segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O povo viveu acima das suas possibilidades

         


                           
               


Zé do Tijolo resolveu fazer uma vivenda . Com as poupanças de uma vida de trabalho e uns     dinheiritos que recebeu da herança dos seus sogros satisfez o sonho compartilhado com a mulher.

Pagou 23 % de IVA sobre os materiais , pagou as certidões das Finanças e da Conservatória , pagou o 
Imposto de Transacções , pagou o imposto de selo , pagou a Escritura e respectivo registo, pagou a ligação da água e da electricidade , pagou à Câmara as licenças, etc. etc. etc.

Apesar de ter perdido tanto tempo para pagar todos estes impostos ao Estado e de ter de pagar ainda durante toda a vida uma renda chamada IMI ,ficou de sorriso rasgado ao olhar para a sua bela casinha. O seu esforço , os muitos sacríficios e privações tinham valido a pena : tinha um teto a que podia chamar seu... Qual não é o seu espanto quando houve um comentador de economia na TV, sujeito engravatado e bem falante, dizer o seguinte :

- o país está nesta grave crise porque os portugueses gastaram demais, construíram demasiadas moradias, por isso os sacrifícios impostos pela Troika , blá, blá, blá...

Zé do Tijolo sentiu-se um Zé do Calhau ! Sempre tinha pensado que tinha feito a sua casinha com o seu próprio dinheiro e nem um tostão tinha pedido ao Estado ! Era tão idiota , tão imbecil que chegara mesmo a pensar , dada a enorme panóplia de impostos que tinha liquidado ao Estado, que esse mesmo Estado devia estar agradecido pela sua contribuição.


Este importante catedrático de economia veio-lhe abrir os olhos.
Afinal o dinheiro que tinha penosamente poupado ao longo da vida não era seu...nem o dinheiro da herançazita ...porque se fosse realmente seu como poderia ser responsável pela crise do país ?
Zé do Tijolo sentiu uma enorme vergonha e remorso por ter feito o imóvel e ter dado trabalho e dinheiro a ganhar a tantas artes, provocando , segundo a tal sumidade catedrática , a bancarrota do seu país adorado.

O sorriso rasgado do Zé do Tijolo transformou-se num esgar : era ladrão... tinha roubado a pátria lusa e vivido acima das suas possibilidades...!?!?

O Manel Fangio vestiu-se com primor . Pegou no filho de 18 meses ao colo e acompanhado da mulher dirigiu-se ao Stand no centro da cidade.
Ia ansioso e não via a hora de sentar o seu fiofó naquele sonhado Renault Clio prateado . Deu um 
longo suspiro de satisfação.

Não mais teria que conduzir a velha e ruidosa motorizada , com a proa empinada pelo peso dos nadegueiros roliços da companheira grávida , obrigando-o a um equilibrismo de artista circense.O pior era o inverno , chuva e gelo , quando tinha de levar e trazer o rebento do infantário .

Cortava-lhe o coração sujeitar o filho a tais condições e tremia de medo só de imaginar um acidente, que andava sempre à espreita . Águas passadas : agora tinha um popó que poderia chamar seu. Bem , não era mesmo seu porque pedira emprestado ao banco uma parte do dinheiro e só após 48 prestações mensais poderia ficar registado como sua propriedade.

Manel Fangio , assinou ansioso os documentos : o ISV , o IVA , o IUC , o seguro e o registo provisório...
Agora era rodar a chave , parar na estação se serviço e abastecer de combustível . Ufa ! Achou caro : o funcionário argumentou que sobre o preço do litro incidia um imposto para o Estado de 58 %, repartido pelo ISP e IVA.
Bem...não havia nada a fazer : era pagar e "não bufar" porque se bufasse estava sujeito a acelerar a evaporação do precioso líquido.
Apanhou a SCUT e escutou nos pórticos um piar . Não , não era o chilrear de uma ave a repousar do vôo. Era a electrónica a zelar pelo erário público...

Enfim, chegou a casa. Ligou a "caixa que mudou o mundo" e escuta o perorar papagueado de um anafado comentador político , que dizia :

- o país está na bancarrota porque o povo viveu acima das suas possibilidades reais , compraram-se muitas viaturas , agora é preciso pagar a factura e aceitar a austeridade , blá , blá , blá...

Manel Fangio escorregou do sofá . Tinha, de facto , pedido dinheiro ao banco para pagar o automóvel , tinha pago do seu bolso todos os impostos inerentes ao Estado , nunca lhe passou pela "cachimónia" ,nem se lembrava, de ter pedido dinheiro ao dito Estado para comprar o veículo !!! Como poderia ser responsável pela crise do país ?

