quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Economia Incerteza e o futuro zona Euro

                        


Incerteza sobre o futuro da zona euro sem fim

A reunião do Eurogrupo desta semana terminou com a aprovação de nova tranche do empréstimo de ajuda externa à Grécia e evita o default do país no curto-prazo.
Depois da reunião foram ainda anunciadas novas condições para o empréstimo que pretendem facilitar a reestruturação da economia e impedir que a dívida pública ultrapasse os 124% do PIB em 2020, o que se tornaria insustentável e agravaria a situação grega. 
O acordo alcançado entre os ministros das finanças dos países membros da zona euro e os representantes do FMI prevê uma diminuição nas taxas de juro cobradas e um alargamento da maturidade média do empréstimo, o que irá permitir à Grécia reduzir em 40 mil milhões a sua dívida pública até 2020. Em particular, os novos termos prevêem uma redução de 100 pontos base (pb) nas taxas de juro do primeiro empréstimo (Greek Loan Facility) efectuado pelo FMI e Comissão Europeia, a extensão da maturidade média de 15 para 30 anos e a extensão por 10 anos do prazo para pagar os juros do empréstimo. Foi também acordado uma redução em 10 pb nas comissões pagas pelo empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Adicionalmente, os países da zona euro acordaram em financiar a Grécia na recompra de parte das obrigações emitidas pelo Estado (buy-back), apesar de as condições precisas sobre este financiamento não terem sido esclarecidas. Segundo a Comissão Europeia, estas medidas irão permitir à Grécia aliviar o peso da dívida pública para 175% do PIB em 2016, ano em que termina o programa de assistência do FMI, para 124% em 2020 e para apenas 110% em 2022. No entanto, estas medidas são condicionais a uma "forte implementação das reformas acordadas durante o período do programa [de assistência financeira]", pelo que os gregos não deverão esperar um alívio na austeridade a que estão sujeitos.
Apesar de o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, ter garantido no final da reunião que as novas regras para o empréstimo à Grécia serão também aplicadas a Portugal e Irlanda, só na próxima 2ª feira, dia em que decorrerá a próxima reunião do Eurogrupo, se deverá decidir se estes dois países beneficiarão da revisão dos termos da assistência financeira.
Apesar de ser um alívio para a Grécia, a revisão dos termos do contrato de empréstimo não parece constituir um passo decisivo na resolução da crise da zona euro, pelo que a incerteza em torno da estabilidade do euro deverá continuar. Para esta incerteza está a contribuir não só a contracção da actividade económica na região, que já atingiu a Alemanha e a França, mas principalmente as divergências, tanto estruturais - ao nível do desemprego e crescimento potencial - como conjunturais. Os spreads dos títulos de dívida emitidos pelos países periféricos em relação às bunds alemães continuam elevados, o que se tem traduzido num acesso mais difícil, tanto do soberano como dos bancos destes países, a financiamento externo, e tem perpetuado diferenças na transmissão da política monetária.
Mais do que a renegociação do empréstimo à Grécia e eventualmente do empréstimo a Portugal e Espanha, é necessário um consenso político para garantir a criação de um mecanismo de supervisão único e de uma união bancária que estabeleça uma verdadeira União Económica e Monetária. Alguma perda de soberania dos Estados-membros poderá ser posta em causa, mas só assim será possível evitar crises como a actual e contribuir para a criação de uma zona monetária óptima, em que o capital e o trabalho circulem livremente e se ajustem às necessidades individuais de cada país.
Nuno André Coelho, do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI /Jornal Económico

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Quem quer dinheiro da UE?
Um sindicato financeiro organizado e apoiado pela França, Alemanha e Itália financiavam Portugal nos super projectos europeus onde o país era obrigado a entrar com 20%, os quais não os tinha, nem teria capacidade de os pedir emprestados, eles ofereciam-no-lo com juros altíssimos de 5% a 7%. Os anos passam, não pagamos apenas 20% dos projectos como já pagamos o valioso dinheirinho da UE (e inflação incluída)... Interessante... Mais tarde entramos para o Euro e ficou mais fácil o financiamento externo. Será que recebemos mesmo fundos europeus? Por outro lado esses mesmos fundos eram financiados por Portugal em cerca de 20% com a contribuição do iva e das taxas aduaneiras.



http://expresso.sapo.pt/dinheiro-da-europa-ja-so-cai-quem-quer=f769206

2 comentários:

  1. ummm... não sou um expert em contabilidade, mas se em 2016 a Grécia tem 175% do PIB em dívida, isto é está crecendo...então está tecnicamente falida.

    Este acordo só serve para ganhar tempo e adiar o inevitável.

    O que a Grécia devia de fazer é sair do euro e declarar uma moratória.

    ESPERO que PORTUGAL NÂO COMETA O MESMO ERRO!... o que é que interessa não morrer em 2013 para ir morrer em 2016, mais lenta e muito mais sofridamente e então sem qualquer MÍNIMA hipótese de ressuscitação.

    A Grécia é só soberana no papel... tal como Portugal... mas a Grécia com este acordo e mantmedo-se as prespectivações vai ser totalmnete liquidade (vendida) ao desbarato...

    ... altura me que o sofrimneto do povo é tão prolongado e atroz que já ninguem vai oferecer resistência.

    è por isso que a corja imunda de malfeitores, comandada na Grécia por tecnicos da Goldman Sucks... fez este acordo.

    Em Portugal temos o Vitinha Gaspar tecnico do BCE que depois de enterrar Portugal vai retomar o seu lugar no BCE... não seria boa altura para reactivar os Pelourinhos ??

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  2. A crise na Europa só vai terminar quando liquidarem o BCE... um banco dos estados que não empresta dinheiro directamente a estados a não faz o mínimo sentido, muito menos com o capital de 10 mil milhões...

    O Banco Internacional dos BRICS tem só uma capitalização 24x superior... e não pretende impor condicionantes ao estilo autocŕatico Nazi... pois o que temos na europa são 2 ou 3 paises e muitas regiões "Vichi"...

    http://www.blacklistednews.com/BRICS%3A_The_World%E2%80%99s_New_Banker%3F/22774/0/38/38/Y/M.html

    Então uma lei tipo Glass-steagal, isto é, deixar falir os bancos que tiverem de falir... e fazer a integração pelo social/fiscal -> mesmo ordenado mínimo em toda a parte, memo tipo de carga de impostos, mesmas "taxas" para financiamentos (salguardadando as devidas dimensões dos projectos) quer estatais quer privados.

    Outra solução é uma imbeciliddade sem sentido, pois memos os que ganham esmagando outros mais pequenos acabam por se aruinar eles mesmos no fim...

    Só não consideram isso porque um dos prováveis bancos a falir seria o próprio Deutch Bank, completamnete afogado no lixo tóxico dos derivativos... além de muito pŕovaveis grands nomes da praça forte da City of London...

    Mas está claro como a água, os paises chamados limitrofes até podem desaparecer, mas o "império" está condenado, não tem saida, só estão adiando o inevitável ao esmagar outros, mas eles vão desaparecer, tal como o BCE... ao menos se jogar no euromilhões fosse tão fácil!...

    O euro só tem Salvação se conseguir *desprender-se* deste navio a afundar-se... caso contrário a atitude certa para os países do euro é então desprenderem-se dele ou serem arastados para o fundo com ele.

    Portugal até é previligiado nesse sentido... com a ajuda do Brasil até poderia negociar com sucesso a entrada no bloco dos BRICS... então o **escudo** não teria muito a recear.

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