"“Aquilo que foi conseguido foi a manutenção da Caixa em mãos 100% públicas e um programa de reestruturação e de recapitalização que lhe permitirá atuar no mercado e ser um banco sólido. É uma grande conquista do Governo e do país”, disse João Galamba."
O negócio que mais afundou a Caixa: a história incrível de como o banco público perdeu mais de mil milhões em Espanha e disfarçou os prejuízos com um banco mau; a operação ruinosa em Madrid foi liderada por Faria de Oliveira - depois Presidente da CGD - e Carlos Costa, hoje governador do Banco de Portugal.
PASSOS COELHO E A CAIXA: ELE É APENAS UM VIGARISTA
Anos a fio, o Dr. Passos Coelho fez tudo o que podia como primeiro-ministro para tramar a Caixa Geral de Depósitos, o grande banco do Estado e a principal referência do sector financeiro nacional. Numa primeira fase, com o objectivo quase criminoso de a privatizar, sendo mais do que conhecidas as lastimáveis circunstâncias que a Banca Privada tem imposto aos Portugueses. Sim, porque se tudo sempre tivesse corrido bem no sector, se não tivessem acontecido as traquibérnias do BPP, BPN e BES, para não falar de outros desmandos, e ainda se quase tudo não tivesse caído em mãos estrangeiras, ainda podíamos admitir que o assunto "Caixa" pudesse ser colocado como hipótese política. Mas, depois de tudo o que aconteceu e das contas que ainda temos para pagar por conta desse lastimável desvario que o PSD patrocinou com tanto entusiasmo, dói e custa ver esta deplorável aventesma laranja vir hoje mostrar-se inquieto com o "futuro" da Caixa e de alguns dos seus trabalhadores, agora que o governo conseguiu laboriosa e esforçadamente engendrar uma solução para o futuro do nosso maior banco. Uma solução compatível com as exigências de Bruxelas e de Frankfurt, que não foi nada fácil de negociar e que exigiu quilómetros de esforço. Passos Coelho não é, nunca foi, um político minimamente sério, nem uma pessoa intelectualmente digna. As declarações que a criatura hoje proferiu sobre a Caixa, depois de tudo o que ele fez e não fez, são a coisa mais rasca e hipócrita que já vimos sobre assuntos em que o orador é um dos maiores culpados. Chamando os bois pelos nomes, Passos não tem dignidade pessoal para ser líder da Oposição. É apenas um vigarista sem vergonha na cara, um sujeito de baixíssima extracção, que deve ser urgentemente depositado na lixeira política. Compete aos militantes do PSD tratar do assunto, porque o homem fede e ele não só os envergonha como também os prejudica e ao país inteiro. Por: António Ribeiro.
Politicos que estiveram na CGD por ordem alfabetica:
Alexandre Sobral Torres
Alexandre Vaz Pinto
Almerindo Marques
Álvaro Pinto Correia
António de Sousa
António de Castro Guerra
António Vitorino
António Nogueira Leite
Armando Vara
Carlos de Oliveira Cruz
Carlos Tavares
Celeste Cardona
Eugénio Manuel dos Santos Ramos
Fernando Faria de Oliveira
Francisco Esteves de Carvalho
Francisco Murteira Nabo
João Salgueiro
José Tavares Moreira
José Silva Lopes
Luís Alves Monteiro
Luís Mira Amaral
Manuel Pinho
Mário Cristina de Sousa
Norberto Rosa-
-Pedro Dias Alves
Jorge Figueiredo Dias
Desde 1976 a CGD teve 13 conselhos de administração ! 10 presididos por figuras do PSD e 3 por gente do PS !
"Ouvindo PSD e CDS, com ar muito indignado, exigirem uma comissão de inquérito e uma auditoria à Caixa Geral de Depósitos (CGD), para que muitos dos negócios que o banco financiou nos últimos anos sejam esclarecidos, haverá muitos portugueses que desconhecem que não só nos últimos oito anos foram eles que presidiram à Caixa, como em 31 dos últimos 40 anos também lhes pertenceu a presidência do banco, enquanto nos outros nove foi ao PS.
Desde 1976, a CGD teve 13 conselhos de administração, dez presididos por figuras do PSD (Jacinto Nunes, Oliveira Pinto, João Salgueiro, António de Sousa, Victor Martins, Faria de Oliveira e Álvaro Nascimento/José de Matos) e três presididos por gente do PS (Rui Vilar e Carlos Santos Ferreira).
