que causa angústia é perceber que a "solução" do Diretório para a crise foi a de atirar os povos ao lago da austeridade perpétua, com um cabo ligado à pedra do Tratado Orçamental, enquanto as regras do jogo se mantêm estruturalmente idênticas. A banca abastece-se no BCE, quase a custo zero, enquanto os Estados jazem nos labirintos do mercado secundário. Parafraseando, por analogia, um célebre dirigente europeu: esta união monetária é tão ignóbil que, se não for reformada, acabará por implodir a UE e destruir a economia de mercado. Só não sabemos quando.  por VIRIATO SOROMENHO MARQUES


Aventureiros sem glória

Não quero entrar nos detalhes da história da ascensão e queda de Ricardo Salgado. Tem demasiado odor a suor e outras secreções para ser um assunto sobre o qual alguém que preserve um sentido apolíneo da decência e da beleza queira escrever. O problema é de outra natureza. Salgado, Oliveira e
Costa, Rendeiro, Dias Loureiro são as ovelhas negras de uma casta que domina a Europa inteira: os banqueiros da UEM. Uma elite certificada pelo Tratado de Maastricht e pelas regras de funcionamento da zona euro. Tal como os aristocratas da Europa do absolutismo, também eles estão acima da lei geral. Inimputáveis, manipulam os governos e fazem do sistema de justiça um interminável jogo de paciência que termina, invariavelmente, em absolvição por cansaço e prescrição. Foi a sua desmesura que transformou o sistema financeiro, de importância vital para uma sociedade de mercado funcional, no palco para uma tragédia de Shakespeare. Nem todos os membros desta elite se comportaram abusivamente, mas a simples possibilidade de o abuso de poder passar sem castigo, provocou o carrossel de especulação e a avalancha de crédito Norte-Sul dos primeiros anos do euro. Foi sobretudo a ganância do sistema financeiro, e não o despesismo dos Estados, que conduziu a Europa ao atual beco sem saída. A mesma ganância conduziu à Grande Depressão de 1929. Nessa altura, sob liderança dos EUA de F. D. Roosevelt, o financismo foi colocado no seu lugar por uma firme regulação do negócio bancário, que garantiu a prosperidade económica durante muitas décadas. Hoje, a União Europeia continua paralisada, sem a necessária coordenação e firmeza políticas, indispensáveis para colocar o sistema financeiro dentro dos limites da lei e da ordem.  Por: Viriato Soromenho Marques / DN


http://viriatoapedrada.blogspot.pt/2012/12/carvalhas-ha-15-anos-costa-hoje-e-eca.html




Entre 2008 e 2012, o total de ajudas públicas concedidas à banca europeia ascendeu a 592 mil milhões de euros. Deste total, 413 mil milhões serviram para...
IONLINE.PT


A Verdade da Mentira e a culpa de Sócrates.

OS Banqueiros são os culpados da crise e do pedido do resgate. Estamos todos a trabalhar para a banca.
O que levou o País e a Europa a esta situação/crise, foi a ganância dos bancos. Os Banqueiros deviam ter vergonha de sair à rua.
Tudo começou em 2007 com a bolha imobiliária, "Suprime" nos EUA e em 2008 com a falência do Lehman Brothers. De seguida a economia arrefece a tal ponto que Bruxelas dá ordem para os Estados investirem e fala-se na Europa e nos EUA em TGV, Aeroportos e Portos além de Auto-Estradas. A receita a cobrar pelos governos cai a pique. Os Estados tomaram nas suas mãos o endividamento dos privados e de uma maneira geral da Banca. Nós por cá foram milhões e milhões, não só no BPN, mas também no BPP, BCP, BANIF e de uma maneira geral em toda a banca. A ordem na Europa foi para salvar a banca e não deixar falir nenhum. Aconteceu em toda a Europa, incluindo na Alemanha. A Irlanda é um dos melhores, ou antes dos piores exemplos. Dinheiro da troika não foi "para pagar salários e pensões", mas aos credores. Bancos Alemães e Franceses.
O professor de Economia José Maria Castro Caldas afirmou hoje, em Coimbra, que o dinheiro emprestado pela 'troika' a Portugal não foi para pagar salários e pensões", mas para pagar a credores.
"A Dívida Privada é muito superior à dívida Pública. Porque ninguém fala disso. O que se passa então para a dívida subir em flecha? Foi porque o Estado passou a gastar muito mais na saúde, no ensino, na investigação? Não! A subida em flecha da dívida pública deu-se devido à quebra de receitas provocadas pela crise, porque no essencial o Estado tomou nas suas mãos o desendividamento e a capitalização da banca.( Também das empresas públicas) Carlos Carvalhas." 
 Por: Viriato