Bem...este lustroso político , licenciado em economia ainda muito jovem , com apenas 37 anos , possuidor de uma retórica invejável não podia estar enganado...era um doutor...

O sorriso de satisfação do Manel Fangio murchou: era um corrécio...tinha esbulhado a ditosa pátria muito amada , levando com o seu escandaloso dislate rodoviário o país à ruptura financeira...

Os pecados implicam penitências. Manel Fangio e sua família, incluindo o rebento e o que estava para rebentar , teriam que pagar durante décadas e com "língua de palmo" pelo crime da exuberância de ter passado da motorizada para o Clio.

como sou burro...
como sou jumento...

como sou asno...

como sou solípede...

como sou cavalgadura...


como sou asinino..

como sou jegue...

como sou azémola...

como sou alimária...

como sou tudo isso e muito mais...

e com a jeriquisse crónica de que sou feliz portador ou contemplado, pergunto :

O Zé do Tijolo e o Manel Fangio pediram algum dinheiro ao Estado ?

Viveram acima das suas possibilidades ou viveram com as suas possibilidades ?

Como podem ser criticados ou responsabilizados pelos médias (apetecia-me dizer merdas...) pela crise que o país atravessa ?

O dinheiro não era deles ? e não podiam fazer com o seu dinheiro o que muito bem desejassem ?

Não pagaram, para além disso , uma imensidade de impostos ?

Em resumo: quando vejo os economistas residentes e afins ,a justificar a austeridade com o argumento de que o povo foi despesista ( para branquear a corrupção endémica dos políticos ) apetece-me mandá-los apanhar no subilatório...e só não mando porque não quero matar alguns com mimos...Pensem nisto e deixem de me fecundar...porque fodido ando eu...
Autor: El Jerico assanhado



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Quando alguém lhe disser que “gastamos acima das possibilidades” 
RECISA DE SABER QUE ...
Quando alguém lhe disser que “gastamos acima das possibilidades” poderá recomendar a quem o diz a leitura de um estudo do Banco de Portugal e do INE chamado “Inquérito à Situação Financeira das Famílias 2010”, publicado em Maio de 2012.
Lendo o quadro abaixo, incluído nesse estudo, fica-se a saber que, em 2010:
A maior parte das famílias portuguesas (63%) não devia nada aos bancos ou a qualquer outra instituição financeira;
A maior parte das dívidas das famílias dizia respeito à aquisição de habitação (24,5% das famílias portuguesas estavam a pagar empréstimos que tinham contraído para adquirir habitação principal);
oucas famílias tinham outras dívidas (3,3 % tinham contraído empréstimos para adquirir outros imoveis, 13,3% tinham contraído empréstimos para outros fins e apenas 7,5% estavam a pagar empréstimos obtidos com cartão de crédito, linhas de crédito e descobertos bancários);
Quem deve é quem tem maior rendimento e riqueza (nos 10% das famílias com maior rendimento, 57,4% das famílias eram devedoras; no grupo das 20% com menor rendimento apenas 18,4% das famílias estavam endividadas);
Não será o plural no “gastamos acima das nossas possibilidades” no mínimo um pouco exagerado?

http://auditoriacidada.info/article/precisa-de-saber-que%E2%80%A6#.UNMPTZGhwWI.facebook
Quando alguém lhe disser que “gastamos acima das possibilidades” 

PRECISA DE SABER QUE ...


Quando alguém lhe disser que “gastamos acima das possibilidades” poderá recomendar a quem o diz a leitura de um estudo do Banco de Portugal e do INE chamado “Inquérito à Situação Financeira das Famílias 2010”, publicado em Maio de 2012.

Lendo o quadro abaixo, incluído nesse estudo, fica-se a saber que, em 2010:

A maior parte das famílias portuguesas (63%) não devia nada aos bancos ou a qualquer outra instituição financeira;

A maior parte das dívidas das famílias dizia respeito à aquisição de habitação (24,5% das famílias portuguesas estavam a pagar empréstimos que tinham contraído para adquirir habitação principal);

Poucas famílias tinham outras dívidas (3,3 % tinham contraído empréstimos para adquirir outros imoveis, 13,3% tinham contraído empréstimos para outros fins e apenas 7,5% estavam a pagar empréstimos obtidos com cartão de crédito, linhas de crédito e descobertos bancários);

Quem deve é quem tem maior rendimento e riqueza (nos 10% das famílias com maior rendimento, 57,4% das famílias eram devedoras; no grupo das 20% com menor rendimento apenas 18,4% das famílias estavam endividadas);