Desde o final dos anos 80 essas nomeações foram alargadas a outros membros do conselho de administração, da vice-presidência aos vogais, e até mesmo, diga-se, a directores do banco.
É extensa a lista de gente do PSD, PS e CDS, para além dos atrás referidos, que ao longo das últimas décadas passou pelo banco público e que em muitos casos se serviu dele, e em nada contribuiu para que a CGD reforçasse o seu papel de principal financiador da nossa economia e, em particular, das famílias e das micro, pequenas e médias empresas.
Vejamos os nomes mais sonantes: Sousa Franco, Tavares Moreira, Falcão e Cunha, Maldonado Gonelha, Vieira Monteiro, Carlos Tavares, Carlos Costa, José Ramalho, Alexandre Vaz Pinto, Sobral Torres, Mira Amaral, Atayde Marques, Almerindo Marques, Tomás Correia, Alves Monteiro, Celeste Cardona, Norberto Rosa, Armando Vara, António Nogueira Leite, Rodolfo Lavrador, Nuno Fernandes Thomaz, Jorge Tomé, Araújo e Silva, Francisco Bandeira, Cabral dos Santos, entre outros.
Perante uma gestão da CGD que foi partilhada pelo centrão PSD, CDS e PS, com muito forte predominância do PSD e que utilizou o banco para:
– operações financeiras de apoio ao fortalecimento do movimento sindical divisionista, como foi, pasme-se, no mandato de João Salgueiro (1996-1999), a concessão de um empréstimo à UGT com garantias do Estado e que ao que parece terminou em incumprimento;
– integração do Banco Nacional Ultramarino (BNU) na CGD em condições desfavoráveis para a Caixa;
– financiamento da compra de acções do BCP por parte de alguns dos seus principais accionistas (Joe Berardo, Moniz da Maia, Manuel Fino e Teixeira Duarte, entre outros), garantidas pelo valor das próprias acções;
– compra de instituições financeiras em Espanha e no Brasil;
– nacionalização do BPN seguida da concessão de um empréstimo de 4100 milhões de euros ainda em incumprimento;
– alienação da participação financeira que o banco detinha na CIMPOR, em 2012, por ordem directa de António Borges, conselheiro de Passos Coelho à administração da CGD, em condições extremamente desfavoráveis;
– muitas outras operações financeiras que terminaram em créditos incobráveis, investimentos ruinosos ou que engrossam hoje o rol das imparidades.
Não pode deixar de ser realçada a capacidade que os trabalhadores da CGD tiveram para fazer com que o banco tenha dado, entre 1999 e 2015, apesar dos prejuízos acumulados nos últimos cinco anos, 4.466,6 milhões de euros de lucros líquidos, entregado ao Estado cerca de 2.250 milhões de euros de dividendos e pago de impostos 1.475 milhões de euros, sempre mais do que qualquer banco privado.
A questão que não podemos deixar de colocar é, sem dúvida, a do que teria acontecido se os critérios para nomeação das administrações da Caixa tivessem sido, ao longo das últimas décadas, a idoneidade, a independência, a capacidade técnica e a defesa do interesse público.
O país não precisa de um banco público que se comporta como mais um banco privado e que é gerido por critérios partidários e ao serviço dos correligionários de quem governa, mas de um banco que sendo público sirva os superiores interesses do país, quer em termos económicos, quer em termos sociais.
Com esta comissão de inquérito e esta auditoria, a direita não pretende esclarecimentos sobre a gestão do banco público, já que PSD e CDS a conhecem melhor do que ninguém por terem sempre feito parte dela e terem gente sua em lugares-chave do banco.
O que pretendem é minar a confiança na CGD, o banco refúgio a que os portugueses têm sempre recorrido nas anteriores crises provocadas pela banca privada, colocando o banco público ao nível de outros bancos privados que estiveram próximo da falência (BCP) ou que faliram (BPP, BPN, BES e BANIF).
Muitas famílias e empresas foram literalmente enganadas por administrações de bancos ao serviço de grandes grupos económicos e financeiros, nacionais e internacionais, e só a intervenção do Estado impediu males ainda maiores no sector financeiro nacional.
A direita quer levar os portugueses a concluir que nada distingue o banco público dos bancos privados, e desta forma criar condições para a sua futura privatização. Ora, o que a crise financeira iniciada em 2007 provou foi que, quando um banco é público, os lucros e os prejuízos são públicos; já quando um banco é privado, os lucros são privados e os prejuízos continuam públicos.
A direita pretende fazer esquecer que, sem a intervenção do banco público disponibilizando o financiamento necessário, a esmagadora maioria dos portugueses, hoje possuidora de habitação própria, não teria tido acesso a ela.