Daniel Bessa diz que Vítor Constâncio foi o mentor do ataque a Portugal e José Sócrates conduziu o avião.


Daniel Bessa compara a crise em Portugal com o atentado às torres gémeas e diz que Vítor Constâncio foi o mentor do ataque e que José Sócrates conduziu o avião. As acusações do antigo ministro de António Guterres e Presidente da Cotec foram feitas esta noite no Porto numa conferência onde esteve o atual governador do Banco de Portugal.  http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2014-07-11-daniel-bessa-diz-que-vitor-constancio-foi-o-mentor-do-ataque-a-portugal-e-jose-socrates-conduziu-o-aviao;jsessionid=110C05967509F5CCD8ABFAEA4A1D0E61



Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, considerou que Durão Barroso entrou em profunda negação ao considerar que o euro não teve nada a ver com a crise que tudo resultou de políticas falhadas ao nível nacional e à falta de uma vontade política.
Para Paul Krugman o que aconteceu foi o seguinte: primeiro a criação do euro encorajou fluxos de capital para o sul da Europa, depois o dinheiro secou -- e a ausência de moedas nacionais significou que os países endividados tiveram de se submeter a um processo de deflação extremamente doloroso", afirma o economista, que tem sido muito crítico das políticas de austeridade na Europa.


A Verdade da Mentira da bancarrota. O Despesismo de Sócrates
Durante toda a década anterior à crise financeira a dívida pública portuguesa em percentagem do PIB foi inferior à alemã, e muito inferior à média europeia. Os salários, esses sempre foram inferiores a qualquer média, seja a da OCDE, da União Europeia ou da zona euro. O salário médio português é muitíssimo inferior ao salário mínimo em vigor na maioria dos países europeus. Benefícios sociais em percentagem do PIB? Em 2000 eram 18%. Na zona euro? 25%. E na Alemanha? 28%. E assim se manteve a relação durante toda a década. As despesas em educação, na década de 2000, permaneceram estáveis, as da saúde aumentaram um ponto percentual no PIB - um dos ritmos de crescimento mais baixos da Europa.
O tão propalado Estado gordo que serviu de justificação à austeridade era, feitas as contas, um Estado de dimensões pequenas, porventura até demasiado pequenas para o atraso do país em qualificações, serviços públicos e investimento no setor produtivo. O povo que viveu acima das suas possibilidades era, afinal, um dos mais pobres da Europa e com maiores desigualdades de rendimento. 
A crise que vivemos tem, portanto, outras raízes. Dizem os registos mais recentes que, em 2008, se deu a maior hecatombe financeira de que há memória desde 1929. Sabe-se também, de fonte segura, que a culpa se deveu à especulação que surfou livremente a desregulamentação que os moralistas de hoje advogaram no passado. Mais, que este sistema insustentável de endividamento e ganhos especulativos se alimentou das desigualdades sociais.  | 27 de Junho de 2014. Ler mais: http://expresso.sapo.pt/licoes-ha-muitas-professor-cavaco=f878003#ixzz35wfbmO8XL


Panorama Empresarial - Dívidas 

1) A maior parte das "grandes" empresas em Portugal já não são portuguesas, ou foram compradas por estrangeiros.

