sexta-feira, 28 de março de 2014

A cilada da RTP a Sócrates

                                       

                          

José Maria Castro Caldas. Dinheiro da troika não foi "para pagar salários e pensões"

O professor de Economia José Maria Castro Caldas afirmou hoje, em Coimbra, que o dinheiro emprestado pela 'troika' a Portugal não foi para pagar salários e pensões", mas para pagar a credores.
                     

O miserável julgamento de José Rodrigues dos Santos 

www.dailymotion.com/.../x1jpkjo_o-miseravel-julg...


 no comentário de José Sócrates





[Esta fotografia é relativa a uma das viagens promovida pelo Banco Espírito Santo e oferecida a jornalistas. No grupo, foi-nos possível identificar José Gomes Ferreira, Nicolau Santos e Paulo Ferreira. Aguardamos contributos para a identificação dos restantes jornalistas.]https://www.facebook.com/ostruques/photos/a.410940029103291.1073741828.410931902437437/682757685254856/?type=3&theater&ifg=1


Não tenho qualquer problema com espaços de comentário televisivo de pessoas que tenham tido responsabilidades governativas. Tenho dúvidas da sua utilidade informativa, mas parece indiscutível
que têm saída. Entre os comentadores políticos temos quatro ex-líderes do PSD, um ex-líder do PS, um ex-líder do BE, dois ex-primeiros-ministros e muitos ex-ministros. Por uma qualquer razão que me escapa, apenas um levantou grande celeuma, com petições e protestos. Mas adiante.

O modelo usado na maioria dos espaços ocupados por estes comentadores é o mesmo: um jornalista lança os temas, eles comentam. Não é uma entrevista, que seria absurdo, já que teria de se repetir todas as semanas e a coisa acabaria por se esgotar. Também não é um modelo de confronto. Marcelo comentou anos na RTP, tendo até, durante algum tempo, uma excelente jornalista (Flor Pedroso) a chamar-lhe a atenção para alguma contradição no seu comentário, sem que nunca se tivesse chegado ao ponto dum enfrentamento ou duma entrevista. O que é natural: ou bem que se tem um comentador que comenta e o registo é amistoso, ou bem que se tem um entrevistado que se entrevista e o registo é um pouco mais distanciado, ou bem que se tem um opositor com que se debate, para o qual se chama um debatente qualificado, e o registo é mais crispado. Até se pode arriscar, mudar as coisas e ter comentadores que são tratados com agressividade. Em todos os casos, mandam as regras que quem ali vai saiba o que o espera. Se não se montam armadilhas a entrevistados, por maioria de razão não se faz tal coisa a um comentador da estação. E os telespetadores também é suposto saberem o que é aquilo a que estão a assistir.

No último domingo assistimos a um dos momentos mais bizarros do jornalismo nacional. A jornalista que costuma acompanhar o espaço de comentário de José Sócrates foi substituída por José Rodrigues dos Santos (e, alternado, João Adelino Faria). Pelo menos de quinzenalmente, um espaço de comentário passou a ser um espaço de entrevista agressiva. Mudança para qual o entrevistado evidentemente não tinha sido prevenido. As coisas não foram tomando esse caminho. Foram planeadas. Era evidente que o "entrevistador" se tinha preparado, estando munido de material do "seu arquivo", disse este autor de tantos trabalhos jornalísticos sobre a política nacional (ironia), que não lhe caiu na mesa à última da hora. E que não deu ao comentador transformado em entrevistado a mesma possibilidade de preparação. É que (sei o que digo) a preparação para fazer um comentário é diferente da preparação para uma entrevista.

Nunca, em anos e anos de comentário político de Marcelo Rebelo de Sousa ou qualquer outro ex-dirigente partidário transformado em comentador, tal aconteceu. Muito mais grave: nunca o atual primeiro-ministro foi entrevistado com tanta agressividade na RTP. Muito menos foi confrontado, de forma tão sistemática, com as inúmeras contradições entre o que disse no passado e o que diz agora. Mais estranho ainda: nunca o anterior primeiro-ministro, o mesmíssimo José Sócrates, foi entrevistado com esta agressividade na RTP quando exercia funções. O que só pode querer dizer que a RTP tem mais respeito pelos primeiros-ministros em funções do que pelas pessoas que convida para ter espaços de comentário na estação. Mesmo quando a pessoa é a mesma.

Não me custa nada ver um jornalista a confrontar José Sócrates com as suas incoerências. Com o que disse no passado e diz no presente, que muitas vezes é diferente. Pelo contrário, acho muitíssimo justo que isso seja feito. Se lamento alguma coisa, é não ver o mesmo exercício experimentado com outros ex-políticos comentadores. E preferia que fosse feito por jornalistas com mais preparação política do que o cidadão comum, para não passarem pelo desnecessário enxovalho que passou Rodrigues dos Santos. Até porque algumas dúvidas eram pertinentes. Só faltava o jornalista conseguir perceber o que estava a perguntar. Sócrates quis regressar para se bater pelo seu legado político, não vejo mal nenhum que seja confrontado com ele. O que me parece um pouco estranho é que a RTP o convide para fazer comentário político - quando era necessário ensombrar Seguro com a anterior liderança - e, sem aviso nem razão aparente, esse espaço passe a ser, quando essa função deixa de ser útil ao governo, de julgamento político do comentador.