Não deixa de ser curioso que aqueles que apoiaram e promoveram a recapitalização da banca privada, sempre com dinheiros do Estado, e que gerindo directamente o banco público, são responsáveis pela sua necessidade de recapitalização, se insurjam agora contra ela.
Suprema desfaçatez e hipocrisia a deles."
"Ouvindo PSD e CDS, com ar muito indignado, exigirem uma comissão de inquérito e uma auditoria à Caixa Geral de Depósitos (CGD), para que muitos dos negócios que o banco financiou nos últimos anos sejam esclarecidos, haverá muitos portugueses que desconhecem que não só nos últimos oito anos foram eles que presidiram à Caixa, como em 31 dos últimos 40 anos também lhes pertenceu a presidência do banco, enquanto nos outros nove foi ao PS.
Desde 1976, a CGD teve 13 conselhos de administração, dez presididos por figuras do PSD (Jacinto Nunes, Oliveira Pinto, João Salgueiro, António de Sousa, Victor Martins, Faria de Oliveira e Álvaro Nascimento/José de Matos) e três presididos por gente do PS (Rui Vilar e Carlos Santos Ferreira).
Desde o final dos anos 80 essas nomeações foram alargadas a outros membros do conselho de administração, da vice-presidência aos vogais, e até mesmo, diga-se, a directores do banco.
É extensa a lista de gente do PSD, PS e CDS, para além dos atrás referidos, que ao longo das últimas décadas passou pelo banco público e que em muitos casos se serviu dele, e em nada contribuiu para que a CGD reforçasse o seu papel de principal financiador da nossa economia e, em particular, das famílias e das micro, pequenas e médias empresas.
Vejamos os nomes mais sonantes: Sousa Franco, Tavares Moreira, Falcão e Cunha, Maldonado Gonelha, Vieira Monteiro, Carlos Tavares, Carlos Costa, José Ramalho, Alexandre Vaz Pinto, Sobral Torres, Mira Amaral, Atayde Marques, Almerindo Marques, Tomás Correia, Alves Monteiro, Celeste Cardona, Norberto Rosa, Armando Vara, António Nogueira Leite, Rodolfo Lavrador, Nuno Fernandes Thomaz, Jorge Tomé, Araújo e Silva, Francisco Bandeira, Cabral dos Santos, entre outros.
Perante uma gestão da CGD que foi partilhada pelo centrão PSD, CDS e PS, com muito forte predominância do PSD e que utilizou o banco para:
– operações financeiras de apoio ao fortalecimento do movimento sindical divisionista, como foi, pasme-se, no mandato de João Salgueiro (1996-1999), a concessão de um empréstimo à UGT com garantias do Estado e que ao que parece terminou em incumprimento;
– integração do Banco Nacional Ultramarino (BNU) na CGD em condições desfavoráveis para a Caixa;
– financiamento da compra de acções do BCP por parte de alguns dos seus principais accionistas (Joe Berardo, Moniz da Maia, Manuel Fino e Teixeira Duarte, entre outros), garantidas pelo valor das próprias acções;
– compra de instituições financeiras em Espanha e no Brasil;
– nacionalização do BPN seguida da concessão de um empréstimo de 4100 milhões de euros ainda em incumprimento;
– alienação da participação financeira que o banco detinha na CIMPOR, em 2012, por ordem directa de António Borges, conselheiro de Passos Coelho à administração da CGD, em condições extremamente desfavoráveis;
– muitas outras operações financeiras que terminaram em créditos incobráveis, investimentos ruinosos ou que engrossam hoje o rol das imparidades.
Não pode deixar de ser realçada a capacidade que os trabalhadores da CGD tiveram para fazer com que o banco tenha dado, entre 1999 e 2015, apesar dos prejuízos acumulados nos últimos cinco anos, 4.466,6 milhões de euros de lucros líquidos, entregado ao Estado cerca de 2.250 milhões de euros de dividendos e pago de impostos 1.475 milhões de euros, sempre mais do que qualquer banco privado.
A questão que não podemos deixar de colocar é, sem dúvida, a do que teria acontecido se os critérios para nomeação das administrações da Caixa tivessem sido, ao longo das últimas décadas, a idoneidade, a independência, a capacidade técnica e a defesa do interesse público.
O país não precisa de um banco público que se comporta como mais um banco privado e que é gerido por critérios partidários e ao serviço dos correligionários de quem governa, mas de um banco que sendo público sirva os superiores interesses do país, quer em termos económicos, quer em termos sociais.