2) Segundo o Banco de Portugal, as Empresas não financeiras tem dívidas superiores ÀS DO ESTADO:
a) Microempresas, 321.000 devem 72,49 mil milhões
b) Pequenas empresas, 49.000 devem 45 mil milhões
c) Médias empresas, 6.000 devem 46,83 mil milhões
d) Grandes empresas, 1.000 devem 89,36 mil milhões
e) Sociedades de gestão de participações não financeiras, 3.000 devem 50,77 mil milhões
TOTAL: 370 mil empresas DEVEM 304,48 MIL MILHÕES, quando a Dívida do Estado incluindo as Câmaras e as Empresas Públicas são 272,96 MIL MILHÕES... [Boletim Estatístico, Cap. A.20]

3) PORÉM, diz o Banco de Portugal:
"existiam, em 2012, cerca de 370 mil empresas não financeiras em Portugal, (...). A esmagadora maioria dessas empresas são de pequena ou média dimensão". O QUE SIGNIFICA QUE ELAS ESTÃO TODAS ENDIVIDADAS.

4) No entanto, ainda segundo o BdP, elas POSSUÍAM ACTIVOS de 650 mil milhões, equivalentes a "94,5% do total do ativo das empresas não financeiras"!!! [Nota de Informação estatística de Outubro 2013].

DUVIDO QUE AS 366.000 PMEs com dívidas de 164,32 MIL MILHÕES, ou mesmo as GRANDES que devem 89,36 mil milhões, SE MUDEM PARA OUTROS PAÍSES...

Os PARTICULARES devem 158,6 mil milhões E TAMBÉM PAGAM IMPOSTOS!!!
... Por: 
Olisipone


O "AUTO-FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS"??? 
Deve ser por isso que as Empresas PRIVADAS em Portugal têm MAIS DÍVIDAS do que o ESTADO+AS EMPRESAS PÚBLICAS...!!!

Estado+Empresas Públicas+Administração Local (TODO o Sector Público não financeiro) = 165,8 mil milhões

Empresas Privadas = 183,7 mil milhões


www.bportugal.pt/pt-PT/Estatisticas/PublicacoesEstatisticas/BolEstatistico/Publicac oes/K1.pdf

Se o IRC RENDE POUCO, é porque a maior parte das Empresas FOGE AOS IMPOSTOS!!!

E não são as GRANDES, que essas têm contabilidade ordenada e verificada pelas Finanças (e aliás, são apenas cerca de 1000 empresas).

SÃO AS PMEs, que são LARGAS CENTENAS DE MILHAR, e que NÃO DECLARAM LUCROS NEM PASSAM FACTURAS (mas os donos andam quase todos de Mercedes, Audi ou BMW...)!!! Por: Olisipone 

Crédito Mal Parado por Professor Carlos Paz

UM RECORD PARA O GUINNESS - A MAIOR DÍVIDA DE SEMPRE

Jorge Nascimento Rodrigues, lembra que o Governo de Passos & Portas bateu um record muito velhinho, que subsistia desde o século XIX: a dívida pública atingiu 129% do PIB no final de 2013, valor certificado agora pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelo Banco de Portugal. 

Sabia-se que a queda do record estava iminente. Em 2012, o Governo igualou o rácio da dívida pública face ao PIB atingido em 1892, que se elevou a 124% [cf. Jorge Nascimento Rodrigues, Portugal na Bancarrota - Cinco séculos de História da Dívida Soberana Portuguesa -http://www.centroatl.pt/titulos/desafios/bancarrota/]. Agora, apossou-se deste record que tem barbas. Nem se percebe por que Passou Coelho não aproveitou a subida ao palanque no congresso para comemorar esta proeza única. Verdadeiramente histórica.
A Dívida já atingiu 133,5% e vai a caminho de 140% do PIB.
Este governo PSD/CDS aumentou a dívida pública em três anos, mais que Sócrates em seis. 

                               


Lucros privados, perdas públicas

Lucros privados, perdas públicas


  2 


Carvalho da SilvaO sistema financeiro que hoje subjuga os direitos e legítimos poderes dos povos assenta a sua estrutura e organização num emaranhado de manipulações e opacidades quase impenetráveis que permitem, por exemplo, transferir ou criar dívidas explorando e sufocando os cidadãos.Entre o muito que aprendemos de economia política durante esta crise europeia e, em particular portuguesa, um ensinamento se destaca: no estranho e nada ético capitalismo financeiro em que vivemos, a Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas.