Sabendo alguma coisa de jornais e televisões, não tenho qualquer dúvida que José Rodrigues dos Santos não agiu espontaneamente nem sequer por decisão individual. Tratou-se, vamos chamar as coisas pelos nomes, de uma encomenda. Basta ver Rodrigues dos Santos com Morais Sarmento para saber que não se trata de um "estilo". Mas ainda que se tratasse, esse estilo tem um problema: o debate agressivo exige muita preparação política. E, quando de um dos lados está um jornalista, exige uma enorme habilidade para que este não passe a ser visto pelos telespetadores como uma das partes. No fim, depois de várias semanas a que Sócrates, com bastante experiência de debate, resistirá facilmente, será Rodrigues dos Santos que ficará a perder na sua própria imagem de isenção. Foi ele que subiu a parada. Parece-me que não percebeu bem em que jogo perigoso se meteu.

Estou-me nas tintas para a facilidade ou dificuldade que aquele momento teve para Sócrates. Estou-me ainda mais nas tintas para os amores e ódios que o homem provoca em tanta gente. Confesso que esta relação passional com os políticos me deixa sempre indiferente. Interessam-me, isso sim, os jogos políticos que se fazem na televisão pública nacional. Tenho as minhas teorias. O objetivo do convite feito a Sócrates para ter um espaço de comentário era fragilizar Seguro o suficiente para que a sua liderança nunca se impusesse no PS. Era garantir, através da sombra do ex-primeiro-ministro, um líder fraco na oposição. Não era dar a Sócrates a oportunidade de ser o ator político com mais influência na base eleitoral socialista, capaz de dificultar futuros entendimentos do PS com o PSD.

O papel de Sócrates está cumprido. Depois de lhe facilitar a vida, agora trata-se de a dificultar. Há que o empurrar para fora da RTP. Apenas se esquecem de uma coisa: se há político que não é fácil empurrar é este. Esse é, aliás, um dos segredos da sua popularidade e da sua impopularidade. E não me parece que Rodrigues dos Santos chegue para tal empreitada. Mesmo quando o tenta através de uma inaceitável cilada, oferecendo-se a si próprio a vantagem de não ter previamente dado ao entrevistado a relevante informação de que iria estar numa entrevista.




Nota: José Rodrigues dos Santos respondeu à polémica que ali aconteceu. Diz que Sócrates sabia de tudo porque lhe disse num almoço. Porque não estive no almoço, não sei nem tenho como saber o que em rigor foi dito e tenho pouco paciência para o diz que disse. Fico-me por o que ouvi na RTP: Sócrates disse "não vinha preparado para isto" e José Rodrigues dos Santos não o desmentiu, "olhos nos olhos". É toda a informação rigorsa que tenho. Em todo o seu esclarecimento, Rodrigues dos Santos fala permanentemente numa "entrevista". Desconhecia que a RTP tinha uma entrevista semanal com José Sócrates, outra com Morais Sarmento e no passado teve anos de entrevistas semanais com Marcelo Rebelo de Sousa. Seria bom, então, que o espaço "Opinião de José Sócrates" (assim se chama) mudasse de nome, para não levar ao engano os telespetadores. Para facilitar, vou dar uma ajuda: isto que aqui estou a escrever não é uma entrevista. E para os jornalistas a distinção clara do que é opinião e do que é outro género costumava ser importante. Rodrigues dos Santos não gosta de espaços de opinião com a participação de jornalistas? É um bom debate e dele só poderia resultar a sua não participação naquele espaço. Mas entrevistas semanais à mesma pessoa é coisa que nunca se viu em lado algum. E "entrevistas confrontacionais" semanais, com a mesma pessoa, são uma impossibilidade prática. Como deveria saber Rodrigues dos Santos se estivesse de boa-fé em todo este episódio.
Por:Daniel Oliveira/ Expresso / 25 de março de 2014





A seguir à Opinião de José Sócrates, que já deixou de ser Opinião, a Opinião de Antonio Campos, Fundador do Partido Socialista e seu Militante Nº 3.

"Acabei de ouvir José Sócrates que Domingo a Domingo vai demonstrando o enorme erro político da actual direcção do PS em não ter assumido e defendido a verdadeira história do Governo do meu Partido.
A direita impôs a sua mentira na opinião publica perante o silencio do PS.
Rodrigues dos Santos , o democrata que trabalha no serviço publico que se orgulha de nunca ter votado queria crucificar Victor Constãncio como o criminoso do BPN.
Sobre os criminosos nem uma insinuação.
Foi preciso existir um José Sócrates para substituir a direcção do meu Partido na defesa de um ex- Secretário Geral vilipendiado pela direita na praça publica .
No PS que ajudei a fundar a ética fazia parte do programa.