Não será o plural no “gastamos acima das nossas possibilidades” no mínimo um pouco exagerado?

http://auditoriacidada.info/article/precisa-de-saber-que%E2%80%A6#.UNMPTZGhwWI.facebook

Aqui poderás ver 7 mitos e mentiras contadas sobre os portugueses, que te irão deixar impressionado com a realidade! Dizem uma coisa sobre nós portugueses, mas afinal a verdade é outra!
mentiras_contadas_aos_portugueses

1. Os portugueses trabalham pouco. Os alemães trabalham muito. Mentira. A jornada de trabalho em Portugal é uma das maiores da Europa desenvolvida. Comparados com os alemães, os portugueses trabalham mais 324 horas todos os anos, mas levam para casa menos 7484 euros.

2. Os portugueses andaram a viver da mama da Europa, paga pelos alemães. Mentira. Com a entrada na UE, Portugal ganhou apenas 0,4% do PIB (fim da lista). Já a Alemanha encabeça o ranking com um aumento de 2,3%.

3. Os portugueses têm demasiados feriados. Mentira. Em Portugal há 10 feridos (antes havia 14). A Finlândia tem 15, a Espanha 14, a Eslováquia 13, a Áustria 12, enquanto a Suécia, a Itália, a França e a Dinamarca têm 11. Na Alemanha há entre 10 a 13 feriados, conforme os estados (länders).

4. Há demasiados portugueses que são funcionários públicos. Mentira. Temos, 575 mil e têm vindo a diminuir. Em 2008 (quando eram mais do que agora), eram 12,1% da população ativa. A média dos 32 países da OCDE é de 15%. A Dinamarca e a Noruega têm cerca 30%. O peso dos vencimentos dos funcionários públicos, em Portugal, em relação ao PIB, é inferior à média da UE e da zona euro: 10,5% em Portugal, 10,6% na zona euro, 10,8% na UE, mais de 18% em países como a Dinamarca ou a Noruega.

5. Os portugueses não produzem o suficiente para ter saúde, educação e segurança social públicas e de qualidade. Mentira. Os trabalhadores portugueses entregam mais ao Estado (em contribuições e impostos diretos e indiretos) do que recebem em serviços públicos, sendo que na maioria dos anos até há excedente (os trabalhadores deram mais do que receberam do Estado).

6. Os portugueses viveram acima das suas possibilidades e andaram a fazer crédito para carrões e férias na República Dominicana que não podiam pagar. Mentira. Em 2009, o crédito habitação era quase 80% do volume global de empréstimos contraídos por particulares. Uma decisão absolutamente racional, considerando que alugar casa era muito mais caro, logo, isso sim, seria viver acima das possibilidades.

7. Os portugueses são um povo de brandos costumes. Mentira. Só nos séculos XIX e XX, contam-se milhares de mortos em guerras civis e revoluções. Foi o Estado Novo que inventou o chavão, numa operação de manipulação da nossa identidade. Para andarmos caladinhos e quietinhos.





Presidente da Cáritas teme pobreza incomportável

O presidente da Cáritas considera que os cortes no Estado social podem vir a provocar níveis de pobreza incomportáveis. Em entrevista à Rádio Renascença, Eugénio da Fonseca apresentou mesmo uma projeção: com os cortes nos apoios e nas funções sociais do Estado que o Governo está a planear, o país pode passar a ter 43 por cento da população abaixo do limiar da pobreza.

Dívida Cada português deve 20 mil euros
A dívida pública do País multiplicou-se por 20 nos últimos 40 anos, passando de 10 mil milhões para 203,7 mil milhões. Contas feitas, e tendo em conta uma população de 10 milhões de habitantes, cada português deve actualmente 20 mil euros.
O Jornal de Notícias (JN) escreve hoje, citando cálculos de Pedro Cosme Costa Vieira, professor da Faculdade de Economia do Porto, que a dívida pública de Portugal multiplicou-se por 20 em 40 anos, devido sobretudo aos gastos na saúde e na educação.
De acordo com o jornal, em 1974, a dívida pública valia 14% do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a 10 mil milhões de euros, a preços de 2012 . Volvidos, 40 anos, Portugal debate-se com uma dívida pública de 120% da riqueza gerada, ou seja, 203,7 mil milhões de euros. Considerando uma população de 10 milhões de pessoas, cada português deve actualmente 20 mil euros, quando em 1974 devia apenas 1.000 euros.
Fonte: Notícias ao Minuto

                

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