Read more at http://www.leituras.eu/lucros-privados-perdas-publicas/#Fg6qpPzA621iBORH.99

Lucros privados, perdas públicas


  2 


Carvalho da SilvaO sistema financeiro que hoje subjuga os direitos e legítimos poderes dos povos assenta a sua estrutura e organização num emaranhado de manipulações e opacidades quase impenetráveis que permitem, por exemplo, transferir ou criar dívidas explorando e sufocando os cidadãos.Entre o muito que aprendemos de economia política durante esta crise europeia e, em particular portuguesa, um ensinamento se destaca: no estranho e nada ético capitalismo financeiro em que vivemos, a Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas.

Read more at http://www.leituras.eu/lucros-privados-perdas-publicas/#Fg6qpPzA621iBORH.99
O sistema financeiro que hoje subjuga os direitos e legítimos poderes dos povos assenta a sua estrutura e organização num emaranhado de manipulações e opacidades quase impenetráveis que permitem, por exemplo, transferir ou criar dívidas explorando e sufocando os cidadãos.Entre o muito que aprendemos de economia política durante esta crise europeia e, em particular portuguesa, um ensinamento se destaca: no estranho e nada ético capitalismo financeiro em que vivemos, a Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas.

Read more at http://www.leituras.eu/lucros-privados-perdas-publicas/#Fg6qpPzA621iBORH.99
O sistema financeiro que hoje subjuga os direitos e legítimos poderes dos povos assenta a sua estrutura e organização num emaranhado de manipulações e opacidades quase impenetráveis que permitem, por exemplo, transferir ou criar dívidas explorando e sufocando os cidadãos.Entre o muito que aprendemos de economia política durante esta crise europeia e, em particular portuguesa, um ensinamento se destaca: no estranho e nada ético capitalismo financeiro em que vivemos, a Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas.
Read more at http://www.leituras.eu/lucros-privados-perdas-publicas/#Fg6qpPzA621iBORH.99
O sistema financeiro que hoje subjuga os direitos e legítimos poderes dos povos assenta a sua estrutura e organização num emaranhado de manipulações e opacidades quase impenetráveis que permitem, por exemplo, transferir ou criar dívidas explorando e sufocando os cidadãos.Entre o muito que aprendemos de economia política durante esta crise europeia e, em particular portuguesa, um ensinamento se destaca: no estranho e nada ético capitalismo financeiro em que vivemos, a Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas
Read more at http://www.leituras.eu/lucros-privados-perdas-publicas/#Fg6qpPzA621iBORH.99
O sistema financeiro que hoje subjuga os direitos e legítimos poderes dos povos assenta a sua estrutura e organização num emaranhado de manipulações e opacidades quase impenetráveis que permitem, por exemplo, transferir ou criar dívidas explorando e sufocando os cidadãos.Entre o muito que aprendemos de economia política durante esta crise europeia e, em particular portuguesa, um ensinamento se destaca: no estranho e nada ético capitalismo financeiro em que vivemos, a Banca é um negócio privado no que diz respeito a lucros e um problema público no que se refere a perdas.


Vitor Gaspar no FMI; José Luis Arnaut na Goldman Sachs; Alvaro Santos Pereira na OCDE; agora Carlos Moedas na Comissão Europeia... A "coelhada" a expandir-se por esse mundo fora... Não temos um governo mas sim um centro de colocação de emprego, entenda-se de "tachos"...

Norberto Rodrigues, especialista em administração pública, considera que Maria...
SICNOTICIAS.SAPO.PT


Como se sabe, o petróleo que os magnatas dos mercados americanos tanto exploraram para ganhar mais dinheiro subitamente começou a valer menos. Diremos mesmo muito menos. Tem isso que ver talvez com o aumento da...
DN.PT|DE CONTROLINVESTE


Sem comentários:

Enviar um comentário