A entrevista
http://www.rtp.pt/play/p1395/e149764/telejornal

- Sócrates diz a José Rodrigues dos Santos que «Não basta papaguearmos tudo aquilo que nos dizem para fazer uma entrevista»


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CARLOS CARVALHAS NO ENCONTRO NACIONAL DO PCP - Os culpados da Situação.

«(...) Em relação à dívida do país em primeiro lugar é preciso recordar que a dívida privada é superior à dívida pública, coisa que esses senhores sempre escondem.
Segundo, é preciso também lembrar que em relação à dívida pública Portugal em 2007, ano em que a crise rebentou tinha uma dívida de 68,4% do PIB, ao nível da zona Euro, inferior à de países como a Itália, Bélgica, praticamente igual à da França e da Alemanha.

O que se passa então para a dívida subir em flecha? Foi porque o Estado passou a gastar muito mais na saúde, no ensino, na investigação? Não! A subida em flecha da dívida pública deu-se devido à quebra de receitas provocadas pela crise, porque no essencial o Estado tomou nas suas mãos o desendividamento e a capitalização da banca. 

Os trabalhadores, os pensionistas e os pequenos e médios empresários têm estado a pagar o desendividamento da banca ao serviço dos banqueiros e dos grandes accionistas. Não é só o caso dos milhões e milhões enterrados no BPN, no BCP, no BPP, no Banif, são também os milhões que a banca ganha com o Estado, comprando dívida pública que lhes rende juros de 4,5,6% e que depois os deposita no BCE como colaterais, recebendo iguais montantes a 0,25%, os milhões que recebem em benefícios fiscais, os milhões que têm ganho com as PPP's e até com as rendas excessivas, pois no final são eles que estão por detrás de tais operações e empresas! (...


(Nota: Veja aqui a entrevista à Antena1-clique em baixo)

E agora eis que Carlos Carvalhas – sim, o ex-secretário geral do PCP, aquele que lá esteve antes de Jerónimo -,numa entrevista à Antena1, reabilita Sócrates (e de caminho enterra o PCP, que com o chumbo do PEC IV tornou o resgate inevitável e abriu o caminho à direita).
PS: A parte transcrita está entre os 13 e os 18 minutos e 30 e tal segundos. vão ouvir, vão - não acreditem em mim – e agradeçam à Shyznogud, porque foi ela que descobriu esta maravilha.

                    


Sócrates Culpado/Inocente/ Elogiado.

Santana Lopes acaba de dar um elogio a Sócrates, como já algum Primeiro Ministro ousou sequer pensar vir a ter. Lá diz o povo que mais vale tarde que nunca, apesar de ter vindo tarde e um pouco fora de tempo. Opinião de Santana Lopes Sobre Sócrates

P. Sócrates foi um reformista?
R. Foi um primeiro-ministro com visão em várias áreas. Ele era vários deuses ao mesmo tempo, depois caiu em desgraça e passou a ser o culpado de tudo. Isso é caricato. Ele foi um primeiro-ministro com várias qualidades, um chefe de Governo com autoridade e capaz de impor a disciplina no seio do seu Governo. Entrevista a Santana Lopes. Até tu Santana.
Por: Bárbara Reis e Margarida Gomes/ P/16/ 03/ 2014 . 

A verdade pode demorar, mas acaba sempre por chegar. Noronha do Nascimento, Cândida Almeida e Pinto Monteiro, já tinham atestado que era tudo mentira, mas depois da entrevista de Fernando Moreira de Sá à Revista Visão ficou a perceber-se a cabala. Carlos Carvalhas já explicou que afinal a situação a que chegamos não é culpa de Sócrates, mas dos milhões e milhões que foram enterrados não só no BPN, BPP, mas também no BANIF, BCP e de uma maneira em geral na Banca e que ninguém fala da Dívida Privada, muito superior à Pública. A crise de 2007/8 provocou a recessão e os governos foram aconselhados por Bruxelas a investir, para substituir os privados. Houve uma quebra abruta de receita. O Velho do Restelo, Salazarento Medina Carreira e o militante e engraxador José Gomes Ferreira, Camilo Lourenço e César das Neves, ao serviço deste governo, não se cansam de dizer que as pensões e salários da FP significam 80%, quando Ferreira Leite e o Professor Carlos Paz informam que são 53%. Também estes senhores não se cansam de culpar as PPP de Sócrates, mas todas elas incluindo as anteriores significaram em 2012 0,76% segundo afirmou Sérgio Monteiro na Comissão de Inquérito Parlamentar. 
Citando um relatório da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, Sérgio Monteiro, que falava na comissão de inquérito às PPP, disse que, os encargos brutos das PPP "foram, em 2012, de 0,76%, que sobe em 2013 para 0,81%, vai até 1,12% em 2014, até 1,15% em 2015 e reduz para 1,08% no ano seguinte". Será isto ruinoso para o País.

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