Com esta comissão de inquérito e esta auditoria, a direita não pretende esclarecimentos sobre a gestão do banco público, já que PSD e CDS a conhecem melhor do que ninguém por terem sempre feito parte dela e terem gente sua em lugares-chave do banco.
O que pretendem é minar a confiança na CGD, o banco refúgio a que os portugueses têm sempre recorrido nas anteriores crises provocadas pela banca privada, colocando o banco público ao nível de outros bancos privados que estiveram próximo da falência (BCP) ou que faliram (BPP, BPN, BES e BANIF).
Muitas famílias e empresas foram literalmente enganadas por administrações de bancos ao serviço de grandes grupos económicos e financeiros, nacionais e internacionais, e só a intervenção do Estado impediu males ainda maiores no sector financeiro nacional.
A direita quer levar os portugueses a concluir que nada distingue o banco público dos bancos privados, e desta forma criar condições para a sua futura privatização. Ora, o que a crise financeira iniciada em 2007 provou foi que, quando um banco é público, os lucros e os prejuízos são públicos; já quando um banco é privado, os lucros são privados e os prejuízos continuam públicos.
A direita pretende fazer esquecer que, sem a intervenção do banco público disponibilizando o financiamento necessário, a esmagadora maioria dos portugueses, hoje possuidora de habitação própria, não teria tido acesso a ela.
Não deixa de ser curioso que aqueles que apoiaram e promoveram a recapitalização da banca privada, sempre com dinheiros do Estado, e que gerindo directamente o banco público, são responsáveis pela sua necessidade de recapitalização, se insurjam agora contra ela.
Suprema desfaçatez e hipocrisia a deles."
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7.850 M€ na CGD: Os contribuintes não se dão ao respeito.
7.850 milhões de euros de dinheiro dos contribuintes na Caixa Geral de Depósitos
– 3.850 milhões em aumentos de capital e ajudas do Estado nos últimos 9 anos (desde 2007);
– 4.000 milhões de aumento de capital até final do corrente ano.
Tudo somado, os contribuintes metem mais dinheiro na CGD que no BPN e no Banif juntos. Paradoxalmente, ou talvez não, o silêncio é sepulcral em toda a classe política.
Capitalização da Caixa Geral de Depósitos
2007 – 150 milhões de euros (aumento de capital);
2008 – 400 milhões de euros (aumento de capital);
2016 – estão previstos, e aparentemente aprovados, 4 mil milhões de aumento de capital em 2016.
Total (desde 2007): 7.850 milhões de euros (4,38% do PIB)
– 6.950 milhões de euros em aumentos de capital;
– 900 milhões em instrumentos financeiros híbridos elegíveis para fundos próprios (designados CoCos – contingent convertible bonds).
Este valor equivale a 7.850 * 100/179.410 = 4,38% do PIB.
Fontes suplementares: relatórios & contas aqui.
Perguntas simples:
1. Os deputados estão preocupados? Onde estão as declarações de preocupação e as exigências de responsabilidades?
2. Vão exigir uma comissão de inquérito? Apesar de isso não servir para nada, vejam-se as comissões de inquérito do BES e do Banif.
3. Vão exigir o apuramento de responsabilidades das sucessivas administrações da CGD?
4. E os Governos que as nomearam vão ser chamados a responder?
5. E vão investigar os créditos concedidos ao longo de todos estes anos?
6. E a utilização do banco para projetos de poder, tomada de posição noutros bancos, etc., vai ser vista a pente fino?
7. O Banco de Portugal vai auditar? Mas, se mal pergunte, o Banco de Portugal faz exatamente o quê?
8. Toc-toc-toc… está aí alguém?
Ou devo concluir que em Portugal os contribuintes não se dão ao respeito?
Como é que se pode compreender que um país se movimente, e bem, quando estavam em causa 139 milhões dos Contratos de Associação com escolas do ensino particular e cooperativo e deixa passar 7.850 milhões de dinheiro dos contribuintes, bem como salários milionários para a administração do banco, sem a menor inquietação cívica, sem fazer o menor comentário ou retirar consequências?
Sobre os salários da administração do banco basta consultar os relatório & contas.
Em 2015 foi assim:
Aparentemente, estes salários são para aumentar e muito, visto ter sido já anunciado o levantamento dos tetos salariais dos gestores públicos.
O país ganha-se e perde-se com coisas simples que definem a determinação de quem governa e a justeza das politicas que defende e realiza. Esses são os momentos diferenciadores em que se mobiliza a nação. Não tenho a menor dúvida.
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